Líder evangélico americano que defende escravidão havia sido convidado a congresso no Brasil

Douglas Wilson é um teólogo fundamentalista conservador que lidera fenômeno da Igreja evangélica apontado como ameaça à democracia dos EUA

Foto: Reprodução vídeo

Errata: Após a repercussão do convite, a Visão Nacional para a Consciência Cristã, responsável pelo evento, cancelou a participação de Douglas Wilson.

Um congresso evangélico anunciava com entusiasmo a participação de um pastor americano, Douglas Wilson, que defende a escravidão. O líder evangélico chegou a escrever dois livros que afirmam que a Bíblia autoriza a escravidão. Após a repercussão, a entidade que organiza o evento cancelou a participação do líder, mas não pela defesa da escrividão, mas para o proteger de possíveis riscos.

O evento chamado Consciência Cristã, ocorrerá em Campina Grande, na Paraíba, em fevereiro deste ano, e é organizado por uma associação que reúne diversas igrejas evangélicas.

A informação foi divulgada no The Intercept Brasil, nesta semana. Segundo a matéria, Wilson é um teólogo fundamentalista conservador que é um dos principais líderes do chamado “nacionalismo cristão”, um fenômeno da Igreja evangélica apontado por especialistas como ameaça à democracia dos EUA.

“Embora haja muitos palestrantes considerados moderados e não alinhados com o fundamentalismo, não se espera do congresso nada próximo de uma teologia progressista, defensora dos direitos humanos ou do diálogo interreligioso. Com a vinda de Douglas Wilson, porém, o congresso cruzará uma linha inaceitável – a da defesa aberta da naturalização da escravidão”, escreveu o repórter Ronildo Pacheco.

Em nota, a Visão Nacional para a Consciência Cristã (VNCC) afirmou que o convite gerou “incitação a crimes de ódio” e que cancelou a participação do americano por receio de risco de violência contra ele e participantes do evento.

“Considerando as reações às veiculações de sua presença entre nós — inclusive com incitação a crimes de ódio, e, eventualmente, à escalada de violência física, julgamos por bem, em mansidão e amor cristão, cancelar sua participação, no intuito de garantir a segurança física do Pastor Wilson, dos demais preletores, e das mais de 100 mil pessoas que passarão pelo encontro”, escreveu.

Redação

3 Comentários

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  1. Só faltou o GGN dizer algo importante. Uma representação foi protocolada no MPF com o seguinte conteúdo:

    “Número da manifestação: 20240002425
    Chave de Consulta: 6cb73207b1075ecd5e1703986a724b13
    Data da manifestação: 16/01/2024
    Descrição:
    Constante amplamente divulgado na Internet, entre os dias 08 e 13 de fevereiro de 2024 será realizado em Campina Grande um congresso evangélico com a presença de um pastor norte-americano de extrema direita https://lnkd.in/grNQwRu5 . Referido pastor estrangeiro costuma fazer discursos a favor da escravidão. Submeter alguém a trabalho análogo ao de escravo é crime grave no Brasil. Nem a liberdade de expressão nem a liberdade religiosa garantem aos pastores nacionais e estrangeiros fazer apologia desse crime num congresso religioso. Todavia, é possível que isso venha acontecer no evento mencionado.

    Solicitação:
    Solicito sejam os organizadores do evento advertidos de que o pastor estrangeiro NÃO poderá fazer apologia da escravidão ao palestrar no Brasil. Caso essa advertência seja ignorada, tanto o palestrante quanto os organizadores devem ser investigados e eventualmente denunciados por apologia ao crime de submeter cidadãos ao trabalho análogo ao de escravo.”

  2. Até quando vamos assistir essas seitas enganarem, roubarem e pregarem ódio e desinformação? estamos esperando o que para uma séria investigação sobre essas empresas mercadoras da fé. Já se infiltraram na política, nos meios de comunicação e só falta tomarem o Estado para nos transformar em um novo “Estado Islâmico”. Esses mercadores da fé só pensam em dinheiro e poder. O Brasil precisa enfrentar essa aberração.

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