Mais Médicos, com prioridade para brasileiros, é recriado para diminuir desigualdades na saúde

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Desmantelado durante o governo Bolsonaro, programa quer levar 28 mil médicos a todo o país

Foto: Walterson Rosa/MS

O presidente Lula relançou o programa Mais Médicos, nesta segunda-feira (20), em evento no Palácio do Planalto. Com um investimento estimado de R$ 712 milhões para 2023, com ao menos 28 mil médicos assumindo até o final do ano, Lula relembrou que o programa, quando foi criado em 2013, durante o governo de Dilma Rousseff, “foi um sucesso extraordinário”.

Rebatizado de “Mais Saúde Pelo Brasil”, a retomada do programa – desmantelado durante o governo de Jair Bolsonaro – tem como objetivo reduzir as desigualdades regionais do acesso a saúde e médicos de qualidade em todos os cantos do país.

“O Mais Médicos voltou para responder ao desafio da presença de médicos nos municípios mais distantes dos grandes centros e nas periferias das cidades”, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade. O presidente lembrou que, quando foi criado, o programa teve muita resistência. Após a sua implementação, “inegavelmente foi um sucesso excepcional”, completou.

Se alcançada a meta do governo Lula, de contratar 28 mil médicos no programa, será um aumento de 100% do número de profissionais fixados, principalmente em regiões de extrema pobreza. Espera-se atingir a atenção de mais de 96 milhões de brasileiros, em saúde primária pelo SUS, com o programa.

“O Mais Médicos foi um sucesso extraordinário, pois tem três tipos que precisam desse tipo de política: as pessoas que vão ser atendidas, os médicos que vão trabalhar e os prefeitos e prefeitas das cidades pequenas e médias”, expôs Lula.

Prioridade para médicos brasileiros

E apesar de a primeira versão do programa, criado durante o governo Dilma, ter contratado mais médicos cubanos, a prioridade deste será a contratação de profissionais brasileiros. Segundo ele, o objetivo é incentivar o mercado de trabalho para estes médicos.

Mas, caso ainda sobrem vagas, não haverá restrições e médicos de outras nacionalidades poderão ser contratados.

“Queremos que todos os médicos que se inscrevam sejam brasileiros, formados adequadamente. Se não tiver condições, a gente vai querer médicos brasileiros formados no estrangeiro, ou médicos estrangeiros que trabalham aqui. Se não tiver, vamos fazer chamamento para que médicos estrangeiros ocupem esta tarefa.”

Ainda, para os médicos brasileiros formados no exterior, o governo incentivará a revalidação dos estudos internacionais, incluindo o financiamento de 50% do valor da prova de revalidação do diploma de médico.

A prioridade para os brasileiros, ressaltou Lula, não é era um impeditivo para os estrangeiros, mas para contemplar os profissionais do país. E sobre os ataques que os médicos cubanos sofreram no Brasil, ele destaca que eles merecem desculpas.

“Tentaram acabar com o Mais Médicos. Venderam toda uma imagem negativa de forma pejorativa e não tiveram sequer a vergonha de pedir desculpas aos médicos cubanos que foram embora deste país.”

Vagas abertas

O programa já prevê que serão abertas 15 mil vagas, 5 mil em edital de maio, 5 mil no primeiro semestre e 5 mil no segundo semestre do ano, em calendário estabelecido pelo Ministério da Saúde.

Outras 10 mil vagas poderão ser abertas de acordo com as necessidades dos municípios e por contrapartida, ou seja, as Prefeituras são responsáveis por essas licitações, mas o governo federal é que irá ajudar a remunerar os profissionais.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

1 Comentário

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  1. Fico feliz que a assistência médica poderá chegar à populaçõa que mais necessita. Um governo que tem sensibilidade e empatia age a favor do povo. Saúde e educação é muito mais importante que armas.

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