Familiares de pacientes reclamam que tiveram atendimento negado no Hospital das Clínicas

 
Passarela de interligação entre o Hospital das Clínicas e o Instituto do Coração
 
Atualizado com a resposta do InCor
 
Jornal GGN – A família de uma mulher de 44 anos diagnosticada com princípio de infarto afirma que teve o atendimento negado no Hospital das Clínicas de São Paulo e no Instituto do Coração, que faz parte do HC, na tarde desta quinta-feira (23).
 
Rita Cardoso de Araújo conta que foi com sua irmã, Rosi Cardoso de Araújo, para um ambulatório privado, onde Rosi teve um princípio de infarto, com sintomas como angina peitoral e formigamento dos membros. Lá, a paciente recebeu os primeiros socorros e foi orientada a procurar um hospital. 
 
As duas pegaram um táxi e foram ao Hospital das Clínicas. Ao chegar no local, Rita afirma que explicou a situação de sua irmã, mas que uma funcionária disse que ela não poderia ser atendida.  A justificativa é que só é considerado emergência quem chega de ambulância ou de helicóptero, e que o caso de Rosi não era uma urgência. 

 
Antes de se dirigir para o Instituto do Coração, Rita conta que uma enfermeira do hospital chegou a discutir com a funcionária que não permitiu que sua irmã fosse atendida. Dentro do InCor, a resposta foi a mesma: como não havia chegado de ambulância, não seria atendida. Rita foi orientada a levar sua irmã para a Assistência Médica Ambulatorial (AMA) do Hospital Municipal Sorocabana, mesmo sendo informada de que não havia cardiologista na AMA.
 
Agora, a irmã de Rita está no UBS/Ama do Morro Doce, mas ainda precisaria realizar exames que não são feitos no local. 
 
O caso de Rosi não é isolado. Na semana passada, a família de um homem de 69 anos diz que o Hospital das Clínicas também não permitiu o acesso do idoso para a unidade de atendimento. Após não conseguir atendimento, Jorge Alves Moreira sofreu um infarto dentro do carro quando se dirigia para outro hospital. 
 
Segundo o portal R7, o paciente foi levado ao HC, onde ele já faz tratamento contra trombose e enfisema pulmonar. A funcionária do hospital alegou que o atendimento era só para pacientes em estado grave. Ainda de acordo com o portal, Jorge foi internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) de um hospital privado e a família vai registrar um boletim de ocorrência contra o Hospital das Clínicas.
 
Em nota sobre o caso de Jorge Alves Moreira, o HC explicou que orienta os pacientes a procurarem atendimento nas AMAs (Assistência Médica Ambulatorial) ou prontos-socorros, já que o hospital é uma unidade de emergência. O HC atende pacientes com risco de morte trazidos por ambulâncias autorizadas, resgates e SAMU [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência]”.
 
O hospital também disse que os pacientes que chegam ao Pronto-Socorro são avaliados e classificados. “Após a classificação de risco, os pacientes que não se enquadram nos critérios de gravidade referentes às urgências e emergências são orientados a procurar as unidades de atenção primária e secundária da Rede SUS [Sistema Único de Saúde]. ”
 
No caso de Rosi, o Instituto do Coração afirmou que não há resgistro da passagem da paciente na unidade de emergência e verifica o que pode ter ocorrido, ressaltando que pacientes com sintomas de gravidade em cardiologia e pneumologia obrigatoriamente realizam exame de eletrocardiograma e passam por uma avaliação médica. 
 
Profissionais da área de saúde consultados pelo Jornal GGN explicaram como funciona o procedimento, da mesma maneira que foi citada pelo HC. Entretanto, eles disseram que o hospital é obrigado por lei a fazer o atendimento. 
 
Leia a íntegra da nota do Incor:
 
O Incor esclarece que não há registro da passagem da Sra. Rosi Cardoso de Araújo Silva, na Unidade de Emergência do Incor, nesta quinta-feira (23), e que está verificando o que pode ter ocorrido. A Unidade presta atendimento para casos de alta complexidade e gravidade em cardiologia e pneumologia (entre eles, infarto e angina instável). Por esse motivo, todos os pacientes que apresentam dor torácica e outros sintomas indicativos dessa condição realizam, obrigatoriamente, eletrocardiograma e passam por avaliação médica.
 

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Redação

10 Comentários

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  1. é a mesma coisa que acontece

    é a mesma coisa que acontece com o Hospital das Clinicas da minha cidade. esse tipo de atendimento chama-se porteira fechada. o hospital só aceita paciente se for encaminhado por uma unidade basica de saude ou urgencia pelo o Samu, por exemplo. num final de semana fiz um corte feio no braço e corri para um pronto atendimento da unimed. foi feito um curativo e  a medica me aconselhou tomar a vacina contra o tetano, mas sómente no HC. fui ao hospital e fui proibida de entrar lá. porteira fechada, me explicou a funcionaria. tomei a vacina numa UBS.

    1. Unimed errou

          Duas vezes.

           1o erro : Um PA deve ter disponivel a seus pacientes profilaxia anti tetanica, é de manual.

           2o erro :  A médica da UNIMED não conhece o sistema, pois na realidade um Hospital não iria “lhe vacinar”, o encaminhamento SUS, quanto a vacinas é para UBSs, elas que tem disponibilidade de servi-las a população.

            Vc. deveria ter reclamado com a UNIMED.

             Quanto custa um “soro antitetanico ” para humanos, profilaxia : R$ 10,00 em média.

    2. Todos estão assim no brasil e todos os atendimentos sus eu estou em risco e com infecção por calcificação parietal visicula e enfisema com confirmação exames imagem hemograma. Mandaram p sistema ubs com postos em greve.

  2. Regulação

     Se não sabem o que significa este termo, vão aprender antes de fazer reportagens, pois ai seriam de maior utilidade publica.

      Aliás, porque a D. Rose após ser atendida em um “ambulatório privado” ( de convenio ), não a encaminhou por ambulancia ( do convenio ) a um hospital “conveniado “, ou acionou o SAMU , afinal permitir que uma pessoa nas condições que ela encontrava-se, não poderia sair a rua, e tipo :  Vire-se , procure um hospital.

       Vcs. perceberam que em ambos os casos existe a “palavra” PRIVADO, nas duas pontas de atendimento, a 1a na ambulatorial, o 2o em hospital UTI , e os doutos jornalistas não acharam isto interessante ? 

       Será que algum dia, algum “jornalista” irá debrucar-se,nas estatisticas relativas a atendimentos de “emergencia – urgencia” ocorridas na cidade de São Paulo, e constatarem que muitos conveniados/ pessoas que pagam planos de saude, quando necessitam destes serviços, o “plano” os remete para o SUS ( empurroterapia VIP ).

        Já trabalhei com seguros – saude, em casos de emergencias-urgencias-acidentados/queimados, o CUSTO do 1o atendimento e intercorrencias, alcançam milhares de dolares ( custo em saude é em dolar ), as famosas 72 horas para estabilizar o paciente são “taximetro”, e após esta fase critica ( SUS ), o “Plano” vem e transfere o paciente, ficando com o custo posterior, muito mais, muito mesmo, menor.

    1. muito bem colocado…

      caso chamou minha atenção para o seguinte:

      de repente é por isso que o transporte ou resgate saúde, como é dito em certos planos de saúde caríssimos, só é feito com a confirmação de que o paciente será recebido no hospital de destino, algo praticamente impossível de se obter, esta confirmação, principalmente para casos de emergência ou de mal súbito

      todos contra os doentes, hospitiais, ambulâncias e planos de saúde? muito grave isso

  3. O caso familiar com uma bela

    O caso familiar com uma bela e jovem advogada que, por erros profissionais, ficou com tetraparesia me impede de ser respeitoso com os jalecos brancos, especialmente da privada iniciativa mérdica, onde ocorreram todas as desgraças. 

    Minha mulher, infelizmente, precisa e paga a privada… iniciaiva mérdica. R$ 1,031,17 ao mês

    De minha parte, não vou a médico, me medico e ponto final. Até por que em outubro o médico cubano retornou para Cuba.  

    Pretendo passar com minha companheira uma longa temporada em Cuba, e voltarei a me consultar. Por que lá a classe médica ainda não foi contaminada.

    Já que o ódio venceu… Desejo do fundo no meu peito, Q S F  todos de jalecos brancos nativos!

  4. São Paulo tem Secretário da

    São Paulo tem Secretário da Saúde ? O Brasil Novo do Asqueroso, tem Ministro da Saúde?  Que merda. Que situação que

    chegamos.  E justiça?  Talvez dê muito serviço.

  5. Omissão de socorro
    É um descaso e crime.
    Hoje passei por isso no Incor.
    Me dirigi ao mesmo com fortes dores no peito esquerdo.
    Não fui atendido. Disseram que eu tenho que procurar uma UBS. Só que já procurei e até agora nada.

  6. Por que um hospital publico transforma-se agora em publico-particular,o que fazer para inverter isso?Local agora onde vagas há para particulares e quem pertence ao SUS não tem vez sendo que o Hospital é ou pelo menos deveria ser público?Por que Assistente Social oferece plano de saúde dentro do Pronto-Socorro do HC?Onde podemos recorrer ao que está acontecendo?

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