Com Tarcísio Freitas, letalidade da PM de SP aumenta 86% no terceiro trimestre

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Dados divulgados nesta quinta (26) mostram um aumento de 86% do número de mortes provocadas pela PM no terceiro trimestre

Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas. Foto: Divulgação/Facebook Tarcísio de Freitas
Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas. Foto: Divulgação/Redes

Os dados do terceiro trimestre de 2023 sobre o número de pessoas mortas por policiais militares em serviço, divulgados nesta quinta-feira (26) pela Secretaria de Segurança Pública, mostram um aumento de 86% no terceiro trimestre deste ano no estado de São Paulo quando comparado com mesmo período do ano passado. 

PMs estiveram envolvidos em ocorrências que resultaram em 106 mortes, ante 57 em 2022. Os policiais civis e militares do estado mataram 153 pessoas no último trimestre ante 89 no mesmo período do ano passado, alta de 72%. 

Os dados levam em consideração as ações dos agentes em serviço e na folga, levando em consideração ainda as 28 mortes decorrentes da Operação Escudo, ocorrida no litoral do estado em agosto. A ação ocorreu após o assassinato de um soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). 

Em nota à imprensa, a Secretaria da Segurança se justificou sobre o aumento da letalidade dizendo que a causa não é a atuação da polícia, “mas sim a ação dos criminosos que optam pelo confronto”.

Disse ainda que “uma Comissão de Mitigação e Não Conformidades analisa todas as ocorrências de mortes por intervenção policial e se dedica a ajustar procedimentos e revisar treinamentos”. 

Indicador de mortes aumenta com Tarcísio

A gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) acumula altas sucessivas no indicador de mortes cometidas por policiais. O dado aponta 374 mortes com essas características de janeiro a setembro. No mesmo período do ano passado, foram registrados 293 casos, o que representa alta de 27,6% em 2023.

Ocorre que a atual alta interrompe a tendência de baixa em relação ao que vinha sendo observado nos últimos anos. O programa de câmeras nos uniformes dos policiais, a letalidade caiu em 2022 ao patamar mais baixo da série histórica, iniciada em 2001, conforme aponta o UOL. Entre 2021 e 2022, por exemplo, o indicador reduziu em 39%.

Estudos têm destacado a eficácia do equipamento e da política de controle na contenção de mortes cometidas pela polícia, que há alguns meses recebeu críticas do próprio Tarcísio e de seu secretário de Segurança, Guilherme Derrite. 

Como tem sido um padrão desta gestão do governo paulista, Tarcísio voltou atrás e passou a falar em aprimorar o uso do equipamento. 

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Renato Santana

Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

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