A análise da sexualidade

Enviado por: clarice

Gulio,

Sou antropologa E psicologa. Pra ser mais precisa, sou da area de Antropologia Psicologica. Por isso resolvi dar meu pitaco. Mas confesso tambem que nao li este livro do Malinowski que voce citou especificamente. Li sim, partes do trabalho dele sobre sexualidade e um pouco da discussao que ele gerou. Entao conheco um pouco das ideias dele sobre o assunto.

Sim, Malinowski e Freud foram contemporaneos. E Malinowski tentou dar uma contribuicao antropologica a teoria Freudiana questionando a universalidade da familia nuclear tal como a conhecemos. So que nao foi muito bem recebido (essa tambem uma discussao meio complexa).

De qualquer forma, o que eu estava querendo dizer eh que embora ele estivesse descrevendo uma sociedade com pratica e crencas sexuais bem diferentes das nossas, isso nao significa que eles nao tem nenhum tabu sexual. De repente nossa divergencia aqui eh simplesmente na definicao de “tabu sexual” (mais uma discussao bem complexa e longa).

Em tempo – a Margaret Mead tambem escreveu um livro importante sobre sexualidade e adolescencia em Samoa, aonde ela tambem os descreve como mais permissivos sexualmente. Apesar de ser um classico, este livro foi bastante criticado. A principal critica neste caso, e que eu acho que serve de alerta para qualquer um interessado nas sociedades ditas primitivas, eh que ela projetou muitas das suas crencas e ideias a respeito da sexualidade ao escrever sobre o povo de Samoa.

Enviado por: Luiz Horacio

BliG: http://inteligpolitica.tripod.com/art.blig.ig.com.br

No endereço acima está o artigo “Expulsos do Paraíso” de uma série de artigos sobre sexualidade e pornografia que comecei a publicar esta semana (o que está acontecendo com a pornografia?).

O artigo sobre as Ilhas Trobriand e suas formas de sexualidade “natural” e “paradisíaca” (para os padrões da cultura ocidental) ainda está sendo redigido, mas esse artigo já comenta o assunto em questão, neste blog e no post do Giulio. Mas se pode adiantar um detalhe sobre o que será desenvolvido, além dessa leitura preliminar: foi chave para a inigualável saúde cultural da sexualidade trobriandesa o fato de terem adotado laços de parentesco “matrilineares”, e de terem transferido a figura paterna para os irmãos da mãe, ficando o pai como “amigo” dos fihos, e as mães sendo a “origem social” dos filhos, ou seja, corresponderia aqui aos filhos adotarem o sobrenome final da mãe e do pai. Isto iniciou uma quebra de tensões políticas e sociais que permitiu o desenvolvimento da sexualidade sem os tabus repressivos, e as neuroses e complicações decorrentes, como vemos em nossa sociedade. A sexualidade, aliás, junto com a educação, a preservação ambiental e as “mãos limpas” dos governantes, são os 4 temas básicos para que se sustente a democracia e a civilizaçào no século 21.

Luis Nassif

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