A Universidade pública gratuita

Enviado por Marcello Luporini

Luis Nassif,

Seu blog é um ambiente fervilhante de cultura, questionamentos e compartilhamento de conhecimento. Está entre os meus Favoritos e agora do meu pai, que tem 83 anos.

(…) Moro em Atibaia e participo do Conselho Municipal de Educação do município. (…)

No Brasil a universidade pública e gratuita sempre foi quase um gueto para os filhos das classes mais abastadas. O grande crescimento do ensino superior privado nos últimos tempos veio suprir a necessidade dos menos abastados de terem acesso ao ensino superior, à custa de sacrifícios pessoais dos estudantes e de suas famílias, pobre e parcialmente apoiados por um sistema de crédito estudantil insuficiente e míope, que exige garantias e fiador de quem não tem posses nem relacionamentos.

As verbas reservadas à Educação são insuficientes, mesmo após o advento do Fundeb. O cobertor curto é puxado para cima e para baixo por Estados e Municípios interessados em atender as demandas, respectivamente, dos Ensinos Infantil e Médio.

O que justifica que grande parte das verbas federais sejam aplicadas no sistema de Ensino Superior Público e Gratuito? Porque este sistema não é cobrado de quem bebe de sua fonte? Por que estes estudos não são cobrados à vista ou a longo prazo, conforme a capacidade de financiamento do estudante?

(…) Os estudantes egressos da graduação ainda são elite no Brasil e têm um nível de renda muito superior ao do restante da população.

(…) Porque os recursos reservados ao sistema de ensino superior público e gratuito não são aplicados na universalização do Ensino Fundamental e Médio de alto nível em todo o país?

Aguardo seus comentários e de seus leitores interessados no assunto.

Atenciosamente,

Luis Nassif

67 Comentários

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  1. Acho que para começar, vale
    Acho que para começar, vale conceituar o que é elite no país. Um grande engodo se faz com análises toscas sobre distribuição de renda, pois o país mais desigual do mundo, há brutais diferenças entre 0,1%, 1% , 5% e 10% da renda do país e esta midia tosca do país não dá conta de analisar. Vou postar sobre o assunto, pois tenho material antiquérrimo sobre isto. Elite estuda na Faap, quem estuda em universidade pública, na maioria são filhos da classe média. O ensino público brasileiro é horripilante, não só por causa de dinheiro, mas porque falta projeto de capacitação dos professores, salários dignos aos professores, falta projeto mesmo. Privatizar a universidade pública é uma forma de jogar mais uma conta nas costas da classe média, que paga imposto na fonte. Sou contra.

  2. Marcello,
    Concordo com você.
    Marcello,
    Concordo com você. Ao meu ver o Estado não poderia jamais abri mão do Ensino, da Saude. Acredito, principalmente que a Educação é um fator estratégico para uma Nação

  3. No Rio temos, por exemplo, o
    No Rio temos, por exemplo, o colégio Pedro II ( público). Por que todas as escolas públicas não são como ele? Afinal, a fonte é a mesma, Cofres públicos! Isso eu nunca entendi!

  4. Não é porque o Brasil é um
    Não é porque o Brasil é um país injusto que tem que destruir o pouco que se construiu. A melhorar do Ensino Fundamental e Médio não pode estar condicionada ao desmonte do Ensino Superior, sob o risco acabar com um e não melhorar o outro.

  5. Em tese sou a favor da
    Em tese sou a favor da universalização do ensino público e gratuíto. Mas na prática isso tornou-se uma verdadeira aberração, revestida de boas intenções. A educação pública não pode depender das receitas dos alunos (mensalidades) para se manter. Devem continuar sendo mantidas pelo orçamento público. Mas seria muito mais justo que os alunos das escolas públicas de ensino superior pagasse (quando pudesse) para um fundo setorial de educação pública, realimentando os investimentos no setor.

  6. Olá Nassif. Saudaçoes
    Olá Nassif. Saudaçoes Santistas. Me permita utilizar este espaço para lhe pedir que comente esta notícia que ouvi agora há pouco. O governador de São Paulo, José Serra, do PSDB, aquele, o “ECONOMISTA BRILHANTE” acaba de decidir por um “aumento” no ICMS sobre alimentos da cesta básica, arroz, feijão, açúcar, etc, elevando a alíquota de 7 para 12%. Por favor Senhor Luis Nassif, diga pra nós, simples mortais: O que significa isso?

  7. Assim como o governo joga
    Assim como o governo joga para a previdência (jogava né?) gastos que não são causados pelas aposentadorias dos idosos, são também debitados nas contas (do ensino público superior brasileiro) das universidades federais, gastos que não são causados pelos seus alunos. Exemplos disso são os gastos com os ótimos hospitais públicos ligados a essas universidades e com parte da infra-estrutura necessária (energia elétrica, por exemplo) para as pesquisas realizadas pelos professores pesquisadores que nelas trabalham. Então, acredito ser de extrema importância que sejam feitas corretamente as contas dos reais gastos com o ensino superior público no Brasil antes de iniciarmos a discussão. É interessante sabermos também que, diferentemente do que Marcello Luporini escreveu, aproximadamente metade dos estudantes das federais estudaram em escolas públicas e, portanto nem todos têm a “renda muito superior ao do restante da população”. Ao discutirmos este assunto, como já aprendemos aqui neste blog, tomemos muito cuidado com o que a grande mídia diz a respeito do ensino superior público e gratuito no Brasil.

  8. Concordo com a Karla, em
    Concordo com a Karla, em minha faculdade a grande maioria dos estudantes são de classe média (baixa ou alta), incluindo a mim. Precisa-se de um projeto de educação sério em todos os níveis.

  9. Nassif,

    Eu considero uma
    Nassif,

    Eu considero uma falsa questão a questão colocada pelo Marcelo. Acho que não se pode contrapor o custeio da Universidade com o ensino básico / técnico.
    Um país como o nosso, precisa alavancar a educação nas áreas humana, artística, técnica e científica para tirá-lo do subdesenvolvimento e seu povo da miséria econômica e cultural em que vive atualmente.
    O ensino não deve ser mais privatizado do que já está nos dias de hoje. Se analisarmos o que o investimento privado contribuiu com a melhoria do ensino não encontraremos quase nada de concreto. Ainda temos a segregação no mercado de trabalho entre os que se formaram nas “boas” universidades públicas e as formandos nas outras.
    Acho que deveríamos estar discutindo sim, como direcionar a Universidade e o ensino médio para atender de forma mais efetiva as necessidades do desenvolvimento.e aos projetos de melhoria dascondições de vida da população.

    A falácia da autonomia universitária deveria ser esquecida de uma vez pelos que planejam a educação no país. Como qualquer orgão do estado a escola serve a classe dominante e, em nosso caso, ao desinteresse que esta sempre teve com o futuro do país.

    Esta é a hora de começarmos a mudança, estender o esboço de planejamento de desenvolvimento para apontar a direção.

    Carlos Cruz

  10. Exitem alguns cursos nas
    Exitem alguns cursos nas públicas(os mais concorridos) que realmente são dominados pelos que tem grana para pagar cursinho para entrar, mas não se pode generalizar isso para o resto dos cursos. Quem é realmente rico estuda na FGV!

    Outra coisa, essa história de dizer q o Brasil investe muito no ensino superior mas antende apenas um fração da população em idade de estudar, isso é só o reflexo de um pais que NUNCA se preocupou em investir nos outros níveis do ensino, para favorecer as classes mais baixas. Os países que conseguem atender muito mais pessoas no ensino superior tem uma longuíssima história de forte de investimento público em todos os níveis de ensino. A tradição, o pensamento, as relações entre as classes sociais é outra. Aqui no Brasil a culpa de não ter faculdade para todos não é do ensino supeiror público, mas da tradição particularmente preconceituosa herdada da época dos escravos, de a nossa elite enxergar o povo e não investir em educação. Em outros países a história foi diferente.

  11. Cobrar mensalidade não é
    Cobrar mensalidade não é privatizar. O ideal seria fazer como nas universidades européias em que se cobra uma taxa anual ou mensal pelas universidades públicas, algo para cobrir os gastos com a manutenção e com os professores. Se fosse cobrado algo como uns 1.500 reais por ano não seria nada extraordinário e injetaria uma verba significativa na universidade.
    O foco do governo deve ser na educação de base, com qualidade. Não adianta termos uma elite altamente qualificada, se o nível educacional de 80% da população é péssimo. Em todos os países do primeiro Mundo, a educação pública e gratuita é a educação fundamental (e o ensino médio). Por que só o Brasil tem que ser diferente? Por que estamos entre os piores indicadores educacionais da América Latina, perdendo até para vizinhos bem mais pobres?

  12. Comentários do tipo que nas
    Comentários do tipo que nas universidades públicas só chegam os filhos dos abastados deveriam ser desconsiderados. Não poderia ser diferente. Esses tais abastados são aqueles que mais pagam impostos no país e que deveriam receber ensino público de altíssima qualidade desde o ensino básico até as universidades. E não só eles, evidentemente, mas todos os brasileiros. Ocorre, porém, que os abastados que chegam às universidades públicas, além dos impostos, já desembolsaram enormes quantias para suas formações básica e média, razão pela qual chegam às tais universidades. Por que, ao invés deste discurso, não exigir que o governo cumpra o seu dever constitucional de possibilitar a todos, indistintamente, um ensino básico que possibilite tanto aos abastados como aos não abastados o mesmo nível de conhecimento para elevar a disputa pelas vagas nas universidades públicas? Quando a discussão se estende para as cotas, então, é melhor encerrar o assunto.

  13. O leitor não leva em
    O leitor não leva em consideração que as Universidades públicas se prestam não apenas ao ensino, arcando também com a maior parte da produção de pesquisa científica no Brasil e com a manutenção de hospitais universitários. Além disso, o acesso a ela vem se tornando, gradativamente, mais democrático, em função de critérios sociais.

  14. discordo com os argumentos do
    discordo com os argumentos do Luporini. Primeiro porque a culpa da falta de verbas pros ensinos médios e fundamental não do ensino superior; segundo, na minha opinião, o ensino superior é estratégico, é ele que tem que formar uma elite intelectual, massa cinzenta pro país. É urgente que se aplique mais verbas no ensino público superior gratuito no Brasil. A universalização da educação serve pra termos mais pessoas com condições de ingressar nas universidades e seguir carreira acadêmica, viver só pra pensar(não que não se possa fazer fora da universidade, mas ela é um caminho que pode prover isso). O ensino superior privado no Brasil é porco, com poucas exceções…Mal existe pesquisa nos cursos de humanas, imagine pesquisas de alta tecnologia, farmácia e química finas…é muito caro e eles não bancam. Pagam mal professores, têm instalações em geral precárias, bibliotecas fracas…e cobram fortunas! Os alunos sentem que, porque pagam, devem ser passados de ano, e as coordenações também concordam (no IESB, em Brasília, ligada ao ex ministro Paulo Renato(essa história devia ser investigada) no curso de direito se pode fazer um trabalho ‘criativo” de fim de curso. Tirar fotos de cidades satélites, fazer filminhos…ah, faça-me o favor!
    O único problema da universidade pública é o pensamento da população que: a universidade deve ser voltada necessariamente pra população local, resolver problemas locais…mas não é! é pra pensar. de tudo, principalmente o que parece ser inútil ao mundo. Segundo é achar que a universidade tem uma relação de obrigatoriedade de dar o diploma, porque se paga impostos e blá blá blá(essa é a classe média). Ninguém entende que a prioridade da universidade não é o ensino, mas a pesquisa! Ela tem sido transformada por essa mentalidade do diploma quase que em um segundo grau de escola particular. Deve-se formar no mais rápido tempo possível e fazer um concurso! Acredito que deve-se investir mais, maciçamente no ensino superior gratuito. E mudar as exigências com os alunos. Aluno que não faz pesquisa devia ser jubilado! Acho que foi mais um desabafo. desculpem-me.

  15. Não há clareza nessas
    Não há clareza nessas estatísticas, não. Agora, quem se forma ganha um incremento salarial maior do que quem não passa por uma boa universidade pública.

  16. Vamos falar claramente. Os
    Vamos falar claramente. Os cursos que permitem alguma chance de ascensão social são amplamente dominados pela elite (branca). Afinal quem pode pagar caríssimos colégios e cursinhos (essa verdadeira máquina de moer cérebros)? É preciso encontrar alguma forma de reembolso para os cofres públicos deste investimento social a quem menos precisa. Como sempre lembra o Nassif por aqui, não podemos tratar como iguais os desiguais. Claro que quem luta numa escola pública para depois fazer um curso de licenciatura numa Federal não pode ser tratado da mesma forma que um filho de médico que estuda medicina.

  17. Nassif, mudando de pau prá
    Nassif, mudando de pau prá cacete, que puxada de tapete foi essa ai do Serra com o aumento de mais de 6% na cesta básica? O “choque de indigestão” já começou em São Paulo?

  18. Não vamos confundir subsídios
    Não vamos confundir subsídios com privatização. O ensino público superior gratuíto equivale ao Estado estar dando bolsa gratuíta a todos os alunos, inclusive aos mais abastados que jamais precisariam de bolsas. Essa política universalizante seria ótima se não faltasse verbas orçamentárias em outras áreas. Continuo defendendo que a Universidade Pública não pode depender do mercado (dos alunos pagantes) para se manter, mas o Brasil não pode se dar ao luxo de subsidiar alunos ricos com bolsas que não precisam. Esse dinheiro subsidiado faz falta no ensino básico e fundamental, e/ou na expansão universitária e/ou em pesquisa. Faz falta até no salário do professor.

  19. Me perdoem,
    Me perdoem, mas…..

    Universidade pública destinada às classes abastadas é lenda!! Sou oriundo de família pobre. Estudei toda a minha vida em escola pública. Verdade que da quinta série até o fim do segundo grau eu estudei no Pedro II, via concurso público. Cursei Universidade pública em curso médico. Estudei muito, mas venci! Verdade que quem se forma na pública tem um salto de renda. Hoje posso me dar prazeres que meus pais jamais puderam sonhar! Na faculdade, convivi com muitos colegas de famílias de classe média e pobres, os quais também, como eu, chegaram até lá com miuto sacrifício. Muitas vezes, quando surgem comentários sobre cobranças na Universidade pública, me questiono se eu teria conseguido me formar se houvesse qualquer, repito, qualquer tipo de cobrança. Paremos de nivelar as coisas nesse país por baixo. Sempre que encontramos algo que funciona minimamente bem no país, optamos por universalizar em detrimento da qualidade. Ensino Superior nunca foi para todos em lugar nenhum no mundo! Nem nos burgos. Paradoxalmente, um lugar mundialmente devotado a formar burgueses, no Brasil, forma uma “elite” intelectual de esquerda. Assim é a Universidade Brasileira. O resto é conversa de quem quer o seu desmonte!

  20. As cotas, tão combatidas, têm
    As cotas, tão combatidas, têm levado gente boa à universidade. Meu filho faz medicina na Uerj e, antes, era contra, por achar que todos deviam passar por mérito (alguém aqui falou, acertadamente, que universidade não ensina democracia, mas sim meritocracia). Com o tempo, ele foi vendo que aqueles jovens como ele que vinham pelas cotas, embora não tão bem preparados, correram atrás e ficaram pau a pau com os demais. Não aqui aqui em casa leve-se vida boa. Aqui todos trabalham (até os cachorros, que ponho para tomar conta da casa!). E, quando se fala em universidade particular, temos de lembrar que seus alunos pagantes também são da classe média e alta. Vejam as universidades católicas e as protestantes. Cobram os olhos da cara! O pobre está conseguindo mesmo entrar na universidade graças aos créditos educativos, Fies, Prouni e cotas. E muitos destes recebem do Governo R$ 300,00 de ajuda de custo. Vejo que está se fazendo um esforço grande, e nunca feito, para levar multidões de jovens à universidade. É preciso fazer justiça neste aspecto. Agora, discordo de que os formandos pela pública possam trabalhar em empresas privadas sem qualquer tipo de devolução à sociedade. Deveria ser pensada uma maneira de este pós-aluno ressarcir a universidade, ou o governo, pelo estudo gratuito que teve.

  21. Recentes pesquisas mostraram
    Recentes pesquisas mostraram que mais de 40% dos alunos que estudam Humanidades ( História, Geografia, Sociologia, Pedagogia, Letras etc ) nas universidades públicas são oriundos das escolas públicas. Na verdade, o Estado precisa investir pesadamente nos Ensinos Fundametal e Médio, para que a grande maioria dos discentes possam “competir” em condição de igualdade com os que estão em grande vantagem social. A universidade particular não surgiu para compensar os que não podem ingressar na universidade pública. Durante os anos 70, houve grande explosão no aparecimento do ensino particular. A classe empresarial não perdeu tempo apenas em transformar a Educação numa fonte inesgotável de lucro, como também para formar personalidades com espírito mercantil.

  22. Esse papo de que só a elite
    Esse papo de que só a elite financeira chega a universidade pública é papo de quem quer botar a culpa dos próprios fracassos nos outros.

    Sem querer ofender, conheci CENTENAS de pessoas pobres como eu na minha faculdade (Física – USP, só para constar), que escolheram seus caminhos e batalharam por eles.

    É CLARO que é mais difícil para quem tem menos condições. É claro que seria melhor se houvesse mais vagas nas universidades públicas e melhor crédito educativo para as privadas.

    Mas sempre existem mais opções para a elite financeira e isto não deveria causar nem o espanto nem a inveja de ninguém. Lutemos por melhores condições, por minimizar as diferenças, por resolver problemas reais. Mas precisamos parar de demonizar a “elite” pelo simples fato de ser elite, caramba!

    Se cobrarem mensalidades na USP, por exemplo, o único que se vai conseguir é restringir AINDA MAIS o acesso a ela para a elite financeira!!! Ao invés de minimizar o problema, só agrava!

    E se cobrarem só “de quem pode”, o valor não vai fazer a menor diferença no orçamento público. Porque, como já disseram, salvo alguns cursos muito específicos, “quem pode” já prefere uma escola particular.

    Esta proposta embute apenas um revanchismo de classe muito do rasteiro. Infelizmente, no Brasil, “elite” é uma palavra negativa. E, por isso mesmo, temos tantos entraves culturais ao desenvolvimento.

  23. Um democracia deve começar a
    Um democracia deve começar a ser assim desde as escolas.
    Ora, se neste país o ensino não é democratico, o que se pode esperar da sociedade?
    O que vem antes, o ovo ou a galinha ?

  24. Sou a favor de universidade
    Sou a favor de universidade gratuita para quem não pode pagar.
    Porém, no Brasil, os pobres e miseráveis, cujos próprios filhos não têm acesso a um ensino básico de qualidade, ajudam a pagar ensino superior para os filhos dos ricos… É uma tremenda injustiça.

    Os ricos já são privilegiados em demasia no Brasil, para continuar estudando de graça, à custa do estado.

  25. Este eh um foco errado. Fiz
    Este eh um foco errado. Fiz todo meu ensino em escola publica. Acabei entrando na POLi onde fiz minha graduacao e mestrado. Agora faco meu PhD em um universidade britanica. O foco nao enta em agredir a USP ou qualquer estadual ou universidade federal. La devem entrar os mais qualificados. E deve-se entender tambem que em nenhum pais do mundo eh garantido universidade a todos. Ate o ensino medio sim. Dai em diante a competicao fica muito grande. Assim como menos gente faz mestrado e menos ainda o doutorado. O foc, entao, deve estar na melhoria do ensino fundamental e medio para que todos possam competir em igualdade independente da classe social. E mais ensino tecnico aos que nao vao fazer o terceiro grau.

  26. Ética! Como contar com isto
    Ética! Como contar com isto quando sabemos que os egressos de cursos tradicionais, como direito, medicina e odontologia, são responsáveis por recibos falsos para ajudar na diminuição da cobrança de imposto de renda de tantos cidadãos de bem nas classes média e alta?

    Estou a ponto de defender a não-cobrança, que o mais educativo é uma cobrança posterior, de acordo com a renda do egresso, mas isto soa fora de lugar levando em conta que muitos se formam com esta perspectiva de dar uma rasteira nos impostos.

    Além disto, as próprias universidades não estão preparadas para receber doações. Precisariam reformular regimentos, estabelecer convênios, uma seqüência de burocratismos que faz pensar: a qualidade do ensino está ali mesmo? A qualidade em gestão não.

  27. “Quando a farinha é pouca,
    “Quando a farinha é pouca, meu pirão primeiro…”

    Acredito que todos concordem que um ensino fundamental de qualidade seja essencial para o país. Todos devem concordar que uma universidade de qualidade é também fundamental para o nosso país.

    O que me espanta é que enquanto parece impossível melhorar o ensino fundamental, temos centros de excelência financiados pelo mesmo dinheiro público.

    Se é que o dinheiro é pouco, a lógica diz que vá para o ensino fundamental, pois o superior, como mostra a experiência em outros países, pode ser sustentado por aqueles que o freqüentam.

    Alguém argumenta que a universidade pública não é elitista, pois 40% dos alunos são de escola pública. Acho muito difícil acreditar que um ambiente com 60% de “moradores do andar de cima”, como diria o Gaspari, seja representativo da distribuição de renda da nossa população.

  28. Fala-se bastante sobre a
    Fala-se bastante sobre a necessidade de investirmos em um ensino fundamental e médio público de qualidade e universalizado. Mas será que é só isso mesmo que resolverá o problema da desigualdade de acesso de “ricos” e “pobres” a universidade ? Será que se conseguissemos tornar a escola pública tão boa quanto as melhores escolas privadas, os “pobres” competiriam em pé de igualdade com os “abastados” ? Não creio. Entendo que há questões SÓCIO-CULTURAIS envolvidas, as quais não são óbvias e não me atrevo a desenvolvê-las…
    Há ainda uma questão pouco explorada, mas que considero relevante ao observar meus alunos na universidade: nossa cultura ainda não absorveu a idéia de que adquirir e saber usar o conhecimento é algo que faz parte da nossa evolução como pessoa… especialmente entre os mais jovens. Efeitos disso: 1- Resistência dos alunos a disciplinas teóricas que “não servem para nada”. 2 – a maioria dos alunos almejam apenas conseguir o diploma da universidade e nunca mais tocar em um livro. 3 – Falta de espírito científico no exercício prático da profissão, o que implica baixo senso crítico, capacidade deficiente de identificação e formulação de problemas de médio e alto nível de complexidade e dar solução adequada a estes. 3 – Dificuldades de absorver a idéia de que ciência e tecnologia são essenciais para a evolução de um país dentro do sistema econômico vigente. Exemplos conhecidos: Filância, Coréia do Sul, Irlanda, Índia, etc etc etc. Para completar, uma curiosidade: sempre que acesso um site nos EUA ou Europa onde pergunta-se pela minha ocupação, geralmente encontro opção onde enquadram-se pesquisadores, cientistas, pessoal de P&D… Em sites brasileiros, nunca encontrei tal caracterização…. nem mesmo no site do Projeto Brasil (http://www.projetobr.com.br/SignUp.aspx) :-)))

  29. Claro que tem estatísticas de
    Claro que tem estatísticas de renda das universidades. É só olhar o site da fuvest, lá tem os dados do questionário socio-econômico de vários anos.
    http://www.fuvest.com.br
    O ideal seria pegar os dados e fazer uma inferência sobre o nível de renda pelo questionário socio-econômico como um todo, mas podemos ter uma idéia olhando o número de carros que a família dos candidatos possui. Olhando todos os inscritos, mais de 60% tem no máximo 1 carro e apenas 9,5% tem 3 ou mais.
    http://www.fuvest.com.br/scr/qasen.asp?anofuv=2005&fase=3&carr=0000000TOT&quest=22&tipo=1&grupo=1

    Dentre os aprovados o percentual daqueles que pussuem 3 ou mais carros foi de 12,2%.
    http://www.fuvest.com.br/scr/qasen.asp?anofuv=2005&fase=3&carr=0000000TOT&quest=22&tipo=3&grupo=1
    Dados do vestibular de 2005.

    Não vejo uma universidade de milionários, há uma concentração de classe média.

    Ter dinheiro para pagar cursinho e colégio tradicional não basta para passar, requer dedicação e talento.

    Para saber mais sobre as universidades paulistas sugiro também que se olhe os anuários estatísticos destas.
    http://sistemas.usp.br/anuario/
    http://www.aeplan.unicamp.br/anuario_estatistico_2006/
    http://unesp.br/aplo/int_noticia_sem_img.php?artigo=1914

    Posto os links aqui, mas seria algo facilmente acessivel pelo google.

  30. Certas deduções óbvias nem
    Certas deduções óbvias nem sempre tem sentido prático… por exemplo: achar que mensalidades dos estudantes mais “abastados” irá compensar uma parte significativa do dinheiro que o governo investe nas universiddes públicas. Para começar, o que são exatamente estes “gastos” ? Devemos incluir os gastos com pós-graduação e pesquisa das universidades neste bolo ? A verdade é que mensalidades dos “abastados” não cobririram 10% dos gastos das universidades públicas, especialmente aquelas de maior índice de produção científica. Além disso, como definir o que seria um universitário “abastado” se quase todo brasileiro de classe média julga-se uma vítima do sistema e muitos vivem na economia informal ? Certas teorias trazem o risco de desconstruirmos nosso sistema público de universidades, o qual se não pode ser comparado ao que vemos nos países economicamente mais desenvolvidos do que o Brasil, ainda está bem a frente de quase todos os outros países, especialmene na pós-graduação. Ressalto: temos que aprimorar ainda este sistema, ao invés de desmontá-lo.

  31. Vivemos o país do absurdo.
    Vivemos o país do absurdo. Banalizamos o ensino superior e destruímos o ensino fundamental e médio, seja ele público ou privado. Em algum momento do passado recente perdemos a qualidade e a responsabilidade na educação. Já perdemos uma ou duas gerações, e adiamos, assim, a oportunidade de mudarmos a história de desigualdade social desse país. Sou professor de uma universidade federal (não sou o maníaco de Campinas, Nassif) e tenho ficado assustado (e muito triste) com o nível dos alunos nos cursos de graduação. É urgente reverter esse quadro. A situação é muito grave.

  32. Caro Marcello, cuidado para
    Caro Marcello, cuidado para não cair no conto da sereia. Quem lhe garante que eventuais recursos obtidos ou economizados com uma privatização “branca” das universidades seriam alocados no ensino de base?

  33. Nesse país o governo nos toma
    Nesse país o governo nos toma 25% do salario para imposto de renda. E em tudo que compramos pagamos porcentagens maiores que essa. Uma grande parte do nosso dinheiro vai para o governo, e ainda querem mais dinheiro para pagar universidade mantida por impostos? Isso que não!

  34. Para se debater esse tema de
    Para se debater esse tema de maneira apropriada são necessárias pesquisas criteriosas quanto à alegada predominância da elite na universidade pública.
    Pessoalmente, duvido. Sempre estudei em escola pública e, ao entrar na universidade (UFF), convivi com uma maioria de estudantes de classe média baixa.
    É preciso, ainda, levar em conta que o nível das condições materiais – incluindo as do corpo discente – varia enormemente de região para região. As universidades públicas paulistas são consideravelmente mais abastadas que as do resto do Brasil. Para se debater o tema sem cair em falsas premissas (como inicialmente ocorreu em relação ao debate da Previdência) é necessário levar esse fator em conta – não dá para se basear unicamente na ilha de excelência paulista.
    Outros pontos a considerar são a necessidade de o país formar elites técnico-intelectuais capacitadas e, como outro leitor ja comentou, a possibilidade de que a privatização da universidade pública a torne de fato um espaço restrito às elites econômicas.

    É preciso, ainda, .

  35. Indo mais fundo.
    Indo mais fundo. Historicamente, quem faz Pesquisa e Desenvolvimento no país são as universidades públicas. O Brasil é um país continental com profundas diferenças entre os estados. A criação e manutenção das universidades federais, em todos os estados brasileiros, é uma forma de tentativa de alguma uniformidade neste país espicaçado pela profunda desigualdade. São Paulo tem Fapesp. E o Amazonas? E o Acre? E Santa Catarina? Esta é uma razão fundamental para não desestruturar o que já existe. Em segundo lugar, o financiamento da educação básica é extremamente complexo, com participação do governo federal, estaduais e muncipais. O Fundef à epoca de sua implementação ao estabelecer regras de transição para a municipalização do ensino – com contrapartida de recursos para cada aluno assumido pelo governo municipal – teve impactos diferentes e exdrúxulos, pois cada estado tem especificidades na oferta de vagas. Em alguns, a maioria das vagas oferecidas são do estado, em outros, do município. A capacidade tributária dos estados brasileiros são profundamente diferentes. Claro, acho que as universidade federais e estaduais deveriam se aproximar da sociedade e retornar a sua produção para ajudar a tirar este páis desta multimiséria material e moral. Por último, acho mesmo que não basta injetar dinheiro. Precisa de PROJETO PEDAGÓGICO que inclua tudo: obejteivo, justificativa, metodologia, cronograma físico e financeiro, metas e instrumentos gerenciais. O país é um país não confiável para o povo. Privatização não é sinônimo de solução. Pelo contrário, na país é mais uma forma de espoliação e confisco, pois este não é um país sério e aparacendo uma oportunidade de sacanear o povo, em geral é feito. Portanto, muito cuidado nesta hora. Adicionalmente, interessante: vários professores deixaram as universidades públicas e foram para as privadas, devido aos baixos salários nas públicas. Há muitos elementos mais. Vejam o que está acontecendo no Rio de Janeiro – reportagem de hoje. O buraco é fundo e há que descê-lo com calma senão se esborracha lá embaixo. Quem faz PD no país é a Universidade Pública. Acho mesmo que precisa de PROJETO PEDAGÓGICO bom com gestão e criatividade para que o aluno tenha interesse em frequentá-la. Muita calma nesta hora.

  36. Caro Nassif:
    Como grande
    Caro Nassif:
    Como grande jornalista econômico que você é, sugiro que ilumine as nossas mentes com os números reais das verbas destinadas à educação no Brasil.
    É uma unanimidade na grande imprensa que as verbas no Brasil são destinadas em maior volume à educação superior do que à educação básica. Sendo esta informação verdadeira, ficamos diante do seguinte dilema: ou este montante é insuficiente, ou ele é muito mal gerenciado. Falo isto porque as condições nas universidades públicas, pelo menos aqui no meu Estado, o Rio de Janeiro, são as piores possíveis. As quatro universidades federais aqui existentes (UFRJ, UFF, UFRRJ e UNIRIO), parecem cenários de filmes de terror. Suas instalações jazem no mais completo abandono. Não há banheiros decentes para o alunos, os laboratórios são anacrônicos, as salas de aula não ficam devendo nada às salas do século XVI, e por aí vai. Os hospitais universitários, então, nem se fala. O hospital universitário da ilha do fundão nunca teve sua obra concluída. É um esqueleto de prédio gigantesco na entrada da Ilha do Governador, com a maior parte de suas alas inconclusas. Se plenamente concluído, poderia servir a uma população gigantesca.
    É claro que há ilhas de excelência dentro dessas universidades. A COPPE, por exemplo, é muito bem sucedida. Mas se formos olhar a Coppe de perto, vamos perceber que ela hoje é quase uma extensão da Petrobrás. Funciona bem e consegue fazer pesquisa avançada porque conta com patrocínio externo. Aliás, creio que todas essas ilhas tem patrocinadores. Os departamentos que funcionam apenas com as verbas destinadas através do orçamento da Universidade são caóticos.
    Então fica a dúvida: o dinheiro é suficiente, mas mal administrado, ou é insuficente? Ou é insuficiente e mal administrado, e por isso produzindo todo esse caos que conhecemos?

  37. Pegou um ponto chave. Tem que
    Pegou um ponto chave. Tem que se discutir o tema, mas não embarcar nesse sofisma do pensamento cabeça-de-planilha de jogar o ensino médio contra o ensino superior. É a mesma coisa dos André Uranis da vida, de jogar o pobre contra o miserável.

  38. Será que o problema é que os
    Será que o problema é que os recursos voltados para educação estão muito concentrados no ensino universitário ou que há tantos desvios do dinheiro público que a parcela que chega na ponta é insuficiente? Deveríamos lutar para diminuir a corupção e exigir que o ensino, em todos os níveis- do básico ao universitário, seja de boa qualidade.

  39. Não existe nada de graça,
    Não existe nada de graça, quem paga isso é a sociedade, isso é relevante para o país? Essa deveria ser nossa pergunta.

  40. Tal como muitos que aqui se
    Tal como muitos que aqui se manifestaram tambem considero que essa história de que a universidade publica é monopolizada pela elite uma mistificação, cursei todo o 1° e 2° graus em escolas publicas e só cursei universidade por existir a pública caso contrario minha familia não teria condições de bancar uma particular, lá encontrei muitos elementos da dita elite mas tambem muitos oriundos de classes menos favorecidas, agora isso não significa que se deva manter as coisas tal como estão, acho promissor o sistemas de cotas porem penso que utilizar apenas o fator racial uma forma burra de se utilizar um bom instrumento, me parece mais adequado o sistema de reserva para alunos oriundos da rede publica.

  41. É importante que se diga que
    É importante que se diga que as escolas públicas são financiadas com o dinheiro dos impostos dos cidadãos.
    Portanto, é justo, que a sociedade como um todo, seja beneficiada por esse investimento que ela faz.
    Devem cursar as escolas públicas os mais capacitados. Aqueles que, de uma forma ou de outra, devolvam à sociedade, através de seu trabalho como médicos, engenheiros, advogados, etc, os recursos que todos investimos na formação desses novos profissionais.
    Essa história de cotas, é muito simpática, mas não é, propriamente, muito correta.
    Como contribuinte, quero pessoas capacitadas para me atender e servir. Não é importante que sejam oriundos de favelas ou de bairros nobres.

  42. Meus filhos sempre estudaram
    Meus filhos sempre estudaram em escolas públicas. Do Pré à Universidade; sendo que um chegou ao Doutorado. Tudo de graça. Se não fosse a escola pública brasileira não teriam condições de estudar. O problema do ensino fundamental e médio é que caiu de qualidade gerado pelos salários defasados dos professores e mais, o problema dos chupa-cabras; sempre vai existir a possibilidade das verbas não chegarem ao seu destino.

  43. Luiz, também acho complicada
    Luiz, também acho complicada essa questão de rico x pobre. Mas o modelo tributário brasileiro é fundamentalmente regressivo. Como a maior parte dos tributos incide sobre consumo, quando mais pobre a pessoa, maior o percentual de renda para pagamento de impostos.

  44. O fato do governo priorizar a
    O fato do governo priorizar a educação fundamental não significa que devam ser feitos menos investimentos no ensino superior, principalmente em pesquisa, fato bem lembrado pelos colegas que postam aqui.
    Ocorre que o objetivo principal do Estado deveria ser proporcionar o maior bem estar possível ao maior número de pessoas. No Brasil, a educação fundamental é de péssimo nível, com professores mal pagos e alunos desinteressados. Sugiro aos que nunca visitaram, que visitem uma escola pública e vejam o estado das instalações, dos seus alunos e dos professores, bem como a qualidade das aulas. Lembrem-se que mais de 90% dos estudantes da educação fundamental cursam nossas escolas públicas.
    Este é o principal problema do Brasil e o nosso grande desafio para trilharmos o caminho do desenvolvimento, o Cristóvão Buarque não estava errado em dar tanta ênfase à educação.

  45. É preciso investir em todos
    É preciso investir em todos os níveis de educação ao mesmo tempo. Um dos fatores de melhoria do ensino básico é a formação dos professores, que é feita no ensino superior. Mas não basta investir na escola. Segundo me informaram, há pesquisas que mostram que a escola responde por no máximo 40% do que uma criança aprende.

    O jornalista Gilberto Dimenstein, há algumas semanas, mostrava que as crianças da favela Paraisópolis atendidas por uma unidade do Colégio Porto Seguro (templo da elite endinheirada de São Paulo), que estudam com os mesmos professores, o mesmo currículo e os mesmos métodos dos alunos ricos da escola não têm nem de longe o mesmo desempenho no vestibular. Poucos conseguem acesso à universidade pública. Essa situação parece mostrar o peso do meio social, da família, na vida escolar das crianças. As melhores escolas públicas são aquelas em que os pais participam ativamente do dia-a-dia, ficam em cima, cobram.

    Não basta investir nas escolas, é preciso investir nas famílias. A classe média não tem dinheiro apenas para pagar uma boa escola (a duras penas, muitas vezes). Tem dinheiro para levar o filho a um teatro de vez em quando, para comprar jornal e revista, para comprar livro e outras coisas que ampliam o conhecimento dos filhos.

    Os mais pobres não têm dinheiro para pegar um ônibus para assistir a um espetáculo gratuito promovido pelo SESC.

    E também acho que é preciso perguntar se é preciso universidade para tudo. Daqui a pouco ninguém poderá se candidatar a um emprego de secretária sem ter curso superior. Não é um pouco absurdo?

  46. Olá Nassif,
    Acho que a
    Olá Nassif,
    Acho que a rapidez com que li os comentários podem ter tirado meu foco, mas acho o seguinte: tornar universidades públicas pagas, ainda que, segundo alguns, somente os mais abastados devam pagar (imaginem o que vai ter de atestado de pobreza sendo “vendido” por aí…), é fazer com que aqueles que já pagam a conta tenham que pagar em dobro. Acho que mais qualidade no ensino básico já ajudaria muito. Só queria saber mais sobre a relação entre o tamanho da verba e qualidade de ensino, em qualquer nível de ensino.
    Se alguem aí acha que meritocracia (para os alunos) é cruel, fiquemos somente na cobrança da performance dos funcionários de educação, avaliando os conhecimentos dos alunos e não os títulos dos mestres. Este assunto rende muito para comentar em poucas linhas.
    [ ]´s

  47. Gente, pára com essa de rico
    Gente, pára com essa de rico pagar mais imposto que pobre. Há controvérsias. Pergunto: pagam mais em termos absolutos ou relativos? Pegue o salário de alguém que recebe até 500,00/mês (70% da população) e é só calcular qto paga de imposto (só para exemplo, ICMS da luz, telefone…), sem contar que o mesmo valor – absoluto – pago no imposto do arroz e similares é o mesmo do rico e pobre, lógico então que isto pesa mais ao pobre que ao rico. PROPORCIONALMENTE, a classe baixa é até mais onerada.

    Não esqueçamos que a burla ao pagamento de imposto, diga-se sonegação – é praticada, PREPONDERANTEMENTE, pela classe média alta e ricos. Vide casos dos recibos médicos (de onde saem esses profissionais?), os casos das transferências pro-labore cheia de artifícios das grandes empresas e indústrias aos seus sócios/proprietários, sem contar a protelação de pgto de imposto mediante a utilização de grandes bancas de advocacia especializadas na área tributária praticando a chamada elisão fiscal. Sei de estórias de que essa gente almoça em restaurantes chiques e pega recibo em nome de empresa e desconta tudo do imposto. Até contraria o economista que dizia não existir almoço grátis? rsrs.

    Resumindo, será que mtos ricões por aí podem se ‘apavaonar’, encher os pulmões e dizer que pagam tanto imposto mesmo? Ou se pagam, é o justo principalmente comparando com outros contribuintes?

    Afirmo, sem receios, que a classe média é a suportadora da carga tributária, visto que grande parte dela tem sua maior carga tributária – o leão – descontada na fonte (sem desmerecer a contribuição da classe baixa que, como dito, proporcionalmete, é onerada tbm).

    No fim, em termos de dispêndio, fica tudo igual. Mto dinheiro gasto pelo que estuda na escola particular é recuperado pela dispensa de se pagar o estudo na universidade pública. O menos abastado estuda na escola pública, porém, se quiser ingressar na universidade, acaba por ter que fazê-lo no estabelecimento privado. Logo, o que não pagou antes, paga-se depois… A estrutura da escola particular mais os cursinhos não permitirão mudar esse roteiro. O script será seguido por mto tempo!

    Portanto, acho que o debate deve fugir dessa questão de que “pagou imposto e agora merece estudar na universidade pública”. Porque, por esse raciocínio – de novo, o critério deve ser o pgto proporcional de imposto -, TODOS deveriam então nela estudar !!!

    Um abraço e parabéns pelo blog esclarecedor, Nassif!

  48. Sobre a cobrança sou
    Sobre a cobrança sou totalmente contra, o que poderia tentar se fazer e ver como os EUA, onde os egressos das universidades por generosidade, agradecimento, etc sempre estão fazendo doações, etc. Mas para isso é preciso criar uma identidade nas universidades, incentivar, etc. Outra forma poderia ser regulamentar melhor as fundações e institutos de pesquisas, para que estes também dessem retorno financeiro para as Universidades, exemplo, uma patente desenvolvida lá, um percentual ficaria para a Universidadem outro para o pesquisador, etc. Nos cursos, parte das mensalidades seria revertida para a Universidade, etc.
    Não gosto de generalizar, mas tirar de uma area que bem ou mal funciona para transferir para outra que esta ruim, como sugere a ultima premissa so vai criar duas coisas ruins.

  49. Sabia que uma família de 4
    Sabia que uma família de 4 pessoas com renda bruta total acima de uns 4000 reais está no bolo das “famílias abastadas”? Descontados os impostos, sobra quanto? esta família provavelmente já arca com previdÊncia privada e escola privada (o que é uma bi-tributação, pois além disso ela paga o setor público). A grande classe média, no fim das contas, só usufrui do ensino superior (quando os filhos passam no vestibular). O RICO mesmo, aquele que sempre quer privatizar tudo e tal, esse os filhos nem estudar no Brasil estudam. O médico dele é nos EUA, não é aqui. Esta discussão sobre a classe média é uma balela. mais uma vez a grande mídia jogando a classe média contra a baixa (a questão dos programa de assistÊncia) e a classe baixa contra a média (coisas como ensino superior e salários no serviço público).

  50. Essa questão é bem complexa.
    Essa questão é bem complexa. Envolve diversos aspectos.
    1) Cada curso tem sua realidade sócio-econômica. Os mais concorridos, como Medicina, são realmente muito elitizados. Já os menos procurados, como Letras ou Física recebem uma clientela de renda bem mais baixa.
    2) Membros das camadas menos favorecidas com Ensino Médio completo em proporção significativa: eis um fenômeno sócio-econômico recente no Brasil. Se a elite já estava na universidade pública antes é porque membros dessa própria elite não quiseram investir para montar uma estrutura universitária quando só eles concluíam o Ensino Médio. Pelo contrário, empurraram essa tarefa para o Estado. Logo, comparar a situação atual, em que essa mesma elite montou “supermercados de diplomas” para atender a demanda reprimida recentemente surgida, com a de 20, 30 ou 40 anos atrás é difícil, senão impossível.
    3)Justamente em função da heterogeneidade de público que cursa as universidades públicas, sugiro que se crie um mecanismo de pós-financiamento. Assim, não se sacrifica o mais humilde que lutou para estudar gratuitamente numa escola de qualidade, nem cria-se a necessidade de avaliações sócio-econômicas sujeitas a distorções injustas para definir o valor da mensalidade compatível com o nível de renda do aluno, bem como a cota de bolsas a que cada instituição tem direito.
    4)A maneira mais simples e justa de se criar um mecanismo de pós-financiamento é estabelecer um acréscimo na alíquota do IR para os egressos da universidade pública. Assim, não se sacrifica o estudante e sua família durante o curso e a faculdade recebe de volta parte do valor que agregou ao currículo do pessoal formado por ela.
    5)A aplicação dessa verba resultante da alíquota suplementar(digamos 1,5% a mais no IR) para mim, deveria ser subdividida. Proponho a seguinte forma: 60% para a faculdade ou instituto em que o aluno se formou, 30% para a universidade em que ele se formou e 10% para um Fundo geral das universidades. Isto evita que o dinheiro arrecadado caia no caixa comum do Tesouro, além de evitar “solideriades forçadas”. Ou seja, egressos de instituições de maior renome fomentarem exclusivamente escolas menos destacadas.
    6)Alternativamente ao pós-financiamento, cada instituição poderia estabelecer mensalidades para quem quisesse e pudesse pagar durante o curso, desobrigando-se de financiar o sistema universitário pelo resto da vida.

    É uma proposta.

    Só não dá para ficar fazendo a universidade pública de bode expiatório, como a “jurisprudência jornalística” vem fazendo há algum tempo!

    Concordam?

  51. Há mais de 30 anos (desde
    Há mais de 30 anos (desde Passarinho) ouço essa história de universidade pública paga. Falava-se em número de alunos com carros para justificar a possibilidade de cobrança. É preciso se conhecer números reais e honestos da capacidade de pagamento. O Prouni é uma saída ou não ? O empresariado, ultimamente, tenta dirigir o pensamento para o corte de políticas sociais, prá que ? Sobrar dinheiro para seus investimentos ? Mamar na teta do governo não tem fim ? Trabalhar para o governo é garantia de lucros , ainda mais com as agências ?

  52. A fim de aprofundar as lutas
    A fim de aprofundar as lutas de classes, sugiro que reflitam sobre as seguintes vidas paralelas:

    X de Almeida Prado nasceu em uma família de classe média alta cujos antepassados foram grandes fazendeiros de café no Vale do Paraíba. Estudou o curso fundamental e o segundo grau em escolas privadas da elite da capital paulistana. No vestibular, passou no vestibular de Medicina da USP e da Federal de São Paulo que ele considerava os melhores cursos da especialidade na cidade. Após cursar 6 anos de ensino gratuito em uma destas Universidades públicas sempre como bom aluno, X passou a exercer a profissão que escolheu com honestidade e competência, atuando em hospitais públicos e particulares. Atualmente, seu padrão de vida é o semelhante aos dos seus pais.

    José Manuel nasceu em uma família de classe média baixa da periferia de São Paulo cujos antepassados foram meeiros de fazendeiros da Paraíba. Estudou o curso fundamental e o segundo grau em escolas públicas da periferia da capital paulistana. Ao chegar ao vestibular, só foi aprovado para uma Universidade privada não bem conceituada. José Manuel poderia ter estudado à noite e trabalhado de dia, como fizeram vários amigos de escola, mas ele era bem esperto e sabia até onde poderia chegar desta maneira. Emigrou ilegalmente para os EUA e trabalhou duro como motorista de táxi durante 6 anos economizando cada centavo. Assim conseguiu abrir uma firma de locação de limusines e levou toda a família para viver e trabalhar com ele nos EUA. Assim, não precisa mandar dinheiro para o pessoal no Brasil. Diz que ama muito o Brasil, especialmente na época de Copa do Mundo, mas quer viver para sempre com seus filhos nos EUA, onde seu padrão de vida é superior ao de um médico no Brasil.

    Desafio: em quem foi melhor empregado o dinheiro público do ensino gratuito? Qual investimento em educação gratuita gerou mais retorno para o Brasil?

    Educação superior gratuita existe em todo país do mundo de que me lembro, exceto EUA e China (esta recentemente passou a cobrar algumas poucas centenas de dólares por ano de cada aluno). O padrão mundial é haver alguma oportunidade de ensino superior gratuito.

    O sistema brasileiro apesar de seus defeitos ainda tem uma vantagem: é possível a qualquer José Manuel de classe média baixa (mas não muito miserável) que tenha um bom desempenho escolar cursar gratuitamente qualquer curso superior em uma boa Universidade pública e começar a vida profissional ainda pobre, mas sem dívidas. Eu sei por que fui um deles, e conheci vários outros como eu. Nos EUA somente um estudante excepcional, quase um gênio, é que recebe uma bolsa para estudar medicina, e, mesmo assim, terá que arrumar algum emprego em tempo parcial e irá terminar o curso com várias dívidas. Em qualquer classe de Medicina da USP tem sempre alguns alunos de classe média baixa algo difícil de encontrar em qualquer escola de medicina dos EUA.

    É claro que o sistema é ainda injusto. Pode ser melhorado com cotas para alunos de escolas públicas, ou com contagem de pontos no vestibular de acordo com a quantidade de anos cursados em escolas públicas, sem qualquer critério de classificação racial (para mim, neo-nazista).Entretanto, os alunos menos pobres das escolas públicas sempre farão cursinhos de reforço antes do vestibular, o que é o mesmo que cursar uma escola privada.

    Principalmente é preciso criar algum mecanismo que obrigue aos que freqüentaram Universidades públicas a exercer suas atividades profissionais no Brasil ou a pagar pelo que o país neles investiu. É espantosa a quantidade de pessoas que freqüentam Universidades públicas, fazem mestrado e doutorado com bolsas do governo Federal, e, depois, vão ser profissionais ou pesquisadores em empresas ou Universidades do exterior. Alguns destes ficam famosos em suas profissões e dão entrevistas meio arrogantes falando da falta de oportunidades no Brasil, mas nunca sequer agradecem ao país que pagou os seus estudos. Reparem bem.

  53. Esses disparates têm a mesma
    Esses disparates têm a mesma explicação que a prisão especial para cidadãos de nível superior, ou seja, manter a elite privilegiada e apartada do andar de baixo. Depreferência de graça!

  54. É muito hipócrita a realidade
    É muito hipócrita a realidade da Universidade Pública no Brasil! O estudante que sai da escola secundária particular, pois tem condições de pagá-la, tem acesso ao ensino universitário gratuito, enquanto o que sempre estudou em escolas secundárias públicas, jpor não ter condições de pagar, na sua quase unanimidade, ingressa na Universidade Pública Particular, e quando conclui fica devendo até a alma. Ora, ensino gratuito é dirigido aos que não podem pagar, é por ser uma questão social. A solução é fazer com que os que tenham recursos paguem para estudar nas escolas pública.

  55. Nassif e Marcello
    Nassif e Marcello Luporini,

    Compreendo os argumentos empregados são em colocados, mas como o assunto sempre vem a baila a muitos anos, tenho uma ponta de irritação de pensar que continuarmos sem pensar o que é educação em sua totalidade, e vou começar informando que educação superior não é isso, faz parte da política de desenvolvimento de um país, o Estado gasta muito para um dia ter retorno em tecnologia, isso ocorre em quase todos os países que conheço algo sobre o modelo Índia, China, Japão, Irlanda, eles criaram grandes programas pagando seus alunos lá e nos EUA para criar centros de tecnologias em seus países.

    Jogar fora as Universidades Federais ou Estaduais exigindo pagamento vejo uma alternativa, já que não é para ter política de desenvolvimento, cessa tudo, ou seja, acaba com o ensino gratuito em todos os níveis, parece radical, mas não é, é apenas lógico, se vamos competir com Sudão, Chade, Uganda (sem insulto aos países) para que perder tempo com bobagens como uma educação que trouxe resultados e muita capacitação técnica.

    Afinal, se é para aceitar que o Brasil deve ser exportador de produtos primários e trabalhadores braçais nos EUA e Europa pelo menos economizaremos o dinheiro dos impostos.

    Se for para enganar, radicalizemos o modelo de aprovação automática, a criança fica em casa assistindo TV, todos os programas devem ser em inglês, afinal será a língua dos seus patrões, e a cada ano ela muda de série, ao final ganha uma passagem para um país do primeiro mundo, que sabe no futuro o atual modelo até melhore o nível escolar dos plantadores de soja que seremos nós.

    O que se deve pensar não é no resultado para o erário agora, e sim daqui a 30 anos com tal política, no Império tivemos grandes senadores que eram contra a ferrovia e conseguiram atrasar o programa, bem o resultado conhecemos.

    Desculpe-me pela minha fraqueza, mas eu conheço a matriz das idéias que apesar de bem intencionadas, demonstram que quem defende não pensa num projeto global e nem em benchmark com outros países que estão dando certo, não podemos retomar ao século XVI em termos de ensino, se vocês conhecem algum político que defenda tal medida pergunte a ele, por que não fechamos todas as Assembléias Legislativas e câmaras de vereadores também, e colocamos nas prefeituras pessoas escolhidas em concurso público por prova e currículo, sei que todos vão dizer é democrático, ué não dá certo no papel, não economiza dinheiro, então é melhor, já que eu não penso nas implicações futuras.

    APesar de entortar mais o texto, a classe média e mesmo os ricos pagam as universidades públicas, via dedução do imposto com educação, que só no maternal da minha filha vou gastar mais de R$ 8.000,00 para abater R$ 2.400,00, retira todo o mês o que pago de tributos nesses gastos, consumo etc, faça a conta é bem mais que o Estado gastaria sem contar que economiza uma vaga na rede pública.

  56. Luis Hamilton,
    A defesa
    Luis Hamilton,
    A defesa aguerrida de privilégios injustos é um universal humano. Felizmente o altruísmo também é.
    É claro que os ricos tem um privilégio injusto quando estudam em uma boa universidade pública sem precisar pagar uma mensalidade.
    Capital foi o comentário do Nassif, que lembra que os pobres e miseráveis contribuem proporcionalmente mais para o estudo “gratuito” do filho do “barão”, do que o próprio “barão”.

    Nassif,
    Rico x Pobre é importante, porque se dependermos do altruísmo da elite brasileira, vamos continuar sendo por muito tempo uma das sociedades mais injustas do planeta. Mudança social se faz com luta contra a injustiça.

  57. Alguma coisa me diz que a
    Alguma coisa me diz que a idéia de que a universidade pública é reduto dos filhos dos ricos é mais uma generalização.
    Seria interessante ver números confiáveis de um bom número de universidades pelo país.
    Posso dar minha experiência pessoal: quando passei pela faculdade de jornalismo de Bauru (Unesp), na minha turma, só 1 [um] aluno ia estudar de carro.
    Imagino que a realidade das humanas e de escolas pelo interior do país não seja a mesma da Poli ou da São Francisco.
    E tem mais: uma coisa é cobrar mensalidade do filho do rico. Outra coisa é cobrar do filho do funcionário público, do filho do professor, do microempresário. Há um país além dos ricos e dos excluídos, querendo pôr a cabeça pra fora e respirar.

  58. Acho interessante a história
    Acho interessante a história da “faculdade é para o rico”. Estudei em faculdade pública e RICO mesmo não vi nenhum. Vi até muito classe média alta, mas RICO não estuda no Brasil.

  59. Fábio,

    O que eu quis
    Fábio,

    O que eu quis primeiro foi mostrar que seu comentário partia de dois pesos e duas medidas. Sei que o sistema tributário brasileiro é regressivo – mas estamos falando de proporcionalidade. Evidentemente, em valores absolutos, quem sustenta a universidade são os maiores pagadores de impostos e não menores. Por isso, não podia deixar de mostrar que você dizer que o pobre PAGA para o rico estudar SEM PAGAR é incoerente.

    Pobres e ricos custeiam a universisdade, essa é a realidade. E se o sistema tributário é regressivo, o problema não vai se resolver cobrando mensalidades. Taí mais um dos meus argumentos: focar em argumentos errados faz com que deixemos de buscar a solução. O problema é o sistema tributário, não a gratuidade da escola.

    Quanto a ricos x pobres, continuo achando que você faz uma generalização ruim. Você mesmo não deve ser o que se considera “pobre”. E não deixa de cumprir suas obrigações e de lutar pela cidadania. É claro que a elite brasileira tem uma parte perniciosa, que só pensa em si, que sonega, enfim, que não cumpre o papel que normalmene deveria ser da elite na construção do país.

    Isto TAMBÉM não vai se resolver acabando com a gratuidade do ensino. Principalmente, e aí eu falo com muito conhecimento, porque esta parte frívola da elite já não manda seus filhos para a universidade pública! Se existe alguma exceção, é mérito pessoal do estudante.

    Por fim, como eu já disse, essa idéia de que só filho de rico entra na universidade pública é totalmente fora da realidade. Meus pais eram professores do Estado, eu sempre estudei na periferia e fiz uma universidade pública. As pessoas que eu conheci lá estavam, em geral, na mesma situação. Eu ia de carro porque como eu morava a 40 km da escola, preferi economizar cada centavo do meu primeiro emprego para comprar um pois-é… E normalmente, meu carro voltava lotado, porque eu dava carona para meio mundo até o metrô. Não sei de que escola você fala, mas esta que eu mostro é a realidade da USP, na imensa maioria dos seus cursos.

    De novo, colocar a discussão em ricos x pobres e em termos de privilégios para uma classe apenas tira atenção dos pontos importantes: sistema tributário ineficiente, descuido com os ensinos fundamental e médio, falta de transparência em todas as instâncias, etc etc etc

    E ainda, só parece revanchismo. Algo assim: o pobre deveria ter ACESSO a universidade pública, mas já que não tem, então vamos cobrar mensalidade. O pobre VAI CONTINUAR FORA, mas pelo menos o suposto rico tem que pagar….

  60. Nassif: Em primeiro lugar,
    Nassif: Em primeiro lugar, patabéns pelo alto nível da discussão e de sua informação sobre o assunto.Mas gostaria de, como diz nosso guia, trazer à luz um dado concreto: você tem idéia da força que os diversos sindicatos que militam nas universidades têm ? Como os funcionários tem voto na escolha do Reitor, os sindicatos pressionam para o “inchaço” dos quadros das mesmas e, claro, como patrocinadores destas admissões, têm o “curral eleitoral” garantido. Influem na designação até dos assistentes das cátedras. E não gostam de que se fale em trabalho. Quando se toma qualquer atitude para aumentar a carga horária dos professoares é greve na certa. Existem outros fatos, nas entranhas das Universidades, que acredito sejam de seu conhecimento, que me conduzem ao seguinte pensamento: Não tem jeito. Por melhores que sejam as políticas e projetos para busca da excelência de nossas escolas superiores, não serão imp´lantadas se não forem “autorizadas” pelos sindichatos.

  61. Luis Hamilton,
    Desculpe, mas
    Luis Hamilton,
    Desculpe, mas acredito que não entendi.
    Defender que os ricos, no país vice-campeão em desigualdade no mundo, ainda tenham o privilégio de estudar à custa do estado, não está correto.
    O dever do estado é diminuir a desigualdade e não perpetuá-la.

    Se você acredita que a maioria dos alunos das universidades públicas federais não são ricos (eu não tenho esta certeza), isto não justifica que os que são ricos e podem pagar não o façam.
    Nada é mais injusto que defender benesses públicas indevidas para uma pequena casta privilegiada.

  62. Tem um dado relevante que
    Tem um dado relevante que está sendo esquecido nesta discussão: a Educação Superior a Distância já está, neste exato momento, modificando significativamente o perfil sócio-econômico do aluno de instituição pública de ensino superior. O sistema Universidade Aberta do Brasil entrou em operação ano passado, com 10 mil vagas em Administração de Empresas a distância em mais de uma dezena de universidades públicas. Para 2007 são agora cerca de 60 mil vagas. A partir de 2008 pretende-se incluir no sistema entre 200 a 300 mil estudantes por ano. Não é irreal supor que até a virada desta para a próxima década tenhamos 1 milhão de alunos estudando a distância em universidades públicas.

    É uma expansão na direção das classes C e D no interior do país, sem precedentes na nossa história. E este processo já está acontecendo.

    O que acontecerá com o ensino superior privado quando milhares de vagas forem oferecidas gratuitamente em universidades públicas, atraindo justamente a principal clientela destas instituições particulares? Ou elas se elitizam e passam a atender alunos das classes A e B, elevando bastante seu padrão de qualidade de ensino (como já fazem as instituições particulares de ensino fundamental e médio) ou não sobreviverão…

    O impacto do ensino superior a distância não está sendo bem dimensionado por vocês nesta discussão. Vocês estão olhando para o que FOI o ensino superior até aqui. Se olharem para o que já está sendo e para o que caminha para ser, perceberão outra coisa…

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