Moraes ameaça tirar Telegram do ar de novo se empresa não tiver representante no País

Plataforma tem 24 horas para indicar novo representante e, se descumprir ordem, ainda terá de pagar multa diária de R$ 500 mil.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu ao Telegram o prazo de 24 horas para indicar um novo representante legal da empresa no Brasil. Se a ordem for descumprida, o aplicativo será suspenso por, inicialmente, 48 horas, além de multa diária de R$ 500 mil.

A determinação faz parte do inquérito aberto na Corte para investigar os diretores e responsáveis do Telegram e do Google por campanhas contra o projeto de lei das Fake News.

“O Telegram indicou Alan Campos Elias Thomaz como representante legal no Brasil, informando, ainda, que continuará ‘construindo e reforçando nossa equipe brasileira’, o que resultou, no período que se seguiu, na regular intimação da empresa para o cumprimento de diversas decisões judiciais desta Suprema Corte, incluindo o bloqueio de perfis que divulgam conteúdo ilícito e, inclusive, o pagamento de multa”, afirmou Moraes.

Reincidente

O aplicativo russo é acionado pelas autoridades brasileiras desde as eleições, época em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tentava firmar parcerias com outras redes para combater notícias falsas.

Para se manter no ar, o Telegram precisa contar com um procurador no Brasil. Desta forma, em 20 de março, o advogado Alan Thomaz foi indicado como representante oficial da plataforma, dois dias depois de o aplicativo sair do ar por determinação de Moraes.

No entanto, o escritório Campos Thomaz & Meirelles Advogados informou, na última segunda (22), o rompimento da relação com o aplicativo e pediu que o nome dos sócios e advogados do escritório sejam desvinculados ao Telegram.

Processos

Além de não colaborar com o TSE no período eleitoral, a liderança da plataforma também é questionada por disparar mensagens contra a PL das Fake News, no início de maio.

Na ocasião, o aplicativo fala que a lei vai “acabar com a liberdade de expressão”, que daria ao governo “poderes de censura sem supervisão judicial prévia”, que a “democracia está sob ataque no Brasil” e que “caso seja aprovado, empresas como o Telegram podem ter que deixar de prestar serviços no Brasil”.

Em abril, o Telegram saiu novamente do ar, depois de não atender a solicitação da Justiça e entregar contatos de participantes de grupos nazistas e de apologia à violência nas escolas.

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Camila Bezerra

Jornalista

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