PUC/Rio inova em semicondutores e busca parcerias

O Rio de Janeiro passa a contar, a partir do dia 22/10, com o mais moderno equipamento para deposição de materiais semicondutores da América Latina. Equipamento, instalado no Centro Técnico Científico da PUC/Rio, foi importado da Alemanha, e custou R$ 3 milhões.

Em entrevista ao Convergência Digital, a professora Patrícia Lustoza de Souza, do Centro de Estudos em Telecomunicações (CETUC/PUC-Rio) e líder em pesquisa tecnológica do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanodispositivos Semicondutores (DISSE), explica que os materiais semicondutores são matéria-prima para a produção de dispositivos eletrônicos e optoeletrônicos, como lasers (para ler CDs e DVDs), LEDs e fotodetectores (como os de infravermelho, que servem para fazer instrumentos que detectam a presença de gás tóxico e câmeras de visão noturna).

O material semicondutor é feito a partir de substâncias que estão na forma gasosa. Dentro do equipamento, os gases reagem e depositam material sólido em cima de um substrato. Para que o resultado seja preciso e de elevado grau de pureza, o equipamento consegue controlar a deposição a cada camada atômica. Isso faz também com que o resultado tenha uma homogeneidade muito grande e se tenha um melhor aproveitamento.

“Monitoramento de meio ambiente, como o de projetos para a emissão de gás tóxico, é um dos projetos que podemos tocar a partir do uso desse equipamento de deposição de materiais semicondutores”, exemplifica a professora Patrícia Lustosa. A proposta do Centro Técnico da PUC/Rio, salienta ainda a professora, não é semelhante a conduzida pelo CEITEC, estatal de semicondutores do Governo.

“Eles fazem design de chips, nós trabalhamos com a matéria-prima que é usada para a produção dos chips. Com esse novo equipamento – que nos permite produzir 20 vezes mais a partir de agora – podemos conduzir pesquisas mais efetivas com o mercado. Aliás, essa é a nossa grande proposta. Vamos abrir para start-ups e almejamos uma interação maior com as empresas privadas. Pesquisar com o intuito de ajudar a ‘fazer’ um produto comercial”, sinaliza a professora da PUC/Rio.

Patricia Lustosa lembra ainda que um dos feitos do projeto é o de permitir a formação qualificada de mão de obra. “O Brasil quer ser um pólo nessa área e precisa de especialistas. O nosso projeto, quer atrair os jovens para o mundo dos semicondutores”.

O novo equipamento substitui um importado na década de 90 e que, hoje, alimenta com essa matéria-prima, além dos grupos de pesquisa da PUC-Rio, cerca de 15 grupos no Brasil e também três internacionais, além de fornecer material para órgãos governamentais, como, por exemplo, o Ministério da Defesa, incluindo Exército e Aeronáutica.

De dimensões gigantescas (7m de extensão, 2,5m de altura e 1m de profundidade), o aparelho de deposição de semicondutores foi importado da alemã Aixtron. O transporte foi feito em 12 caixas e levou cerca de um ano para que pudesse ser efetivamente usado no LabSem. Financiamentos da Finep e do DISSE — cujos recursos são provenientes da Faperj e do CNPq – viabilizaram a aquisição do produto pela PUC/Rio.

Fonte: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=32138&sid=3

Redação

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