Paulistânia

 

Quando me encontras,

Repentinamente,

é assim:

caída em tua solidão

oblíqua,

e em teu modo cinza

de compaixão…

Três copos não bastam,

e nem o perfume na sede embriagada,

e ainda há o frio,

e o azedume na língua…

Ao sair do apartamento,

então me desespero

pois é agudo

e aflito,

o som da avenida.

E tua falta sentida,

Acorda

desesperadamente meu corpo

ainda em posição fetal.

A luz da manhã,

então vem,

invertida,

cheia da arribação

dos pássaros entristecidos.

E se sou

saudade,

agora é um desejo perdido,

e se sou amor,

agora é só um vazio…

Vivo tolhido,

entre o chão

e o céu de nuvens encardidas,

mas meu coração,

humilde,

sobrevive…

Luis Nassif

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