Ion de Andrade
Médico epidemiologista e professor universitário
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Lava Jato, ponto de inflexão ou fuga para frente?

Por Ion de Andrade

A Operação Lava Jato entrou em novo patamar e desta vez, o que está posto é suficiente para arruinar o Brasil. Três pontos altos parecem demonstrar que chegamos ao clímax da Operação.

O primeiro ponto alto é metodológico: o incrível vazamento através da mídia de bilhete escrito pelo presidente da Odebrecht aconselhando o seu advogado a destruir um email. Esse email já estava em poder da justiça e, por óbvio, não poderia mais ser destruído fisicamente, dando crédito à versão da defesa de que o email, não respondido, deveria ser rebatido energicamente, ou seja, destruído. A sua difusão desrespeita a inviolabilidade da defesa e é algo que, demonstra duas coisas a) o total desrespeito ao preso e b) a insegurança profunda dos agentes envolvidos na Operação quanto à própria ação que realizam, mostrando que se sentem devedores de continuadas explicações e justificativas. Uma espécie de “vejam como temos razão”.

Considero isto um ponto alto porque a insegurança dos agentes de vazar a informação para ter (finalmente) razão demonstra que ultrapassamos um limiar ético onde as tensões começarão a se acumular também no campo da operação. O vazamento parece demonstrar, portanto, que farejaram uma ilegitimidade e há nuvens no horizonte que fazem presumir um ponto de inflexão.

No tocante a essas práticas, a OAB, tardiamente, já tomou medida de questioná-las judicialmente. O ministro Teori Zavascki também, tendo inclusive classificado a prisão dos demais empresários investigados e já soltos de medievalescas. A continuidade das mesmas práticas, que pode figurar como uma espécie de reincidência é, inclusive, ostensivamente desmoralizante para com o referido ministro do supremo. Seja como for, parece que algum instrumento de contenção está em marcha.

O segundo ponto alto da Operação é a solicitação pelo MPF de investigação de empresa nacional por potência estrangeira, fato que está, naturalmente, agravado pela intencionalidade da interdição da empresa alvo, de que trataremos no terceiro ponto.

Essa ação tende a inviabilizar o funcionamento da Odebrecht no plano internacional. Só no Panamá a empresa tem 8,5 bilhões de dólares em contratos e o Ministério Público local já começou a investigá-la. A solicitação do MPF dispensa comentários. A sua gravidade fala por si mesma em alto e bom som. Porém, quem é que pode desautorizar a referida potência estrangeira de continuar as investigações solicitadas pelo MPF brasileiro, além do próprio MPF autor do pedido?

O STF está descartado. Ele só poderá atuar daqui a alguns anos se vier a considerar as “provas” advindas dessa investigação como inválidas por conflito de interesses. De fato, o órgão sobre quem repousa a responsabilidade maior e primeira sobre a defesa da Soberania Nacional é a Presidência da República. Cabe à presidenta, portanto, desautorizar o ato de agressão à Soberania Nacional contido no pedido de investigação de empresa nacional por país estrangeiro.

O terceiro ponto alto da Operação foi a explicitação, na ordem de prisão de Marcelo Odebrecht, feita pelo próprio juiz Moro, da intenção, até aqui não oficial, de que o alvo da operação é a própria Odebrecht (e as demais empreiteiras) e não somente os eventuais culpados pessoas físicas. Diz o juiz Moro, em frase contraditória, porque enuncia permitindo e conclui proibindo: “As empreiteiras não foram proibidas de contratar com outras entidades da Administração Pública direta ou indireta e, mesmo em relação ao recente programa de concessões lançado pelo Governo Federal, agentes do Poder Executivo afirmaram publicamente que elas poderão dele participar, gerando risco de reiteração das práticas corruptas, ainda que em outro âmbito”.

A frase é de compreensão difícil, porque se as empresas não estão proibidas de contratar, não deveriam ser punidas por terem a intenção de fazê-lo, porém o raciocínio toma parte da ordem de prisão do “apenado”.

Considero essa ordem de prisão um ponto alto da Operação Lava Jato porque, por ela, a Odebrecht é tratada como uma quadrilha. O crime praticado passou, clara e explicitamente a ser considerado como uma atividade fim da empresa que não pode mais, aos olhos do juiz, contratar com o Poder Público, (ainda que não esteja proibida), pois, dada a sua natureza criminosa intrínseca, só pode atuar de forma criminosa. O contrato ou a participação da empresa em licitações públicas deve, portanto e absolutamente, ser impedido, ao custo, se necessário, da prisão do presidente da empresa/quadrilha, com o fito de proteger o erário. O ministro Cardoso classificou a exigência de interdição da Odebrecht em licitações públicas como “abuso de poder”, que é crime tipificado no código penal.

A punição dos empresários culpados é, por esse entendimento exarado na ordem de prisão, não o fim mesmo da Operação Lava Jato, mas o meio através do qual as quadrilhas (megaempresas nacionais) deverão ser interditadas e neutralizadas. Aquilo que entendíamos como efeito colateral, a quebra de empresas que são patrimônio nação, no contexto da responsabilização de pessoas, deve ser entendido doravante como parte da ação.

É óbvio que tratar as empreiteiras nacionais que incorreram em atos de corrupção como se fossem um braço da Cosa Nostra, cuja natureza criminosa intrínseca impede a participação em licitações públicas não encontra respaldo legal. Uma coisa é uma quadrilha, uma associação para o crime, outra é uma empresa que eventualmente pode cometer ilícitos.

A FIFA, o HSBC, ou a Siemens dentre muitas outras continuam trabalhando, pois, como é óbvio, o crime e a atividade fim não estão confundidos. Com a Odebrecht, patrimônio nacional do Brasil, não. O crime e a atividade fim são uma só e mesma coisa, o que é suficiente para interditar a empresa.

A Operação Lava Jato está orientada, para além das proibições legais, como reconhece o seu maior responsável, para que o patrimônio material e humano reunidos na Odebrecht, o seu know how e tecnologias, todos inestimáveis para o Brasil, deixem de atuar em contratos públicos, o que representará a sua falência e perdas colossais para o país.

Vejamos as implicações desse entendimento para o país.

Conforme o Portal R7, em artigo intitulado “Lava Jato: investigações levantam dúvidas sobre obras da gigante Odebrecht:” “O Principal projeto de defesa brasileiro, o submarino de propulsão nuclear está sendo construído pela Odebrecht. Para Hélcio Takeda, diretor de pesquisa econômica da consultoria Pezco Microanalysis, os últimos desdobramentos da Lava Jato geram uma “indefinição” sobre o andamento das principais obras do país. Ele lembra que, no início deste mês, o governo anunciou um novo pacote de concessões envolvendo rodovias, ferrovias, portos e aeroportos para modernizar a infraestrutura brasileira e, assim, retomar o crescimento da economia. “Seria prematuro dizer o que acontecerá agora com a Odebrecht. [O andamento das obras] vai depender de como as investigações vão afetar a capacidade de financiamento da empresa. Neste momento, tudo ainda está muito nebuloso”, disse ele à BBC Brasil.”

Apesar disto, as obras atuais da Odebrecht continuam, conforme informa a própria empresa, mas a perspectiva de falência, por crise de financiamento, foi aventada por diversas agências de risco e a Standard & Poors já rebaixou a nota da empresa, o que lhe encarecerá os créditos para financiar-se.

As principais obras da Odebrecht são, além do Submarino Nuclear brasileiro, as Olimpíadas 2016, a usina de Belo Monte, os Navios Sonda e o Complexo Petroquímico do Rio.

Ora, se o abuso de poder é crime, a ação orientada para prejudicar, que pode ser conceituada como sabotagem, também o é e está tipificada no artigo 15o da lei 7170, a lei de Segurança Nacional de 1983, que ainda está em vigor e que, apesar de originar-se dos tempos do autoritarismo se curva hoje ao ordenamento jurídico do Estado de direito.

Diz a lei:
Art. 15 – Praticar sabotagem contra instalações militares, meios de comunicações, meios e vias de transporte, estaleiros, portos, aeroportos, fábricas, usinas, barragem, depósitos e outras instalações congêneres.
Pena: reclusão, de 3 a 10 anos.
§ 1º – Se do fato resulta:
b) dano, destruição ou neutralização de meios de defesa ou de segurança; paralisação, total ou parcial, de atividade ou serviços públicos reputados essenciais para a defesa, a segurança ou a economia do País, a pena aumenta-se até o dobro;
mas adverte também:
§ 2º – Punem-se os atos preparatórios de sabotagem com a pena deste artigo reduzida de dois terços, se o fato não constitui crime mais grave.

Com pouca jurisprudência de guerras, espionagem e contraespionagem, a sabotagem é comumente conceituada na justiça trabalhista como dano físico a máquinas e equipamentos ou de forma mais abrangente como dolo, no direito administrativo. O conceito de sabotagem inclui, no entanto, sempre um dolo e um prejuízo. O prejuízo ao país é inquestionável e o dolo (tentar interditar ilegalmente uma empresa com prejuízos para a nação em áreas estratégicas) pode ser presumido nos termos constantes da ordem de prisão do presidente da Odebrecht, – “As empreiteiras não foram proibidas de contratar com outras entidades da Administração Pública…” Diante da possibilidade de uma ação dolosa e assumidamente ilegal em prejuízo do Brasil, é imperativa a investigação do Ministério Público, pois, além do abuso de poder, o risco de falência a que a Odebrecht foi exposta produziria, de forma sistêmica e generalizada, tudo o quanto se prevê no artigo 15o da lei 7170.

Embora estejamos num país e numa quadra em que cada dia é pior do que o anterior, quero crer que no que toca à operação Lava Jato atingimos o clímax.
Isso significa que ou essa Operação destrói e arruína o Brasil de uma vez, incluindo os megaprojetos de defesa e infraestrutura, ou os poderes constituídos lhe dão um basta, obrigando não a parar, mas a investigar e punir culpados e a respeitar o patrimônio nacional.

Se o Estado de direito fizer valer a sua autoridade teremos chegado a um ponto de inflexão. Se não, haverá nova fuga para frente. No pé que vão as delações há de chegar ao Papa Francisco.

Ion de Andrade

Médico epidemiologista e professor universitário

24 Comentários

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  1. O submarino nuclear

    O submarino nuclear brasileiro está sendo construído há quase 30 anos e conta com tecnologia francesa de casco, tecnologia militar brasileira de propulsão, mão de obra militar e civil treinada por militares brasileiros e pela francesa DCNS e financiamento público via orçamento da Marinha, FINEP e BNDES. A Odebrecht só entrou no negócio há 2 anos e como pura fachada, transferindo ativos (pois o que não faltava às empreiteiras naquele momento era caixa dados os bilionários contratos com o governo) para viabilizar o financiamento público do projeto que exigia uma empresa de capital nacional, da mesma forma como emprestou o nome para que a Avibras pudesse continuar a operar. Atribuir a essa empresa qualquer importância no projeto é uma ofensa aos milhares de militares que dedicaram uma vida inteira à viabilização desse projeto, contra todo tipo de obstáculo econômico e político possível. Não existe uma única contribuição digna de nota da empreiteira fora a transferência de ativos que são garantia para empréstimos do setor público que, se não honrados, jamais serão executados – caso contrário já não haveria indústria de defesa no Brasil. A empresa não compromete um centavo de seu caixa com o projeto, que é tocado a medida que o governo libera recursos, a tecnologia é externa e toda a administração do projeto é executada pela Marinha e pelos franceses. Qualquer outra empresa poderia (e desejaria) ter assumido seu lugar para contar com benesses do governo e a maior prova disso é justamente o fato de que a turma aqui defende que a Odebrecht tem direito de lesar impunemente a Petrobras, para não prejudicar o “desenvolvimento do submarino nuclear”. É o cúmulo da desfaçatez mesmo.

    1. Meu caro amigo, se não queres ver que não veja!

      O programa é bem mais amplo do que eliminar a possibilidade de termos um submarino nuclear, o objetivo é criar as condições de criação de um novo canditado a presidência da república, uma mistura de Collor, o caçador de Marajás e Menem, o homem que vendeu a Argentina.

      O submarino e a tecnologia de refino de Urânio, vão de quebra.

      1. Meu caro amigo, se esse tal

        Meu caro amigo, se esse tal objetivo de “criar condições de criação” de fato existe, só pode estar sendo perseguido pelo PT pois desconheço partido político na história que tenha criado tantas dificuldades para seus próprios presidentes, prejudicando sua gestão e popularidade em nome de vantagens mesquinhas locais.

        Em 2006 aloprados de SP quase transformaram uma vitória tranquila de Lula em derrota retumbante tentando comprar um dossiê do bandido delator Vedoin em troca da mudança de versão de suas delações (por alguma estranha razão o PT na época não via nada de errado com delação pemiada de bandidos). Em 2010 aloprados da Receita resolvem levantar dados de tucanos de SP (o PT paulista parece disposto a sacrificar qualquer coisa – incluindo a Presidência do país – para ganhar o Palácio dos Bandeirantes, haja provincianismo!) e a braço-direito de Dilma na Casa Civil quase arruinou a candidatura da chefe ao pedir aos seus funcionários para fazer levantamentos sobre gastos sigilosos de FHC e permitir que seu filho ganhasse uns trocados operando com lobistas de Brasília, justo quando a imprensa buscava qualquer coisa que pudesse atingir o governo. Em 2014 sem comentários, estamos ainda no meio do rescaldo do pior escândalo da República que só veio a tona porque um bando de aloprados do PT paranaense resolveu dar um migué no Ministério da Saúde para ajudar a empresa de um doleiro libanês mas o esquema deu errado, e o resto é história.

        Em suma, o PT tanto aprontou nos últimos anos que vai acabar conseguindo queimar de vez a presidente e colocar o país numa situação tão dramática que de fato qualquer salvador da Pátria poderá tomar as rédeas do país facilmente. Isso é claro, se não vingar antes a proposta do Eduardo Cunha de implantar o parlamentarismo. Daí, mais do que a carreira da presidente, o PT terá definitivamente sepultado o modelo presidencialista no Brasil. Um feito para poucos.

    2. Pensamento obtuso

      A importância da presença da Odebrecht no Prosub é muito maior que a fração temperal que você atribui. Melhor se informar sobre este programa que data de 2008 e necessariamente virá se constituir no maior recurso de defesa marítima do Brasil .

      1. Eu conheço o programa. A

        Eu conheço o programa. A parceria entre a Odebrecht e a DCNS foi assinada em 2009 mas só em 2013 teve início a construção do estaleiro e das partes do casco. Em 2008 só havia Marinha brasileira no projeto e mesmo hoje todos engenheiros que participam são da Marinha ou franceses, sendo que os poucos vinculados à empreiteira são civis recém-contratados (a maior parte há menos de um ano) pois a empresa não tinha nenhum recurso humano nessa área. E todos os recursos envolvidos são públicos – o risco da empresa é zero, se o governo interromper os repasses a parceria com a França é desfeita e os ativos voltam à empreiteira. Então é melhor você se informar direito sobre o projeto antes de falar besteira aqui. O projeto do submarino nuclear é muito mais antigo que a entrada da Odebrecht no setor de defesa e não depende em nada da empresa, mas apenas do interesse do governo federal em conclui-lo, o que poderia ter sido feito há mais de 10 anos se houvesse recursos suficientes para a Marinha fazê-lo pois até empresa “privada” para tocar o projeto a Marinha possui (EMGEPRON).

    3. Há 30 anos constroem um

      Há 30 anos constroem um submarino nuclear?

      Que raios de projeto é esse?

      Incrível como se acreditam nessas coisas…

      30 anos…

      1. Incrível como é o

        Incrível como é o desconhecimento das pessoas sobre o trabalho e as conquistas tecnológicas da Marinha do Brasil. Tem gente que acredita que tudo que há de bom nesse país foi criado na semana passada, e outros que parece que nasceram na semana passada e não tem conhecimento algum sobre nada de antes. A qual destes grupos você pertence?

        1. O projeto iniciou-se durante

          O projeto iniciou-se durante o Governo Lula.

           

          Antes disso, militares mais atrapalharam que ajudaram o SETOR NUCLEAR BRASILEIRO.

          Estamos hoje, no ramo nuclear, no mesmo lugar que estávamos na década de 60.

          Um pouco de senso crítico também ajuda.

  2. Sobre a conclusão, nos dois
    Sobre a conclusão, nos dois últimos parágrafos. …
    Me arrisco a dizer que não há a menor possibilidade de ocorrer.
    Porque o PTnão pode falar pelo interesse nacional e não pode por opção própria.
    O PT representa parte do Povo mas FALHOU miseravelmente em construir E apresentar um projeto nacional.

    Teve a chance, teve a faça e o queijo na mão mas….Mas. …Mas ninguém sabe porque cargas dagua não fizeram, mostraram e defenderam seu projeto.

    Tem uma frase do Lula que é emblemática e que resume a falha do PT e porque fracassou.
    Disse o Lula ao POVO BRASILEIRO sobre as 40 horas (no Brasil são 44 e na França 35) semanais de jornada:
    SE VIREM!

    Entendeu?
    Se vira aí também Lula!
    Dilma, se vira!

  3. Despacho do Juiz Moro para a

    Despacho do Juiz Moro para a prisão preventiva dos presidentes de Odebrecht e Andrade Gutierrez:

    “Considerando a duração do esquema criminoso, pelo menos desde 2004, a dimensão bilionária dos contratos obtidos com os crimes junto a Petrobrás e o valor milionário das propinas pagas aos dirigentes da Petrobrás, parece inviável que ele fosse desconhecido dos Presidentes das duas empreiteiras, Marcelo Bahia Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo”

    Lembram daquele preceito básico e universal do direito, “todos são inocentes até PROVA (ênfase na palavra “PROVA”) em contrário”/ Pois é. A “prova” nesse caso não existe. É o “domínio do fato” de novo. Não provaram que eles participaram do esquema, mas como são presidentes, não tinha como não saberem. Isso parece familiar?

    1. Propina

      Desde o descobrimento do Brasil, qualquer obra sempre implicou em pagamentos indevidos a quem fiscaliza, quem libera o contrato, quem libera o pagamento. Não vou citar nomes, mas teria uma lista que talvez até me incluisse, mas preferi arcar com o prejuízo e parar com obras públicas. 

      Isso é endêmico, permeia o estado desde que ele existe. Permeia também as empresas particulares, cujos subalternos o praticam em larga extensão. 

      Novidade aqui é que se tornou público e está sendo verificado pela justiça.

      Existe em países que levam mais sério com isso e vai continuar existindo, mas podemos diminuir as proporções. O juiz Moro está certo? Não sei, talvez peque por excesso, mas é um mal que tem de ser combatido de alguma forma. Cargos e posições deveriam ser remunerados por competência. Estou na iniciativa privada, tenho por princípio não pagar comissões a não ser a vendedores idôneos, que vão lá para brigar sem comissões indevidas, e obviamente perco todos os grandes contratos. 

      Sobram aqueles em que a capacidade técnica fala mais alto, pequenos e muito mal pagos. 

      Cada um cria seu feudo, e a corrupção no meio particular é tão alta quanto no meio governamental. Obvio que no meio particular só vai interessar a justiça quando tiver uma denúncia.

       

       

      1. Eu também já perdi negócios

        Eu também já perdi negócios por ter me recusado a “molhar a mão” de um intermediário. E olha que era tudo privado, não havia poder público envolvido.

        Que existe propina em praticamente tudo o que envolve relações entre governo e empresas, todo mundo sabe. E isso já acontecia antes de eu nascer. Aí fica desnudada a primeira hipocrisia da Lava Jato. Agem como se o PT tivesse inventado isso. A segunda hipocrisia que fica clara é que parece existir corrupção apenas no governo federal. Todas as empreiteiras tem centenas de obras contratadas pelas esferas estaduais e municipais, mas parece que todas são perfeitamente corretas, só as federais tem corrupção.

        Essa seletividade, acrescida de outra, a seletividade nos vazamentos para a imprensa, só serve para acabar completamente com a credibilidade dessa operação. Fica patente que a motivação é muito mais política do que realmente acabar com a corrupção.

        Não fosse tudo isso, os métodos do juiz Moro, definidos como “medievalescos” pelo STF, agridem frontalmente o preceito da presunção de inocência e da ampla defesa.

        Não basta “saber” que o sijeito é culpado. A lei exige que se prove. Se vamos prender pessoas que o juiz “acha” que são culpadas, então que se mude a lei. Hoje, não é assim que funciona. Mas antes de tal mudança, devemos lembrar que, assim como existem empresários e juízes honestos, também existem os que são mais sujos do que pau de galinheiro. Vamos mesmo querer que esses juízes possam prender e condenar qualquer um que eles “achem” que são culpados?

  4. Nos anos 30 do XX, talvez como efeito colateral da crise de 29,

    Promulgou-se nos Estados Unidos da América a famigerada “Lei Seca”, derivada de um excesso de moralismo puritano que tinha como intenção a correção de costumes através de leis…

    Deu no que deu.

    Aqui, já no 2º decênio do XXI, vamos no mesmo caminho e na contra-mão da história, buscando num Ordenamento Jurídico frouxo e anacrônico essa mesma exegese puritana, tratando pagamentos de comissões e outras premiações à intermediação de negócios pelo que possam parecer de ilícitas, e não pela interpretação de “estímulos à produtividade” com que muitas das vezes deveriam ser tomadas…

    Vai dar no que der.

    Cabe pensar em quem sustentará o “templo”, depois de que se expulsem com açoites os “mercadores”. 

    1. Vai dar no que der.”
      Exato,

      Vai dar no que der.”

      Exato, Desmoralização do governo Dilma e prisão do Lula para impdedi-lo de se candidatar em 2018.

      O primeiro objetivo já foi atingido.

  5. Ajustando a mira

    Senhores.

     

    Acho que os canhões por enquanto miram (no jargão militar), em uma tropa de reconhecimento que foi encurralada. 

    Na minha opinião, o grande desdobramento se dará quando começarem a investigar a prestação de contas dos partidos, que obviamente funcionam como a grande lavanderia em si de todo este dinheiro. Chegaremos lá? Talvez, mas quando abrirem a caixa preta de como são usadas as doações, inclusive as oficiais, para mim aparecerá um rombo sem tamanho. 

    As campanhas somente são tão caras porque cada um tem de por um quinhão no bolso particular. Quando mexerem ali, o vespeiro sairá em revoada para atacar a tudo e todos. 

     

     

  6. Gravidade da situação

    Aos petistas, ainda não caiu de todo a ficha, sobre a gravidade da situação. A oposição praticamente fez xeque mate.

    A queda no PIB será brutal. O dano às empreiteiras é irrecuperavel. Milhões de empregos perdidos. Para compensar a crise economica, a queda da natalidade terá de ser extrema, para acompanhar o PIB que encolhe rapidamente.

    E o pior é que é só uma amostra do poder de fogo da oposição. Qual empresa seria a pŕoxima a ser investigada? Caixa economica Federal? Banco do Brasil?

    Não existem limites.

    Se correr o bicho pega, se ficar ele morde.

    O que pode sobrar se a oposição continuar “administrando o país” é o Brasil virar um México; um apendice dos EUA, uma colônia norte americana, um capacho do grande capital. 

     

     

     

    1. De fato, se essa besteira se

      De fato, se essa besteira se espalhar pelas demais repartições públicas , será a destruição total do Brasil.  Já se viu aqui que corrupção  é um grande valor humano senco imbecil ou incompente para roubar  o que não é

  7. Para mim a Lava a Jato está implodindo, logo…

    Como já escrevi em outro artigo a Lava Jato está beirando a ilegalidade que aparenta para grande parte da população como uma expressão de determinação do Juiz Moro.

    Explico melhor, o programa do Juiz Moro não é para os próximos seis meses, mas para os próximos anos, ele está esperando atitudes mais fortes dos poderes constituídos contra as ilegalidades da operação, para ficar como uma vítima da leniência do Estado Brasileiro.

    O verdadeiro golpe virá mais tarde, quando este for cerceado de fazer as suas ilegalidades, ou seja, como ele está jogando para a massa ele será o Juiz honesto que foi impedido pela atual legislação brasileira de punir os corruptos. Com isto ele ganha um patrimonio para montar o seu próprio grupo político, que diga-se de passagem virá a DIREITA DOS ATUAIS PARTIDOS DE DIREITA Brasileiro.

    Moro não pode contar com o apoio de figuras como Aécio Neves ou outros membros dos partidos tradicionais, seus sonhos são bem mais ambiciosos, e diríamos bem mais perigosos do que os próprios partidos de direita atual.

    A República do Paraná não é uma mera figura de retórica montada pelos Blogs de esquerda, é uma realidade mais dura do que pensamos.

    A CONSPIRAÇÃO DE MORO.

    Parece claro com o que se passa que as frases iniciais proferidas por procuradores e delegados no início da Lava Jato, que haverá dois Brasis, um antes e outro depois da Lava aJato, parece estar se confirmando, porém enganam-se aqueles que ela se restringirá ao ato jurídico propriamente dito, desdobramentos políticos virão em breve, e talvez nada agradáveis.

    Com Moro cada vez  mais reinterpretando o sistema jurídico atual, ELE MESMO ESPERA, ser contido em algum momento, porém os dados recolhidos durante esta operação não serão utilizados na justiça, pois esta não é a intenção do mesmo. A sua intenção a partir de um emaranhado de interconexões, que neste momento servem somente para atacar o governo federal atual, ficarão guardadas para o momento oportuno.

    Quando este momento chegar virá a luz os verdadeiros motivos do desdobramento atual da Lava a Jato, a introdução de uma política liberal ao extremo que tudo que for eminentemente nacional será destruído, desde a Petrobras como qualquer outro programa que atrapalhe a política do Capitalismo Internacional e as forças dominantes da OCDE.

    Esqueçam Submarino Atômico Brasileiro, esqueçam domínio do refino do Urânio nacional e esqueçam logicamente o B dos Brics. Petrobras, empresas nacionais de energia elétrica (as que restaram), tratamento de água e esgoto, e daí por diante, em nome da MORALIDADE (até o lema MORO a MORALIDADE é possível de antever) deverão ser entregues para gestores mais “eficientes” e “idôneos” a medida que a sociedade brasileira é naturalmente corrupta!

    A Petrobras e a operação Lava a Jato é um pretexto para tudo isto, será a única forma de uma política clássica LIBERAL entrar na economia brasileira, o Estado não deverá construir mais nada, afinal as empresas são fonte de corrupção e são chefiadas por gangues de mafiosos!

    O caldo de cultura para o golpe político está criado, e se para a Globo montar a imagem de Collor de Melo como o Caçador de Marajás, ficará muitas vezes mais simples de criar a imagem de Moro o reformador da República.

    Está ficando cada dia mais claro as intenções da República do Paraná, e pagaremos caro por décadas por esta República que não será outra coisa mais do que a República do fim de qualquer perspectiva de independência política e econômica do Brasil.

    1. Implosão da Lava Jato

      Discordo. 

       

      Que o juiz Sergio Moro tem apoio político, e forte, concordo. Senão já estaria que nem os juizes das outras operações que fracassaram. 

      Que existem interesses fortes calçando, também. Mas, quem está por tras destes interesses são os grupos fortes que sempre investiram em ações das estatais e estão vendo seus lucros e seus dividendos se esvairem. São eles que querem retirar os grupos políticos de uma sociedade em que eles aportaram os capitais e estes grupos só usufruiram. Para estes grupos, interessa que o controle continue estatal, pois eles tem influência sobre eles, o que maximiza o lucro deles. Dividendos são distribuidos mesmo que não haja lucro. Eles só querem tirar quem lucra sem investir. 

       

  8. QUEM VENCERÁ…

    Quem vencerá o Moro? Quem terá coragem de tirar o caso da lava jato das mão dele? Quem será mais poderoso que ele? Quem da justiça se habilitará para tal façanha sem se acovardar? 

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