Alckmin falou em ser candidato a presidente para marcar território, por Helena Chagas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O “sempre ponderado” Geraldo Alckmin não deu ponto sem nó. Falou, pela primeira vez, em ser candidato a presidente em 2018 porque está marcando território quando setores da direita – e do próprio PSDB – que estão alimentando a possibilidade de lançar João Doria numa eventual disputa contra Lula. 

Segundo a colunista Helena Chagas, os políticos desesperados com a arrancada de Lula nas pesquisas de opinião, apesar das investidas da Lava Jato, não hesitariam em colocar Doria no páreo, passando por cima da tríade Alckmin, Serra e Aécio, para garantir uma vitória.

Na segunda (6), o GGN publicou artigo sobre a candidatura virtual de Doria ter emergido da prévia da lista da Odebrecht. Leia mais aqui.

Por Helena Chagas

Direita quer João Doria como anti-Lula, mas Alckmin reage

Em Os Divergentes

Políticos experientes como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não fazem gestos desnecessários. Se ele disse hoje, depois de conferência no Lide, emprego anterior de seu pupilo João Doria, que não estaria sendo verdadeiro se negasse uma candidatura presidencial, é porque tinha a clara intenção de demarcar território. Por que, se a eleição é daqui a mais de um ano e meio e muita água ainda irá correr debaixo da ponte?

O avanço do sempre ponderado Alckmin visa, sobretudo, a mandar avisos aos navegantes de seu partido e de seu campo político e ideológico. Nos últimos dias, as pesquisas mostrando o ex-presidente Lula em primeiro lugar na corrida presidencial disseminaram a intranquilidade nos setores mais à direita, que se apressaram em lançar soluções heterodoxas, como uma candidatura do próprio Doria, que vem conquistando espaço com seu comportamento midiático nesses primeiros meses na prefeitura de São Paulo.

No raciocínio da direita apavorada, João Doria poderia encarnar o “anti-Lula” melhor do que o trio tucano Alckmin-Aécio-Serra. Afinal, Lula já ganhou de Alckmin e de Serra. Aécio anda citado na Lava Jato, que também promete alcançar os outros dois. Até por ser um neófito na política, Dória teria mais facilidade para ser vendido como “o novo”.

Evidentemente, o resto da tucanada não está gostando nada dessa história, sobretudo o governador de SP. Aliados de Alckmin andam desconfiados de que os dois senadores, agora  unidos nos infortúnios das citações na Lava Jato, estariam estimulando o movimento para disseminar a discórdia nas bases do governador. Daí a reação do próprio Alckmin e as negativas de Doria em relação a essa hipotética candidatura.

Tudo o que se diz ou faz hoje, porém, tem que ser relativizado. Só será candidato em 2018, seja de que lado for, quem sobreviver até lá.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. Analistas políticos, salvo

    Analistas políticos, salvo raríssimas exceções,  sofrem de igual moléstia: enxergarem o mundo guiados pelo próprio umbigo. 
    De repente, não mais que de repente, lançam, ou melhor, empurram goela adentro dos desavisados eleitores/clientes o resultado da brainstorm a que são acometidos periodicamente em função do clima político tempestuoso.

    A moda agora é apontar e discorrer acerca da viabilidade desse cidadão que foi eleito prefeito de São Paulo. É o velho vezo de achar que o Brasil é São Paulo e São Paulo é que São Paulo é o Mundo. Costuram, através de raciocínios simplistas e lógica de boteco, relações de causa e efeito que em quase nada se coadunam com a “dona” Realidade. 

    É o abuso da NON SEQUITUR na análise política: fulano, um desconhecido, conseguiu ser eleger prefeito da maior cidade do Brasil. Tal sujeito está fazendo uma gestão prenhe de frescuras e faniquitos de agrado ao povo. Ponto e pronto: já pode se credenciar à presidência do maior país da AL, o segundo das Américas, o oitavo PIB do Mundo e enfrentando uma montanha de graves e prementes problemas. 

    Evidente que em Política muitas vezes o impossível e o improvável são desmoralizados. Os exemplos são raros, mas existem. O mais emblemático o de Fernando Collor, que de obscuro governador de um estado pequeno e pobre, conseguiu se projetar nacionalmente e daí se eleger presidente. Mas, como se diz aqui pelos interiores do Brasil, “não é todo dia que dia a santo, não”. Tem um detalhizinho que não pode ser olvidado: a conjuntura. 

  2. Está correta  a Heleninha

    Está correta  a Heleninha Chagas,se redimindo dos pecados cometidos quando Ministra da Comunicação Social do primeiro governo da Presidenta Dilma.Uma falava hebraico,a outra escutava latim.Quero dizer,uma rota,outra esfarrapada.Ser uma boa jornalista é uma coisa,Ministra outra completamente diferente.No campo à esquerda,enxergo dois nessa condições.Franklin Martins e Luis Nassif.Ricardo Kotscho que nem de longe é o mesmo de tempos idos e vividos,foi um verdadeiro desastre ferroviario..Mino Carta,aos meus olhos,o maior jornalista brasileiro de todos os tempos,(U$$ 50 milhões de dolares que pagaram pela cabeça dele,vivo ou morto,já diz alguma coisa),seria um desastre.Não sei se ferroviario. 

     

     

     

  3. Dou verdadeiras cabriolas

    Dou verdadeiras cabriolas mentais para entender seus comentarios,e não consigo.Dou asas a minha imaginação e fico a imaginar onde você imagina querer chegar.Até agora,sem sucesso.No mandarinato da Presidenta Dilma,imagino que alguma coisa deu errada,pelas diversas situações que você bem descreve nos seus intrigantes comentarios.Os discursos dela eram irmãos xifópagos dos seus pontos de vista.

     

     

     

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