Reforma Política abre brecha a lavagem e quer incluir polêmicas

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
 
Jornal GGN – A reforma política, aprovada pela Comissão Especial da Câmara e que tramita com urgência para que possa valer já nas eleições 2018, foi vista como uma manobra para manter o financiamento bilionário de campanhas políticas com o fundo “da Democracia” criado, como uma estratégia para manter os mesmos políticos no Congresso com o “distritão” e, inclusive, uma transição para a concentração de poder nos deputados e senadores com a mudança do sistema de governo no Brasil ao Parlamentarismo.
 
Agora, um trecho da proposta já aprovada em Comissão e que precisa ser aceita pela Câmara e Senado até o dia 7 de outubro parece ter passado sem os olhos do próprio relator, o deputado Vicente Cândido (PT-SP). É o que prevê a liberação de doações em dinheiro vivo no valor de até R$ 10 mil.
 
Sobre este trecho, técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ouvidos pela Folha de S. Paulo manifestaram preocupação por permitir uma brecha à lavagem de dinheiro, com os repasses em efetivo. Se a reforma política foi apresentada como uma urgência da população por melhorias no nosso sistema eleitoral e com medidas que acabem com a raiz da corrupção, o parágrafo mencionado não só vai na contramão, como estimularia ilícitos.
 
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O limite hoje estabelecido para a liberação de aportes em dinheiro vivo é de R$ 1.064. “A  área da corte que fiscaliza prestações de contas nas eleições acredita que, se aprovado, o dispositivo abrirá uma avenida para o crime de lavagem de dinheiro”, publicou o Painel. O deputado relator disse que o trecho foi incluído no relatório sem a sua autorização e que mudará a redação do texto para que seja mantida a regra estabelecida atualmente. 
 
Outra polêmica do texto é a intenção de tornar sigiloso o nome dos doadores de campanhas. Apenas a Justiça Eleitoral teria acesso aos nomes daqueles que repassam contribuições a candidatos. A medida não integra o texto aprovado na Comissão, mas é uma das propostas dos deputados incluí-la.
 
 
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. reforma…..

    “Reforma Política abre brecha a lavagem…”? Um país que perdeu o medo do ridiculo…. Realmente perdeu. É a reforma que abre brecha para a lavagem? Inacreditável. 

  2. Vicente Cândido é do PT ou é do PT das elites?

    Vicente Cândido, candidamente, quer se aparecer e ganhar força para si, para isto ele enfraquece o PT e outros partidos do campo popular (PCdoB, PSOL, por exemplo). Quem ele acha que vai ser eleito num sistema parlamentarista regado a bandidos, financiamento ilegal de campanha, uso maciço do poder de influência dos meios de comunicação anti-popular e das diversas igrejas e seus setores reacionários e fascistas?

    Ele é que não vai ser eleito. A bancada BBB agradece a burrice de Vicente Cândido.

    1. Vicente Candido

      Vicente Candido sempre foi corrupto!Sempre foi envolvido em falcatruas fiscais!Meliantes como ele deveria estar preso,assim como Mineirinho,Careca,Indio,e tantos outros!O PT deveria ter expulsado esse meliante há muito tempo!Na verdade , não sei ainda o motivo desse nojento ter sido expulso ainda do partido.

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