Por Janio de Freitas
Previsto para hoje e tido como início do processo de votação da reforma política, seja o que for que se passe na Câmara será o ponto culminante, por ora, do período mais desrespeitoso da maioria dos deputados com o país nos anos sem ditadura.
O que está para ser votado são escolhas tão importantes como o sistema eleitoral para compor a própria Câmara. De onde e como deve vir o dinheiro para financiar as campanhas eleitorais. A validade ou extinção das coligações de partidos. A duração do mandato de senador. O número de eleitores necessários para apresentação de um projeto de iniciativa popular, e ainda mais. Questões todas muito importantes para melhoria ou maior degradação da política e da democracia por aqui.
Foi feito um relatório a ser votado, como resultado de mais de três meses de discussões em uma comissão especial. Algumas conclusões não coincidiram com o desejo pessoal do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O relator Marcelo Castro fez alterações obedientes, mas sobrou alguma coisa inalterada.
Eduardo Cunha não admitiu que a comissão votasse o relatório, levando-a a adiar a decisão. Já que o relator se recusava aos gestos finais de servidão, Eduardo Cunha fez saber que iria substituí-lo. Logo, porém, optou por outra exorbitância: levaria o projeto para votação direta do plenário, com a já conhecida manipulação de sua tropa, desprezando o relatório e a opção final da comissão sobre os temas nela discutidos.
Nada do que tenha sido negociado ontem, sobre o encaminhamento a prevalecer, merece confiança até hoje. A vontade de Eduardo Cunha, já se viu bastante, não tem admitido concessões mais do que aparentes.
O PT, boquiaberto, tem dois ou três deputados em luta contra o presidente da Câmara, e o restante com participação, no máximo, pela distante periferia. O PSDB, com indigestão de impeachment, não se mexe, mas, como em expectativas anteriores, dirige a Eduardo Cunha acenos de simpatia significativa. A divergência começou entre peemedebistas, e peemedebistas vão fazer o número para decidi-la. Nele, Eduardo Cunha não opina: manda na maioria. Como se dá com quase todas as bancadas pequenas.
E pronto. Temos um instantâneo da republiqueta que, desse modo, define a cara de sua democracia.
PALOCCI
Joaquim Levy acrescentou, ao seu diga ao povo que fico, a informação de que considera estar o corte de R$ 69,9 bilhões do Orçamento “na medida adequada” e “sem risco para o crescimento econômico”.
Se essa é a medida adequada, por que batalhou pelo corte de R$ 80 bilhões, no início, e “entre R$ 70 e R$ 80 bilhões”, depois? E que crescimento econômico? Só se não tem risco porque não existe, nem em perspectiva.
No Brasil, a hipocrisia é uma forma de governar a economia. Joaquim Levy: uma saudade de Palocci.
QUE JUSTIÇA
O ministro Luiz Fux reivindica, para si e para seus pares no Supremo Tribunal Federal, vencimentos (no funcionalismo não se chamam salários) e benefícios que restauram um multissecular: nababesco. Mas os acompanha de uma razão solene: “a necessidade de valorização institucional da magistratura”. Não, é mesmo e só de valorização financeira e patrimonial.
Institucional talvez seja esta outra reivindicação: se condenados por improbidade, magistrados não perderiam o cargo. Ou seja, continuariam magistrados para condenar também acusados de improbidade.
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Eduardo Cunha, Presidente da
Eduardo Cunha, Presidente da República de Bananas do Brasil, está apenas fazendo o serviço que atende a determinados grupos e pessoas. Não importa seu futuro político, a Lava Jato ou qualquer coisa. Ele sabe que nenhum mal lhe alcançará até o fim de seus dias. Fica a pergunta: como será possível consertar este estrago todo? Se é que isto seja possível de ser feito algum dia.
(Ia por no Fora de Pauta, mas acho que tem a ver c/todos nós)
” 408 Onde È Necesária Muita Doçura : Certas naturezas não têm outra escolha senão de serem malfeitores públicos ou secretos carregadores de cruz ” – Aurora, de F. N., um pensador alemão. — A nossa vergonhosa Omissão, desde a intelectualidade, ao jornalismo, às esquerdas (em diversos graus ) quanto à URGENTÍSSIMA, de longo tempo, PROFUNDA REFORMA NO SISTEMA PRISIONAL, CARCERÁRIO. Mais importante do que a questão maior ou menor maioridade penal. E nem precisa ser como uma Noruega ou Suécia, p.ex.
Ao Imperador Cunha não
Ao Imperador Cunha não interessa a opinião dos seus vassalos, muito menos de idiotas eleitores. Onde passa a sua majestosa capa ele arrasa.
Se o Levy queria 70 bi e acabou sendo 69,9 bi, por quê ele brigaria por causa de 100mi? Não entendi a briga por causa dessa ninharia.
Também não entendo por que quando o governo diz que temos que poupar, por que o Congresso aprova aumento para eles, a Câmara aprova shopping, o Fux se acha melhor que os brasileiros que pagam suas mordomias…?
Acho que ultimamente não estou entendendo nada de nada.
Não me convidaram pra essa festa pobre…
Pensava eu que a musica de Cazuza, Brasil, estava démondé. Mas eis que surge “O Horror!” A Câmara de Eduardo Cunha e o Senado de Renan Calheiros em sua fase 2015, e então a musica se reatualizou!
Quanto aos vencimentos dos prezados ministros, faz-se necessario! Como manter o padrão de um ” Barra Golden Green” e outras mumunhas, se não aumentarem os vencimentos dos sinhozinhos?! Eita republica velha!
clube dos homens pequenos
Da peça” 3 mulheres altas” foi feita uma parodia chamada “3 homens baixos” Não vi nenhuma delas mas gostaria muito. quando penso no congresso penso sempre nessa parodia. sera que Freud explica!!!