A retórica e a ideologia para encobrir a realidade

Sugerido por Assis Ribeiro

Do Correio do Povo

Retórica e ideologia como encobrimento da realidade
 
Por Juremir Machado da Silva
 
– A tua argumentação é retórica.
 
– A tua retórica é que não tem argumentos.
 
É assim que rola o papo nas redes sociais.
 
Cada interlocutor quer vencer pela retórica sem ser chamado de retórico. Nos duelos da internet, o que mais se lê é:
 
– Não generaliza. Toda generalização é um erro.
 
– Essa tua generalização também?

 
Outra astúcia da nova retórica é o golpe do equilíbrio. Depois de muita polarizar, um dos debatedores, se for gaúcho, tenta por a bola no meio:
 
– Não grenaliza, cara.
 
É pura astúcia retórica. Se o sujeito é de direita, jamais foge ao já clássico e risível clichê ideológico:
– Não tem mais essa de esquerda e direita.
 
Quanto mais ideológico é o indivíduo, mais provável que num determinado momento ele infle o peito e afirme:
 
– As ideologias acabaram. Isso é coisa do passado.
 
Figura típica das redes sociais é o “trollador”, o mala que se encarna em alguém disparando clichês e tentando desqualificar tudo o que outro diz. Tem o “trollador” que não se vê como tal. “Trolla” todo mundo. Quando “trollado”, finge-se de santo ou de equilibrado.
 
– Eu só estava tentando mostrar o outro lado.
 
Divertidos são os antipetistas. Exageram tudo o que possa ser ruim para o PT, omitem tudo o que possa prejudicar a direita, especialmente o PSDB. Aí dizem:
 
– Não dá para aguentar essa redução de tudo a PT e PSDB.
 
As estratégias discursivas do momento desconhecem o princípio da não-contradição. O saudoso de Médici e da censura do regime militar brasileiro cobra liberdade de imprensa na Venezuela, que chama de ditadura bolivariana.
 
– Mas tem eleições lá.
 
– Fraudadas.
 
– Com observadores internacionais presentes?
 
– Encenação. Não tem liberdade de imprensa.
 
– Mas os jornais impressos são todos de oposição.
 
– Me engana que eu gosto. Kkkkkkk!
 
Raras vezes a situação esteve tão polarizada. A internet é um campo de oposição dogmática entre direita e esquerda. Reflete nitidamente o que continua ocorrendo em qualquer esfera da vida. Só que na rede tudo se diz. É o espaço do insulto, do palavrão, da provocação frontal. Um teórico dos anos 1960, no estilo Roland Barthes, talvez cravasse numa fórmula: “O cidadão morreu. A internet é fascista”. Favorece a intolerância. A internet, contudo, pode ser o renascimento do cidadão. O fascismo gostaria de controlá-la. Manter só os seus “trolladores” em ação.
 
O velho esquerdista deixa escorrer a nostalgia:
 
– A esquerda de hoje não tem projetos.
 
O novo esquerdista tira uma onda:
 
– O projeto da velha esquerda era o totalitarismo.
 
Políticos “realistas” de hoje, revolucionários ou resistentes de ontem, que a direita chamava de baderneiros, rotulam os jovens manifestantes na bucha:
 
– Terroristas esses black blocs.
 
– Fascistas esses defensores do AI-5 da Copa.
 
O inimigo dos direitos humanos nunca vacila:
 
– Leva o bandido para casa.
 
O lacerdinha da direita Miami nunca esquece o:
 
– Vai para Cuba.
Redação

33 Comentários

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  1. Perfeito

    A quantidade de vezes que qualquer discussão descamba para a troca de insultos e xingamentos, a quantidade de vezes em que as palavras nazista, fascista, coxinhas, etc são escritas em blogs/comentários de esquerda, com o equivalente comunista, bolivariano, petralha, etc. nos blogs/comentários de direita, é assustadora.

    Houve um tempo em que o Nassif filtrava e censurava os exageros. Lembro de um código de conduta que ele publicou alguns anos atrás, proibindo as palavras “petralha” e “tucanalha”. Pelo jeito a avalanche de extremismo e radicalismo levou embora o código de conduta. Não passa um dia sem que eu veja a palavra “tucanalha” em algum comentário. Já cansei de denunciar comentários com insultos e xingamentos do mais baixo nível, mas infelizmente está difícil.

    Saudade dos debates de ideias sem ataques pessoais…

    1. É bem por aí.

      Em redes sociais “fascista” é o novo comunista.

      Se alguém não reza pela cartilha os esforços não são para contrapôr ideias, mas apenas para desqualificar o interlocutor.

      Aqui no blog tem um recurso de retórica inventado por aqui mesmo:

      “Vocé é LGBT e por isso suas avaliações são viesadas”

      Super usado por quem não tem mais argumentos.

      Uma outra para tentar escapar dos fatos:

      “Por que não reclama da Arábia Saudita”.

      Ridículo.

      Os debates aqui estão acabando porque ficou uma coisa autorreferenciada em um discurso único.

      1. O blog é isso. Mas não dá para não ler(ao contrário da Folha)

        Discordo Gunter. Eu talvez seja tolerante demais à agressividade. Mas eu não ligo muito para ofensas, desde que com um limite do aceitável, claro. Não me importo muito. Já fui chamado de fake. Mas como sei que eu sou “de verdade”, não estou nem aí.

        Prefiro mil vezes o ambiente livre e vale-tudo da blogosfera, onde, se passar batido pelas “adjetivações”, voce pesca muita informação e opinião que vale a pena, do que a mídia tradicional, mesmo se os jornalistas do pig fossem todos bem comportados.

        E aqui na blogosfera, os clichês de que o post fala tipo “sou contra todos os partidos” é o que realmente me irrita. Porque é facismo dissimulado. O xingamento é na maioria das vezes apenas sangue quente.  

        O seu atual debate com os “governistas”, desde que assumiste ser oposição, por exemplo, eu acompanho. E, desculpa, rio do coxinha fantasiado, mas vejo argumentação naqueles que te combatem, o que voce retruca com argumentação também.

        Vamos deixar de frescura, galera. Vamos continnuar o debate. Sabendo que discutir política é com paixão mesmo. Não é coisa para chá das cinco 

        1. Você não liga, Juliano, mas isso é uma decisão particular.

          Eu sou uma pessoa moldada para ambientes ‘chá das cinco’. E já falei disso algumas vezes:

          2012 09 10 https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/manifesto-de-um-chato

          2013 02 26 https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/perder-a-piada-e-preciso

          2013 04 10 https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/cada-um-oferece-o-que-tem

          2014 01 05 http://www.jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/moc-voce-esta-fazendo-isso-errado

          Ambiente livre e vale-tudo, é ambiente que leva, inevitavelmente, à expulsão de opiniões diferentes da maioria. No fim fica ‘discurso único’. 

          Se você acha que pesca informação, beleza. Mas eu acho que só pescará autoengano. Você acha que está ganhando com isso?

          Enfim, meu estilo e meus diagnósticos são diferentes.

          E eu fico no ambiente mais empenhado em discussão ponderada. Tenho tido ótimas discussões com interlocutores muito interessantes no facebook.

          Eu não ganho nada, nem informação, lendo trollagens na área de comentários daqui. Não estou nem aí para discursos partidários histéricos.

          Se ainda tivessem substância, bom, responder alguma coisa serviria para mostrar dados e fatos aos leitores que não comentam.

          Mas isso eu faço com posts, não é?

          2013 09 06 https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/resistire-por-duo-dinamico

          2013 10 30 https://jornalggn.com.br/blog/gunter-zibell-sp/de-poeta-e-louco-todos-tem-um-pouco

          Abraços.

           

           

          1. Alguma coisa está fora da ordem.

            A auto-propaganda é só um pedido de socorro.

            O julgamento arrogante é confissão de loucura.

            “Discursos partidários histéricos”, “ambiente vale-tudo”, “autoengano”, etc, etc.

            E para fechar: debate inteligente no feicebuquistão…eh, sei não…

          2. “A auto-propaganda é só um

            “A auto-propaganda é só um pedido de socorro.

            O julgamento arrogante é confissão de loucura”:

            Voce continua psicotico.  Desista.  Voce nao eh la grandes coisas nisso tampouco.

          3. Ambiente livre e vale-tudo, é

            Ambiente livre e vale-tudo, é ambiente que leva, inevitavelmente, à expulsão de opiniões diferentes da maioria. No fim fica ‘discurso único’.

            Gunter,

            Não sei se entendi a tua definição de “ambiente livre”, pois para mim parece algo oposto com a ideia de “discurso único”. Agora se for “livre de regras”, até faria sentido considerando que falou em vale-tudo, mas não concordo com a conclusão, pois mesmo dentro do “vale-tudo” (com algumas regras) poderia ocorrer troca de ideias.

            O problema, na minha humilde opinião, reside quando:

            1) …tratamos alguém com opinião contrária como inimigo, vilão, etc….resultando em “Fla x Flu”.

            2) …levamos discussões para o lado pessoal,,,resultando em debates sobre pessoas e não ideias.

            E o fortalecimento ou predominância de uma opinião (ou visão) num espaço “virtual” de debates não se dá apenas em função dos números, mas muitas vezes em função de reputação e status adquiridos ao longo do tempo pelos participantes ou pelo exercício do poder (quando existe moderação de conteúdo por parte de usuários escolhidos e/ou pelo dono do espaço).

            P.S.: Embora imagino que não seja a tua intenção, as tuas autorreferências podem ser facilmente confundidas com discurso de autoridade. Eu até comentaria o como estou interpretando esse estilo de postagem/comentário, mas não pegaria bem (apesar de querer fazer com boas intenções) e seria “discutir pessoas”.

            Abraços

      2. O Pedro de Lara LGBT.

        Não são os debates que estão acabando. É a utilidade que você confere aos debates, e o espaço para impor sua forma de debater, que estão restritas, mas só você não consegue enxergar.

        Está na hora da autocrítica, porque você mesmo reduziu as condições de discutir um tema tão caro a civilização (os DH) a uma visão estreita, partidária e anti-governista, escamoteada na farsa do multiculturalismo.

        Se não fosse o Luis Nassif, que estrategicamente tem que manter alguém que toque nos temas LGBT, você com certeza já não seria tratado com o respeito que ainda alguns te reservam aqui.

        1. Da pra explicar porque voce

          Da pra explicar porque voce da impressao de “elogiar” o Assis em dois paragrafos iniciais e depois senta o pau nos comentaristas “cozinhas” que sao “amigos” dele?

          1. Straight to the point, please…

            E quem quer saber?

            Você quer uma explicação ou uma esculachada para justificar aquilo que você defende (fazer papel de vítima)?

            Diz aí para a gente não perder tempo.

          2. Responda essa porra da minha

            Responda essa porra da minha pergunta:

            “Gente como o gente-finíssima Assis foi enredada em uma armadilha.

            Ok, Assis é do tipo que merece todo nosso crédito, ao contrário de alguns tipos que tentam pegar carona no que ele disse para contrabandear seus (pre)conceitos fantasiados de bom mocismo.

            Do jeito que Assis e seus colegas-cozinhas falam é como se as ideiais nascessem puras, e depois, a luta política ou a própria realidade as distorcesse e as jogasse em um inferno binário”

            Porque voce gasta dois paragrafos fingindo “elogiar” o Assis e passa o resto do texto metendo pau nele e nos “cozinhas” amigos dele?  A quem voce ta pensando que ta enganando, psicotico de meia tijela?

          3. Eu ja te falei que sou mais

            Eu ja te falei que sou mais psicotico que voce, nao falei?  O que voce nao entendeu?

      3. “Aqui no blog tem um recurso

        “Aqui no blog tem um recurso de retórica inventado por aqui mesmo:

        “Vocé é LGBT e por isso suas avaliações são viesadas””:

        (Registrado, Pinko.  Reclamei disso ha poucos dias.  Tambem reclamei de lembrancas das opinioes direitistas de Noblat pra desqualificar lo no causo Batman de ontem -caso que por sinal, me deixou puto.  Tem mais gente “reclamando” de coisas na internet do gente que tem teoria de mente suficiente pra sustentar uma mirdinha de argumento que seja.  Favelizaram uma parte dos comentarios.)

        1. O diabo são sempre os outros.

          Pois é…

          Engraçado mesmo é ler um patrulhador de qualidade vinculando uma noção pejorativa à palavra favela (favelização disto, favelização daquilo), fazendo coro com a segregação classista que impera no país.

           

          1. Ivan, o pequeno?

            Puta que o pariu, e quem catzo você pensa que é, para que eu deseje perder meu tempo em te enganar?

            Serás tu o batman? O joaquim barbosa? 

            Vai procurar sua turma, neném.

          2. “quem catzo você pensa que é,

            “quem catzo você pensa que é, para que eu deseje perder meu tempo em te enganar?”:

            Nao “desejei” nada.  Eu apertei seu gatilho com a palavra “policia” no comentario sobre a favelizacao.  Voce eh a cara da favela policial brasileira.

  2. as redes sociais..

    as rede sociais fizeram de todos aqueles que delas participam em náufragos da superficialidade, já desistí faz tempo..

  3. Fla X Flu e o assunto

    Pelo menos numa coisa todos concordam, o Santos Futebol Clube é, de longe, o melhor time do Brasil hehehehe…

      1. Sem Time

        Quem torce pra todo mundo quase sempre não tem time.

        Torço pro São Paulo Futebol Clube em São Paulo, no Rio, em Minas e até em Marte.

        1. Com time Sim!

          Meu clube é o Internacional de Porto Alegre, o legitimo campeão do mundo gaucho! Gloria do desporto nacional!

          Mas não sou fanatico. Futebol hoje está um lixo!

          Nos outros estados são os que simpatizo!

          1. Ah! Tá Explicado

            Também tenho muita simpatia pelo Bahia FC e pelo Guarani FC.

            Mas torcer mesmo, pra valer, só pra dois.

            Primeiro torço pro mais querido Tricolor Tricampeão do Mundo ganhar todas, e…

            Segundo pro E C Corinthians Paulista perder todas. 

             

  4. A explicação da realidade por meio da narrativa literária

    O texto é literário. Com ele o fenômeno é explicado de forma precisa e real. Parabéns ao autor.

     

  5. Receita de coxinha.

    Gente como o gente-finíssima Assis foi enredada em uma armadilha.

    Ok, Assis é do tipo que merece todo nosso crédito, ao contrário de alguns tipos que tentam pegar carona no que ele disse para contrabandear seus (pre)conceitos fantasiados de bom mocismo.

    Do jeito que Assis e seus colegas-cozinhas falam é como se as ideiais nascessem puras, e depois, a luta política ou a própria realidade as distorcesse e as jogasse em um inferno binário.

    Esquecem a lição da História de que o debate sempre foi assim, qualquer que seja a sua plataforma. A diferença é que hoje tem mais gente, e as possibilidades de desmascarar o outro são mais amplas, isto é: coxinhas empolados não emanam mais bulas do alto de seus monastérios.

    Logo, neste ambiente conturbado, a contradição se manifesta ríspida. Aí o rótulo vem rápido: intolerência, diversionista, troll, limitado, governista.

    Claro, há limites para tudo, e de certa forma, a manipulação de certas formas discursivas e de “diálogo” acabam por torrar o saco, mas fica a pergunta: O que por no lugar? A censura? O silêncio?

    A moda agora é dizer que se debate ideiais e não posições políticas pré-engendradas. Mentira. Tolice. Cada qual aqui, ou na ONU coloca suas ideiais a partir dos interesses nos quais se filia, ainda que momentaneamente.

    Ideiais não brotam do chão.

    Outra pergunta: por que toda esta gente descolada, inteligente, culta, moderada, up to date, não se reúne e cria um grupo de debates, um blog apenas para eles, já que o clima anda tão ruim por aqui?

    Aí é que está a chave o mistério: Estes bobocas se auto-referenciam como vítimas ou pelo suposto alheamento. Eles se alimentam deste “clima” que fingem denunciar, porque assim se sentem melhores do que são.

    É o manual do coxinha-light.

     

  6. lembro aqui dos velhos tempos

    lembro aqui dos velhos tempos em que o andré  araújo critciou um texto meu, houve réplicas e tréplicas, achei tudo o maior baixo nível e me mandei….aliás, por onde anda o nosso querido sanzio? 

    é por essas e por outras que não dá para entrar nessa de responder qualquer crítica a um comentário,  parte-se inecoravelmente  para o pessoal, mesmo que a pessoa tente segurar a barra, usar mais a razão, etc…

    o que deveríamos entender é que a linguagem é o espelho de cada um e cada um  ilumina ou ensombrece a sua face conforme as palavras que usa,conforme as posições que toma em cada assunto que aborda…

    por isso, as discussões, quaisquer que sejam são fundamentais para a democracia…e enntendermos que também é ímportante relativizar certas expressões usadas pelos comentaristas…

    é preferível ter um direitista falando do que um armado e soltando bombas pelo mundo, certo?. ou que nem aquela solitária menina que se dizia fascista no encontro antifascista em são paulo….gritava e não argumentava…usava frases impregnadas de ódio….é o fim de qualquer diálogo….pelo menos a esquerda neste sentido é um pouco mais civilizada…alguns a levaram pra longe dali para evitar maiores tunultos e a poíícia levou-a…perdera o senso geográfico e por extensão qualquer referência longe dos seus? 

    como diria aquele antigo filósofo que nem lembro mais o nome (bufon, que não é o goleiro da juventus? ),o estilo é o homem….vale para esse debate….

    o eduardo guimarães fez um vídeo sobre a passeata…diriam que ele deu milho prá bode….mas nas entrevistas que fez, ficou clara pra mim a posição absurda de cada um dos marchantes, uma fugiu ao não saber responder o que era fascismo…aí é que mora o problema…a ignorância a serviço da violência e da irresponsabilidade com as instituições, que devem obviamente ser aperfeiçoadas, mas consciente de que, historicamente,  as coisas podem acabar em selvageria…

    lembrem do anjo benjaminiano: o anjo sobe de costas e vê a catástrofe nazista..mas de olho no futuro – ambora de costas(anjo é anjo, né, meu? ), com o coração e a razão  impregnados de futuro, isto é, é preciso conhecer a história para pensar o futuro…

     

    ou como disse o genial e ex-torturado nos porões da ditadura, ex-tupamaro José Mujica, presidente do Uruguai:

    Carrego uma mochila de cicatrizes às costas mas olho sempre para o futuro.

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