Dilma poderá antecipar reforma ministerial para janeiro

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Há uma falha na articulação política do governo, mas que só será corrigida em janeiro, quando houver reforma ministerial – aproveitando a leva de Ministros que deixarão o cargo para concorrer às próximas eleições.

O prazo de desincompatibilização é abril, mas há sinais de que Dilma antecipará para janeiro.

A principal mudança defendida por partidos do governo deverá ocorrer na articulação política, com a saída de Gleisi Hoffmann para concorrer ao governo do Paraná. Como é um cargo ultrasensível, não será possível colocar um técnico-sombra para ir trabalhando em janeiro e assumir só em abril. Além do que, Gleisi é senadora e poderá assumir o mandato, mantendo a visibilidade.

Existem políticos malandros e políticos sérios, analisa uma liderança política da base. Mas os dois lados querem alguém que diga sim ou não. E isso não ocorre nem com a Casa Civil nem a Secretaria de Relações Institucionais – os dois órgãos de interlocução com o Congresso.

A Casa Civil fo dividida em partes. A relação com movimentos sociais e sindicatos ficou na Secretaria de Governo, com Gilberto Carvalho. A interlocução com Congresso e partidos ficou na Secretaria de Relações Institucionais, de Ideli Salvatti. E a máquina administrativa e gestão, incluindo a nomeação para cargos, com Gleisi Hoffmann.

Enquanto ficou na Casa Civil, Antonio Pallocci tinha desenvoltura política para entender as demandas da SRI. Essa mesma desenvoltura foi exibida por Alexandre Padilha, no cargo de Secretário de RI. Com Gleisi e Ideli, o modelo perdeu a eficácia.

A falta de articulação política tem exposto a própria presidente Dilma Rousseff, que precisou cuidar pessoalmente da questão dos vetos no Senado. Montou-se um ensaio de crise, quando o presidente do Senado Renan Calheiros anunciou a resistência da casa aos vetos.

Sábio, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) acalmou aliados. Renan queria apenas que Dilma saísse do casulo e conversasse, porque ele não tem confiança nos interlocutores do governo.

PMDB, parceiro preferencial

Seja qual for a composição da Casa Civil, o PMDB continuará sendo o parceiro preferencial.

Outro dia, o governador gaúcho Tarso Genro disse que vice dos sonhos nao era o Temer. Abriu crise nacional, a ponto do presidente do PT, Rui Falcão, vir a público enfatizar a importância da aliança com o PMDB.

A aliança não se prende ao tempo de TV. Em 2010, havia a necessidade de muito mais tempo para exibir uma candidata desconhecida. Agora, não há essa necessidade. Mas como dispensar um partido que tem o maior número de prefeitos, ramificação por todo o país e controla as duas casas do Congresso?

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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