Aldo Fornazieri
Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.
[email protected]

A Lava Jato e os milicianos do Judiciário, por Aldo Fornazieri

A Lava Jato e os milicianos do Judiciário

por Aldo Fornazieri

A consciência democrática brasileira deveria expressar seu desejo manifesto de que a Lava Jato chegasse ao bom termo, dentro da lei, punindo quem tem que ser punido, sem nenhum viés partidário e ideológico e sem mover ações persecutórias contra quem quer que seja. Se assim se conduzisse à Lava Jato prestaria um grande serviço ao Brasil, combatendo a impunidade e a corrupção, que sempre foi o grande mal das repúblicas de todos os tempos e é um dos maiores males das democracias hodiernas. A corrupção articula algumas variáveis que lhes são inerentes: desigualdade social, concentração de renda e riqueza, ineficiência pública, desorganização da economia, privilégios dos agentes superiores do setor público, direitos precários dos cidadãos mais pobres e grave déficit de cidadania das pessoas. Essas variáveis são caldo de cultura, modus vivendi, da corrupção.

A Lava Jato, no entanto, sofre, hoje, duas ameaças. Uma vem do atual bloco de poder, capitaneado pelo PMDB e avalizado pelo PSDB. Como revelaram as gravações de Sérgio Machado, um dos objetivos do golpe que derrubou a presidente Dilma consistiu em bloquear a Lava Jato. Estão em curso dois movimentos para paralisar a operação de combate à corrupção. O primeiro se desenvolve no Congresso através da tentativa de aprovação de medidas que visam limitar as investigações e anistiar o caixa 2. O segundo se desenvolve nas sombras e, desta articulação, participam setores do Supremo Tribunal Federal, da Procuradoria Geral da República, do alto escalão do governo Temer e de parlamentares e senadores do blocão governista. A tese desse grupo que se esgueira na escuridão é a de que o afastamento do PT do poder, a prisão e o indiciamento de suas lideranças e a surra que o partido levou nas urnas teriam sido suficientemente exemplares para dar uma satisfação à sociedade e que, agora, o mundo político deveria seguir se curso normal. Esse “curso normal”  implica a continuidade da corrupção.

A segunda ameaça à Lava Jato vem da própria Lava Jato, dos abusos que são cometidos pelos seus condutores. Em que pesem muitos méritos, os operadores da Lava Jato cometeram muitos abusos. E, em se tratando de servidores da lei, jamais os primeiros podem compensar o segundos. Os mais graves abusos podem ser sintetizados da seguinte forma: a Lava Jato perdeu seu conteúdo republicano e se transformou num instrumento em favor do impeachment com prisões, vazamentos e delações politicamente orientadas visando atingir aquele objetivo; conduções coercitivas que violam a lei; obtenção de delações forçadas visando atingir Lula e aliviar políticos do PSDB; prisões arbitrárias e desnecessárias, como foi ao caso de Guido Mantega; escuta ilegal da presidente Dilma e sua divulgação para fins políticos; ação persecutória a Lula, criando a presunção de culpa, manipulando a opinião pública e usando a lei para constituir aquilo que os especialistas chamam de lawfare – guerra contra o inimigo político manipulando a lei.

De juízes a justiceiros

A partir da Lava Jato e, particularmente, do juiz Moro, do apoio, fama e popularidade que angariou, criou-se no Judiciário brasileiro um movimento, envolvendo procuradores e juízes, que passou a estimular ações e julgamentos que não levam em consideração fundamentalmente a lei, mas os juízos morais, os juízos de consciência dos juízes. Agem e julgam em nome de um suposto clamor popular, não seguindo os preceitos da lei normal, mas aplicando uma lei excepcional que se define a partir dos fatos, numa fórmula tão conhecida dos nazistas que se chamava “lei do movimento”. Como se sabe, o próprio Tribunal Regional Federal da 4ª Região deu aval para que leis excepcionais, que não estão escritas, possam ser usadas.

Ora, se as leis excepcionais não estão escritas quem as define? São os próprios juízes a partir de sua consciência, de sua vontade e de seu arbítrio. Quando os juízes deixam de julgar a partir da lei, mas a partir de seu arbítrio, deixam de ser juízes para se tornarem justiceiros, milicianos da Justiça. Se a figura do miliciano sempre esteve associada a atividades militares, agora, com o advento dos juízes justiceiros, ela pode ser associada à atividade judicial. Os  milicianos agem numa linha limítrofe entre a legalidade e ilegalidade, resvalando com frequência para a ilegalidade. O mesmo se pode dizer dos milicianos do Judiciário. Quanto mais ilegalidades praticam, mais tendem a confrontar a lei. A vontade de arbítrio e de poder absoluto se exponecializa a tal ponto e, exemplo disso, foi a tentativa do juiz Moro de impor censura ao jornal Folha de S. Paulo por este ter publicado um artigo crítico ao referido juiz, escrito pelo professor César Cerqueira Leite.

Existe vasta literatura jurídica (Ronald Dworking, etc.) que interdita a legitimidade de juízes julgarem pela sua consciência moral e não pelas leis e Constituição. A consciência moral dos indivíduos, e os juízes são indivíduos e não deuses, vem carregada de preconceitos, de ideologias e de religiosidade. Se fosse lícito ao juiz julgar pela sua consciência moral, o que equivale dizer, por uma “lei excepcional” não escrita, não seriam necessárias as faculdades de direito onde se aprende a técnica jurídica escoimada  dos juízos morais. Os juízes não podem agir comandados pelos seus preceitos morais, pela sua religiosidade, pela sua ideologia ou pelo clamor popular. Se bem o Direito tenha fundamento moral não é dado ao juiz o direito de julgar pela sua  consciência moral particular, pois Moral e Direito são duas esferas de atividade, dois saberes distintos.

Assim, o juiz não pode escolher critérios variáveis de julgamento, mas deve decidir sempre segundo o Direito e sua natureza técnica. Somente assim ele pode ser imparcial – demanda que estava nas origens do constitucionalismo moderno do qual desabrochou o Estado Democrático de Direito. Demanda que implicou revoluções e guerras civis para ser estabelecida no velho continente, particularmente na Inglaterra. Demanda que agora se vê ameaçada no Brasil quando juízes podem usar a excepcionalidade de sua vontade arbitrária no lugar da lei, respaldados por Tribunais Superiores.

Os Tribunais Superiores, destacadamente o STF, se tornaram fator de crise institucional e  de vigência da parcialidade da lei. O STF, por exemplo, mantém em vigor um mecanismo inconstitucional, dos mais vergonhosos, que é o foro privilegiado, quando deveria ser o guardião da Constituição, derrogando-o. Veja-se a desigualdade jurídica que o STF permite: os envolvidos na Lava Jato que não têm foro privilegiado são julgados com celeridade na primeira instância. Já os que têm foro privilegiado, envolvidos no mesmo caso, no mesmo escândalo, levarão anos para serem julgados. Isto viola um dos pilares das Constituições democráticas modernas: a igualdade perante a lei. Da mesma forma, o STF permite e estimula que vicejem todo tipo de privilégios nos altos escalões do poder público, incluindo o próprio Judiciário, e nada faz contra a PEC 241, que atenta violentamente contra o sentido manifestado do artigo 5º da Constituição de 1988. O STF, junto com o Congresso, são fautores da insegurança, da anarquia jurídica e da injustiça em nosso país.

Aldo Fornazieri – Professor da Escola de Sociologia e Política. 

Aldo Fornazieri

Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.

32 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1.  
    “Existe vasta literatura

     

    “Existe vasta literatura jurídica (Ronald Dworking, etc.) que interdita a legitimidade de juízes julgarem pela sua consciência moral e não pelas leis e Constituição. A consciência moral dos indivíduos, e os juízes são indivíduos e não deuses, vem carregada de preconceitos, de ideologias e de religiosidade. Se fosse lícito ao juiz julgar pela sua consciência moral, o que equivale dizer, por uma “lei excepcional” não escrita, não seriam necessárias as faculdades de direito onde se aprende a técnica jurídica escoimada  dos juízos morais. Os juízes não podem agir comandados pelos seus preceitos morais, pela sua religiosidade, pela sua ideologia ou pelo clamor popular. Se bem o Direito tenha fundamento moral não é dado ao juiz o direito de julgar pela sua  consciência moral particular, pois Moral e Direito são duas esferas de atividade, dois saberes distintos.

    Assim, o juiz não pode escolher critérios variáveis de julgamento, mas deve decidir sempre segundo o Direito e sua natureza técnica. Somente assim ele pode ser imparcial – demanda que estava nas origens do constitucionalismo moderno do qual desabrochou o Estado Democrático de Direito. Demanda que implicou revoluções e guerras civis para ser estabelecida no velho continente, particularmente na Inglaterra. Demanda que agora se vê ameaçada no Brasil quando juízes podem usar a excepcionalidade de sua vontade arbitrária no lugar da lei, respaldados por Tribunais Superiores.”

    Entendemos que esses juízes não estão comandados por seus preceitos morais, por religiosidade, por ideologias, pelo clamor popular, critérios variáveis de julgamento, direito e suas naturezas técnicas…

    Estão comandados pela seletividade.

    Fora golpistas!

  2. Estou surpreso que vocês não

    Estou surpreso que vocês não entenderam até agora: Um juíz que ignora a lei e julga segundo os seus critérios pessoais não é um juíz, é um ditador.

    Vocês não têm juízes, vocês têm vários e vários ditadores fingindo serem juízes.

  3. ” a Lava Jato perdeu seu

    ” a Lava Jato perdeu seu conteúdo republicano e se transformou num instrumento em favor do impeachment com prisões, vazamentos e delações politicamente orientadas visando atingir aquele objetivo; conduções coercitivas que violam a lei; obtenção de delações forçadas visando atingir Lula e aliviar políticos do PSDB; prisões arbitrárias e desnecessárias, como foi ao caso de Guido Mantega; escuta ilegal da presidente Dilma e sua divulgação para fins políticos; ação persecutória a Lula, criando a presunção de culpa, manipulando a opinião pública e usando a lei para constituir aquilo que os especialistas chamam de lawfare – guerra contra o inimigo político manipulando a lei.”

    Exatamente por estes motivos é que afirmo que TODOS os integrantes da lava jato deveriam estar atrás das grades.

    Além de não combaterem a corrupção “porra” nenhuma, ainda ajudaram os maiores ladrões que se tem notícia nestas terras a chegarem ao poder e implantar uma ditadura.

    Isto sem falar na destruição praticamente completa de projetos de desenvolvimento que estavam em andamento no Brasil.

    O desemprego de 12%, alguns dizem até 19%, não foi por acaso. Nem por obra única da crise que se alastra pelo mundo. Teve enorme participação da lava rato que seguiu cegamente orientações recebidas diretamente do departamento de estado americano.

    O que vocês acham que o morisco e o já not ima tanto fazer nos eua? 

    1. É duro fazer uma análise. O

      É duro fazer uma análise. O PT parece ter uma dificuldade incontornável de aceitar a crítica, principalmente quando é pela esquerda. 

      1. Acha mesmo? Pois dificil foi

        Acha mesmo? Pois dificil foi entender análises do sociólogo em que o PT era acusado sem considerar as nuances de que enquanto governo o partido precisava de alianças, de que muito se avançou nas questões sociais e de cidadania nos governos petistas e de que só houve investigação porque os governos petistas estruturaram e deram liberdade aos orgãos encarregados de investigação. Fezcertinho o jogo da mídia e dos plutocratas.

        Demorou para o Aldo Fornazieri descobrir que a Lava jato só existiu para criminalizer o PT e garantir o golpe. Se tivesse “percebido” isso antes suas críticas ao partido teriam mais qualidade e seriam mais aceitáveis.

        1. Venderam a alma ao demônio

          Alto lá! Aliança não é vender a alma ao demônio. Depois que o fizeram, não adianta reclamar. Erraram, erraram feio, e ainda não querem reconhecer seus erros e as consequências nefastas, principalmente, sobre aqueles ao quais pretendiam beneficiar.

          Não é possível que o partido, militantes, apoiadores e simpatizantes não reconheçam o desastre político que foram os governos do PT. Levaram ao recuo dos movimentos sociais, dos sindicatos e dos lutadores engajados no projeto do partido. A despeito das migalhas que caíram do banquete da burguesia, foi um governo de covardes, frouxos, capachos do capital.

          A omissão, o acoelhamento, a “malandragem” em achar que ia cooptar os poderosos deu no que deu. Reconheçam. Não passem à história com esta soberba. Façam a autocrítica e se desfaçam da velha guarda eleitoreira. Caso contrário, o chororô será eterno.

          1. O chororô é de vocês

            Quem não cessa esse chororô de que foram injustiçados são vocês, covardes na hora de enfrentar a Globo, de enfrentar o esclarecimento dos crimes da ditadura, de enfrentar a FIESP. Passarão à história como frouxos, covardes, pusilânimes, encantados com o poder, entreguistas, garantidores da lei e da ordem, sabujos das empreitairas etc. etc. etc.

            Então, parem de chorar, encomendem a autocrítica e limpem a própria área.

          2. Fala sério, você está

            Fala sério, você está escrevendo essas bobagens para desviar a atenção da tragédia que o golpe está causando ao país? Só acredito no seu purismo se  você escrever também sobre militancia política e cumplicidade com a corrupção da direita pelo Judiciário, entrega do pré-sal, pec 55 e reforma da previdência, repressão violenta aos movimentos sociais etc

            Você já viu o vídeo do Marcelo Reis drogadaço no Youtube? Cuidado: os que ficaram por fora do banquete do golpe e da criminalização da esquerda estão lavando a roupa suja e entregando todo mundo.

          3. Vamos lá: a maioria do topo

            Vamos lá: a maioria do topo do judiciário foi escolhida pelos governos do PT, inclusive aquela que Nassif chama de Sem-Noção; a escolha do PGR por seus próprios pares foi plenamente aceita nos governos do PT; a demissão do delegado Paulo Lacerda da chefia da PF foi decidida por Lula; o descontrole da PF se deu sob os governos petistas; a covardia de Lula diante da ameaça de Gilmar Mendes no episódio dos grampos é histórica; a Garantia da Lei e da Ordem foi apresentada e homologada por Dilma Rousseff; a mixórdia do setor elétrico foi feita no governo Dilma Rousseff; o acovardamento dos governos petistas na apuração dos crimes e roubalheiras durante a ditadura são bem conhecidos; a paralisação e covardia diante do poder da mídia (Globo) é notável; a grana empenhada nos meios de comunicação sabotadores são inegáveis; o congelamento dos preços da gasolina, que arrastou a Petrobras para o buraco, foi decidido por Dilma Rousseff; o desmonte por fatiamento da Petrobras foi concebido e iniciado no governo Dilma; o primeiro racha no PT no governo Lula se deu após a reforma da previdência, que prejudicou sobremaneira os funcionários públicos; o congelamento, a “domesticação”, da participação popular organizada, o “fica quietinho aí pra não atrapalhar as alianças com a burguesia” foi avassalador desde o governo Lula; o início do “ajuste fiscal” de corte conservador foi iniciado por Dilma e Levy; a falta de diálogo de Dilma com os movimentos de esquerda em junho de 2013 foi incompreensível, o que abriu o flanco para a esquerda ganharem as ruas; o eleitoralismo crescente do PT é inegável, o que o levou à vala comum dos velhos partidos, tornando-o um “partido da ordem”, mas inepto.

            E, pra fechar, vocês ficaram no poder todo esse tempo e não se prepararam contra a reação?! Acharam que estava tudo bem, aceitos pela burguesia? Sinceramente, muita burrice! Muita ingenuidade! Coisa de gente sem preparo, inepta, sem disposição para disputar o poder, anestesiada pelas benesses.

            E você se preocupando com um drogado boquirroto. Aliás, o mesmo em quem o Zé Cardoso deu tapinhas nas costas na porta da livraria Cultura.

            Quem está entregando quem? Até onde sei, quem está “entregando” está com as burras cheias, se refestelou nos governos petistas.

            A criminalização é das esquerdas, e não só do PT. Ou você acha que só o PT é, vá lá, de esquerda? Ora, ora, ora.

          4. Ficamos assim.
            Se você for

            Ficamos assim.

            Se você for mal informado sugiro que dê uma pesquisada e veja os dados de inclusão social durante os governos petistas. De outro lado apresente uma fórmula mágica de governo dentro do atual sistema político brasileiro. E acorde, não há como fazer política sem sujar as mãos. Em qualquer lugar do mundo, vide o caso atualíssimo dos Clinton nos Estados Unidos. Dilma se manteve no Olimpo da pureza e o resultado é esse governo criminoso do Michel Temer. Política é assim: os resultados é que importam.

            Mas se você for um troll, tal como os caras do MBL e safados associados, pago por grupos políticos corruptos de direita para denegrir a imagem do PT em blogs progressistas creio que só perdi tempo te respondendo. Mas você também perdeu seu tempo: leitores de blogs progressistas tem sólida formação crítica e não se deixam levar por apelos anti corrupção que tem como marca principal a camisa podre da CBF.

             

        2. Existem muitos críticos

          Existem muitos críticos políticos e sociais comparáveis aos engenheiros de obras prontas, aqueles palpiteiros que só apareciam na obra quando de sua inauguração.

    1. ACho que não…. Aldo é da

      ACho que não…. Aldo é da turma Republicana do PT, justamente a que permitiu a lava-jato cometer todas as ilegalidades… e pode ser ver isso no texto quando ele fala das ameaças do atual governo para cima da lava-Jato. Bom, essa operação é e sempre foi golpista. Nada de bom sairá dela. Se ela acabar hoje, deixando todo mundo do PSDB e PMDB solto, menos mal. Até pq se ela prender alguem desses partidos, será por brigas dentro da quadrilha golpista.

      Essa operação é/foi um meio de debilitar o governo Dilma e tomar o poder, além de destruir a esquerda. Só isso. O Governo já foi derrubado, e a esquerda está a beira da irrelevância. Qualquer pessoa de PMDB e PSDB qeu ela ponha na cadeia, o será apena por disputa interna dos golpistas…

      1. Excelente comentário

        Comentário muito lúcido. Seu comentário deveria ser elevado a post.  Assino embaixo.

        Até hoje a ala republicana do PT não acordou para o que está acontecendo, e não percebeu o  imenso erro que foi empoderar o Ministério Público com uma lista tríplice. .

         

  4. A intrincada (possível) contribuição da Lava-jato

    Não, a lava-jato não redundará em nenhuma melhoria dos patamares de corrupção no Brasil. Se alguma melhora pode ter ocorrido nesse campo, e certamente ocorreu, não se deve a essa operação, nem a nenhuma outra operação grandiosa do MPF e Polícia Federal nesses últimos anos. As anteriores não resultaram em nada, fulminadas por culpa de mínimas tecnicalidades em instâncias superiores do sistema de justiça. Como todos já sabemos, a atual, que sobrevive graças a condescendência desses mesmos tribunais apesar de graves violações de garantias constitucionais, somente seguirá adiante enquanto tiver utilidade no quadro de disputa política atualmente em curso. Não passa, portanto, da instrumentalização da justiça para fins políticos ulteriores.

    O pouco de progresso existente em anos recentes se deveu a uma postura de renovada crença nas instituições jurídicas como elementos fundamentais de modernização social. Diversamente do período anterior da década de 90, em que as estruturas estatais foram desmanteladas, a virada do século assistiu ao ressurgimento da confiança no papel do Estado como moderador das relações políticas e sociais. Testemunhamos, assim, o crescimento do aparato estatal e de sua capacidade de intervenção no cotidiano.

    Um exército de juízes e promotores foi adicionado aos quadros da magistratura e do ministério público nesse período. Da mesma forma, defensorias foram criadas e tiveram sua atuação expandida com a possibilidade de ajuizamento de ações civis públicas. Um novo exército de delegados e policiais engrossaram o aparato de controle, sem se falar dos agentes das várias instituições da administração com poder de polícia e supervisão de setores e atividades específicos da vida social. Importante ainda salientar os milhares de técnicos judiciários e estagiários agregados ao aparato.

    Não foram poucas as reclamações de prefeitos sobre promotores que não os deixavam governar, sujeitos que estavam a inúmeras ações judiciais. Controladorias e tribunais de contas não davam paz aos administradores públicos, submetidos aos ditames de leis e regulamento múltiplos. Devassas e fiscalizações impiedosas caracterizaram a nova dinâmica de lugares outrora esquecidos pelo poder estatal. Em outras áreas mais mundanas, a indústria da multa foi acusada de não arrefecer perante os munícipes sujeitos a intransigentes controles.

    Obviamente, esse processo foi muito benéfico enquanto pautado por altos patamares de impessoalidade. Nos anos iniciais desse desenvolvimento, jovens ingressos nas carreiras de estado chegavam a remotas localidades ansiosos para colocarem em ação as ferramentas à sua disposição. Como a carência de postos era enorme e o ritmo de promoção bastante rápido, esses novos recrutas não esquentavam suas cadeiras nas instâncias iniciais e logo eram transferidos para outras localidades, sem tempo de se fixarem e criarem laços afetivos com os grupos sociais ao redor. Mantiveram sua impessoalidade e, consequentemente, promoveram um respeito pelas novas instituições e estruturas legais. O descompasso de muitas administrações e muitos setores da vida pública com requisitos de legalidade e moralidade foi diminuído e o setor público passou a funcionar de forma um pouco mais azeitada mesmo em remotos grotões. Muitas das melhorias de indicadores sociais recentes são devidas a esse processo.

    A velocidade de ascensão nessas carreiras, todavia, se reduziu. O custo dessa operação de modernização se avolumou e o ritmo de expansão diminuiu. Em consequência, a carreira tão dinâmica no início passou a ter períodos mais longos em lugarejos distantes antes de promoções. Os independentes e autônomos membros do poder estatal passaram a se ver enredados por afeições e alianças locais. O pertencimento a estamentos economicamente privilegiados se fez sentir nas identificações de valores e demandas. Novas fidelidades se forjaram e suporte a determinados projetos políticos vieram a se consolidar. A aplicação impessoal da lei começou, lentamente, a ceder espaço a perseguições políticas.

    As instituições também amadureceram e aprenderam a distinguir seus interesses corporativos. Em instituições investidas com uma racionalidade tecnocrática não existe muita tolerância e compreensão de práticas políticas horizontais e participativas. Em instituições a que se acede por questões de múltipla escolha, o respeito por processos deliberativos de base é reduzido, se não inexistente. Os membros dessas instituições imaginam-se como profissionais altamente especializados que necessitam de farta remuneração para desempenhar seu múnus de maneira efetiva. O altruísmo dos barbudinhos descolados não lhes cai bem. A demonização de práticas políticas é facilmente compreensível.

     

    A Lava-jato representa esse novo arranjo institucional. Membros do judiciário e do ministério público imbuídos de uma racionalidade tecnocrática, baseando-se no aprendizado institucional passado e aproveitando da condescendência e interesse de grupos de poder pôde promover um assalto aos grupos políticos que se encontravam no poder. 

    Obviamente a existência de atores competentes no judiciário e MP para desempenhar esse papel depende de fatores arbitrários. Nem todo mundo desejará sair de sua zona de conforto para começar uma cruzada nem terão a competência técnica para fazê-lo. Aqui reside o incrível poder da agência humana. A força tarefa e o juiz encarregados da operação utilizaram com maestria o poder a eles conferido. Nessa janela de oportunidade política, eles receiam desempenhar um papel de inocentes úteis (creio que alguns deles tenham essa consciência, ao menos). A esperança que talvez carreguem é a de que serão capazes, por meio de suas ímpares capacidades pessoais, fazer com que essa janela de oportunidade se amplie e consigam subverter as rígidas regras da estrutura política. Inicialmente agiriam sobre o alvo esperado, com a complacência da mídia e grupos de elite, para depois, quando já não fosse mais possível dispensá-los, virar o jogo e alvejar o restante do espectro político e empresarial. Ou seja, conseguiriam vencer o sistema com sua atuação concatenada e promover uma ruptura real para além daquilo que lhes é conferido como horizonte de expectativa. Passariam, assim, o país a limpo, como tanto desejam.

    Não conseguirão. Enquanto frente a qualquer achaque de outros poderes, a mídia lhes granjeou farta exposição e a possibilidade de acuar aqueles que ousassem desafiá-los. Esse microfone está em vias de se apagar e apenas as ideias contrárias irão reverberar na caixa acústica midiática. A imprensa em São Paulo já lança opiniões a favor e contra a operação. Em breve, como as denúncias contra o chanceler, as posições a favor não demorarão nas manchetes e as denúncias ficarão o dia inteiro. O consenso acerca do excesso será forjado e os tribunais superiores poderão enterrar a operação, como já feito em outras circunstâncias. Talvez um ou outro membro dessa força tarefa também acabe tendo que pedir asilo na Suíça.

    Qual será a contribuição da lava-jato, então? James Whitman em Harsh Justice tentou comparar o desenvolvimento das instituições penais na Europa e nos Estados Unidos, de modo a tentar explicar a maior leniência no continente europeu do que entre os americanos. De maneira bastante sintética e sem atentar para suas inúmeras imprecisões, seu argumento defende que a utilização do sistema penal contra a aristocracia no início do período moderno resultou na atenuação de sua severidade na Europa, pois as elites desde muito cedo entenderam o perigo que um sistema de justiça criminal pujante significa. Por terem sido vítimas de persecuções políticas, atenuaram a força do aparato penal. A experiência democrática americana criou elites que nunca estiveram sujeitas aos dissabores da justiça penal e nunca demonstraram solidariedade com as vítimas desse sistema. Resultaram no presente caos de penas atrozes e sistema voraz.

    A reação aos desmandos da lava-jato já se faz sentir em todas as esferas. Do Supremo ao Congresso, dos meios de comunicação a setores do empresariado, começa a se elaborar uma reação ao amplo espectro de poder do judiciário, principalmente da desmedida força que possuem reles juízes de primeira instância. Segundo um jornal paulista, o PIB – referindo-se, assim, aos grupos economicamente mais poderosos do país – não aceita que outros setores venham a ser tragados pela operação.

    Não sem surpresa, veremos discursos garantistas se avolumarem nos meses futuros. Nenhum grupo de poder admitirá por muito tempo o predomínio da arbitrariedade contra os seus. Além do retrocesso das conquistas sociais promovidas pelos governos progressistas dos últimos anos, passaremos, então, também pela reversão das conquistas do poder judiciário dos últimos anos.

    A contribuição da lava-jato, portanto, poderá ser a delimitação do poder judicial em seu âmbito penal. Restará saber se também alcançará a rafameia, diuturnamente supliciada nos porões do aparato de justiça penal. No interior de tantos tropeços, talvez se converta em uma única boa notícia trazida por esse desmedido rompante punitivista.

    1. Acredito que a Lava-Jato

      Acredito que a Lava-Jato aumentará a corrupção no curto-prazo (Ascensão da quadrilha de Temer ao poder), e principalmente, no longuíssimo prazo.

      Vou dar um exemplo, Lula provavelmente será condenado e impedido de concorrer as eleições presidenciais de 2018, o que provavelmente fará os golpistas vencerem as eleições e aprofundar o golpe( agora com legitimidade). Um dia, quando os ventos virarem e tivermos um mínimo de estado dmocrático de direito (Em um país paupérrimo, provavelmente), Lula será absolvido de todas as acusações, em algum julgamento simbólico, provavelmente com ele já morto, daqui há 20 ou 30 anos. 

      Com o pais totalmente destruido  etodos os nossos recursos saqueados, iremos nos perguntar como permitimos que essa desgraça se abatesse sobre o Brasil, e perceberemos que o golpe de 2016 terá vestido toga ao invés de usar tanques. Acontecerá com a justiça o que aconteceu com as forças armadas nos países Latino-americanos, elas cairão em descrédito.

      Por exemplo, iniciativas como a Lei da Ficha limpa irão acabar, pois serão considerados poderes excessivos nas mãos de um judiciário no qual o povo jamais confiará novamente. Irão se lembrar que a lei de ficha limpa foi um instrumento do golpe para evitar candidaturas de “indesejáveis” e instrumento de Arbítrio. O Direito penal do inimigo será substituído por um sistema tão garantista que tornará praticamente impossível botar um corrupto, por mais comprovado que ele seja, na cadeia. Hoje, escolheos abrir mão da democracia em troca do “combate” a corrupção. No futuro, seremos tolerantes com a corrupção como um preço a pagar para a manutenção da democracia. Preferiremos ter democracai com corrupção (MUITA) a acabarmos com a democracia na tentativa de acabar com a corrupção.

      O judiciário vai virar algo parecido com o que são hoje as forças armadas, visto com desconfiança. Talvez tenha algum ex-juiz candidato que defenda os interesses do judiciário na câmara e seja um ardoroso defensor da “Revolução de 2016”, exigindo aumentos e direitos para os juizes (Na prática, retorno de privilégios que eles tem hoje e perderão) e iremos adorar falar mal dele e chamá-lo de fascista. (Ele terá uma base fixa de uns 100 mil votos, de setores ligados ao judiciário)que pode aumentar em ondas conservadoras). 

      Haverá amplos setores das classes médias, que esquecendo das mazelas dos dias de hoje, pedirá intervenção judicial contra o Comunismo em momentos de maior polarização nacional.

       

       

      1. Acho que não pode ser

        Acho que não pode ser descarta a hipótese de que no futuro o país Brasil nem exista. Com esse plano econômico absolutamente assassino e a camarilha que está no poder apenas pra pegar o quanto puder, não é de surpreender que o estouro de violência em estados quebrados – como o Rio Grande do Sul e o Rio – alimentem movimentos separatistas, principalmente no Sul do país. 2016 pode ser o ponto de partida não pra tornar o país um país agrário, pré-Vargas, mas para o fim do próprio país, acontecnendo com o Brasil o que houve no período de independência da america espanhola. 

        1. 2016 abriu a porta para tudo

          2016 abriu a porta para tudo quanto é desgraça acontecer nesse país… Mas ainda não vejo o país rachando. No caso do Sul, eu confio mais em Gaúchos do que em Catarinenses e Paranaenses, onde o separatismo para mim talvez tivesse mais chances de prosperar… Aí até por uma questão geográfica, acho dificil vingar…. Tem São Paulo também, mas Não vejo São Paulo se separando justamente por que São Paulo não quer se separar, e sim, dominar o restante dos estados. Talvez São Paulo queira se separar a sério quando perceber que jamais terá como dominar o restante do país, mas aí faltará força…

           

  5. Concordo, mas por exemplo,

    Concordo, mas por exemplo, nas Varas de Família o que mais tem é arbitramento dos juízes com base moral e não na lei.

  6. Alguns comentaristas tem que

    Alguns comentaristas tem que avaliar o que foi preciso fazer para atingir o PT. Olha tudo o que tiveram de ousar e quem tiveram que atingir. 

    Olhem isso antes de dizer que fez aliança espúria. É o mesmo pessoal que não é atingido pela justiça da mesma forma que o PT é perseguido. 

  7. Defendendo a Lava Jato?

    Li direito ou o Professor Fornazieri está com uma leve intenção de defender a Lava Jato?

    Estaria o autor do post se doendo pelo fim da Lava Jato? Pois que acabe o quanto antes. Corrupção não se combate com shows midiáticos e judiciáticos. Existem maneiras mais eficazes de se combater a corrupção, como por exemplo as leis anti compliance. Nos EUA, com toda a corrupção da Enron, nehuma empresa foi quebrada, apenas prenderam os responsáveis, e o governo colocou agentes dentro da contabilidade da empresa, para fiscalizar continuamente e impedir novos casos de corrupção. Sem mídia, sem holofotes, e sem mega operações policiais, discretamente os EUA combatem a sua corrupção e a economia americana vai muito bem, obrigado. .

    E mais importante de tudo, a Lava Jto implodiu a economia deste país e por décadas não vai se recuperar pois os investidores ficaram apavorados com a quebradeira de empresas promovidas por esta caça as bruxas. Nada justifica isto. Doze milhões de desempregados é um preço muitíssimo alto para se pagar por um comabte a corrupção.

    E a corrupção não acabará mesmo que a Lava Jato continue, antes acabarão o PIB, todas as empresas, e as vidas dos 200 milhões de brasileiros , pois nenhuma economia suporta queda de PIB continua acentuada para sempre. Temer e Renan fazem muito bem em tentar fechar a Lava Jato, o quanto antes. Nenhuma empresa estrangeira irá investir no Brasil enquanto a Lava Jato continuar a prender empresários e quebrar empresas.

    Além de tudo o autor do post ataca o fórum privilegiado, outra atitude inacreditável. Pois quando um piloto está sentado na cabine de um avião, a 10 mil metros de altitude, ninguém o importunaria, deixaria o mesmo pilotar o avião e depois de pousar em Terra, o levaria para julgamento. O mesmo se aplica a membros do legislativo e ao presidente da República, que só podem ser julgados após afastamento de seus cargos.

    Com tantas incoerências chego a duvidar que foi o Professor Fornazieri mesmo que escreveu um artigo tão fraco assim.

    1. Melhor seria se nunca tivesse existido.

      Alguns observadores dotados de acuidade privilegiada, como Eugênio Aragão e Armando Coelho já identificaram que a Vaza a Jato é filhote temporão do Caso Banestado. A malandragem que os agentes aprenderam lá voltou a ser praticada agora com novo instrumental legal introduzido pelo sistema político que a operação jurídico midiática tem a missão de destruir. Seria melhor que nunca tivesse existido. Mas já que foi parida, que seja extinta o quanto antes. Porém, o MAL, vai além das milíicias de Curitiba. É preciso varrer da face desse país a grande parte do sistema judiciário que apoia o movimento de destruição do país em benefício de seus interesses escusos e mesquinhos. Se não fosse interditada a informação nesse país seria possível à população saber o golpe que está sofrendo e ela própria resolveria o probjela de uma forma rápida, radical e eficiente. Infelizmente só chega à população as estórias que o sistema Globo/Mossack- Fonseca, comparsa do judiciário, inventa e distorce, Quando quem deveria cuidar das leis e de garantir o seu cumprimento se transforma que quadrilha e associa-se a outras quadrilhas, não há país e nem povo que possa sobreviver ao caos reinante e crescente. É isso que asssistimos hoje no Brasil. Quadrilhas tomando conta de todos os espaços e chamando e acusando quem é honesto de bandido. Não existe saída pacífica nem tampouco legal para esse caos armado.

    2. Fornazieri é da esquerda Viva

      Fornazieri é da esquerda Viva a Lava-Jato !!!

      Quem acha que essa operação vai prender algum tucano, ou que ela não é golpista, é pq não entende patavinas de assunto nenhum. 

      Até as cirandices do Arkx fazem mais sentido. Pelo menos ele reconhece um golpe quando Vê…

  8. Patrão do Norte

    Começo a ficar cansado com o medo que muitos analistas de conjuntura têm, de colocar os pingos nos “is” ou pelo menos formular outras hipóteses que não seja a do superego de Moro.

    Alguns já começaram a questionar as múltiplas viagens de Moro aos Estados Unidos.

    Uma hipótese mais plausível, hoje, é de que Moro trabalha para os Estados Unidos.

    A Lava Jato nasceu para destruir a Petrobras, para tanto era necessário tirar o PT do poder e colocar lá pessoas comprometidas com a entrega do país. O ideal teria sido colocar no poder o PSDB, mas isto era inviável, pelo menos para aparentar uma “certa democracia”.

    A solução via PMDB atendia aos interesses dos entreguistas pois a Lava Jato mantem este partido com a faca na jugular, obrigando-o a aceitar o comando real do PSDB.

    O papel vem sendo cumprido por Moro. Só se joga para a plateia coxinha, com perseguições e vazamentos diários para a mídia, entalada até o pescoço no golpe e dependente dele para sobreviver.

    Nenhuma denúncia contra PSDB e PMDB foram investigadas.

    Ao final como na caso do Banestado, ninguém irá para a cadeia, a não ser Lula, e o país será entregue a quem de direito, ou seja, a Casa Grande, que se contenta com as migalhas que cairão do prato do patrão do Norte.

  9. Moro e Gilmar Mendes desafiam Democracia e STF

    Se os defensores do estado democrático de direito não reagir,

    Se os membros do STF não enfrentar os desvios e arroubos do Moro e do Gilmar Mendes estamos fritos.

    o Poder Leislativo está totalmente desmoralizado e tomado por interesses escusos

    O Poder Executivo foi tomado e está dominado por figuras como Senador Romero Jucá , que já deveria   estar cassado e preso (por muito menos Delcidio foi).

    Romero Jucá virou líder do Governo no Congresso.

    André Moura líder do Governo na Câmara Federal

    A credencial pra participar deste Governo Golpista é não ser nada ético.

    Devido a suas relações com Marlus Arns (advogado de delatores pós estranha saida da Catapreta e logo escolhido por Eduardo Cunha),devido a suas jogadas com a LIDE , o PSDB do João Dória e Grande Mídia durante as operações ,devido as palestras remuneradas ou não em horário de trabalho ou não e sua opção preferencial em falar para a elite financeira e Empresarial será que Moro passaria num sério teste de integridade?

    Quem acreditar na seriedade das delações de Cunha é um besta.

    Moro obriga Lula a testemunhar pelo seu inimigo arquirival Eduardo Cunha . o mesmo que , assim como boa parte deo PMDB apoiou Aecio Neves, candidatou-se  e  elegeu Presidente da Câmara contra a vontade e desafiando o Planalto, e com tudo isso e para humilhar e achincalhar Lula Moro aceita o que  é um escárnio , o Réu escolher seu inimigo como testemunha de defesa

     

  10. O Processo de Aldo?

    Bem, eu não imaginei que “o aldo” chegasse a tanto.

    Ao que parece, nada é tão ruim que não possa piorar.

    Então o nosso porta-voz da esquerda alice argumenta (?) que uma operação judicial-policial estruturada da delação extorquida, em provas inexsistentes, em medidas inconstitucionais, em vazamentos seletivos possa ser aproveitada para algo?

    É isso?

    Meus zeus, Kafka morreria de vergonha ao ler tamanha criatividade…

    Eu não perco mais meu tempo retrucando tamanha baixaria, e creio que o Nassif publica por algum laço sentimental ou para apoquentar a gente mesmo…

    Mas aí eu diria, para ler esse tipo de cinismo conservador contrabandeado, é melhor ir na fonte que dá estrutura conceitual a esse lixo, ou seja, o pig…

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador