Além do hambúrguer e da Coca-Cola, por Cristiane Alves
Além do hambúrguer e da Coca-Cola, uma franquia política para a manutenção do capitalismo
Estavam ali dois gênios do fazer lanches com rapidez e qualidade. Colocando em seu quiosque as mais significativas técnicas de gestão de produção e revolucionando o mundo do fast food. Tudo certo naquilo que se propunham, trabalhavam bem, rápido, com qualidade no produto e no serviço. Não desejavam muito mais do que os milhares de consumidores que vinham angariando dia a dia. Eram, portanto, bem sucedidos os irmãos Mc Donalds.
Eram bem sucedidos, até que alguém olhasse seu empreendimento e notasse o potencial de mercado. E devagar e espertamente aparou as arestas, diminuiu perdas, e potencializou lucros. Então vendeu a ideia e as franquias se multiplicaram.
Os consumidores nem perceberam, mas logo estavam comendo toda artificialidade do capitalismo, embrulhada em conservantes e corantes, com muito aromatizante e algumas salpicadas de câncer e doenças cardiovasculares.
O povo se satisfazia com a rapidez e o sorriso dos atendentes. A jovialidade e a cara do novo.
O marketing criava o estilo Mc Donalds, do uniforme ao formato da logomarca. E o câncer e o infarto viraram grife. Tudo pelo prazer de ser um consumidor do “M” amarelo.
A morte é coisa da vida, faltavam dizer. Ninguém infarta se não houver predisposição genética. Crime perfeito.
Os Mc Donalds amavam tanto o que faziam que, por levar seu nome, precisavam ser vistos como os melhores em qualidade de produto e serviço. Alguém percebeu que ganharia muito mais vendendo e gerenciando os espaços e o serviço. Cai a qualidade do produto, mas já a fama e marketing se encarregaram dos lucros. E sorrateiramente os donos da ideia perderam tudo para o dono da ambição.
Muitos empreendimentos poderiam substituir o Mc Donalds nesse relato breve. A Coca – Cola, por exemplo, onde a garrafa e o rótulo vendem mais que o líquido estranhamente viciante. Açúcar em forma líquida, acidulantes, corantes perigosos e tantos outros componentes que dariam medo à fórmula da heroína, mas que “refresca” a dura vida que ajuda abreviar, somente dos que tem predisposição, claro. Tudo fundamentado na teoria de Darwin sobre a lei dos mais fortes.
E o capitalismo que produzia o dispensável e alimentava os desejos do ego olhou para o horizonte e viu que tinha feito tudo. Daí pensou por onde deveria ir para continuar caminhando, uma vez que o mundo jazia aos seus pesados, mas macios pés.
A Política! Eis essa bela dama de moral duvidosa e bem vestida. Cheia de filhos inúteis e amantes pervertidos. Mas linda e moralista.
A linda senhora já não muito jovem, valendo- se de muitos recursos materiais mantém-se formosa. Mas já sua voz treme e denuncia sua idade e já não é tão desejada.
Por perto a “novinha” América Latina aponta seus traços mestiços de indígenas e negros. Formas voluptuosas e olhos brilhantes. A moça é altiva, mas inocente ainda. Possui brilho nos olhos isso que a velha política não possui mais.
A jovem mantida em cativeiro se liberta aos poucos e quando está pronta para sentar à mesa descobre do pior jeito que lhe tiraram a cadeira.
Agora está por baixo. Suas vergonhas expostas, roupas rasgadas e violentada pelos filhos e amantes da velha senhora, justo para que esta se regozije.
Enquanto isso o marketing se encarrega de exaltar os senhores do mundo como os salvadores morais de uma jovem que beirava o “homossexualismo”. Ela precisava de ajuda, agora se curará e se dará ao respeito. Entenderá que seu lugar é na área de serviço. É dolorido, mas necessário.
Muitos acreditam, já que aqueles são os donos do mundo. Ali estão os que conquistaram tudo, só pode ser verdade.
E a herança da mocinha, muito maior do que se sabia passa a ser dividida entre os que se sentam à mesa. A desculpa é que ela sempre foi pobre, não saberia o que fazer com tanta riqueza. Obviamente perder-se-ia. Melhor manter os ricos como tuteladores das riquezas.
E a linda e empobrecida America Latina, em choque, assume seu papel servil e coadjuvante em seu próprio mundo. Acredita que é o melhor, e que seus raptores são bons e aquela linda senhora é uma mãe.
Falta apenas espiritualidade. Não serve essa coisa étnica. Tem que ser a verdadeira. A que veio do centro do mundo. A do Deus branco, homem e autoritário e a dos anjos que falam inglês.
Que bela a jovem prostituída pelo velho mundo!. Já tão jovem envelhecendo os traços.
A jovem agora consome alegre o câncer embutido no alimento processado, engorda e deforma, mas agradece o alimento sublime que lhe sacia a fome e mata a sede. Apenas mata, engorda, endivida e deforma.
Mas, vejam! O problema do mundo é o Comunismo. O príncipe encantado com quem a jovem ousou flertar, mas que na verdade jamais viu, senão em sonho. Na verdade o jovem existe, mas é apenas um trabalhador braçal, desses do campo, que vive do seu trabalho e pisa o barro com o qual constrói a própria casa. Um lindo. Ele não acredita em mulheres em torres a serem resgatadas. Ele as ensina e aprende com elas o necessário para a vida, sem excedentes, sem amarras.
Eis que esse rapaz não lhe interessa. Prefere o abuso dos ricos e a glória do rótulo da garrafa cujo conteúdo mata.
A sorte é que o rapaz não está só. Apenas não se obriga aos enganos de um mundo exclusivista. Ele ama e vive flertando com a Anarquia. Um dia ela decide ficar mais um pouco quem sabe tenham filhos e quem sabe nós teremos salvação.
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E “acima de tudo” agora o rotulo coca/hambúrguer tem respaldo das bíblias do sovaco dos evangélicos ensinadas pelo tio sam.
Post inspirado, inteligente, provocador.
Minha Irma! Nos viramos mercadorias ja faz muito tempo. Comecou devagar para que percebessemos o caminho que os marketeiros desenhavam para a mercantilisacao da mente, e do corpo atraves de “necessidades”criadas pra que, nos – os consumidores deixassemos de pensar e passassemos a consumir e “usufruir”das balelas oferecidas como realmente necessarias para nosso desenvolvimento.
Thorstein Veblen, em 1912, publicou um livro com o titulo ; A teoria da classe do lazer que emblema o que seria o futuro.
Ele foi muito presciente ao escrever outros livros que complementam entre si e nos mostra que com poucas excecoes, os economistas estam a servico dos rentistas e dos ladroes que assolam o planeta.
Thorstein Veblen esta escrito em Ingles e a maioria de seus livros estam em pdf e podem ser traduzidos.
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Philosopher Joseph Heith, professor da Universidade de Toronto, esmiuça esse trabalho de Veblen de uma maneira clara e mostra a presciencia do author.
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Como afro descendente e uma alegria ve-la brilhando no nosso Brasil.
Gratidao minha irma. Axe
Mariapaz
Quando quiser me escreva. O site tem minha email e eu autorizo a irma a obte-la.