Francisco Celso Calmon
Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.
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De bozo a capitão américa (do norte), por Francisco Celso Calmon

Quando a situação está encrencando a ele ou a sua família, ele lança mão de algum recurso, tipo factoide ou fake news, com o objetivo de alcançar o diversionismo.

De bozo a capitão américa (do norte)

por Francisco Celso Calmon

Não faz muito tempo era afirmado que o Bolsonaro não tinha projeto, depois admitiram que havia um projeto, mas ele não era o protagonista, que era um bobo, o bozo, no momento a onda é dizer que ele sabe o que faz e tudo é bem calculado.

Quando a situação está encrencando a ele ou a sua família, ele lança mão de algum recurso, tipo factoide ou fake news, com o objetivo de alcançar o diversionismo, ou seja: escapar de assuntos que lhe causam desgaste, desviando o foco do assunto incômodo para um outro  menos polêmico ou mais polêmico, desde que tire o foco. Ocorre que para isso teria que haver concurso da mídia ou admitir que ele é onipotente e pauta a mídia.

Lula é assunto internacional, seja visitando o Papa, seja recebendo o título de cidadão parisiense, seja reunindo multidões com as suas caravanas, mas a mídia quando quer, quando não é de seu interesse, o desconhece, mesmo sofrendo constrangimento da mídia internacional por mau jornalismo.

Como enfrentar essa realidade da sagacidade dele e cumplicidade da mídia?

As redes sociais atingem cada vez a um universo maior, a ponto das mentiras ou das pós- verdades serem capazes de pautar e dar rumo à vida política nacional, fraudando eleições, culpando a vítima e não o réu, trocando fotos de cadáveres, silenciando porteiros…

Existe a mídia alternativa que alcança um segmento seleto de usuários, como fazer para ampliar esse alcance? 

A imprensa internacional tem dado, no possível, boa cobertura do que vem ocorrendo no Brasil e não há censura quanto a cobrir a agenda do Lula. Isso enseja que a nossa mídia alternativa poderia ter um espaço diário do que deu no exterior referente ao país. 

Se o povo soubesse o que nós sabemos, a situação seria diferente? 

Se Moro e a lava jato não tivessem subvertido o devido processo legal, se Gilmar Mendes não tivesse exorbitado e impedido Lula de assumir a Casa Civil do governo Dilma, se o impeachment da Dilma, sem crime de responsabilidade, não tivesse ocorrido, se a Constituição tivesse sido respeitada, bem como o devido trânsito em julgado, e Lula não tivesse sido encarcerado, se as eleições tivessem sido sem fraudes e mentiras da campanha do Bolsonaro, qual seria a situação do pais, como estaria o Brasil?

Na história não cabe contrafação, mas numa análise admitisse, então indagamos: por que ocorreu todo esse elenco de ilegalidades, senão porque houve e há um processo golpista contínuo ao Estado democrático de direito? 

Apesar disso há a concepção de que mesmo com todas as ilegalidades, a eleição fora democrática e cabe respeitar o exercício do mandato presidencial até 2022, mesmo que a nação brasileira continue sob o jugo de um Estado policial.  Mesmo com todos os sinais que o bolsonarismo incrementa o caos, com risco até de conflito armado, para consolidar seu projeto, há os defensores de uma democracia abstrata.

O bolsonarismo já suscitou a possibilidade de um novo AI5, já incentivou seus seguidores a fechar o Congresso, já afirmou que basta um jipe e um cabo para fechar o STF, já fermentou a promiscuidade entre milícias, policiais e militares, já apoiou motim de policias, qual sinal necessita ser dado para, mais do que evidência, provar que o golpismo é permanente  e talvez não cogite passar a faixa presidencial em janeiro de 2023?

Em 1964, com várias evidências e alertas, dirigentes da esquerda, como o Prestes, do governo, como o gabinete militar, e em especial o presidente Jango, não acreditaram (ou não quiseram admitir), nem mesmo quando os tanques do general (Olímpio) Mourão se deslocaram de Minas em direção ao Rio, que estava em curso um golpe. E quando se deram conta preferiram não resistir. A nação pagou com censura, corrupção, mortes, torturas, prisões, butim, assassinatos, exílios, banimentos, os dois momentos: o do não acreditar e o do não resistir.

Só aprende com a história quem deseja ser um bom aluno.

Francisco Celso Calmon é Advogado, Administrador, Coordenador do Fórum Memória, Verdade e Justiça do ES; autor do livro Combates pela Democracia (2012) e autor de artigos nos livros A Resistência ao Golpe de 2016 (2016) e Comentários a uma Sentença Anunciada: O Processo Lula (2017).

Francisco Celso Calmon

Francisco Celso Calmon, analista de TI, administrador, advogado, autor dos livros Sequestro Moral - E o PT com isso?; Combates Pela Democracia; coautor em Resistência ao Golpe de 2016 e em Uma Sentença Anunciada – o Processo Lula.

5 Comentários

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  1. Que desgraceira é manchete de hoje na midia murdochiana?? Acabo de sair de um dia-luz de hibernação e preciso saber de todos os babados. Vejo Marinhos, Frias et caterva
    Nem me diga que o mundo anda mal
    Hoje eu nem quero ler os jornais
    E suplico humildemente a Deus, nada obstante a minha indignidade ante tão excelsa Criatura, ou melhor, Criador, em nome de seu Filho Amado, nosso Senhor Jesus Cristo, que ele olhe para todas as violetas velhas sem um colibri. Elas são tão tristes. Cobre-as com teu Manto, Mãezinha do Nazareno. Olha por nosso planeta, de um vale de lágrimas, metamorfoseia-o em relvas nas encostas das colinas, ao entardecer, com cachoeiras e com a eterna juventude e a imortalidade, não dos corpos, é claro, mas das idéias.
    Strawberry Fields Forever
    All We need is love
    Imagine all the People living life in peace
    Where do they all come from?
    Arkx, não me fulmine, eu não sou pequeno burguês, e as pessoas ao meu redor são gente humilde. E eu que não creio, peço a Deus por minha gente. Não sou idealista, não sou pequeno burguês. Sou Proleta Revolucionário Não permita que eu seja fuzilado.
    Por falar nisso, agora a elite vai ter, forçada pelas circunstâncias sanitárias, desconcentrar mais a riqueza em decorrência do coronavirus, se quiser recuperar os anéis em vez de perder os dedos.

  2. CAPITÃO AMÉRICA: “UM HEROI GAY EM DEFESA DOS INTERESSES DOS ESTADOS UNIDOS”; que usa como defesa no escudo, uma estrela SEMELHANTE a do PT.

  3. Além da cirúrgica análise da disfuncionalidade consciente da mídia corporativa (que faz jornalismo de fachada e usa seus articulistas como laranjas do mercado rentista), o artigo traz uma excelente e inovadora proposta. Quem sabe se nossa mídia alternativa, nossos blogues independentes não passam a trazer um clipping diário das notícias veiculadas pela imprensa internacional? Talvez até compartilhando o material numa rede de sites/blogues. Teríamos um produto, aos olhos do leitor, carimbado com a isenção e confiabilidade de grandes veículos externos e sem tantos interesses escusos.

  4. Diante do exemplo brasileiro, onde até um comediante é chamado para distribuir bananas aos jornalistas num dia, o presidente tem vida íntima questionada (pasmei, que até a “esquerda” reproduziu mais esta cortina de fumaça e real preconceito) no dia anterior, não creio que nosso país nem o presidente forjado que aqui habita seja pior que o das Américas. Si, si, os EUA usam a imagem e o tipo de guerra que precisam pra estabilizar ou desestabilizar quem lhes interessa sugar. Das tarântulas. Nietzsche. Vale ler e reler os fragmentos.
    Só queria voltar um pouquinho no “mensalão seletivo”. Pois é, nele já tarantulava-se o golpe.
    A mídia nacional sempre foi de conivência infame e tbm é tarântula, mas já teve dias melhores. Já houve “Roda-Viva” (entrevista), com jornalistas sem censura, por exemplo. Já houve o programa de música “Roda Viva”, por outro exemplo.
    O bom dos impérios é que caem, mas se o tecido social foi esfarrapado e não cuidamos de re-tecê-lo…
    Contudo, as resistências ainda me animam. Espero que possamos amadurecer mais, chega de ser presa e predador. Por um mundo mais social possível, na medida do que eu gosto: do impossível – que é assim só até que se realize.
    E antes que me esqueça, pra quem disse “nunca” pra mim quando meu presidente de verdade estava preso: #LulaemParis. Agora trata de superar.
    Lanço por último um convite à reflexão. Para quem não está acostumad@, é meio drástico, mas tem solução. Quem pratica as falácias (gentileza estudar “falácias” – prateleira de Filosofia das Universidades ou de Língua Portuguesa do Ensino Médio), vai ter que ler e exercitar a mais importante (pode comelar por dentro de casa): não tentar desqualificar o outro sem apresentar argumento, esta é a falácia de ataque à pessoa. Se precisar de ajuda, recorra à professores (como preciso pelo meu português ainda rude…), pelo menos os públicos, são bem solícitos. Bom aprendizado e melhores escolhas nas próximas eleições! Outra sugestão é, caso não consiga aprender, não aborreça quem escreve bem, vá para sua própria página, pode ser aquelas só de seguidores… Por fim mesmo, só sugestão… identifique-se, isso diz muito além que um nome ou codinome declarado.

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