Mais um risco, por Janio de Freitas

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – Janio de Freitas, em sua coluna de hoje, na Folha, aponta que o PT está entre a cruz e a caldeirinha: ou ganha a eleição presidencial ou Lula irá depender de Ciro Gomes, e isso para não entregar o país à direita mais do que retrógrada. E, segundo ele, o risco está estampado na perplexidade de eleitores anticonservadorismo e, mais ainda, na dos petistas.

Segundo ele, se tanto Lula quanto o PT se convenceram de difuso propósito em impedir a volta ao poder, faltou que se preparassem. E, para ele, não faz diferença que tenham percebido isso no decorrer do duro processo. E nem que tenha tido outro motivo para bloquear caminhos diferentes.

O que se tem, de acordo com Janio, é uma difusa divisão hierárquica dentro do PT, os passivos e obedientes de um lado e aqueles com diferentes linhagens de insatifação. E, para ele, isso na ocasião mais inconveniente.

Janio diz que a proposta de ter Ciro como vice de Lula e o plano frustrado de Jaques Wagner são dois dos tantos exemplos das oportunidades surgidas e recusadas por Lula. E, em torno desses insucessos, dorme o desconhecimento do que seria a tática de Lula para levar o PT ao êxito eleitoral. E as sugestões descartadas mostram isso.

Por fim, Janio diz que a situação de Lula com a Lava Jato, dramática, deixa com que essas insatisfações e apreensões fiquem restritas ao seu território no partido. Mas, por outro, os reflexos estão bem à vista. E só 60 dias para mostrar a que veio.

Leia o artigo na íntegra aqui.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

6 Comentários

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  1. Nervos de aço (insatisfações e apreensões)

    Todos os que ainda guardam algum resquício de sanidade estão apreensivos e insatisfeitos. Porque percebem claramente que não há certeza de nada, e nem poderia haver, visto que se trata de autêntico voo cego, travestido de estratégia genial, cujo desfecho é absolutamente imprevisível. Não há, na história de 518 anos desta Terra Brasilis, nada semelhante que sirva de comparação ou parâmetro. 

    Fica clara a apreensão na melhor entrevista que o Haddad concedeu aos Jornalistas Livres, de 42 minutos, no já longínquo 26.07.2018. A primeira pergunta, da Laura Capriglione é nesse sentido, ainda sobre a unidade da esquerda, a insistência na candidatura Lula, etc. E as palavras do Haddad, na sua habitual sinceridade, são reveladoras no minuto 8’44”: 

    “Ninguém é ingênuo, ninguém está sendo ingênuo. Nós sabemos o que está em risco. A decisão que nós tomamos é única. Porque não havia outro caminho. Não havia outro caminho a seguir.”

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=mZa9DsNbJX8&t=984s%5D

    Haddad concedeu nova entrevista aos blogueiros dia 07.08.2018, após o doimingo sangrento, e a primeira pergunta que a Laura Capriglione disparou foi simpesmente a mesma de 26.07.2018. Porque a fala do Haddad não bate com o desenrolar dos fatos. Apreensão. 

    Janio, Tales AB’Sáber, Wanderley Guilherme dos Santos, para ficar em apenas três nomes dos muitos que já se manifestaram, apresentam o mesmo grau de apreensão, angústia e perplexidade. Porque sabem o que está em jogo, e o tempo não para, faltam exatos 58 dias. E não conseguem, a menos que façam uso de alucinógenos, vislumbrar nada de bom no horizonte. 

    Parece que a “estratégia” diz que a data-limite para trocar o nome do Lula pelo Haddad seria 20 de setembro, faltando 16 dias para a eleição. E fazer chegar o nome do Haddad no Brasil profundo nesse prazo. 

    Não há nervos de aço que resistam. 

    1. Vcs nao cansam de chorar nao? Haja paciência p/ esse mimimi

      E o que diz vale para vc, nao para todos, nem p/ a maioria dos petistas. Que vao votar segundo o que consideram melhor, nao segundo o que vc acha… Claro. E por falar na penetraçao do nome de Haddad, em Pernambuco, quando associado ao nome de Lula, cresceu enormemente. E em SAO PAULO tb… Vao chorar na cama, que é lugar quente. Ou entao no Bola Preta…

  2.  
    Qualquer partido tem essas

     

    Qualquer partido tem essas cinco metas  = 1] poder 2] poder] 3]poder  4] poder e 5] poder. Para chegar nisso, usará de todos os meios possíveis – e faz parte do manual entregar a cabeça de aliados fieis ( veja o caso da senadora Graziotin lá no Amazonas ). E não alcançando o poder, torcerá para que o vencedor seja alguém oposto em termos programáticos, pois se for um partido que quer implantar ideias parecidas com a dele, o partido corre dois riscos 1] se esse partido do mesmo espectro tem sucesso, automaticamente lhe rouba eleitores 2 ] se der errado, fortalece em muito o partido de ideologia oposta quando houver a próxima eleição

    No caso do Brasil, pra mim é óbvio que o PT fará de tudo pra ter um dos seus lá no poder ( Lula ou Haddad ) e ao mesmo tempo impedir que alguém que tem um projeto parecido com o seu(nacional desenvolvimentismo ) ganhe, no caso Ciro. Se for pro PT perder, que seja prum Bolsonaro ou na pior das hipóteses um Alkimin. 

    Nesse papo de ‘união das equerdas pelo Brasil ” só  crê quem é muito ingênuo. E nem se pode dizer que isso é sina da esquerda brasileira. Se nem em 33 na Alemanha houve uma frente única de esquerda ( no caso comunistas e sociais democratas ) contra Hitler (o que lhe facilitou chegar ao poder pelo voto – coisa que aliás duvido que o Boçal-naro saiba rs ), imagina se isso aconteceria agora no Brasil , mesmo tendo o risco de ser eleito  um candidato que é visto pelos outros candidatos como sua Le Pen, mas pode acabar um azarão a la Trump e governaria como um Duterte caboclo

    1. O PT não é mesquinho. O Pt

      O PT não é mesquinho. O Pt age como todo partido político desde o primeiro partido político da idade da pedra = faz de TUDO para o candidato dele vencer a eleição . Essa é a lei de qualquer partido político. Caso não consiga, então torce pra que ganhe aquele partido que é o seu oposto ideologicamente, pois se ganhar um que lhe é parecido em termos de propostas, corre dois riscos 1] se este partido der certo, perder eleitores pra ele 2] se este partido falhar, fortalecerá o partido do outro espectro ideológico, tornando a disputa ao poder mais difícil. 

      Pra mim, essa disputa eleitoral tem duas ‘chaves’, a la fase final de Copa do Mundo = à direita, disputam vaga pro segundo turno Alkim versus Bolsonoro, tendo Alvaro Dias a função de tirar votos importantes de um e de outro; à esquerda, Haddad versus Marina Silva, sendo que Ciro terá a função de tirar votos de um e de outro. Claro que esse ‘chaveamento’ pode não ser seguido à risca e assim termos a possibilidade de dois candidatos de esquerda ( palpite = Haddad e Marina) ou dois de direita ( Alkimin e Bolsonaro). Enfim, graças ao ativismo judiciário a eleição que seria a mais previsível da história com a vitória de Lula até no primeiro turno, se tornou a mais imprevisível. 

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