O dia depois do impeachment, por Ibsen Pinheiro

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Por Luís Costa Pinto

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Muito bom o artigo de Ibsen Pinheiro sobre o sol que precisa nascer no dia seguinte à votação do impeachment – seja ele ilegítimo ou não, seja a tese derrotada ou não. Ibsen reduz a nada as acusações formularas no pedido de impeachment que tramita na Câmara, mas enxerga possibilidade de crime de responsabilidade em eventos posteriores às ridículas “pedaladas” que são a inspiração argumentativa dos pais do golpe parlamentar e judicial que ora se desenrola. 

Ibsen, como ele mesmo me contou em 2000, em reportagem publicada na revista Época (a do passado, a original, não essa de hoje) é o homem que se recusou a morrer: no dia seguinte à cassação de seu mandato no plenário da Câmara, olhou-se no espelho e decidiu que não daria seu cadáver aos adversários que achavam tê-los vencido num processo eivado de vícios. 

Cinco anos depois, já plenamente inocentado pelos trâmites judiciais, teve a memória política restaurada por meio de um outro processo, dessa vez midiático: a deturpação das verdades contidas no curso da História em meio a uma guerra editorial entre Veja e Istoé, numa troca recíproca de petardos que buscavam assassinar reputações. Ambas publicações tinham como alvo comum minha própria reputação e foi Ibsen, que muitos imaginavam um rancoroso amesquinhado, quem me aconselhou: recuse-se a morrer. Vale, vale:

O dia seguinte

Por Ibsen Pinheiro

Já falei mais sobre o impeachment de Dilma do que sobre o de Collor, o que é compreensível: naquele, há vinte e tantos anos, eu tinha um papel condutor do processo, e, portanto, impositivamente discreto. Agora, sou tratado como uma espécie de perito, ou consultor, embora não seja nem num nem outro. O que mais me pedem é comparação, especialmente as semelhanças.

É mais fácil começar pelas diferenças. Em 1992, o início do processo foi mais claro. Havia precisa definição do crime de responsabilidade. Agora, frágeis pedaladas, insuficientes e mal caracterizadas, a descumprir o primeiro requisito, o de natureza técnico-jurídica. No segundo requisito, o político-popular, também faltava aquela unanimidade do sentimento popular de 1992, e, sem essas características, configurou-se este ano mais a revanche, o terceiro turno.

Outra diferença: aquele era o primeiro processo de impeachment, não no Brasil, mas nas Américas. Precisei definir em questões de ordem o rito inteiro para ajustar a lei 1079, de 1950, à nova Constituição e ao regimento interno da Câmara dos Deputados. Tive que indicar o momento da votação, o prazo de defesa e seus limites, o voto aberto em plenário contra um regimento que o previa secreto, a comissão do parecer por aclamação ou voto secreto, dependendo da disputa.

Em 1992, o presidente de então foi ao Supremo e perdeu, o rito foi confirmado. Agora, o STF interveio com excesso, quando, por exemplo, vedou candidaturas avulsas para o plenário compor a comissão, olvidando que a candidatura avulsa é habitual. Ulysses precisou derrotar Alencar Furtado e Fernando Lyra. Aécio, ele próprio foi avulso contra Inocêncio, ou o notório Severino. A rigor, até o presidente da Constituinte de 1823, Antônio Carlos de Andrada e Silva, foi avulso, contra a vontade de Pedro I.

Agora, as semelhanças, surgidas especialmente depois da delação premiada do senador Delcidio e das gravações desta semana. A presidente interferindo numa investigação judicial configura, em tese, o crime de responsabilidade definido no Art. 85, II, da Constituição Federal: atentar contra o livre exercício dos Poderes, no caso o Judiciário (causa, aliás, da prisão do senador Delcidio). Confirma-se minha antevisão da época, que é mais fácil a unanimidade do que dois terços da Calmara, na dependência da voz das ruas, configurando-se a mais recente parecença.

Por fim, a principal semelhança: a necessidade da arbitragem política de uma crise política. Antes de Collor, só no início do segundo reinado, em 1840, na crise da maioridade de Pedro II, o Legislativo arbitrou. Depois, foram os golpes de estado ou as revoluções. Estou convencido de que os partidos políticos deverão ser os protagonistas da superação da crise ou serão suas primeiras vítimas.

Está claro que é preciso votar logo o impeachment, contra ou a favor, para encerrar o tenso momento que vivemos. Tenho certeza que o dia seguinte, com qualquer resultado, será melhor que o da véspera.

*Ibsen Pinheiro foi presidente da Câmara dos Deputados e conduziu o processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

34 Comentários

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  1. De um Soba do NE: Existe a

    De um Soba do NE: Existe a maldição do Impeachment com motivos. Qão maior deve ser essa maldição sem motivos

     

  2. De um Soba do NE: Existe a

    De um Soba do NE: Existe a maldição do Impeachment com motivos. Qão maior deve ser essa maldição sem motivos

     

  3. TSE SIM, IMPEACHMENT NÃO

    se for para o PT morrer, q morra atirando. os golpistas escolheram o impeachment eh não TSE para tirar Dilma. pois bem! hora do PT, colocar sua bola em campo. ofertar para a Justiça provas contra si, com objetivo de cassar a chapa Dilma-Temer. Cunha na linha sucessória assume (q surreal!) eh terá q convocar novas eleições presidenciais em 90 dias. Nesta cena surgem Ciro, Marina, Luciana eh até Bolsanaro. É tudo q Alckim, Aécio, Serra eh Temer (a Agenda Brasil) não quer, apesar pq possuem um candidato probo, para vencer as eleições.

  4. Este deputado envergonha o Rio Grande do Sul assim como o Pmdb

    PMDB do Rio Grande um partido de anões de Pedro Simon, Antonio Brito, José Ivo Sartori, Ibsen Pinheiro,

    Darcisio Perondi, Mauro Pereira, Germano Rigotto, Padilha o da mala, Fogaça.

     

  5. Melhor para quem, senhor?
    Melhor para quem, senhor?

    Collor não tinha amparo algum. Dilma tem sólido apoio popular.

    Não ouvi nas gravações nenhuma tentativa clara de interferir no processo.

    De igual com Collor só tem uma coisa. ….

    A Globo derrubando governos que não lhe agrada.

    Mas, , há uma grande diferença. …

    O povo vai reagir.

    1. Também achei.

      O Ibsen pode até ter bom faro, mas tá querendo roubar brasa pra alguma sardinha inconfessável.

      Quanto à Dilma ter “sólido” apoio popular… desconfio que naum. Tem sólido apoio de uma certa claque religiosa petista. O resto do apoio é contra o golpe; não é a favor dela. Se alguém se iludir com isso, vai cair do cavalo.

      Agora, imaginar que “o povo vai reagir”, aí já é demais. Qual “povo”, cara-pálida? Esse que foi esmagado pela recesão econômica?… Vai pensando, vai!

       

      1. O que mais se vê atualmente é

        O que mais se vê atualmente é gente mordendo e assoprandocomo  foi o caso desse senhor, qual a prova de que Dilma interferiu na investigação? Se quissesse já o teria feito há muito tempo; quanto ao povo reagir, com certeza irá, talvez não da forma como alguns esperam logo após o impedimento se ele vier a se concretizar mas assim que perceber que todo esse show midiatico foi para manter o status quo dos privilegiados de sempre.

      2. A crise atinge menos os pobres do que antes.

        Tirando as grandes empresas que receberam dinheiro do PSI (programa de sustentação do investimento), e não estão conseguindo superar a crise em seus negócios (*), a recessão atingiu forte de fato só quem perdeu o emprego ou pequena empresas que entraram em dificuldades. O resto da população ainda tem muito a perder com o impeachment.

        Quando o Brasil crescia 10%, bastava uma seca no Nordeste para a população do semiárido viver uma crise humanitária. Hoje há segurança alimentar, melhor segurança hídrica, pelo menos para consumo humano, mesmo com o PIB recuando 3%. O quadro não é diferente para população mais pobre de outras regiões.

        (*) Tem empresas que tornaram-se incompetentes e é necessário que outras cresçam e tomem o lugar no mercado. Um exemplo são as empresas de mídia. A Globo está empacada há anos, não inova, não consegue expandir, não consegue intercionalizar-se, importa franquias como BBB, vive de cartelização e monopólio com futebol, carnaval. O Brasil cresceu e a Globo empacou.

        Tem o setor de infraestrutura abalado pela lava jato.

        Tem outras empresas  que são vítimas da economia de mercado mundial (como o setor siderúrgico que há excesso de oferta mundial), e isso nada tem a ver com governo.

        Tem outras que aumentaram a produção como o agronegócio, mas perderam faturamento com a queda do preço de commodities. O PIB monetizado do setor pode ter encolhido no ano, mas o PIB medido pelo PPP (paridade do poder de compra) aumentou no setor.

      3. Precisa dessa desqualificação

        Precisa dessa desqualificação rasteira “claque religiosa petista”? Se queres respeitadas as tuas opiniões, respeite a dos outros. 

        1. Precisa, sim!

          É dessa forma, como “claque religiosa”, que os governistas fanáticos vinham e vem se comportando, a despeito de todos os chamados que foram lançados por outros companheiros para um pouco menos de arrogânce e fanatismo e um pouco mais de autocrítica.

          Mas enfunaram sua prepotência, desqualificaram tudo e todos que eram críticos às suas lorotas sagradas. Agora colham o que plantaram! Ainda colherão frutos muito mais amargos, mesmo que esse governo não caia.

      4. Excelente colocação. Quem tem

        Excelente colocação. Quem tem grande apoio popular é a luta pela democracia e o “não” ao golpe. O resto tem que decidido em 2018. Mas contra um impeachment fajuto liderado pelo cunha, vai ter reação

  6. o dia que não termina

    Podemos ter, isso sim, uma situação politica mais radical ainda. 

    Eu, por exemplo, vou questionar a legitimidade de quem assumir.

    E muitos milhoes também.

    Ou temos uma democracia ou não e este congresso, viciado, cheio de deputados comprados  não tem a minima legitimidade.

     

  7. Vai ter sangue nas ruas! Está

    Vai ter sangue nas ruas! Está na hora de definir quem são os valentões de teclados e aqueles que darão sangue, suor, lágr8imas e talvez a própria vida, como já o fizeram no passado, em favor da democracia.

  8. concordo com o assis, o povo

    concordo com o assis, o povo vai reagir, lembre das

    manfestações programadas para o final do mes em brasilia….

  9.  
    No início   as coisas

     

    No início   as coisas seguirão tranquilas.

    Mas o povo quer resolvidas as suas questões por mínimas que forem .

    Os  golpistas estão mais para empresários que trabalhadores. 

    Aí surgirão os problemas   para os governantes..

    Devemos  nos organizar para esse  enfrentamento .

    Frente ampla sem sectarismo  pois a batalha será longa e se os fascistas sentirem que está ficando difícil para eles jogaram seus jagunços nas ruas ( alguns já estão  ) . Organizar e preparar .

    Esse   Ibsen vai pegar uma boquinha .

  10. Ibsen até que se esforçou mas

    Ibsen até que se esforçou mas sendo do PMDB guasca, pior e mais conservador do que o DEM baiano, se entregou no final.

  11. Engraçado

    Considero muito engraçado, pessoas como o comentarista Ricardo Cavalcante, ficar repetindo certas frases de efeito,  como “Claque religiosa Petista”. A dos empresários e mídia, partidos políticos e até MPF seriam definidas como ?  A claque da SEITA GOLPISTA ?  Vc é mais inteligente que isso. Podes crer.

    Quanto ao assunto do Post, o Ibsem pode dizer o que quiser, pois vivemos numa democracia. E afinal ele era o Presidente da Câmara de anões. Ou não ?

  12. Dilma não é Collor, o PT não

    Dilma não é Collor, o PT não é o PRN, ninguém saiu às ruas para defender Collor, multidões saem às ruas em defesa da democracia. Percebeu a diferença? O dia seguinte seria o inicio do inferno no Brasil, ou acham que o povo esclarecido e militante vai aceitar passivamente o golpe?

  13. Em relação a delação do

    Em relação a delação do Delcídio, deveria ser suspensa!

    Na gravação na qual foi detido, havia uma referência CLARA AO SENADOR JOSÉ SERRA, como elemento importante e DESAPARECEU NA DELAÇÃO OFICIAL…

  14. O que acontece se a Dilma cair?

    O que acontece se a Dilma cair?

    Primeiro, a Lava-Jato pára. Toda a imprensa vai clamar que “o objetivo foi atingido” e chamar as pessoas a sairem da rua para deixar o Eduardo Cunha governar – afinal, é razoável dar um tempo para que ele possa mostrar a que veio, não é?

    O que significa que as manchetes dos jornais não serão mais favoráveis a manifestantes de amarelo. Não vai ser mais “o Brasil contra Lula e a favor do Moro”, vai ser algo como “radicais ainda insistem em desestabilizar o governo”.

    Se o Moro insistir em continuar, a imprensa se voltará contra ele. Não faltam motivos – da ligação da esposa dele com o PSDB, à maneira arbitrária como ele lida com as delações (delações têm de ser voluntárias, ou são nulas, e não é difícil montar o caso de que ele está coagindo acusados a delatar – ou delata, ou fica em prisão preventiva), à absoluta conivência dele com os vazamento, ou à forma como ele, simples juiz de instância regional, vem se arvorando a poder da república. Não faltarão artigos dos Ives Gandras da vida para demonstrar que o Juiz Moro, longe de ser um herói republicano, é um tiranete em construção – desde que ele já tenha feito o estrago que dele se esperava.

    Da mesma forma, a situação do Janot se complica. Ou se submete aos ditames do grande capital liderado pela Globo, ou vai ser vítima de uma campanha midiática visando desacreditá-lo, para abrir as portas para que o Cunha possa nomear um novo Procurador, ou, melhor dizendo, um Escondedor Geral da República. Sem notícias sobre corrupção, em um mês as ruas estarão quietas. E o novo governo vai começar a mexer na economia.

    E o novo governo vai mexer na economia para provocar uma recessão, a fim de reconcentrar a renda. Sim, os coxinhas estarão livres de dividir avião com gente de chinelo de dedo, e a oferta de mão de obra barata aumentará, permitindo às famílias de classe média voltar a ter escravas domésticas. O mercado interno se contrairá, porém, e uma parte dessa classe média não voltará aos seus hábitos de consumo anteriores, voltando a ser vítima de um achatamento salarial generalizado. Serão muitos anos mais sem concursos públicos, como já aconteceu no governo FHC.

    Sem a gritaria, a corrupção vai aos poucos se rearticular. O novo presidente da República, lembremos, era figura central no esquema de distribuição de propinas da Petrobrás – e era através delas, usando-as para financiar as campanhas eleitorais dos seus aliados dentro do PMDB, que ele garantia o seu controle sobre a bancada, e provavelmente sobre a máquina burocrática do partido.

    A mudança de governo têm efeito zero sobre uma crise econômica que é internacional. Não é a incompetência da Dilma que nos joga na crise, por mais que o Nassif tente nos provar o contrário. É a situação econômica internacional, em que o crescimento da economia chinesa parece ter finalmente se esgotado, e portanto não é mais capaz de sustentar o crescimento de seus parceiros comerciais. Trocar a Dilma pelo Cunha não vai fazer os chineses voltarem a comprar nossas commodities, lamento informar.

    Mas as pessoas se iludem com números, e têm muita dificuldade de entender a diferença entre milhão, bilhão e trilhão. A economia brasileira se mede em trilhões; a roubalheira na Petrobrás em bilhões. Mesmo com o encolhimento da economia, sob o nome de “saneamento”, a economia brasileira continuará a suportar dezenas de esquemas do tamanho do “Petrolão”, sem acabar ou falir por causa disso. Sem gritaria, esses esquemas voltarão a funcionar tranquilamente, para garantir a eleição de políticos como Cunha, por muitos anos ainda, e não perceberemos nada, da mesma forma como não percebemos que faltam dois centavos na nossa conta bancária que movimenta algumas centenas ou milhares de reais.

    Podem me cobrar.

  15. Não acredito que com a vitória do impeachment a situação irá…

    Não acredito que com a vitória do impeachment a situação irá melhorar. Com o vice-presidente Michel Temer assumindo e o Eduardo Cunha e Renan Calheiros presidindo as duas casas do Congresso Nacional. Talvez o dia seguinte ao impeachment crie um consenso ainda maior em colocar toda a população brasileira contra a classe política.

    Todos os políticos fisiológicos do PMDB não poderão mais se esconder atrás da Dilma, estarão na alça de mira da massa indignada, tanto da esquerda quanto da direita. Os golpistas sentirão falta da paz agoniante que estamos vivendo atualmente.

  16. Sei lá

    Mas com esse projeto de lei de estruturação da economia apresentado hoje pelo executivo, há grande chance de a Dilma ser colega do Serra num futuro Ministério do Temer.

    O governo federal apresentou nesta segunda-feira (21) mais detalhes da proposta feita em fevereiro para limitar o gasto público federal, que agora deve sair do papel e ser enviada ao Congresso.

    Para controlar os gastos, em última instância, o governo poderá suspender o aumento real do salário mínimo e reduzir o quadro de pessoal por meio de programas de demissões voluntárias.

    Caberá ao Congresso definir qual será o limite de gastos. O Executivo será responsável por implantar as medidas, também aprovadas no Legislativo, para cortar despesas.

  17. É isso que acha Ibsen

    É isso que acha Ibsen Pinheiro? . . . . Eu acho que o dia seguinte vai ser  pior do que o anterior Ibsen, tambem consigo achar coisas . . . .

  18. Acerca das diferenças e

    Acerca das diferenças e parecenças entre o processo de impedimento de Collor e o hoje APENAS suposto,quiçá, quem sabe, será que vai mesmo?, e o de Dilma, complemento:

    1) Os dois principais vetores para a queda de Collor foram;a) Os defeitos pessoais(arrogância. soberba, vaidade, briga na família)) e b) políticos(desprezo pelo Congresso e tomada de medidas impopulares). Nada a ver com corrupção. Como sempre, esta serviu apenas como biombo. Tal qual acontece agora. 

    2) A efervescência das ruas, fator indutor para que os congressistas encampassem o processo, tinha na Esquerda, à frente o PT e os PCs, os seus mentores. 

    O Brasil do começo da década de 90 era profundamente diferente do que é hoje:política, social e economicamente. Qualquer paralelo entre as duas situações pouco ou nenhuma consistência terá.

    1. Não há a mínima analogia.

      Comparar o Impedimento de Collor com o de Dilma é um verdadeiro absurdo, como estava o exterior e recebia notícias e não sofri o impacto da mediatização do ato do Impedimento de Collor acho que mantenho alguma distância crítica ao ocorrido.

      A única semelhança entre Collor e Dilma é que a imprensa nacional também lutou para o impedimento do mesmo, mas as semelhanças param por aí.

      Saí do Brasil antes da eleição de Collor e a última coisa que assisti na TV sobre o assunto foi a FURIOSA e INTENSA propaganda da Globo sobre o MITO, o Caçador de Marajás (que no fim resultou exatamente em nada!) e a mesma Globo que montou o Mito tratou de desmontá-lo, simplesmente porque o Mito parece ter se libertado da tutela da mesma.

      Após a posse o bloqueio de todas as contas e inclusive as contas poupança tomou de surpresa grande parte da população brasileira, porém algumas pessoas, como o meu pai, que tinha um ótimo conhecimento de economia analisou o que o governo poderia fazer e concluiu que o bloqueio do sistema bancário era uma das únicas soluções na época, resultado ele antes do Collor assumir ele regatou uma boa quantidade de dinheiro e foi das poucas pessoas que não ficou abaldo.

      Após este bloqueio das contas começa o fim da lua de mel do povo brasileiro com Collor, ações como a liberação das importações, que poderia ter sido feita de forma mais gradual e dando tempo para a indústria brasileira reagir, deixou a FIESP na oposição. Importante notar que na política econômica Collor era um liberal e a industria brasileira acostumada ao capitalismo de compadrio desembarcou rapidamente da política de abertura de fronteiras econômicas sem que esta abertura dessem a eles o controle da abertura!

      Não tendo apoio da imprensa nem das grandes indústrias, Collor sofreu uma feroz oposição que foi apoiada e turbinada pela própria imprensa conservadora.

      A forte retomada da inflação, que o bloqueio das contas não tinha resolvido, custou a Collor uma perda significativa de popularidade, pois o povo tinha se resignado em nome do combate a inflação e com o seu retorno viu que o sacrifício tinha sido inútil.

      Collor não procurou montar a sua base de apoio como Sarney tinha feito, usando o princípio de São Francisco, “é dando que se recebe” Sarney montou um esquema de apoio político COMPRANDO o apoio de todos, Collor por sua soberba achou que não precisava disto. Também a politica indigenista de Collor criando uma enorme reserva indígena junto a fronteira brasileira com 10 milhões de hectares, numa terra rica em minérios, simplesmente tirou de Collor qualquer apoio militar. ESTE É UM GRANDE DETALHE QUE TODOS ESQUECEM!

      Collor ficou totalmente sem base política, sem base popular, sem base militar e sem base mediática e por isto caiu, achar que foi pela corrupção é um absurdo. a interpretação de Ibsen Pinheiro é de um político que tardiamente entrou na política (a sua origem é de radialista esportivo, logo toca por ouvido), é bem fraquinha pois ninguém entenderá se olhar o que ele escreve porque Collor caiu tão fácil.

    2. [   2) A efervescência das

      [   2) A efervescência das ruas, fator indutor para que os congressistas encampassem o processo, tinha na Esquerda, à frente o PT e os PCs, os seus mentores.]  se até o maior criminoso não se pode mais falar do seu crime depois que pagou a justa pena pelo que fez, não cabe agora falar nada disto, pois Lula em palanque de Alagouas, mas do que pediru o perdão do Collor, deixou claro que foi um ato de covardes o que fizeram contra Elle.

  19. “A presidente interferindo

    “A presidente interferindo numa investigação judicial configura, em tese, o crime de responsabilidade definido no Art. 85, II, da Constituição Federal: atentar contra o livre exercício dos Poderes, no caso o Judiciário”

     

    Mas a interferência, se é que houve, foi dentro da legalidade.

    Por que é que o senador Serra e Pedro Malan podem se encontrar com o ministro do supremo Gilmar mendes e ninguém vê crime nisso?

    Não seria uma tentativa de interferência do Serra numa ação judicial?

    Por que é que o juiz Moro pode se encontrar com o candidato de Geraldo Alkimin à prefeitura de Sampa, João Doria e dar palestra no instituto do mesmo?

    Não seria uma relação temerária, ou ilegal,  uma vez que parlamentares do PSDB são citados (acusados) na lava jato?

  20. Almoço de Gilmar Mendes com

    Almoço de Gilmar Mendes com José Serra e Armínio Fraga, horas antes de suspender a nomeação de Lula à Casa Civil.

    Porquê uma conversa dizendo pra tentar  falar com o ministro é mais grave que UM ENCONTRO, de fato, com o ministro?

    1. por que omitiram quem é o

      por que omitiram quem é o outro?  Não é possível , do mesmo jeito que possívlemtne cometeram o crime de fotografar sem respetiar o direito de imagem desses e dos demaias clientes,  haver gravado toda conversa, cadê o aúdio? ,

  21. Impressionante a facilidade

    Impressionante a facilidade com que os políticos e analistas descartam aspectos essenciais do contexto. Falam em unanimidade se baseando em manifestações de protesto que reuniram alguns milhões, talvez. As manifestações a favor do governo, ou da democracia, também reuniram um bom número de pessoas. Mas, o maior número mesmo é o da votação recebida pela presidenta Dilma em 2014: 54 milhões de eleitores foram voluntariamente às urnas escolher uma candidata ao cargo de presidente para um mandato de quatro anos, não de dois, ou de três. 

    Poderia haver impeachment, previsto na Lei? Claro, se houvesse de fato responsabilidade criminal, o que não é o caso de maneira alguma. Dilma não roubou, não foi conivente com quem roubou – o depoimento de Delcídio, fora da opinião enviezada dele, corrobora o fato de Dilma não ter conciliado com a roubalheira em Furnas, por exemplo.

    Portanto, derrubar este governo é GOLPE e fatalmente vai deixar uma fratura que será cicatrizada apenas quando a esquerda voltar ao poder. Só que desta feita com muito mais força, e talvez com um radicalismo que não existiu nas gestões de Lula e Dilma.

    Temer, Cunha e Renan são os três maiores beneficiários das propinas das empresas da lava-jato. Que moral eles têm para assumir o poder no lugar de Dilma? Até mesmo parcela da turma que vai às ruas contra o governo Dilma em nome de um falso moralismo terá dificuldade de engolir um governo tão envolvido em corrupção – ao contrário da presidenta Dilma, contra a qual não pesa nenhuma acusação além das pedaladas e agora das tais gravações ilegais, que deveriam produzir não a criminalização da presidenta Dilma, mas a prisão de Moro e de sua equipe de Curitiba, por total abuso de poder e prática consciente de ilegalidades.

    Fora dessa linha sucessória “legal”, aspas, que conduziria esse time da pesada ao governo federal – Temer, Cunha e Renan, associados a Serra e Aluisio Nunes – a outra alternativa é a vontade popular expressa nas urnas. Mas, isso, só em 2018, se não quiserem destruir o pouco que resta de democracia. Até porque ninguém discute em atacar as causas que levam às práticas de caixa dois e corrupção. Pelo contrário, os maiores beneficiários dessas práticas são aqueles que hoje estão na linha de frente do golpe. O resto – todo este aparato estatal de procuradores mauricinhos e juízes – será silenciado assim que for conveniente para o estado-maior do golpe, entre os quais os donos da Globo, os donos do PIB brasileiro, os grupos de rapina internacionais e alguns caciques tucanos.

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