André Lara Resende nunca pensou o mundo a partir da população. Pouquíssimos economistas ou comentaristas são capazes de fazê-lo.
A sua tentativa de fazer esta abordagem, neste momento, soa como oportunista, e mais parece uma crítica direta ao governo do que uma análise econômica.
Ele entra na “incapacidade generalizada de se compreender o novo“, diferentemente do que Nassif tenta defender.
O artigo de Lara foge à perfeita assertiva de Nassif quando diz; “O centro de toda política pública deve ser o pequeno, do excluído à pequena e micro empresa. A própria modernização econômica e o aumento da competitividade e do dinamismo da economia dependem da criação de condições isonômicas para o fortalecimento do pequeno.“
A falta de representatividade das nossas instituições está exatamente neste sentido acima, onde justiça, executivo e legislativo atendem aos grandes interesses corporativos da qual o próprio Lara faz parte.
Os economistas estão presos à lógica de mercado, ou à lógica dos grandes players.
Para fugir destas equações teriam que iniciar suas análises falando sobre os erros da globalização.
Globalização com empresas pequenas e médias concorrendo com as grandes players em igualdade de condições?
Mesmo internamente as grandes estão engolindo as pequenas e médias empresas.
E quem há de querer defender David contra Golias?
Esse é o motivo de todo o conflito atual, seja no mundo árabe, contra a aristocracia palaciana, seja nos EUA, contra Wall Street, seja na UE, contra a retirada de dos direitos adquiridos, seja no Brasil, contra a concentração de riqueza que impossibilita uma política publica voltada para o social, escolas, saúde e transportes de qualidade.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.