A desigualdade pode alimentar o extremismo, adverte ONU

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – O Secretário-Geral da ONU advertiu ontem sobre os perigos de um desenvolvimento que deixe de fora certos setores da população e aumente a desigualdade.

Durante sua participação no debate de alto nível do Conselho de Segurança sobre Desenvolvimento Inclusivo para a Paz e Segurança Internacional, Ban Ki-moon  defendeu a construção de sociedades justas e includentes.

Ban Ki-moon salientou que, para chegar a esse objetivo, faz falta instituições sólidas que respondam às necessidades e inquietudes da população.

Ele afirmou que todos os países, ricos ou pobres, em conflito ou em paz, podem beneficiar-se do desenvolvimento sustentável e inclusivo e insistiu nos riscos sociais, políticos e ambientais da desigualdade.

“O desenvolvimento que exclui parte da população pode ser socialmente corrosivo. Pode contribuir com o crime e alimentar uma sensação de desesperança e alienação, condições que, por sua vez, podem alimentar o extremismo”, alertou ele.

Além disso, a desigualdade pode minar a democracia, disse Ban.

O chefe da ONU disse que, apesar da ameaça à paz e à segurança, a exclusão e as desigualdade persistem em cada esquina e lembrou que mais da metade da população mundial não tem nenhum proteção social.

Ante esta situação, Ban pediu aos membros do Conselho de Segurança que lutem por um desenvolvimento que contemple a inclusão e os direitos humanos durante as negociações da agenda pós-2015.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

6 Comentários

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  1. Discordo. A desigualdade

    Discordo. A desigualdade sempre foi e sempre será fruto do extremismo daqueles que usam o Estado para criar privilégios para si mesmo excluindo os “outros” dos benefícios da civilização. A direita acusa a esquerda de criar a “guerra de classes”, mas de fato a pratica diariamente com um apetite criminoso e insaciável. 

  2. Iiihhh, os malucos vão querer

    Iiihhh, os malucos vão querer “romper” com a ONU! Vão dizer que ela virou comunista, bolivariana, anti americana e jihadista.

  3. E lembrando que desigualdade não existe só no terceiro mundo…

    … mas também dentro dos próprios países europeus e dos EUA.

    Esse é um dos temas pouco lembrados, e tratados na excelente entrevista do Professor Salem Nassar, do Centro de Estudos de Direito Internacional da Fundação Getúlio Vargas a Paulo Moreira Leite. Em particular, o professor aponta para um fato que tem sido apagado no debate: “Tende-se assim a esquecer que os dois irmãos são antes de qualquer coisa franceses, que eles de fato não tinham qualquer outra nacionalidade, que nasceram e cresceram na França, que ali foram educados, em escolas francesas, que se comunicavam em francês. Eles eram parte de uma parcela empobrecida e marginalizada da sociedade francesa. A representação de que estou falando termina por isolá-los ainda mais, quase que cuspindo-os definitivamente para fora do tecido social a que pertencem. Ela transfere, ou tenta transferir para o Islã não só a responsabilidade pelos crimes que cometeram, mas também a responsabilidade pela sua não integração à sociedade francesa. A mensagem não é a de que a França está mal equipada e pouco disposta a ser de fato uma sociedade plural, mas a de que é o Islã que não sabe se apagar para que os muçulmanos sejam aceitos como parte integrante da identidade francesa. A verdade, no entanto, é que a França é responsável, duplamente, pela prevenção dos crimes em primeiro lugar, e pela integração efetiva da população islâmica no seu tecido social. E isto para não dizer nada da responsabilidade que resulta do passado colonial e que faz da França devedora em relação às antigas colônias, em relação aos imigrantes e em relação aos franceses descendentes de imigrantes.” Texto na íntegra: http://paulomoreiraleite.com/2015/01/20/responsabilidades-francesas/

  4. Sem mais nem menos

    “Além disso, a desigualdade pode minar a democracia, disse Ban.”

    Capitalismo é desigualdade

    Logo…

    Capitalismo mina a democracia?

  5. E os paraisos fiscais?

    Muito bom que a ONU tenha assumido a bandeira da luta contra a desigualdade. A emergencia desse debate no mainstream econômico, deixando de ser uma bandeira apenas da esquerda, é o fato novo mais relevante dos ultimos anos.

    Mas para um avanço concreto no debate, precisamos identificar também quais os instrumentos que estão servindo ao aumento galopante da desigualdade nas economias centrais.

    Na minha opinião, o principal deles são os paraisos fiscais, sobre os quais paira um repugnante silencio.

    Além de esvaziarem os cofres publicos, limitanto sua capacidade de praticar politicas sociais redutoras da desigualdade, ainda servem de abrigo seguro para as finanças de traficantes de armas, terroristas, politicos corruptos. e para toda a montanha de grana suja que circula no subterrâneo da economia mundial.

    Nada justifica portanto, o silencio da ONU e da sociedade em geral sobre o tema. É preciso introduzi-lo no debate para que esse tenha condições de avançar.

     

     

  6. ONU ???????????????

    Este órgão nada mais é lque um departamento dos países que  têm poder de vetos!

    Não apita nada, fica só na constatação!

    Se tivesse  força para fazer cumprir suas Resoluções, que vivem sendo ignoradas, principalmente quanto aos atritos e agressões praticadas por Israel contra os Palestinos e as invasões de paises pela OTAN, não estaria com este descredito!

    Então, ficar somente na teoria, tal qual o representante-mor do Vaticano, e como alguns gerentes de países também fazem, é apenas jogar pra platéia, nada mais !!!!!!!!!

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