Comandante da Guarda Civil diz que respeita direitos dos moradores de rua

Jornal GGN – Alvo de diversas críticas sobre o tratamento dispensando aos moradores de rua em São Paulo, o comandante da Guarda Civil Metropolitana,  Gilson de Menezes, disse que a corporação zela pelos direitos das pessoas em situação de rua, afirmando que há uma diretriz para que não sejam retiradores cobertores ou lençóis que os moradores de rua tem utilizado para se proteger no frio na capital paulistana.

Na última semana, a Pastoral do Povo de Rua de São Paulo acusou a GCM e outros agente sda Prefeitura de retirar cobertores, lençóis e pedaços de papelão das pessoas em situação de rua. Há algum tempo, os moradores de rua dizem que os guardas civis tem confiscado seus pertences pessoais. Segundo a Arquidiocese de São Paulo, cinco pessoas já morreram de frio nos últimos dias.

Menezes afirmou que a GCM não apreende pertences como bolsas e carteiras. ” Esses materiais são estritamente do morador de rua e isso é dele”, afirmou. Ele também afirmou que a corporação está aberta para receber denúncias de práticas contra os direitos humanos por parte dos guardas.

Da Prefeitura de São Paulo

Comandante da GCM garante respeito aos direitos de pessoas em situação de rua
 
Edredons, lençóis e mantas contra o frio estão garantidos às pessoas em situação de rua. Orientação é apenas de retirar materiais que atrapalhem fluxo de pedestres e fazer isso só durante o dia. “Nada é retirado à noite”, diz comandante da GCM

O comandante da Guarda Civil Metropolitana (GCM), Gilson de Menezes, reafirmou na tarde desta segunda-feira (13) que a corporação tem como um de seus principais deveres zelar pelos direitos das pessoas em situação de rua da cidade de São Paulo. De acordo com ele, os guardas recebem formação em direitos humanos durante suas carreiras e apenas prestam apoio de segurança aos servidores das 32 subprefeituras no trabalho de reorganização urbana, que tem como objetivo retirar materiais inservíveis em calçadas e ruas da capital paulista e impedem o fluxo de pedestres e veículos.

Segundo o comandante, inclusive para preservar essas pessoas no clima mais frio que atinge São Paulo, uma diretriz do comando da guarda é que, durante esse trabalho, não sejam retirados cobertores ou lençóis que estão nas ruas. “Nesse momento, não estamos retirando nem os cobertores que servem para cobrir essas moradias precárias. A pessoa em situação de rua sempre fica com seu cobertor e lençol e o guarda não pode permitir que esses itens sejam levados. Se a pessoa em situação quiser dobrar e levar, perfeito, se ele não levar, esse tipo de objeto continuará lá”, disse o comandante.

Pertences pessoais como bolsas e carteiras também são mantidos com os donos. “Sacola com pertences pessoais não são apreendidas ou bolsas com documentos. Esses materiais são estritamente do morador de rua e isso é dele”, afirmou.

De acordo com Menezes, desde janeiro deste ano, foram realizados mais de 3.000 operações deste tipo com cerca de 60 caminhões de itens que deixaram as ruas, garantindo a utilização do espaço público. “Em nenhuma hipóteses, esse trabalho é feito durante o horário noturno. Esse serviço de reorganização urbana é realizado de dia, com fluxo grande de pessoas transitando. Então, à noite, a pessoa em situação de rua pode dormir em qualquer lugar, desde que não coloque em risco a sua própria vida”, disse.

Mesmo com a orientação, Menezes diz que a GCM está aberta para pessoas que denunciarem práticas que são contra os direitos humanos por parte dos guardas. “Temos instrumentos protocolares que regem aquilo que a guarda pode fazer. Se algum profissional nosso aviltar qualquer procedimento protocolar, a pessoa em situação de rua ou a quem ele delegar essa competência para que a gente instaure um procedimento administrativo visando o disciplinar”, afirmou.

 

Redação

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Haddad precisa colocar

    Haddad precisa colocar imediatamente os pingos nos “is” e entregar à população as cabeças dos responsáveis pelas ações contra os sem teto, porque o faceburro está colocando diretamente sobre seus ombros a culpa. É ano eleitoral, a conspiração contra Dilma e Lula já deixou claro que as instituições são usadas com fins políticos e é preciso descobrir quem está fazendo isso, inclusive com desumanidade.

  2. Esse é o “…estado mínimo…”.

    Se alguém quiser entender de forma simples o que está por trás do disurso do  “…estado mínimo…”, poderia utilizar o exemplo desse efeito colateral que essa pregação promove. O homem de rua, ou meninos de rua, ou as “…pessoas em situação de rua…” (sabe-se lá de onde sairam essas expressões legitimadoras dessa perversão) é o resultado direto da exclusão criada pelo neoliberalismo, a doutrina favorita dos apóstolos do “…estado mínimo…”. Certamente essas formas de identificar essa abominação social faz parte de algum, ou alguns, estudos que servem para emprestar uma certa coloração de normalidade a essa aberração.

     

    Depois que já foram cuspidos fora do sistema, remediar é mais complicado do que prevenir. Aí fica esse jogo de empurra entre, PM, GCM e outras tantas corporações “democráticas” da sociedade civilizada, em busca de definir quem tem a responsabilidade de dar sumiço no sub produto da negligência e indiferança humanas.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador