Jornal GGN – Uma procissão no dia 22 de março foi convocada pelo Cardeal d. Odilo para que a chuva caia em São Paulo. O dia não foi escolhido sem motivo. O dia 22 de março, domingo, é o Dia Mundial da Água. E d. Odilo quer reunir fiéis e infiéis em procissão levando a imagem da padroeira da capital, pelas ruas do centro de São Paulo – da Consolação até a Sé -, para pedir a Deus a “benção de chuvas generosas”, por causa da “gravidade da atual crise hídrica”. A notícia saiu no Estadão.
O apelo foi feito em carta circular endereçada aos leigos, religiosos, diáconos, padres e bispos auxiliares da arquidiocese. D. Odilo Pedro Scherer recomenda ainda que no domingo anterior à procissão, que se faça uma intensa oração nas missas das paróquias e comunidades para pedir chuva.
A procissão está marcada para sair às 15 horas da Igreja da Consolação, na Rua da Consolação, indo em direção da Praça da Sé, passando pelo Viaduto do Chá e pelo Largo de São Francisco. A Arquidiocese irá pedir autorização à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para que um grupo de motociclistas escolte a imagem da padroeira da cidade, Nossa Senhora da Penha, da Igreja de São Luís, na Avenida Paulista, até a concentração na Igreja da Consolação. Dali ela seguiria em caminhão do Corpo de Bombeiros até a Catedral da Sé.
Conforme a matéria do Estadão explica, “faça sol ou caia chuva, a procissão será realizada, provavelmente com a participação de milhares de fiéis. Se chover, as orações serão em ação de graças a Deus , pelo atendimento do pedido”. D. Odilo pede, ainda, que todos carreguem uma garrafinha para matar a sede e para redeber a benção da água. Ele também pede que os fiéis carreguem faixas com dizeres religiosos ou frases sobre o bom uso da água.
Segundo a matéria, esta não é a primeira vez que o povo sai às ruas para pedir chuva. Isso em procissão. Já aconteceu em 1957. E matéria não confirma participação do governador Geraldo Alckmin ou de representantes da Sabesp.
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Procissão da hipocrisia
Interessante! Sempre estou lendo neste espaço borobotoes de críticas a mistura de religião, governo e imprensa. Agora me deparo com essa convocação de D. Ódilo via jornalggn? Ai não ne. Vamos ser mais coerentes com nossos discursos, vcs não acham?
Pai Nosso
Pai nosso que estais no céu,
gentilmente solicito
que façais o obséquio
de fazer algo bonito
pelo povo de São Paulo:
Trocai o bispo!
Ele conspira contra vós!
Ao propor agir assim,
livra a cara do Alckmin
pondo a vossa no lugar.
Trocai o bispo!
sugestão de frases…
Quando falta água, ficam os males
adaptação em Erasmo de Rotterdam “A água lava todos os males dos mortais”
.
Cada vez mais S. Paulo se assemelha ao sertão cearense dos tempos de Padim Ciço.
Não lembra os índios com sua
Não lembra os índios com sua dança da chuva?
Vão rezar pela SABESP também?
Vão rezar pela SABESP também?
Minha Nossa Senhora da Penha
43 anos de São paulo e uns 36 de ateísmo e só agora vim saber que NS Penha é a padroeira de Sampa?
Como pude passar sem uma valiosa informaçao dessas?
Eu sempre desconfiei que me faltava alguma coisa, agora não falta mais, mas continuo desconfiado.
Os padres irlandeses e as missas temáticas
Em meados dos anos 60 do século passado, uma terrível seca assolava o Estado de São Paulo, castigando duramente a Alta Paulista, região dependente primordialmente da agricultura. A pequena cidadezinha que hoje conta 13.854 habitantes, na época devia ter por volta de 5.000 almas. Almas que eram diligentemente comandadas por três valorosos padres e três freiras, todos irlandeses (não eram casais).
O tempo de plantio vai passando e nada de chuva, uma safra perdida iria se refletir tragicamente sobre o pequeno comércio e a vida econômica das 5 mil almas. O clero irlandês local viu na iminente tragédia uma janela de oportunidade para reforço da fé católica, e convocou os fiéis para uma jornada de orações pedindo chuva, composta por três missas temáticas: a primeira noite seria a missa dos homens, exclusivamente homens na igreja; a segunda noite seria a missa das mulheres e por fim, na última noite a missa das crianças. Após cada missa, seguiriam todos em procissão carregando uma vela acesa e um litro de água para despejar aos pés do cruzeiro, uma cruz de madeira assentada sobre um pedestal de cimento um pouco distante da igreja matriz.
A primeira noite correu como planejado, os homens lotaram a igreja, as mulheres e as crianças ficaram na praça do largo da matriz esperando acabar a missa. Em seguida saíram em procissão, rezando muito, brigada irlandesa à frente. Chegando ao cruzeiro, todos despejaram a água nos pés da cruz, colaram as velas no altar, os padres fizeram mais um punhado de orações e deram o ato por findo. No segundo dia o céu amanheceu de um azul radiante e o sol de rachar. A missa das mulheres transcorreu na mais absoluta normalidade, os homens lá na praça segurando as crianças. Novamente a procissão até o cruzeiro.
No terceiro dia, igualmente um céu de um puríssimo azul e sol inclemente. Porém, logo mais à noite, as coisas não iriam correr exatamente como planejado. Na hora da missa, a igreja estava despencando de moleques encapetados, com idades que iam de 4 a 14 anos. As mães, cientes de que era a última noite da jornada da fé, se empenharam em levar à missa todos os moleques disponíveis, talvez para sensibilizar os santos e angariar prestígio junto aos intermediários, ou seja, os padres irlandeses. Para seguir o combinado, somente deveriam permanecer na igreja as crianças, os pais ficariam na praça. E quem segura 500 moleques encapetados? A algazarra tomou conta da igreja, virou um corre-corre e um pega-pega. Moleques passavam em correria pelo altar e erguiam a batina do padre, virou um forfé. Os irlandeses, atarantados, foram atropelando a missa para acabar logo com o martírio. A confusão estava só começando. Finda a missa, toca organizar a criançada em fila para sair a procissão. Ajunta aqui, cerca dali, escapa por ali, um sufoco. Enquanto isso, começa a soprar um vento que aos poucos vai se transformando em ventania, alguns relâmpagos e trovões. Os padres entregam o caso para o Altíssimo (vai que é sua!) e tentam, a duras penas, sair com a procissão toda desconjuntada. O cortejo teve vida curta, não percorreu duas quadras e a ventania e os poucos relâmpagos se transformaram em um vendaval de proporções bíblicas, choveu torrencialmente a noite toda, de destelhar casas e abrir crateras nas ruas de terra da cidade.
No balanço final, as missas temáticas foram um sucesso graças às crianças. E tudo indica que rolou um convênio entre São Pedro e os Santos Cosme e Damião.
Fica a dica para d. Odilo.
anos 60 do seculo XIX, certo ?
so queria saber se isso eh lenda ou aconteceu …
Caro JK
Aconteceu sim, foi na cidade de Flórida Paulista (SP). eu era um dos moleques encapetados, e devia ter entre 7 e 9 aos. Abraço
falseação da realidade
Só que tem chovido bastante. Fevereiro choveu acima da média dos outros anos. Então, acho que essa procissão pode acabar ajudando a encobrir as responsabilidades dos governantes e da sociedade no problema e ajudar a jogar a culpa para Deus, São Pedro…. como o governador vem tentando fazer.
O bispo desconhece a tradiçao…
Tá marcando a procissao tarde demais. A sabedoria popular diz que as chuvas chegam até o dia de Santa Luzia (acho que é 13 de março); se nao chegarem até o dia de Santa Luzia, ainda podem chegar até o dia de S. José (19 de março); se nao chegarem até lá, é seca na certa.
Procissão pra fazer chover,
Procissão pra fazer chover, meu Deus voltamos a Idade Média ou das Trevas que melhor define este período como dizem os anglo-saxões.
Só rezando mesmo.
Porque se depender o irresponsável que ocupa o Bandeirantes…
Só um milagre pode garantir chuvas suficientes para evitar o colapso, após o término do verão. Outono e inverno são estações secas.
Não vejo como negativa esta iniciativa da igreja e o seu envolvimento no drama que ameaça São Paulo. A população deve ser informada, mobilizar e organizar-se em rede de solidariedade, para enfrentar as consequências nefastas da irresponsabilidade de seu desgovernador, que por mesquinho oportunismo reeleitoreiro, trouxe a população para esta situação de risco. O Cardeal está certíssimo em mobilizar o seu rebanho. O ato dá início a tomada de consciência pelos católicos do problema, que há mais de um ano tem sua extensão e gravidade escondidas da população, pelos meios de comunicação corrompidos, na sua aliança partidária, aos limites da irresponsbilidade no trato do interesse público e do bem estar da população. O engajamento de uma institução de enorme peso na sociedade trará o questionamento, da omissão criminosa dos meios de comunicação.
Com tantas garrafinhas d’água nas mãos dos fiéis, acho bom o desgovernador e o presidente da Sabesp, que não é católico, não irem na procisão. Podem voar muitas garrafinhas e alguma delas atingir a Santa, que não tem nada a ver com os desmandos tucanos. Fica a oração:
Meu divino São José
Aqui estou a vossos pés
Dai-nos chuva com abundância
Meu divino São José
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[video:https://www.youtube.com/watch?v=NplX__giPXM%5D
Já tarda!!!
O jeito agora é pensar em mudar de domicílio…