Secretário da Agricultura de Dória tem visão criminalizada da política, diz líder do PT na Alesp

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Divulgação
 
Jornal GGN – As declarações do futuro secretário da Agricultura do Estado de São Paulo, Gustavo Junqueira, nesta quinta-feira (8), “demonstram o perfil arcaico de algumas lideranças ruralistas brasileiras alinhadas ao Governador eleito João Dória”.
 
A opinião é da deputada Beth Sahão, líder do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), sobre Junqueira ter chamado o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de “terrorista”  e ter classificado a reforma trabalhista como “obsoleta”. “Junqueira, antes mesmo de tomar posse, demonstra uma visão criminalizada da política, repleta de preconceitos, e pouca disposição para o debate sobre políticas públicas”, apontou.
 
Em resposta, a deputada estadual ressaltou que as políticas de apoio à Reforma Agrária “sempre foram referência para o desenvolvimento rural brasileiro”, tendo o próprio governador Mário Covas, intermediado reivindicações do MST e defendido o assentamento de famílias sem-terra em propriedades públicas, como maneira de alavancar a produção de alimentos.
 
“O MST se organizou no mesmo contexto de redemocratização do país que levou às ruas a Campanha das Diretas Já. Como um movimento pacífico de luta pela terra, o MST hoje é polo dinamizador do campo brasileiro e reúne mais de 100 cooperativas, 96 agroindústrias, 1,9 mil associações e 350 mil famílias assentadas pelo país”, anotou a deputada.
 
Além disso, ressaltou que agricultores familiares e assentados da reforma agrária “são os dois principais grupos responsáveis pelo aumento da produção de alimentos orgânicos no Brasil, que ultrapassa atualmente os 750 mil hectares”. “Assim, o MST além de ser legítimo ator democrático, é responsável pela produção de alimentos saudáveis.”
 
“A Liderança do Partido dos Trabalhadores (PT) na ALESP condena os ataques do futuro secretário, se solidariza com o MST, e será porta-voz das denúncias contra as perseguições, os assassinatos e a criminalização dos movimentos populares na cidade e no campo”, concluiu.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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