Homem, você não é feminista

Nem nunca será, porque você não habita minha pele e seu protagonismo exclui o meu protagonismo
 
 
Não é arrogância feminista a afirmação do título.  A lógica para chegar a esse entendimento também não é difícil e, para explicar didaticamente, vamos seguir um exercício a partir de outro sistema de opressão: a do branco sobre o negro.  
 
Eu posso me apropriar do movimento negro se sou branca e, portanto, parte do grupo responsável pela opressão racial? Eu não nasci escutando que meu nariz e meu cabelo não condizem com o padrão de beleza globalmente exaltado. Não tive a minha autoestima atacada desde cedo pela própria sociedade sendo forçada a alisar meu cabelo, mudar meus traços faciais ou procurar formas de clarear a pele. 
 
Muito menos passei por experiências desagradáveis como ter a “impressão” de estar sendo vigiada por seguranças dentro de uma loja ou supermercado por ter a pele clara, isso porque existe uma estrutura onde melanina define caráter. A vivência de uma pessoa negra, numa sociedade que repete todos os dias para ela que não deveria ter nascido negra, jamais será a minha vivência. 
 
Por essa razão eu jamais deveria segurar o mastro da luta do movimento negro. Pensar nisso, em atuar diretamente segurando a bandeira, é até constrangedor, não é? É como se eu dissesse: ‘posso lutar melhor do que você’, ‘juntos – eu opressor e você oprimido – somos melhores’, e mesmo que eu não queira dizer essas coisas, meu corpo e minhas ações vão tirar o protagonismo do outro. 
 
Não, eu não posso chegar tão perto e querer vivenciar tão diretamente essa luta. Minha obrigação é escutar e me calar (humildemente). A única prática que me cabe é a desconstrução do meu racismo. Apoio conscientemente que os direitos entre brancos e negros sejam igualados, portanto podemos dizer que sou pró-luta contra o racismo, assim como todo o homem pode ser pró-feminista, porém jamais feminista. 
 
A apropriação da nossa luta pelo homem é tirar o protagonismo da mulher. 
 
É maravilhoso saber que existem homens conscientes e dispostos a desconstruir o discurso machista e até apoiar a luta feminista. Mas a questão é o que é o ‘feminismo’, ou seja, uma ação de articulação entre mulheres e por isso, de empoderamento, contra a desigualdade de gênero. O protagonismo feminino nesse sentido é fundamental e quando o homem procura exercer a ação direta dentro do movimento e até progredir para a construção do debate como no corpo de uma mulher acaba por apontar que talvez não sejamos boas o suficientes para levar adiante nossa luta, sozinhas. Em suma, homens jamais poderão ser protagonistas no combate de uma divisão imposta por seu próprio gênero sobre o gênero feminino.
 
Um segundo elemento a ser considerado neste debate é que a constituição psíquica do homem simplesmente o impede de vivenciar intensamente a opressão sofrida pelas mulheres. 
 
Voltando ao exemplo do racismo, durante a luta contra a escravidão diversos homens brancos apoiaram e até auxiliaram a população negra. Mas olhar a história como se a atuação desses homens brancos fosse fundamental para o fim da escravidão é jogar todo o esforço (físico, emocional e intelectual) do negro em segundo plano, como se fossem incapazes de atuar sozinhos contra o opressor. E a história é tão distorcida pela lente de homens e mulheres brancos que hoje sabemos pouco do profundo esforço e protagonismo das lideranças negras. 
 
Compreender isso requer até um pouco de humildade. 
 
Por outro lado, é claro que como membros de um coletivo cada um tem seu papel importante. O meu, como mulher branca, com curso superior e classe média, por exemplo, é continuar desconstruindo meu racismo e meu preconceito intelectual adquiridos. 
 
Em entrevista para o Disco Punisher, a escritora e filósofa Márcia Tiburi foi além nessa questão afirmando que “homens feministas são construções do patriarcado como mantenedores do sistema de preconceitos que, ao mesmo tempo, envernizam o sistema”. 
 
“Se pensarmos em termos de capitalismo, um homem feminista equivaleria a um capitalista generoso, enquanto uma mulher machista equivaleria a um proletário despolitizado e sem sindicato, em termos de contrato racial, pensaríamos no branco que luta contra o racismo e no negro racista. A questão é de quem é a vítima e de quem encarna a posição de privilegiado que facilmente se transmuta em algoz do outro que se lhe opõe, e que, muitas vezes, lhe serve em termos muito práticos (desigualdade doméstica/escravização/trabalho)”, completou.  
 
Assim, o foco do debate deve ser dirigido para a lógica de privilégios. “A pergunta que fica é: quem, tendo privilégios, pretende realmente desmontá-los? Que homem conseguiria realmente ser feminista: mudar na miudeza do cotidiano a sua vida de privilégios, as suas interiorizações e entronizações de gênero, a sua postura ética e política, entrar na luta feminista pelos direitos das mulheres em todos os seus sentidos? Quem teria força para acabar com a desigualdade doméstica e social e viver de igual para igual com o sujeito marcado pelo gênero ao mesmo tempo em que tenta desmontar esse gênero?”, pondera Tiburi, seguindo o raciocínio de que o feminismo é uma prática, e não uma ideologia ou discurso. Logo, o homem só poderia ser feminista se vivenciasse as dores do gênero em “todas as suas demandas”. 
 
“Talvez um homem feminista só pudesse ser de fato feminista caso se transformasse em mulher, se assumisse o lugar de uma mulher no sentido do lugar onde foram colocadas e por onde se emanciparam. Do contrário, um homem pode ser um simpatizante ou um apoiador”, concluiu. 
Redação

94 Comentários

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  1. Então deixa eu ver se eu entendi

    O apoio dos homens á luta feminista e dos brancos contra o racismo deve se limitar a um exercício silencioso interno, de reeducação, sem qualquer manifestação externa ou prática?

    1.  Alan:
      Não, não foi isto que

       Alan:

      Não, não foi isto que ela quis dizer.

      Leia de novo, reflita mais um pouco e sei que você vai entender perfeitamente.

      Acho até que você entendeu, mas resolveu sacanear a moça.

       

      Eu, machista por educação familiar, mas que faço uma força danada para não praticar o machismo, quero, entretanto, ter o direito de apoiar o feminismo sempre que ler textos inteligentes como o dessa moça e da querida Márcia Tiburi, a mulher das minhas fantasias.

      1. Estou me esforçando ao máximo para entender, mas ainda não consegui. Homem não pode ser feminista por não ser mulher e ter práticas machistas intrínsecas. Mas faço uma pegunta: a mulher também n está intrinsicamente ligada ao machismo ?

    2. Alan, acho que você não entendeu…

      Sei que você é um cara legal, mas tente ler novamente com um pouco mais de boa vontade. 

       

      (…) É maravilhoso saber que existem homens conscientes e dispostos a desconstruir o discurso machista e até apoiar a luta feminista. Mas a questão é o que é o ‘feminismo’, ou seja, uma ação de articulação entre mulheres e por isso, de empoderamento, contra a desigualdade de gênero. O protagonismo feminino nesse sentido é fundamental e quando o homem procura exercer a ação direta dentro do movimento e até progredir para a construção do debate como no corpo de uma mulher acaba por apontar que talvez não sejamos boas o suficientes para levar adiante nossa luta, sozinhas. Em suma, homens jamais poderão ser protagonistas no combate de uma divisão imposta por seu próprio gênero sobre o gênero feminino. Um segundo elemento a ser considerado neste debate é que a constituição psíquica do homem simplesmente o impede de vivenciar intensamente a opressão sofrida pelas mulheres.  Voltado ao exemplo do racismo, durante a luta contra a escravidão diversos homens brancos apoiaram e até auxiliaram a população negra. Mas olhar a história como se a atuação desses homens brancos fosse fundamental para o fim da escravidão é jogar todo o esforço (físico, emocional e intelectual) do negro em segundo plano, como se fossem incapazes de atuar sozinhos contra o opressor. E a história é tão distorcida pela lente de homens e mulheres brancos que hoje sabemos pouco do profundo esforço e protagonismo das lideranças negras.  Compreender isso requer até um pouco de humildade.  Por outro lado, é claro que como membros de um coletivo cada um tem seu papel importante. O meu, como mulher branca, com curso superior e classe média, por exemplo, é continuar desconstruindo meu racismo e meu preconceito intelectual adquiridos.   

      1.   Vania, desculpe me

          Vania, desculpe me intrometer…

          “Logo, o homem só poderia ser feminista se vivenciasse as dores do gênero em “todas as suas demandas”.”

          O trecho que você pinçou é bem equilibrado, mas é parte dele. Essa frase acima lega ao feminismo um exclusivismo até contraproducente. A mim parece óbvio não só a impropriedade, mas até o ridículo de um movimento feminista protagonizado por homens, mas a participação masculina seria, a meu ver, bastante positiva. Participar não é querer “tirar o protagonismo”. Para ficar em um exemplo da própria autora, imagine se um branco só pudesse ter sido abolicionista se “vivenciasse as dores do escravo”.

         

      2. Eu li com boa vontade

        E foi justamente o que me chateou foi ter entendido todo o recado, dado bem claramente:

        Minha obrigação é escutar e me calar (humildemente). A única prática que me cabe é a desconstrução do meu racismo.

        Quer dizer então que apesar de seu ser contra o racismo e o machismo, a minha luta não pode ser aproveitada de outra maneira que não seja eu me calando e me reeducando?

        Isso não é querer pautar como eu devo me posicionar? Os machistas e racistas não tem esses pruridos ideológico-filosóficos, e talvez também por isso sejam tão estridentes e fortes hoje em dia.

        Acho que na luta contra injustiças, todas as formas de contestação e ajuda são válidas e aceitáveis. Apoiar silenciosamente, apenas ouvindo e me reeducando, pra mim,equivale a me omitir.

        1. Minha obrigação

          Minha obrigação é escutar e me calar (humildemente). 

          Onde está escrito isso? menos, né? bem menos.

          Em primeiro lugar, Fora Temer! Em segundo, desconstruir o próprio machismo é uma prática dificílima. Inclusive para as mulheres. Todos sabemos que o machismo é uma construção cultural histórica. Que está incrustada em nós de forma tão profunda que muitas vezes não percebemos. Só isso (a desconstrução do próprio machismo) já é uma tarefa herculea. Se cada homem que quisesse apoiar o feminismo fizesse isso… Que maravilha viver!

          O problema reside quando os homens resolvem pautar o discurso feminista. Como, aliás, a maioria dos homens estão fazendo aqui nessa caixa de comentários. Inclusive você.

          1. Eu achei o item barbaro, nao

            Eu achei o item barbaro, nao sabia que Milena escreve tao bem assim, nunca tinha notado!

            Quanto ao que o item diz:  nao espere reacao complexada de mim, ela pode dizer o que quizer e ainda assim o item eh otimo.  Tem uma diferenca enorme entre “clamar um espaco” e “prohibir visitas”.  Espaco clamado eh pra evitar entrada e saida de turistas e vandalos -evidentemennte eles existem.

            A diferenca eh enorme!

          2. Errado

            Quem propõe pautar o discurso e a práxis alheias é o texto.

            E de boas: 90% dos homens “desconstruídos” são submissos à essa visão de “cala-te”. E é por isso que eu nunca, NUNCA abordo feminismo com mulheres feministas, prefiro discutir feminisno e sua história com que não se castrou e acha sinceramente que pode ajudar ou quem quem detesta feminismo (e olha, o numero de mulheres que detesta feminismo e feminstas é bem significativo)

            Meu feminismo é histórico, agregador e construtivo, começa lá com Bertha Lutz e Antonieta de Barros, não se assemelha ao “femismo” ou ao “exclusivismo” que exala de alguns textos. Os homens são vítimas e artífices do machismo, são eles que devem ser sensibilizados para que as coisas mudem e o texto aponta justamente para outra direção.

             

          3. “Não, eu não posso chegar tão

            “Não, eu não posso chegar tão perto e querer vivenciar tão diretamente essa luta. Minha obrigação é escutar e me calar (humildemente). A única prática que me cabe é a desconstrução do meu racismo. Apoio conscientemente que os direitos entre brancos e negros sejam igualados, portanto podemos dizer que sou pró-luta contra o racismo, assim como todo o homem pode ser pró-feminista, porém jamais feminista. “

            Pois é…

          4. Leia o 5° parágrafo do texto

            Leia o 5° parágrafo do texto, a partir da 2ª frase. E a minha discussão sobre o assunto acaba por aqui, fazendo o que você pediu: menos, bem menos.

          5. Esta pequena frase dá duas opções, ou ser uma claque e aplaudir,

            Esta pequena frase dá duas opções ser uma claque e aplaudir ou vaiar, não deixa espaço para a crítica.

          6. “Minha obrigação é escutar e me calar (humildemente).

            Onde está escrito isso? menos, né? bem menos.”
            Vania, essa foi sua pergunta e eu, felizmente, respondo: ISSO ESTÁ NO TEXTO QUE VC DEFENDE!

  2. Misandria, mas educada

    É justamente por causa de posicionamentos como o dessa moça que eu sempre digo pra molecada e para quem mete o pau no feminismo:

    – Não deixem que feministas chatas e arrogantes te afastem de uma luta necessária.

    Esse texto é o exemplo acabado desse tipo de chatisse e arrogância. E só pra constar: não preciso da chancela de ninguém para lutar pelo que eu acho justo, nem preciso de rótulo para me enturmar com quem quer que seja.

    1.   Exato.
        Obviamente eu,

        Exato.

        Obviamente eu, homem branco e hetero, jamais vou me meter a liderar movimento feminista, negro ou GLBT. De resto, chega a ser esquizofrênica essa posição sugerida no texto.

        Pelo texto, se eu sou contra privilégios – no caso, de gênero, sou um dos “homens feministas [que] são construções do patriarcado como mantenedores do sistema de preconceitos que, ao mesmo tempo, envernizam o sistema”. Nessa avaliação, chego quase a acreditar que é melhor que eu, como homem, restrinja-me a mandar a mulherada pilotar fogão, já que “o homem só poderia ser feminista se vivenciasse as dores do gênero em “todas as suas demandas”; por outro lado, “um homem pode ser um simpatizante ou um apoiador”; ué, se eu for um apoiador eu não irei apenas “envernizar o sistema”? Taí a esquizofrenia dessa posição.

        Moça, eu não quero liderar nada, só acho correto revezar a lavagem de louça e arrumação da casa (entre outras tarefas que os seres humanos desempenham) com minha eventual companheira.

        O perigo dessa mentalidade é um tremendamente empobrecedor chauvinismo cultural: só a mulher pode falar da mulher, só o negro pode falar do negro, só o palestino pode falar do palestino, e por aí vai. Depois dá-lhe textos sobre a “guetização” das lutas por direitos.

    2. Concordo plenamente!

      Lutar contra algo que considero injustiça de forma silenciosa, apenas por reeducação mental interna, equivale a me omitir.

      Assim como há a opinião da autora, há feministas que lutam pelo engajamento de homens na causa, e lideranças do movimento negro que querem brancos lutando ao lado deles. Desprezar a boa vontade e energia dos dispostos a lutar por não serem os oprimidos me parece arrogância e até mesmo agressivo.

  3. Vai achando que com essa

    Vai achando que com essa postura o patriarcado cai. Esse papo de que homem pode ou não ser feminista não é o x da questão. O importante é que se o feminismno pós moderno continuar a defender o lugar de fala como algo central da luta e não chamar os homens para debate, convencê-los e agregá-los à luta, os poderosos continuarão a afiar suas facas.

    Mas fazer o quê? Tem feminista que acha que não deve educar macho e falar de mulher para mulher.

    O Feminismo é um movimento social emancipador da sociedade. Se acha que um movimento social emancipador não pode se propagar pelos diversos grupos sociais, tem alguma coisa errada no conceito de movimento.

    Se acham que homens não podem ter consciência do que  mulher passa porque eles sempre serão misóginos, então o próprio movimento se trai, pois se os homens não podem ter empatia total pela mulher o patriarcado prevalecerá para sempre. 

  4. Sinceramente……que texto
    Sinceramente……que texto ruim……

    Empatia, solidariedade, companheirismo, cumplicidade….estes sentimentos não servem a esta senhora e à sua luta

  5. Questão de lógica.

    Por mais arrogante que possa parecer para alguns, isso é uma questão de lógica.

    Podemos ser simpatizantes da causa, mas, jamais nos sentiremos como o oprimido, se não estivermos na pele do orpimido.

  6. Raso e tosco

    A autora parece perdida em seus argumentos rasos, de senso comum, datados e persecutórios: 

    “A apropriação da nossa luta pelo homem é tirar o protagonismo da mulher.”

    Será que está defendo um “nicho de mercado” para se candidatar a algum posto ?

    Será que está querendo regular a insígnia “feminista” para controlar (e calar) vozes ?

    E, em pleno séc. XXI, o da diversidade, como é triste ver gente – pretensamente querendo avançar em lutas – querendo enquadrar o ‘outro’. 

  7. A cada dia, PASSO MAIS LONGE

    A cada dia, PASSO MAIS LONGE deste tipo de texto.

    Prefiro me ater à simples defesa do “AS MULHERES TÊM QUE TER OS MESMOS DIREITOS E OPORTUNIDADES DOS HOMENS, ALGO QUE NÃO TÊM HÁ MILHARES DE ANOS”…

    Ficar tendo que me adaptar aos conceitos do que é feminismo me dá uma preguiça gigantesca… 

    O texto só serve para separar os defensores das mulheres, não para unir.

  8. O raiva enrustida.

    “Um segundo elemento a ser considerado neste debate é que a constituição psíquica do homem simplesmente o impede de vivenciar intensamente a opressão sofrida pelas mulheres.”

    hahahahahaha…

    Você tirou essa da cartilha do Bolsonaro?

    É uma provocadora mesmo.

    Você ja pode assumir um cargo no governo golpisto.

     

  9. Eu não entendi direito esta

    Eu não entendi direito esta historia do fim da escravidão. Não sabia que os negros tinham se organizados pelo fim da escravidão.

    Você ja estudou a lei de terras de 1888?

    Seria um bom começo…

     

  10. Partindo desse pressuposto,

    Partindo desse pressuposto, que respeito mas considero raso, e radicalizando-o até o céu, não poderia haver um Manifesto Comunista, pois nem Marx e Engels eram proletários e, logo, não teriam vivido “na pele” as agruras desses. Sei que é um exemplo tosco, mas considero também que algumas colocações do texto caminham nessa seara…

    A luta contra a opressão não é privilégio de um gênero, de uma classe. Antes de ser homem, mulher, trans, homossexual, et coetera, sou humano. E tudo que é humano não me é estranho. Não é pelo fato de ter “saco”, ser hetero, que não posso me posicionar nesse ou em qualquer debate. Sou além de um (dois, no caso) testículo. Como quero crer que as mulheres não se reduzem a uma vagina. 

     

    1. Pois vc descreveu o que está escrito no texto.

      Por isto nunca existiu um manifesto comunista, o que existiu foram revoluções de ditaduras comunistas.

      É difícil de entender mesmo pois não sou mulher e nem tenho a pele de cor preta.

  11. Eu não quero pautar o

    Eu não quero pautar o discurso de ninguém.

    Quero é lutar ao lado da minha mãe, da memória da minha avó, da minha irmã, da minha mulher e da minha filha (se um dia eu tiver esse privilégio de ser pai).

    Elas são a minha vida.

    E da liberdade delas não abro mão.

    Se eu luto pela igualdade é porque convivo com o diverso.

    E saber conviver com o feminino só me tornou mais humano.

    Tudo bem. Posso não segurar esse mastro da bandeira feminista. Mas, se um dia não tivermos mais nenhuma mulher pra carregar essa bandeira, eu mesmo levanto. Nem que seja sozinho.

     

     

  12. Não seja idiota, minha filha

    Idiota é todo aquele que afasta um possível aliado.

    Eu sou um homem, branco, heterossexual, classe média e sudestino. 

    Jamais saberei o que é vivenciar o oposto disso. O que não me impede de me indignar com qualquer forma de discriminação aos que não são como eu. Tampouco sou um cachorro, mas maltrate um animal na minha frente para você ver o que é alguém virar bicho. 

    Sou assim e não peço permissão a ninguém para sê-lo. Como também não peço permissão para pensar e, ressalvadas situações necessárias à mínima convivência, dizer o que penso.

    Tenho uma filha. Como diria o poeta, minha porcão de mulher que até então se resguardara. Desejo e luto como posso para que ela seja tudo que ela desejar e puder ser sem que a condição feminina lhe seja colocada como um óbices. Creio ser a minha obrigação como pai.

    Logo, se minha filha viesse com um discurso tão ingenuamente arrogante como este, eu lhe diria:

    Não seja idiota, minha filha. Idiota é todo aquele que afasta um possível aliado. Porque lhe restará apenas aqueles que não te respeitam, te tomam por adversária, quando não por inimiga, e esses não hesitarão em te destruir. E isso lhes será mais fácil se você estiver sozinha ou isolada. Não lhes facilite a vida, pois eles estão cagando e andando para seus ideais de protagonismo. Seja lá o que protagonismo tenha a ver com a defesa da causa em que você acredita.

    1. Concordo com tudo!

      Não, pera: vou bem ali primeiro, perguntar pros donos do meu discurso e da minha atitude se eu tenho a autorização deles pra concordar com você…

        1. Vc em geral tem boa fé. NAO É DISSO QUE SE TRATA…

          Nao concordo totalmente com o texto, mas os comentários dos homens presentes tao quase me fazendo concordar… A questao nao é a de se o homem pode ser feminista, nisto discordo do texto, claro que pode (e deve, acrescento). Porém é preciso reconhecer que o PROTAGONISMO DESSA LUTA CABE ÀS MULHERES. Sao elas que MAIS sentem na pele o peso do machismo (mas os homens tb sofrem com ele, embora nem sempre reconhecendo isso), há limites para o grau em que uma pessoa pode se colocar no lugar de outra. Sou profundamente anti-racista; mas seria arrogância minha pretender dizer como o movimento negro deve ser conduzido. Reconhecer isso nao quer dizer que “fico atrás”, apenas que nao sou eu quem sabe quais sao os principais problemas nem onde o sapato aperta. O que vejo de homens aqui, num blog dito progressista, pretenderem dizer como as mulheres deveriam ser feministas nao tá no gibi…

          1. Como disse a presidenta Dilma, se gasta criticam, se não gasta..

            Como disse a presidenta Dilma, se gasta criticam, se não gasta também criticam.

            Aqui vem o dilema, VÁRIAS VEZES, MAS VÁRIAS VEZES MESMO (e procurando bem talvez se leia uma critica de uma tal de Anarquista Lúcida sobre a omissão), os comentaristas aqui do blog foram acusados por se omitir de discussões sobre ideologia da sexo e assuntos congêneres. Foram acusados de não participarem, agora tentam colocar um limite para ação, ou melhor, uma proposta de inação!

            Escolham, ou é para nos omitir ou é para agir!

          2. Deturpaçao pouca é bobagem mesmo, né?

            Ou é só dificuldade de entendimento? Releia o comentário, quem sabe da segunda vez vc entende.

  13. Bem…

    Parece que sou a única mulher por aqui. Acho melhor eu me retirar e deixar os generosos homens discutirem à vontade sobre o tema, de acordo com suas experiências cotidianas e subjetivas – como sujeitos do feminismo.

    Abraços a todos!

    1. Se vc é a única mulher, não

      Se vc é a única mulher, não sei.

      O que sei é que vc é a única aqui patrulhando os comentários de todo mundo e negativando geral…

      1. Nao da pra lidar com complexo de inferioridade geral, gente!

        Nao, eu tambem estou.  Sou somente homem, nao complexado.  O item eh simples o bastante e de alguem que ja conhecemos pelo menos uns 2 anos.  Nao existe “homem feminista” mas sim “pro-feminismo”.

        Da mesma maneira que nao existe “hetero gay” mas sim “simpatizantes”.  A diferenca eh que pra um homem o feminismo eh comportamento pessoal enquanto o homosexualismo eh comportamento alheio.

        Racismo ou anti-racismo?  Comportamento pessoal, pra um homem…  so o segundo, claro, pois “ninguem se declara racista”!

        Ela ta falando uma coisa sutilissima, de apropriacao ideologica DE COMPORTAMENTO PESSOAL dentro de uma ideologia.  Sim, existe homem feminista como existe branco preto e hetero gay.  Um eh apropriacao ideologica, o outro eh contradicao em seus proprios meritos.

        Entao, ela ta certa:  nao existe “homem feminista” mas sim “homem pro- feminismo”.

        ESSE ESPACO EH PESSOAL e pertence a mulheres.

        (vou ter que correr pro google, eu nunca ouvi a expressao “feminist men” na minha vida;  acho que eh causado por diferenca linguistica, ainda nao tenho ideia!)

        1. Não é disso de que o texto trata, Ivan

          é de um tal de protagonismo.

          Eu sou a favor da descriminação do aborto. E não vou pedir permissão a ninguém para expressar essa minha opinião. E que vá às favas o tal protagonismo. Quero que minha filha tenha essa prerrogativa.

          Agora, se houver um plebiscito sobre esse assunto, não acho que homens devam votar nesse assunto. Ele é exclusivo das mulheres. Minha opinião. Se estou invadindo o protagonismo de alguém, dane-se.

          Assim como disse ao meu filho que não é ele quem deve decidir se minha nora deve engravidar ou não. Ele deve decidir se quer ser o pai do filho dela ou não e tão somente.

           

    2. Fica com a gente, mulher

      Tem coisa muito pior

      É melhor dividir a conta das cervejas com um bando de homens feministas do que com um grupo de mulheres machistas discutindo o modelo da camiseta amarela que usarão na festa do impeachment. 

      PS.: isso de dividir a conta é apenas sentido figurado. Homens feministas da minha geração são todos machistas; não só não dividem a conta com mulher como ainda fazem questão de abrir a porta do taxi quando você quiser ir embora.

      1. Vc pretende estar ironizando? Porque isso é machismo mesmo…

        Se todos trabalham todos devem dividir a conta. E abrir porta de táxi, francamente; isso se justifica com pessoas mais velhas, ou com deficiência motora, ou carregando peso, sejam homens ou mulheres, e nao tem nenhuma razao de ser com alguém em forma física normal.

        1. Ana, não está em mim não fazê-lo

          Faz parte da minha identidade masculina.

          Não sei ser homem de outra maneira. Eu jamais entrarei por uma porta na frente de uma mulher, eu jamais deixarei de abrir essa porta a ela ou ficarei sentado se ela estiver em pé. 

          Eu jamais usarei termos deselegantes na presença de uma mulher.

          E o que menos importa é se essa mulher hipotética é minha conhecida ou não.

          Sei que você, até por formação acadêmica, entende do porquê disso melhor do que eu – é cultural. Assim foi construída a minha masculinidade. Tarde demais.

          1. O problema nao é tanto fazer isso, mas negar que seja machismo

            Se vc foi educado assim, OK, faz parte da cultura machista que impregna a sociedade e atinge até as mulheres. Mas vc pelo menos reconhece que isso é cultural. Mas tem gente aqui — e cito o exemplo do Juliano — que acha que que pode dizer o que é ou nao válido nas reclamaçoes das mulheres, e acha que a opiniao deles — que NAO É A DE QUEM VIVE O PROBLEMA — é que vale.

            E vc mesmo nao precisaria “se conformar” com o modo com que foi criado, vamos lá…

    3. Estas te alinhando ao discurso machista do texto?

      Escluir os homens por diferenças fisiológicas tem suas consequências machistas mais evidente que se possa pensar.

      Coloquei um texto sobre isto.

  14. Vânia e feministas já

    Vânia e feministas já passaram negativando todo mundo que ousou criticar o texto…

    Assim é o feminismo de hoje, uma patrulha incessante ao pensamento crítico alheio. 

    1. (Nao, eu tambem.

      (Nao, eu tambem.  Francamente, estou estarrecido com o (pela quarta vez) complexo de inferioridade demonstrado nos comentarios.)

  15. Mas quem está querendo tirar

    Mas quem está querendo tirar o protagonismo da mulher nessa questão? Se tem, desconheço, me desculpem. Mas a vontade de participar do debate não é só legítimo para o homem, como lhe diz respeito também. Inclusive na questão dos excessos do feminismo, movimento de emancipação dos mais importantes dos últimos séculos.

    Todo movimento passa do ponto as vezes, é normal e não desqualifica nenhum deles por si só. É mais ou menos aquele negócio de não gostar que homem elogie a beleza da mulher. Nem se os dois estiverem juntos numa mesa de bar e se for sem um pingo de vulgaridade. Eu nem me lembro mais qual é o argumento que reprova esse tipo de “machismo”. Isso sinceramente enche o saco do cara e vai deixá-lo paranóico medindo as palavras. 

    Mas isso não é principal. O principal é que o homem também é vítima do machismo, de forma totalmente diferente, mais é. As pressões sobre o homem para que afirme sua masculinidade são opressoras também. E nesse sentido, agredecemos as feministas e “os” feministas, por hoje podermos ser homens como muito mais tranquilidade e leveza. 

    Que continue o feminsimo, não importando de que sexo é o protagonsita. Só nos tem feito bem, mesmo que as vezes não perecebemos

    1. Eis um exemplo. O bravo macho dizendo o que é “excesso” ou nao..

      Nao é vc que é assediado por galanteios idiotas e fiu-fius opressores, muito menos ainda como a exigência da beleza oprime as mulheres. Por isso acha “exagero”. Nao é vc quem sente isso.

      Se vc concentra sua participaçao na luta anti-machismo naquilo que o machismo tb oprime os homens OK. Porque disso vcs é quem sabem realmente, por vivência, eu como mulher só posso imaginar. Mas nao venha nos dizer o que é importante PARA NÓS.

      1. Errado não é o que ele diz, errado é caçar o direito tanto de ..

        Errado não é o que ele diz, errado é caçar o direito tanto de refutares com a devida vemência ou censurar previamente as palavras dele.

        1. Previamente, nao… Só depois da besteira (e abuso) ditos

          Ele está se metendo a pautar o movimento feminista, é exatamente um exemplo do que se está censurando nesse texto.

  16. Então os sexistas estão com a razão, homem é homem e …..

    Na primeira passagem sobre o texto cheguei a quase que concordar com o título e com as primeiras linhas, porém à medida que aprofundo mais vejo que a visão política da autora é míope e não enxerga as consequências do que está falando.

    Da forma que está escrito o texto ela supõe que os homens tomarão a frente da luta feminista tirando o lugar das verdadeiras interessadas, mais grave é ainda a analogia que ela faz no movimento antirracista.

    Vou começar pela segunda parte, pois ela inclusive pode ser desconstruída mais facilmente.

    Achar que a luta contra o racismo é uma bandeira que deve ser levada somente com os negros é aceitar que existem diferenciações e limites claros de quem é negro e quem sofre a discriminação racial. Se alguém for ao interior de algumas cidades nos estados do sul do Brasil e tiver uma leve descendência africana ou mesmo dos povos da Europa mais próximos a África, será visto como um negro, por outro lado o mesmo se for à Bahia, certamente será considerado branco. Esta visão de afrodescendentes e descendentes de europeus como uma divisão clara entre os dois grupos foi cultivada nos Estados Unidos e importada em parte por alguns representantes do movimento negro, é uma visão que tenta estabelecer uma divisão entre negros e brancos na luta contra o racismo jogando com as minorias para efeitos eleitorais. Um exemplo clássico desta divisão se mostrou na campanha eleitoral dos Estados Unidos na escolha de Hillary Clinton contra Bernie Sanders.

    Tanto Hillary Clinton como seu consorte veem de estados em que a população negra é em torno de 15%, por outro lado Bernie provém do estado do Vermont, estado do norte em que a população negra é estatisticamente inexistente (em torno de 1%), como a atuação de Bernie num estado que não há negros, nunca foi baseada em políticas de inserção racial, os eleitores afrodescendentes consideraram o mesmo como não conhecedor do problema racial norte-americano. Apesar da plataforma de Bernie ser muito mais conveniente para a população mais pobre, e geralmente negra, nos USA, a aliada ao grande capital teve sua indicação como candidata à presidência da república norte-americana, ou seja, um corte por sexo e por “raça” levou a indicação e a provável eleição a presidência. Em resumo, considerações raciais tiram o foco exatamente do principal, o problema econômico que sofrem estas minorias e que para ser resolvido não pode ser feita uma política econômica dividida em “raças”.

    Da mesma forma a exclusão de pessoas do outro sexo na luta contra a discriminação sexual e a misoginia, simplesmente transporta para a fisiologia o problema global, abrindo inclusive a possibilidade que esta mesma diferença de fisiologia se transforme num lema misógino e sexista.

    Se as mulheres por terem uma fisiologia diferente e só elas compreenderem o que passa com seu corpo e por isto serem as únicas abalizadas a levar uma luta contra este tipo de discriminação, um antifeminista pode simplesmente alegar que por terem uma fisiologia diferente devem ser tratadas de forma diferente.

    Como a luta contra a discriminação não é uma luta física, mas sim intelectual e comportamental, a concepção de que só as mulheres podem levar adiante a luta contra a discriminação sexual, embute no interior da argumentação que as mulheres pensam em termos de teoria de forma diferente dos homens, e esta diferença poderá mais uma vez ser utilizada pelos sexistas contra as próprias mulheres.

    Poderíamos a partir da hipótese levantada pela autora no texto, partir para as mais diversas conclusões sexistas e machistas. As mulheres sendo fisiologicamente diferente dos homens se pode concluir que são também intelectualmente diferentes. Esta diferença, ao contrário que pensa a jovem autora, pode ser manifestada poderia ser dado ênfase a aspectos positivos e negativos do comportamento feminino. A própria “fragilidade” apregoada por séculos ou mesmo a “emotividade mais forte das mulheres”, pode originar uma série de restrições como o impedimento a atividades “típicas de homens”, onde estas características não são desejáveis.

    Fica claro que o discurso de criar diferentes seres humanos de acordo com a “raça” ou com o sexo, leva inexoravelmente a divisão de habilidades e competências do mesmo com as mesmas diferenças físicas.

    O certo é que um discurso tem que ser levado como um todo, se alguém apregoa uma diferença de realidades como um diferencial de capacidade de fazer isto ou aquilo, talvez o aquilo não seja o mais agradável de vivenciar.

    1. Tá fugindo do ponto Claro q a causa da diferença nao é biológica

      E sim a diferença das vivências. Se vc nao vive algo, só pode imaginar, e na maioria das vezes a sua imaginaçao nao atinge toda a verdade. Sao sobretudo as mulheres que sofrem com o machismo, e sao elas que sabem quais manifestaçoes deles as incomodam. Os homens que querem lutar contra o machismo poderiam começar por lutar com as manifestaçoes do machismo que os oprimem tb… (Homem nao deve chorar, homem deve ser o provedor, etc). Se fizerem isso, já estarao dando uma boa contribuiçao. Nao quer dizer que deva ser a única, podem e devem ser solidários com as mulheres nas questoes que as atingem diretamente. O que nao devem fazer é pretender ditar o que é ou nao importante PARA ELAS, como fez o Juliano acima… Nem falar EM NOME DELAS. Elas sabem falar por elas mesmas.

      1. Acho que tanto o homem quanto

        Acho que tanto o homem quanto a mulher não aguenta mais a opressão neste sistema controlado pelo capital de alguns. A mulher precisa parar de se fazer de vítima e começar a se juntar com o homem na luta pelo fim deste sistema baseado no capital de alguns poucos egoistas e inexcrupulosos. Este sistema prejudica a todos, desde crianças a idosos, desde mulheres até homens. Não é um sistema que visa a mulher. É um sistema que visa a escravização da raça humana para o benefício de poucos. Uma escravidão baseada no capital de alguns poucos, sejam eles homens ou mulheres. Pois, para quem não sabe, as mulheres partcipam ativamente deste sistema e provavelmente são as maiores consumidoras.

        1. O capitalismo norte-americano que é mestre em fragmentar as ….

          O capitalismo norte-americano que é mestre em fragmentar as lutas sociais. E por que faz isto? Pois dividindo estes grupos pode de forma separada coopta-los através de pequenas concessões que dão a impressão de resolver os problemas setoriais e principalmente porque ninguém o contesta como super-estrutura que abrange toda a repressão da soma das minorias que formam a maioria.

        2. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa…

          E uma coisa nao impede a outra. AS DUAS precisam existir, a luta anti-capitalista e a luta anti-machismo. E isso das mulheres serem as maiores consumidoras é chute seu.

        3. Homem feminista é um asno,

          Homem feminista é um asno, simples. Concordo que homes não devam ser feministas porque é óbvio, nunca vão lutar por uma igualdade quando estiverem beneficiadas, exemplo disso é a aposentadoria. Quanto mais passa o tempo menos as mulheres ficam com os afazeres domésticos, as pessoas estão intolerantes e intoleráveis, é capaz que num futuro nem fiquem na mesma casa. Aqui em casa, a mais preguiçosa é uma mulher. Na casa de meus parentes, suas filhas nem se fala. Tenho oito tios e tias. Moramos numa cidade periférica. Mas na aposentadoria mulher sai na frente, muito, até pela porcentagem de mulheres que temos.

          Existem mulheres que cuidam de tudo sim. Mas essa geração já esta se aposentado, ou quase. É outros tempos.

      2. A diferença das vivências é causada por que?

        Cara Ana Lu.

        Não estou fugindo do ponto, estou simplesmente mostrando como pode ser interpretado esta proposta de alijamento dos homens na luta contra o machismo e a misoginia.

        Evidentemente que não acho que haja diferença fisiológica ao ponto que deva ser diferenciada a ação pública de uma mulher, porém a autora simplesmente dá um corte com a seguinte frase:

        “Em suma, homens jamais poderão ser protagonistas no combate de uma divisão imposta por seu próprio gênero sobre o gênero feminino.”

        O que ela quis dizer com isto? Gênero feminino pode numa definição alargada considerar aspectos sociais e culturais, porém da forma que está citado no caso, estabelecendo uma esdrúxula conexão entre gênero e “raça”, algo que não reconheço, pois raça é a raça humana, ela está trazendo para uma mera identificação física, num caso a cor e outro o gênero.

        Quando uma mulher ou um negro é agredido por um estranho na rua, desde agressões veladas as mais truculentas, a identificação do gênero mulher ou da “raça” negra se dá devido a diferenças fisiológicas que este apresentam em relação a um agressor e não por características históricas-culturais.

        Ninguém está querendo se apropriar da luta das mulheres e dos negros contra a desigualdade imposta pela sociedade, e talvez aí esteja o problema do artigo, este não é um libelo contra os racistas e os sexistas, é sim uma PATADA contra todos aqueles que através da solidariedade procuram auxiliar na luta contra a desigualdade.

        Esta estanqueidade, típica da política norte-americana de de dividir a sociedade em pequenos estamentos, leva realmente a perda de todo o vigor de lutas sociais em que não é possível separar em pequenos grupos as reivindicações. Imagine, por exemplo, se o movimento LGTB, separasse as siglas e levassem a luta individual em cada grupo? Talvez o que representam as duas primeiras letras ainda teriam uma massa crítica para causar alguma comoção social e obter seus direitos, porém os transsexuais resolvessem lutar separado do movimento geral, como o seu número é relativamente pequeno em relação a população em geral a sua luta seria estigmatizada e não obteria resultados.

        Além de tudo isto a forma do texto, agressiva e não agregadora, coloca o homem “no seu lugar”. Fica claro no momento final da analogia com o movimento anti racismo que a frase:

        “Não, eu não posso chegar tão perto e querer vivenciar tão diretamente essa luta. Minha obrigação é escutar e me calar (humildemente). A única prática que me cabe é a desconstrução do meu racismo.”

        Ou seja, os homens deverão escutar qualquer coisa sobre o movimento feminista e se calar humildemente. Isto me pareceu algo extremamente agressivo na medida que posto isto não é possível contestar qualquer coisa que qualquer militante de qualquer grupo diga. Poderíamos dizer que isto é uma verdadeira petulância de quem quer dizer o que quiser e não quer ouvir qualquer contestação. Ou seja, ultrapassa dos limites de uma solidariedade ativa, ficando somente a uma mera função de claque na apreciação do movimento feminista.

        Há uma diferença enorme entre apropriar-se da luta de um determinado segmento da sociedade e ter uma presença ativa na luta deste segmento.

         

        1. Eu DISSE que nao concordava com os argumentos do texto

          Se bem que os comentários dos homens presentes estejam me convencendo a que a autora deve ter razao. Cáspite, haja dificuldade de entendimento, provavelmente por falta de vontade de entender.

          1. Textos do tipo “morde e assopra” fica difícil entender, agora ..

            Textos do tipo “morde e assopra” fica difícil entender, agora ficou claro. Por que não antes?

  17. Vou falar isso brevemente

    Vou falar isso brevemente para evitar maiores polêmicas (e para não entrar em contradição com o que eu vou dizer mais abaixo; explico), sem entrar tanto aí no mérito da questão também. É o seguinte: em qualquer discussão, se tem homens e mulheres, os homens começam a monopolizar e a falar só entre eles e somente eles mesmos. Passem a observar isso atentamente e vejam como é verdade. Isso vale para quase todas as situações.

    Outra coisa também: homem começa a concordar com o homem e a reforçar o ponto de vista uns dos outros. Raramente você vê homem concordando com mulher e fazendo o mesmo com elas, na dinâmica da discussão.

    Digo isso e já me calo, porque se não eu reforço ponto (só homem falando e dominando a cena). Sem entrar aí em maiores polêmicas, na verdade o que eu estou dizendo é algo mais simples e banal. Basicamente: vamos calar a boca às vezes aí, homens, e deixar as mulheres falarem. É simples assim. 

    1. Exatamente, Gabriel!

      clap! clap! clap! 

      Tais situações que você tão bem resumiu são absurdamente corriqueiras e muito nítidas. É admirável que você, sendo homem, tenha constatado isso.

  18. Não resisti e voltei…

    Obviamente, a argumentação da autora deste post – como de qualquer outro – pode conter alguns equívocos ou exageros.

    O que chama atenção aqui é o “tom” dos comentários. Todos feitos por homens, onde não é possível deixar de notar uma certa agressividade, ainda quando tentam se apresentar aparentemente  pollidos. Mas não faltaram adjetivos como ‘idiota’, ‘chata’, ‘arrogante’… Que mais?

    Então esses são os homens feministas? Hummm… por que, né?, Todos têm uma mãe, muitos tem uma filha mulher ou uma sobrinha. Logo, são feministas. 

    Não deixa de ser engraçado, também, ver que o post está sendo tão comentado por homens que nunca se manifestam sobre o tema espontaneamente. Apenas reacionariamente.

    Que bela contribuição vocês estão dando para o movimento feminista. Parabéns!

    1. Cara Vânia, não nos manifestamos em termos.

      Se olhares todos os meus comentários (algo meio difícil de fazer porque são muitos) verás que entro mais neste assunto para aplaudir a ação da mulher brasileira do que outra coisa, mas acho que a irritação dos comentariastas não está na vontade de recuperar algum protagonismo, mas sim na forma em que a autora caça arbitrariamente o direito de alguém do sexo masculino de fazer algum comentário sobre o assunto, a medida que só podemos, segundo a autora, contemplar, aplaudir ou vaiar.

  19. A doença do machismo e suas maléficas consequências humanitárias

    Linlian. Por que você não quer ver e sentir que a “Ideologia Machista” é mais perversa de todas elas, a mais depravada e mais doentia de todas as doenças sociais? Será que foi você mesmo que escreveu todas essas iniquidades doentias também? A Mulher e a sua predestinação criada pela nossa Mãe Natureza para gerar a “Vida” e sòmente a Ela, não permite e nem permitirá tamanha violação pelos machistas, sejam homens ou mulheres, sem provocar infinitos desvios físicos, mentais e psicológicos de todos os tipos, incluindo dentre  eles, os do homossexualismo e a pederastia, todos enrustidos. Esta ideologia é tão perversa e vil que coloca a moral de todas as Mulheres entre as suas pernas e  a  “infidelidade” também.Mas todos os machistas indistintamente estão condenados a carregar dentro de si esta ferida causadora destas doenças sociais  até o seu fim e com todos estes desvios se não tomarem consciência desta perversa anomalia social. O nosso grande dramaturgo Nelson Rodrigues sempre diz: “…se todos os homens conhecessem a intimidade sexual de cada qual, ninguém se falaria”, e acrescenta : “…se todos os fatos provam tudo isso, pior para os fatos”. É só!

  20. Homem, você não é feminista

    Com certeza homem não é feminista como se pretende o feminismo.

    Acho o tema muito interessante mas tenho uma discordância.

    Ninguem pode se apropriar, no sentido original do termo, de algum movimento seja ele qual for.

    Posso sim me aliar a movimentos que considero justos ou por outra consideração qualquer. Posso não entender a complexidade de uma mulher ou de um negro, como citados, como, igualmente não posso entender a de qualquer pessoa. Mas isso não invalida minha posição contra ou a favor.

    Por semelhança,  talvez no limite, não posso me “apropriar” de uma religião, isso só seria possível aos poucos profundos conhecedores do tema. Ou partido político, ou, ou.

    Ou como vou entender brasileiros a julgar que o melhor para o país é o retorno ao colonial ?

    As mulheres- aqui no Brasil,estatisticamente, nem minoria são – maiorias e minorias diversas tem mais é que lutar por seus interesses e todos os apoios serão benvindos. O espaço está aí para ser ocupado e quem já ocupou, seja quem for, não irá entregar de graça.

    Quanto aos posicionamentos naturalmente assumidos,pois foi assim aprendido, só serão mudados com a educação e enfrentamento. No fim tudo é uma disputa pelo poder, pelo “eu posso”; e isso é justo.

    Posso não saber tudo o que está oculto mas posso reconhecer a realidade que vejo.

    E se a Lilian me permite, apoio sim a igualdade de gênero, racial, religiosa, etc, etc. e não vejo nada de mais no empoderamento de quem o merecer.

    Dilma é um exemplo.

     

     

  21. Ninguém é mais feminista do

    Ninguém é mais feminista do que nós aqui. Como ousam essas mulheres – ainda mais feministas! – ser mais feministas do que nós! Já batemos nossos paus na mesa, entenderam? Ou teremos que desenhar em cor-de-rosa?

  22. Estruturas diferentes,

    Estruturas diferentes, comportamentos diferentes. Sim, um homem, nem mesmo se homossexual, pode perceber ou compreender o mundo tal como faz uma mulher. Pequenas diferenças neuroquímicas e neurofisiológicas, deiferenças mínimas, já fazem uma grande diferença em termos comportamentais. E o inverso também é verdadeiro. A explicação não está no social, nunca esteve. No social vemos outras coisas.

  23. Manas vamos parar de passar

    Manas vamos parar de passar vergonha e descobrir os diferentes tipos de feminismo por favor?? Você, senhora,  e feminista radical se acredita que homens não pode fazer parte da luta por igualdade. Feministas liberais acreditam na participação do homem. Nao saia pregando o feminismo se não entende o tipo que você é pq no final ngm entende o que e e o que nao e o feminismo

    1. Primeiro que feminismo

      Primeiro que feminismo liberal é uma piada. Feminismo não nasceu pra agradar homem. Ou seja, enquanto estiver agradando, tem algo errado aí.

      Segundo que quem precisa saber mais sobre vertentes é você. Não é somente a radical que não aceita homem no feminismo. Pelo contrário, SÃO TODAS com exceção do liberal.

      Terceiro, o texto da autora é para pessoas que concordam com as ideias dela. Se não concorda, debata com bons argumentos, não com críticas né.

      Quarto e último, a coisa mais ridícula do mundo é uma feminista querendo calar a outra pra defender macho. Vamos nos unir, mana. Vamos debater sobre melhorias PARA NÓS. Vamos praticar sororidade. NÃO VAMOS TENTAR SILENCIAR UMA MANA PELO AMOR DE ODIN. “Não saia pregando o feminismo…” STOP! NÃO SILENCIE UMA FEMINISTA. VOCÊ TAMBÉM É UMA. 

      Podemos não concordar, mas vamos nos enaltecer por favor.

  24. em resumo, não sejam

    em resumo, não sejam feministas garotos, não sejam burros, deixem elas cuidarem dos seus proprios assuntos, elas NÃO querem homens em nenhum aspecto imaginavel da vida ou do movimento delas, o odio das feministas é mais claro que o sol do meio dia, deixem elas pensarem que conquistaram alguma coisa que nada foi dado de graça, que elas conquistaram, mesmo sabendo que se hoje todos os homens quisessem escraviza-las ou sei la que outra coisa abominavel decidissem faze-lo, elas nao teriam poder fisico, intelectual muito menos belico para se defender…Na  epoca em que os homens eram escudos humanos para defender cidades e MULHERES de saques e estupros eles eram muito bem vindos e admirados por todas.

    1. Concordo com vc, n vejo q
      Concordo com vc, n vejo q elas têm interesse em ser protagonista só vejo como se elas quisessem nos mandar (tratar como animal) elas se dizem serem superior aos homens porém estamos em um tempo moderno onde a maioria das tecnologias foram inventadas pelos homens. Isso deve ser um peso muito grande em cima do orgulho delas. Já observei muitos comentários delas é para mim ficou claro q elas qrem nos tratar como animais( totalmente inferior a elas).
      Se elas q decidisse o que é certo e errado, elas iriam fazer regras q só beneficiária elas msm por exemplo: elas iriam qrer castrar a grande maioria dos homens sem se preocupar se nós concorda ou n ( seríamos escravos delas). Segundo n sei se vcs lembram da menina de 22 anos q postou (DIa internacional da castração) ela simplesmente qria diminuir a quantidade de homens deixando apenas 10% dos homens atual. Disse q beneficiária os homens sendo eles mais valorizados porém nós no caso ficaríamos presos em um cativeiro como se fossemos animais selvagens, mais ao passar do tempo nova tecnologia vai sendo criada e apartir q elas n precisarem mais da gente para se reproduzir, elas simplesmente Irão nos aniquilar. Aí vc pensa nós homens travamos várias guerras protegendo elas e depois elas nos pagam com isso. Só um aviso para os homens idiotas q apoiam isso: esse negócio de q elas qrem direitos iguais é mentira é apenas uma farsa, se vcs apoiarem saibam q estão causando sua própria extinção futura, elas n qrem homem nenhum n, elas querem o planeta só para elas e qrem nos explorarem o quando puderem! Abre o olho de vcs n se deixem levar por palavras doces q saiam das b bocas delas .
      Se eu tenho um plano inicial e um plano final (e eu sei q vc n vai me ajudar se souber do meu objetivo final, então eu simplesmente n te falo o meu objetivo para q assim vc me ajude inocente. Resumindo é isso elas vão demonstrar um plano para vcs e depois vão seguir os planos delas, elas qrem o planeta só para elas.

  25. terão então que mudar os dicionários

    Se feminismo (de acordo com o dicionário) é a doutrina que preconiza o aprimoramento e a ampliação do papel e dos direitos das mulheres na sociedade ou, pela RAE, Ideologia que defende que as mulheres tenham os mesmo direitos que os homens, se um homem pensa dessa forma, seria considerado feminista.

     

  26. Estava chocado ao acabar de saber que eu homem não poderia me declarar feminista e acabei aqui neste texto, muito obrigado, como negro reconheço que essa foi uma bela forma de exemplificar, foi muito esclarecedor. Vou continuar apoiando o movimento e tentando disseminar a desconstrução dessa sociedade machista.

  27. É muito estranho. O texto diz que branco não pode erguer uma bandeira contra o racismo… Isso não faz sentido. Não é querer ser protagonista. É querer se expressar favoravelmente ao movimento. Um branco não pode censurar um racista? Um homem não pode censurar um machista? Mais importante do que agir na luta pra tentar alguma mudança é o protagonismo??? Pra mim dane-se o tal protagonismo. Se manifestar contra algo errado é positivo, ponto. Obsessão por protagonismo não soma ao movimento na prática. Não me ajude. Torça por mim. Chega a ser bizarro o pensamento.

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