Padre Julio Lancellotti denuncia GCM por ação na Cracolândia

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
[email protected]

“A prefeitura tirou tudo deles! Jogou tudo no lixo. Triturou as barracas, tirou documentos, todos os objetos pessoais", afirmou o padre

HuffPost Brasil

Ao contrário da versão da Guarda Civil Metropolitana (GCM), 16 pessoas em situação de vulnerabilidade afirmaram que tiveram suas barracas, documentos, roupas e cobertores jogados no lixo, durante a fatídica operação para dispersar dependentes químicos da antiga cracolândia, na praça Princesa Isabel, no centro de São Paulo, na última quarta-feira (11). As declarações foram dadas em vídeo pelos atingidos, mediados pelo padre Julio Lancellotti. 

De acordo com os relatos, a GCM utilizou gás lacrimogêneo e disparos de balas de borracha para dispersar os dependentes químicos da região. A Polícia Civil, no entanto, afirmou que todas as ações feitas até agora na operação “Caronte” não tiveram qualquer tipo de violência. 

“A prefeitura disse que foi tudo negociado, tudo pacífico, tudo conversado com eles, que chegou lá e pediu, ‘por gentileza, saiam daqui porque vamos arrumar a praça’. Foi isso o que aconteceu?”, questionou o padre aos atingidos, em vídeo publicado nas redes sociais.

A defesa da democracia exige um jornalismo independente. Junte-se a nós: https://www.catarse.me/jornalggn

“A Guarda Civil Metropolitana invadiu, quebrou barraca, bateu, [atirou] bala de borracha na gente”, afirmaram.

“A prefeitura tirou tudo deles! Jogou tudo no lixo. Triturou as barracas, tirou documentos, remédios, todos os objetos pessoais. E para onde encaminharam vocês? Pra lugar nenhum “, denunciou o presbítero.

O padre afirmou que está tentando contato com a prefeitura, mas “ninguém atende, e essas pessoas não têm para onde ir”, disse. “As pessoas não têm onde ficar e são tratadas como lixo. Não adianta o assessor da prefeitura dizer que era para espalhar [os dependentes] para serem atendidos. É para eles desaparecerem. Negligência da prefeitura e do governo do estado.” 

“Se liga prefeitura: isso é crime, é omissão, é violência. Quem ficou na região está sendo pressionado. Vocês são covardes!”, completou. 

PM admite que atirou contra usuários

Ainda no dia 11, um homem morreu após ser atingido por um tiro no peito na avenida Rio Branco em meio a operação. Em meio às denúncias sobre a ação, três policiais civis do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) acabaram admitindo que dispararam com arma de fogo contra os dependentes químicos nos entornos da Praça Princesa Isabel.

Leia também:

Mendonça tira autonomia dos Estados sobre ICMS no diesel

Sachsida o irmão perdido dos Weintraub, por Luis Nassif

Eleitores evangélicos são diferentes entre si, diz Victor Araújo

Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

1 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. As “hordas”, os “Bandos”, os “nóia”, os “noia”.
    São sujos, são doentes, intratáveis, não laváveis.
    Variações disso a imprensa de negócios repete há décadas.

    Ela jamais dirá que a “Cracka da Luz”, essa Cracolândia dos Campos Elíseos, meticulosamente criada e expandida, depois tocada por cavalarias, serviu para desvalorizar territórios inteiros. Serviu mansaamente para espantar pequenos negócios e últimos moradores (pobres e muito pobres, precisaria dizer?) das áreas na mira dos bílio-interessados. Solo urbano de máximo valor agregado, agora já negociado na bacia das almas(-drogadas), oras, desmonte-se a coisa! Espalhe-se a horda dos miseráveis úteis. Até que as mesmas bocas poderosas da cidade elejam novo alvo.

    Afinal, cidade expandida aos limites, nada mais lucrativo para a especulação que o Centro de SP, onde todos os serviços urbanos já estão pagos e instalados. Faltará, sempre, desvalorizar o solo mais ainda. Até o limite do quase-nada que é o preço de uma pedra.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador