Quase 20 milhões de brasileiros estão em situação de pobreza

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Número de pessoas pobres atingiu seu maior patamar na série histórica do Boletim Desigualdade nas Metrópoles, iniciada em 2012

Agência Brasil

O número de pessoas em situação de pobreza nas metrópoles brasileiras chegou a 19,8 milhões em 2021, o maior patamar da série histórica iniciada em 2012, enquanto mais de cinco milhões de brasileiros estão abaixo da chamada linha de extrema pobreza.

Segundo a nona edição do boletim Desigualdade nas Metrópoles, a taxa de pobreza entre 2014 e 2021 saltou de 16% para 23,7% – em termos absolutos, 7,2 milhões de pessoas entraram em situação de pobreza nas metrópoles brasileiras em sete anos.

No caso da extrema pobreza, a taxa no mesmo período mais do que dobrou, passando de 2.7% para 6.3%. Em termos absolutos, foi um aumento de 2.1 para 5.2 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza nas grandes cidades.

Em nota, um dos coordenadores do estudo, o professor da PUCRS André Salata, explica que houve um aumento “muito grande” da pobreza e da extrema pobreza, com destaque para o salto visto no período entre 2019 e 2021 apesar da melhora de alguns indicadores por conta do pagamento do Auxílio Emergencial de R$ 600.

Entretanto, a interrupção dos pagamentos no primeiro trimestre de 2021, assim como a redução da cobertura e do valor pago, fez com que os indicadores saltassem em 2021, em especial aqueles relacionados com a pobreza.

Coeficiente de Gini avança em sete anos

Em 2014, o coeficiente de Gini – quanto maior o seu valor, maiores são as desigualdades de rendimentos – para o conjunto das regiões metropolitanas era de 0,538. Em 2019, ele havia subido para 0,562. E em 2021, no período de pandemia, chegava em 0,565.

Considerando apenas a região metropolitana do Rio de Janeiro, o coeficiente de Gini saltou de 0,518 para 0,581 entre 2014 e 2021. Outras cidades com avanços expressivos foram Natal, onde o coeficiente de Gini variou de 0,529 para 0,588, e Florianópolis, que subiu de 0,453 para 0,484 no mesmo período.

O levantamento também destaca a queda da média de rendimentos para seus menores patamares da série histórica: se o rendimento médio em 2019 era de R$1.935, em 2020 ele havia caído para R$1.830, e em 2021 chegava a R$1.698.

No Distrito Federal, a renda média caiu de R$2.784 para R$2.476 naquele período. Na região metropolitana de Recife a queda foi de R$1.593 para R$1.079. E em Porto Alegre foi de R$2.218 para R$1.947.

Veja mais sobre o avanço da pobreza e da extrema pobreza no Brasil na nona edição do Boletim de Desigualdades, produzido em parceria pelo Observatório das Metrópoles, a PUC do Rio Grande do Sul e a Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina (RedODSAL).

BOLETIM_DESIGUALDADE-NAS-METROPOLES_09-1

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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  1. Todas as vezes que estudos e estatísticas apresentam números sobre a pobreza no Brasil, é refletido ou o aumento ou a redução temporária através de políticas de transferência de renda. Vergonhosamente não existe trabalho para uma consistente transformação do quadro social do País. Mais da metade da população brasileira se encontrava nas camadas D e E na pirâmide social. Houve pouca mudança nesse cenário, reduziu-se esse número sem elevar as condições gerais do País. Se o País melhora, sua sociedade é beneficiada e quando apenas maquia a realidade, apresentando partes como significância do todo. Assim como uma pessoa com maquiagem ao lavar o rosto, a água leva pelo ralo; assim também a crença de ter pujança econômica acorrentado a uma estagnação que é ignorada por causa de crescimentos ridículos de um PIB entre os mais volumosos do mundo, mas insuficiente a uma mudança de quadro em relação ao desenvolvimento do Brasil. Não fosse essa transferência de renda, em que situação o País estaria. Alta informalidade, trabalhadores que desistiram de acreditar nas relações formais de trabalho. Na capacidade das grandes empresas criarem condições de desenvolvimento e progresso em toda a economia e sociedade brasileira. O País todo vai indo, os ricos e poderosos melhor e mais tranquilos, sem saber pra onde é que vai chegar. O progresso de um país é como uma massa de pão, se não puser a mão na massa e utilizar bem os ingredientes não sairá nada bom. Milhões de pessoas na extrema pobreza e muitos outros milhões em condições críticas, tentando escapar enquanto podem. Sem o crescimento econômico e o aumento da renda geral da sociedade essa desigualdade só vai aumentar.

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