União não quer proteção das Forças Nacionais a indígenas do MS

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A União recorreu contra decisão de manter policiais da Força Nacional de Segurança para proteger indígenas na Fazenda Santa Helena, em Caarapó, a 270 km ao sul de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. O pedido do Ministério Público de policiamento preventivo foi acatado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3).

Segundo o MPF, “é notório o embate existente nesta região de Dourados entre a polícia local (civil e militar) e indígenas”, e que tornava necessárias as forças federais. Do outro lado, a União alegou que a Polícia Federal e a Força Nacional de Segurança não têm essa atribuição.

Mato Grosso do Sul é o estado que tem a segunda maior população indígena do país: cerca de 70 mil pessoas. Em contrapartida, apenas 0,2% das terras são indígenas. O estado que tem economia de base agropecuária, acumula 1,1 milhão de hectares de lavouras de soja e 425 mil de cana – correspondendo a, respectivamente, 10 e 30 vezes mais que a soma de todas as áreas ocupadas por índios. É lá que também existem os maiores índices de suicídio e violência contra essa população.

A Fazenda Santa Helena já era reivindicada como terra indígena. Mas a ocupação de 200 pessoas da comunidade Tey Kuê só ocorreu, de fato, depois do assassinado a tiros de um deles, o adolescente Denílson Barbosa, de 15 anos, enquanto pescava no interior da propriedade.

A Justiça da 1ª instância considerou que a intervenção das forças nacionais poderia “resguardar a integridade física e psicológica de índios e não índios na área em conflito”. Mas a União recorre da decisão.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

5 Comentários

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  1. A Polícia Federal desse


    A Polícia Federal desse governo virou milícia do agronegócio. Matando índios e apoiando o latifúndio. Lamentável.

  2. Tempo

    Daqui a pouco morrem uns 2 ou 3 indios, a PIG diz que o governo não faz nada, e ai rapidinho volta a força nacional rapidinho.

    Com este tipo de ação do governo não tem do que se reclamar quando os jornais publicam materias prejudiciais.

  3. A Força Nacional deve permanecer.

    Moro em Dourados MS, a verdade é que nenhuma policia quer atuar nas aldeias. Os índios vivem espremidos nas periferias das cidades do MS. Ocorre isso aqui em Dourados e em várias cidades do interior do MS. Os indios não temem armas de fogo, muitos bebem com frequência, por isso o alto número de assassinatos nas aldeias.  Já ouvi de um amigo que é PM, que teve de  fugir de uma aldeia de uma cidade da região devido aos indios ameaçarem eles de morte. Eram muitos indios com facões e apenas dois policiais. Disse que se atirassem estavam mortos, se vivessem estavam ferrados por atirarem em indios. O negócio era fugir. É uma tragédia difícil de resolver. As terras dos indios foram tomadas, por grileiros e pelo governo e hoje eles estão nessa situação. Talves por isso alguns bebam tanto. A Força Nacional e a PF devem permanecer na região, possuem mais logística para atuarem nas aldeias e os indios respeitam mais. Para resolver o problema definitivamente vai ser preciso muita negociação e dinheiro para comprar as terra legais e talves as ilegais, que devido o tempo fique difícil comprovar a grilagem.

  4. Muito bem. Pena que não

    Muito bem. Pena que não protegeram os colonos trucidados pelos índios no RS, que teriam sido mortos a pauladas há pouco tempo… os índios teriam condicionado a continuidade de qualquer conversa à liberação dos seus “líderes”… o ministro da injustiça se escondeu….

  5. Uai, por que não publicaram meu comentário?

    O que está havendo? Só por que meu comentário era uma critica ao PT, Lula e Dilma na questão indigena vc não me publicou, Nassif? Não posso crer nisso. Deve ser algum problema técnico. 

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