Operação Verão chega ao fim, após 56 mortes no litoral de São Paulo 

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Governo de São Paulo anunciou o fim da operação no mesmo dia em que veio a público dados alarmantes sobre mortes cometidas pela PM-SP

Foto: Reprodução/Facebook

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) anunciou, nesta segunda-feira (1), o fim da Operação Verão nas cidades do litoral paulista. A ação executada pela Polícia Militar de São Paulo (PM-SP), em conjunto com a Polícia Civil, durou quatro meses e fez dezenas de vítimas “suspeitas”. 

Ao todo, foram registrados 56 óbitos de suspeitos em confrontos com os agentes de segurança durante a Operação Verão, o que puxou a alta de 86% no número de mortes cometidas pela PM-SP no primeiro trimestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior.

Esses dados são de um levantamento feito pela GloboNews, com base em informações do Ministério Público Estadual. No caso específico das nove cidades que compõem a Baixada Santista, a alta na letalidade foi de 427%, com 79 mortes cometidas por PMs entre janeiro e março desde ano, ante 15 registradas no primeiro trimestre de 2023.  

O governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) colocou fim na operação justamente no dia em que esses números vieram à tona. Contudo, desde janeiro, moradores da região denunciam abusos por parte dos policiais, como execuções, torturas, invasões a domicílios e abordagens truculentas

Apesar desses fatos, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, declarou que “a operação cumpriu os seus objetivos, seja capturar alvos identificados por um trabalho de inteligência conjunto entre as polícias como reduzir os índices criminais na Baixada Santista”. 

O resultado positivo seria a prisão de 1.025 infratores, sendo que 438 eram procurados pela Justiça, além de 47 menores apreendidos. De acordo com a pasta, também houve a apreensão de 2,6 toneladas de drogas e de 119 armas de fogo ilegais.

Derrite destacou ainda que, mesmo com o encerramento da operação, a PM vai ampliar o efetivo de agentes na Baixada Santista, com 341 policiais designados para atuar de maneira permanente no local. “Agora, com a ampliação do efetivo, podemos dar continuidade a esse combate, que será constante”, afirmou.

Combate ao tráfico?

O combate citado por Derrite seria contra o tráfico de drogas.

Vale lembrar, que a Operação Verão foi uma decorrência da Operação Escudo, deflagrada na região após a morte de um PM da Rota, em julho de 2023. 

Inicialmente, o governo Tarcísio sustentou oficialmente que a finalidade da Operação Escudo, que matou 28 “suspeitos”, seria o de “combater o tráfico de drogas e o crime organizado” no litoral. 

Contudo, conforme noticiado pelo GGN, após uma série de questionamentos da Defensoria Pública, a SSP assumiu que a ação era, na verdade, ação era uma “vingança institucional” pela morte de agentes.

A Operação Escudo é uma iniciativa de resposta imediata das Forças de Segurança do Estado diante de atos de violência direcionados a Agentes Públicos do Estado, independentemente do segmento ou esfera da Administração Pública a que pertençam (Agentes de Força de Segurança, Poder Judiciário, Ministério Público etc.)”, afirmou a SSP.

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Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

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