E o Oscar não vai para…, por Homero Fonseca

“Vidas Passadas” não levou nada. E assim é o grande vencedor.

E o Oscar não vai para…

por Homero Fonseca

O filme escrito e dirigido pela dramaturga coreana-canadense Celine Song, estreante no cinema, havia sido indicado para concorrer nas categorias Melhor Filme e Melhor Roteiro Original. E ao sair de mãos abanando, torna-se o vencedor do grande prêmio da indústria cinematográfica, versão 2024.

Para entender o raciocínio, aqui vão os parágrafos iniciais da postagem de 9 de fevereiro neste blogue:

Com um rigoroso minimalismo, “Vidas Passadas” é a mais perfeita negação de Hollywood, um filme adulto elíptico e poético.

Um filme que não é de ação. Não é comédia romântica. Não tem herói, nem vilão. Sem essa de “baseado em fatos reais”. Nada de cenas tórridas de sexo. Nem roubo, assassinato, sequestro, estupro, incesto; nem um só soco, quanto mais uma briga; menos ainda tiros; sequer uma explosão de carro. Zero efeito especial. Ninguém tem superpoderes.

(…) É quase um não-filme, pelos protocolos hollywoodianos. Que bênção! Que alívio! Chega de Hollywood e seus roteiros prêt-à-porter. Basta de infantilização da arte.

Entenderam? Foi bingo!

P.S. Não se pode negar certa importância ao Oscar, tanto que está sendo comentado aqui e alguns filmes indicados/premiados são até bons (difilmente mais que isso). Mas o prêmio é sobretudo a celebração da indústria cinematográfica e um marco das tendências do cinema comercial hegemônico.

Homero Fonseca é pernambucano, escritor e jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco. Foi editor da revista Continente Multicultural, diretor de redação da Folha de Pernambuco, editor chefe do Diario de Pernambuco e repórter do Jornal do Commercio. Foi também professor de Teoria da Comunicação e recebeu menção honrosa no Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Atualmente, dedica-se à literatura e mantém um blog em que aborda assuntos culturais.

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Redação

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