Lula entre a fé de mais ou fé de menos, por Luís Nassif

O problema é o produto Lula. Qual a cara do Lula 3? Mesmo acossado pelo Congresso e mercado, há o que fazer

Ricardo Stuckert

A última pesquisa Quaest foi claramente negativa ao governo.

De um lado pela aprovação mínima do governo – dois a três pontos entre aprovação e desaprovação. De outro, pela clara negativa em relação à situação econômica. Mais que isso, uma aprovação ampla aos governadores bolsonaristas dos maiores estados.

Aí se conclui que o problema é a comunicação. E toca trazer um marqueteiro que coloca palavras religiosas na boca de Lula.

A publicidade vende de sabão em pó a geladeiras e automóveis. Mas cada produto necessita ter suas qualidade intrínsecas. O sabão tem que limpar, a geladeira tem que gelar e o automóvel tem que rodar.

Não será com fé de mais ou fé de menos que Lula irá recuperar a popularidade. Bastará os pastores declararem que é um lance ardiloso de Satanás, se apresentando na forma de pastor. E cada favor negado aos evangélicos será apresentado como comprovação de que o evangelismo de Lula é ardil de Satanás.

O grande problema é o produto Lula. O que o governo Lula oferece? Qual a cara do Lula 3? Está certo que Lula é acossado pelo Congresso, pelo mercado, pela mídia e pelos evangélicos. Mas há um universo de políticas que podem ser deflagradas ao largo desse arcabouço institucional.

Tome-se o caso do projeto da Neoindustrialização. Está solto. É um conjunto de “missões” relevantes sem nenhum grupo de trabalho articulando. Programas com tal abrangência envolvem várias instituições públicas e privadas, parte relevante sem ligação direta com o Ministério responsável. Assim, qualquer óbice fora do Ministério paralisa o programa. Foi o que relatamos do programa da cadeia produtiva dos medicamentos – com a meta ambiciosa de produção interna de 70% do que é consumido -, mas esbarrando na falta de condições da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de liberar as autorizações, por desfalque de pessoal – não há concursos desde 2013.

Como é que fica? Não adianta reclamar para a Anvisa, pois ela não controla o orçamento. Não adianta reclamar para o Planejamento ou a Fazenda, porque são alvos de demandas de todas as partes e não cabe a eles definir as prioridades. Nem adianta reclamar ao bispo Macedo. Se se trata de um programa estratégico, a decisão teria que ser do presidente da República. Mas Lula está completamente ausente da elaboração do programa, como está ausente de outras políticas públicas relevantes.

Tenho insistido aqui que a política agregadora, capaz de juntar setores dos mais diversos, é o da defesa intransigente da produção. A produção envolve empresários e trabalhadores do setor industrial, comercial, agrícola, de transportes, das Associações Comerciais e das cooperativas, do Movimento dos Sem Terra ao agronegócio.

A Neoindustrialização não contempla a produção convencional. Hoje em dia, os heróis nacionais são os traders de mercado, as startups. E as políticas de desenvolvimento seguem biblicamente os ensinamentos de Mariana Mazzucato, que diz que a inovação só pode ocorrer em grandes grupos e startups amparados por políticas públicas e pelo mercado.

Não há uma política sequer para a indústria convencional. Nos longínquos anos 90, a academia mostrava que ganhos incrementais de pequenas empresas podem contribuir muito mais para a produtividade nacional devido à quantidade de PMEs e de pessoas que empregam.

Há muito mais que isso. O Brasil tem um grande ativo, de organizações públicas e privadas de alcance nacional – das federações empresariais e sindicais às empresas públicas, ao cooperativismo, agricultura familiar. Há condições fantásticas de, com esses atores, montar revoluções econômicas.

Nos anos 90 descobriu-se os Arranjos Produtivos Locais – empresas de uma mesma região se juntando para criar marcas próprias e atuar em parceria com prefeituras e federações empresariais. Hoje em dia, com a Internet disseminada, há uma ampla condições da criação de Arranjos Produtivos Digitais. Ou seja, um conjunto de empresas de um mesmo setor, organizadas em torno de plataformas, sendo certificadas pelo Sebrae, pelo Senai, pelo Senac.

O primeiro passo é organizar uma plataforma de produção – podendo produzir para terceiros. O segundo passo é envolver um banco como o Banco do Brasil, para ajudar na constituição de empresas e marcas próprias. O comércio caminha inevitavelmente para as grandes plataformas. Os programas de digitalização de pequenas empresas são um passo intermediário. O passo final é a formação de consórcios, que possam receber moldes dos produtos a serem produzidos. Podem criar marcas, negociar em conjunto.

O país possui todos os ingredientes para uma política desse nível. E se a liderança fosse de Lula, ele teria, enfim, a bandeira agregadora. Hoje em dia, esse público só vê o Estado quando aparece o fiscal da Receita. São agentes passivos (e vítimas) de políticas econômicas montadas na Faria Lima.

O presidente teria todas as condições de devolver a auto-estima a esse personagem, que hoje em dia é fundamentalmente bolsonarista e evangélico. E poderia incluir os pequenos nas políticas públicas.

Bolsonaro conseguiu mobilizar milhões de seguidores dizendo que poderiam salvar o Brasil rezando na porta de quartel. Lula teria condições muito mais concretas – com fé de menos -, mostrando que o produtor, independentemente do tamanho, da religião, da preferência política, é o salvador do país, desde o bar que emprega 4 funcionários às grandes siderúrgicas, desde o agronegócios ao Movimentos dos Sem Terra.

Um dia, Lula acordará para essa possibilidade. Espera-se apenas que não seja em 2027.

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Luis Nassif

15 Comentários

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  1. Com ou Sem fé.
    O Lula 3, vê e não enxerga que a “estrutura Brasil”, está corroída pelos acordos, onde só existe a parte que cobra, não são responsáveis, por exemplo, a inflamação sobe, o juros altos etc.
    Um acordo qualquer que seja tem o ítem, compromisso, aí Lula vê e não enxerga que o outro lado se comporta como areia movediça, e só se percebe afundando quando colocando o pé lá.
    O momento é atitude a ser tomada pelo bem ou pelo mau.
    Nassif, já mostrar um caminho más…..!!!

  2. Tragédia no horizonte:
    ***
    Juliano Spyer

    Antropólogo, autor de “Povo de Deus” (Geração 2020), criador do Observatório Evangélico e sócio da consultoria Nosotros

    Vice evangélico pode ser bala de prata do PT para 2026

    Folha, 08.04.2024

    Estratégia funcionou em 2002 para tranquilizar mercado

    Vamos traçar uma linha imaginária de hoje até o segundo turno da eleição presidencial de 2026.

    A menos que algum evento extraordinário aconteça, estarão no segundo turno o presidente Lula como candidato do governo e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, representando a oposição.

    Esse cenário lembra o da eleição de 2018, quando Lula estava preso e indicou o hoje ministro Fernando Haddad para concorrer representando-o. Na próxima disputa, o ex-presidente Bolsonaro poderá estar preso, disputando o pleito indiretamente apoiando Tarcísio.

    Mas Tarcísio será mais competitivo do que Haddad foi; talvez mais competitivo do que o próprio Bolsonaro seria em 2026, por conta dos escândalos que vieram à tona e que a Polícia Federal investiga. Tarcísio terá o apoio de bolsonaristas, mas, por ter uma postura moderada, mobilizará também conservadores que, por motivos variados, se distanciaram do ex-capitão.

    O PT escolheu lidar com evangélicos como um problema no campo da comunicação. É uma atitude preguiçosa: enterrar a cabeça no chão torcendo para o problema desaparecer. O que, então, restará na mesa como fichas de jogo, para o presidente e para seu partido, caso essa estratégia falhe nas eleições municipais deste ano e evangélicos continuem rejeitando o governo?

    Em 2001, Lula enfrentava uma situação parecida à que hoje vive com o campo evangélico. Na época era o segmento empresarial que estava receoso. Eles tinham medo do que um militante do movimento sindical faria caso se tornasse presidente do país. E eles foram positivamente surpreendidos pela escolha de José Alencar, empresário de sucesso, sem experiência prévia na política, para o posto de vice-presidente da candidatura do PT.

    Lula não precisa ter a maioria dos votos de evangélicos, mas precisa defender aqueles que já conquistou em eleições passadas e manter moderados em dúvida, sabendo que há mais de uma alternativa na mesa para eles. Eleitores evangélicos precisam continuar acreditando, ao contrário do que o bolsonarismo prega, que é compatível ser de esquerda e ser evangélico.

    Interlocutores evangélicos com quem conversei —conservadores nos costumes— concordaram que um candidato a vice evangélico pode funcionar como uma bala de prata para o governo. Demonstra a disposição de Lula de governar o país junto com esse grupo.

    Para a estratégia funcionar, o presidente deve primeiro identificar lideranças conservadoras, mas democratas, amplamente respeitadas dentro de um campo muito diverso. Há nomes com esse perfil. O maior desafio do PT será convencer um deles a aceitar o convite.

  3. Basta deixar tudo ao mercadante. Como fez Dilma, e tudo se resolverá! Ironia à parte, percebe-se que não há efervecências de intelectuais que pensem o Brasil, como acontecera após a Constituinte de 1946, ou mesmo a de 1988, em que a profusão de pensadores do Brasil não estava ligada ao marketing. Como diz o Filósofo Milton Santos, não há como atrelar um intelectual ao establishment e, Brizol mais enfático ainda, dizia que o pt é atrelado aos neoliberais da usp. Vê-se esses juros exorbitantes em relação às linhas de crédito: o Je$u$ aí é diferente do Cristo de Mateus 19:23 ou 21:13 (ops!13!).

  4. O Brasil tem as experiências de vários períodos presenciados no País sobre a economia e os trilhos do desenvolvimento. Trilhos esses que são ao mesmo tempo gerados e também percorridos. Ninguém constrói todo o segmento de uma ferrovia, para iniciar depois; de trecho em trecho tudo é completado. Entre participar e ficar torcendo ou assistindo existe uma enorme diferença. Durante qualquer projeto podem acontecer surpresas. Podem ser boas ou ruins. São os desafios que se apresentam. Esse encontro de interesses em prol de um objetivo comum, que é o Brasil, precisa ser capaz de sem perder o alcance conceder o que o País desejar. É um desafio à capacidade do País, do que quer e do que pode. Realizar aquilo que se propôs. Ausentar-se disso não deve ser a melhor alternativa.

  5. No dia em que formos capazes de retirar a “fé” dessa equação, talvez haja salvação (sic) para esse país triste. Vejam, discute-se a eficácia da aproximação de Lula aos evangélicos desse país, como uma forma de questionar a habilidade política do ex-sindicalista de resultados; e a conclusão é de que Lula está desnorteado, ou enferrujado. E quanto à qualidade das chamadas lideranças evangélicas que, supostamente, guiam o pensamento e ação desse elevado contingente de eleitores? Silas Malafaia, Edir Macedo, Marco Feliciano, et caterva, acreditam tanto em Deus quanto eu em saci pererê. E, no entanto, Lula tem que lidar com essa gente (leia-se, fazer concessões, entregar fatias do orçamento, cargos, etc.) para poder ter um mínimo de governabilidade. Ou seja, a continuidade de Lula 3 está nas mãos de gente sabidamente inescrupulosa, ambiciosa, nem um pouco preocupada com o país e as demandas da população, para não falar da neoindustrialização e coisas do gênero. Mas que, via religiosidade popular (leia-se, ignorância), detém poder. PQP. Ou Lula cede, ou imediatamente será denunciado como o satanás em pessoa, o anticristo, ou qualquer uma das outras merdas que essa gente costuma usar para influenciar a boa fé e ignorância das pessoas. E todas acreditam instantaneamente. E estamos no Século XXI, tendo nosso caminho atravancado por crendices milenares e instituições medievais, além de suas versões modernizadas. E fica o Brasil, que já tem um pé fincado no passado extrativista, agrícola, e escravagista, tentando colocar o outro pé na modernidade e no caminho do progresso, e ficando com os dois no mesmo lugar. Vai neoindustrializar o que, amigo? Uma vez colônia extrativista, sempre colônia extrativista. Pau-Brasil, ouro, agora o lítio. E que venha o Elon Musk. Leonel Brizola já está morto. A Rússia, a Índia, a China, tiveram seus gigantes, para livrarem-nas do colonialismo e imperialismo euro-americano. Lênin, Nehru, Mao. O Brasil teria tido Brizola, ou, vá lá que seja, Lula. Mas Lula não quer. Vai se conformar em ser um Mujica com a grife “this is the man”, gentil cortesia de Barack Obama. Será o bastante para entrar na história sem precisar sair da vida. O Brasil que se lasque. Desgraça pouco é bobagem.

  6. Lula está passando e a patuléia está atirando pedrinhas. Os inimigos atiram paralelepípedos e os amigos os pedregulhos. Até parece que Lula começou a governar agora. Sob fogo cruzado, caminhando na corda bamba sem deixar cair o guarda-chuvinha, Lula vai firmando o pé. Fosse só os “cristões” o problema do Lula e ele poderia se debruçar sobre ele com afinco. Lula pra começar a governar terá que se livrar primeiro de dois tumores malignos: Roberto Campos Neto e Arthur Lira. Para eles, o fim está próximo. Feito isso, Lula poderá abrir a janela do planejamento econômico e em seguida, com a sua habilidade política poderá influenciar na escolha do próximo líder do congresso, sepultando para sempre os tipos como o Lira, e então, ainda que sob os latidos da oposição ferrenha, governará como deve, reformando ministérios e tomando medidas para a manutenção de suas políticas.

  7. A guerra não era contra a Alemanha; a guerra era contra a Rússia, que tinha ousado se aliar a Hitler e repartir a Polônia. Se fosse Hitler apenas a invadir a Polônia? A elite britânica não teria dado um pio, não importaria os milhares de judeus nos campos de concentração.
    E Churchill ciscava e ciscava.
    Desde a primeira hora que ele foi contra Hitler. Mas, além de Hitler ser a arma secreta pra varrer o império russo, agora comunista… Churchill não era um Sir.
    Mas aí veio o choque do distante Rio da Prata. E Churchill não só convenceu de que esteve sempre certo, como se mostrou o homem certo, no lugar certo e na hora certa. E o pêndulo da História começou a mudar de posição.

  8. Lula começou a ser SABOTADO pelos aliados quando começou a dizer q esse ano iriam colher os frutos sempre estão preocupados com Lula/Pt aliás essa é uma vantagem q poderia ser usada pois se Lula diz É em cima a oposição diz É embaixo!Agora falando sério (?)Lula precisa se divertir,não ser tão responsável,precisa meter o louco deixa tudo na mão do Seu Guedes e qq b.o troca olha oBrasil é q precisa muito do Lula e precisa dar valor,o Pais tava na mão dos.psicopatas irresponsáveis quem é politizado sabe desde a empregada até o empresário,não adianta ficar correndo.atras de quem não dá valor as coisas olha o governo Bolso tava o caos e só. pra dar corda ao peão e sua gentalha todos escondem então não esquenta se divirta!!!

  9. Nassif, sua fé é inabalável…

    Quem sabe remova as montanhas?

    Não creio.

    Todo mundo detesta Marx, eu sei, mas eu não consigo escapar a ele.

    Vamos a uma metáfora futebolística, para suavizar a teoria da dependência e a narrativa marxiana dos contingentes históricos.

    O mundo capitalista é um grande campeonato de futebol.

    Como os clubes, há países tipo Real Madrid, Barcelona, Bayer, outros como Flamengo, Palmeiras, Boca Junior, e os demais, que vão em escala desde Botafogo, até o Íbis.

    Imagine que cada clube tem seu acúmulo de tradições, vitórias, derrotas e escolhas, como os contingentes históricos de Marx.

    Isso explica a convivência no mesmo cenário de forças tão diferentes, como a Alemanha e a Albânia, por exemplo, ou a França e a Grécia ou Portugal, todos no mesmo território e com graus de “títulos e vitórias” diferentes.

    O mesmo para os EUA o a América.

    Na Ásia, temos China e o resto.

    Assim, é certo que entre os super times há, ao longo dos campeonatos(história), uma troca de períodos de hegemonia.

    São disputas acirradas, ora com disputas dentro das quatro linhas, ora com conflitos violentos ou desonestos como acontece no futebol.

    Tais disputas embora aconteçam o tempo todo, só alteram a configuração das forças de tempos em tempos, através de sangrentos conflitos ou casos raros, como a paciente transição chinesa.

    Por tal razão, há casos de times que são elevados ao primeiro patamar.

    Raramente, como dissemos, e neste caso, há situações bem específicas (contingentes), como descoberta de recursos e disposição política e militar para usar estes recursos de forma a alavancar o dinamismo do “time”, como é o caso dos países nórdicos ou dos EUA, a conjunção destes com outros fatores, como o aporte de massivas quantias de dinheiro externo.

    O Palmeiras com a Crefisa, o Atlético MG com a MRV, ou o City de Manchester com o pessoal do Qatar.

    Há casos que nem assim a coisa anda, como o PSG, ainda um time subalterno, que poderíamos comparar com a França ou Alemanha no cenário europeu e mundial, ou a Coreia.

    São potências, têm um bom nível socioeconômico, mas apitam pouco ou nada.

    São capazes de uma ou outra conquista, ou até de uma “Champions League”?,

    Sim, mas será fato isolado,e tais times são incapazes de sustentarem-se no topo por muito tempo.

    É o caso do Brasil, quer dizer, nosso caso ainda é pior.

    O Brasil é como o Flamengo, extremamente popular, capaz de mobilizar a atenção de uma parcela da mídia mundial, é a camisa que artistas e outras personalidades vestem para agradar plateias, mas, não passa disso quando se trata de ocupar um local na hegemonia futebolística (geopolítica) mundial.

    Alguns títulos continentais, um mundial, mas …

    Como o Brasil, petróleo, tecnologia de extração em águas profundas que ninguém tem, um Nicolelis, um sistema de saúde como SUS, enfim, uma capacidade de improvisação e inovação sui generis, e?

    Nada.

    Só vontade ou vocação para grandeza não fazem um país ocupar um lugar na mesa dos grandes.

    É preciso história (contingente), belicismo, e disposição para subjugar as economias ainda mais fracas ao redor.

    Não se faz um Real Madrid da noite para o dia.

  10. Sinais dos Tempos que tão cedo não irão passar .
    É onde a Humanidade está , desceu à escuridão , ao precipício do
    ódio e de lá por décadas estacionará .
    A somatória da Religião & Finanças impregnou as almas , criou
    um cancro – duro , que somente a morte destas almas doentias ,
    solucionará .
    De nada adianta que este ou aquele faça , seja Lula ou outro qual-
    quer . Vejamos que isto ocorre em todo o Planeta , da Europa ao
    Oriente Médio , na África ,Ásia e Américas . É o Mundo conflagrado .
    Ainda viveremos neste Inferno de Dante , durante algumas décadas,
    e de lá sairemos pelo Amor Incondicional !!!
    A sede de ser reconhecido somente pelo Poder e dinheiro , de ser
    alguém no seu bairro ,igreja ,escola e trabalho , fez a Sociedade
    trilhar este caminho !!!
    O Novo Mundo se aproxima ” já vejo os seus sinais ‘ !!!

  11. Vejo o Lula como síndico de um prédio onde há oposição e ela é maioria. A cada minuto uma demanda diferente vinda da oposição só para atrapalhar. Para defender o síndico há poucos, inclusive entre os seus conselheiros. Todo mundo querendo uma vantagenzinha pessoal. Isso sem contar o maldito velho do 72 que vive dizendo sem nenhuma prova que o síndico é ladrão.

  12. Se me permite, Nassif, fiz essa tentativa de diagnóstico do momento atual:

    fiz essa tentativa de diagnóstico do preocupante momento em que estamos. Só publiquei no face.

    Da série ( que estou abrindo) “Não temos um minuto de sossego”
    ****

    O 8 de janeiro não foi a derradeira tentativa de golpe. Os golpistas estão agrupados e planejando as estratégias para novas investidas.
    A estratégia do momento é desgastar fortemente o STF e enfraquecê-lo a partir de ações internas e também externas, tendo como apoio a extrema-direita internacional como esta última investida do Elon Musk. E, não podemos nos esquecer, que há outras figuras também, que se vestem com as tramas da isenção, como por exemplo o Glen Greenwald que engrossam o caldo da estratégia.
    Não há pressa. Eles querem manter a água fervendo enquanto:
    1. fazem campanha massiva nas redes contra Lula, com todas as armas que sabemos que eles têm para manter e talvez aumentar a desaprovação do governo já detectada em pesquisas e,
    2. se preparam para a sucessão das presidências da Câmara e do Senado;
    3. aguardam a eleição estadunidense na expectativa da volta de Trump.
    Para esse primeiro ponto, manter o Lula em baixa, na defensiva e acuado, fortalece toda a estratégia.
    Para o segundo ponto, a disputa pela presidência da Câmara e do Senado será fundamental para os rumos do governo. Rodrigo Pacheco não abrirá processo de impeachment contra Alexandre de Moraes como também, não compactuaria com um processo de impeachment eventualmente aberto pela Câmara contra Lula. Portanto, se a sucessão de Lira é muito importante, a do Senado é fundamental. (Lembro aqui, também, que o Eduardo Cunha, ele, está a todo vapor fazendo articulações a partir do gabinete da sua filha)
    No terceiro ponto, uma eleição de Trump ganharia o apoio internacional para a efetivação de um golpe. O apoio estadunidense é sinônimo de apoio internacional.

    Lembremos

    Se eles precisarem de população nas ruas para criar um clima para uma quebra do regime constitucional e para a derrubada de Lula além da limitação do poder do STF, eles terão.
    As manifestações de rua mudaram de mãos. Elas eram nossas. A direita se escondia e até se envergonhava de se assumir “de direita”. Hoje se vangloriam dessa posição. Os esgotos abertos do bolsonarismo mudou esse estado de coisas.
    Há uma questão central para a contraposição de forças. Nós voltaremos às ruas com todo ímpeto se isso for necessário?

    Lembremos 2

    1. Por apenas 20 votos eles não conseguiram tirar da cadeia um acusado de assassinato, mesmo sendo em uma votação aberta. Alguns desses temem, evidentemente, uma possível delação do Chiquinho Brazão. Outros temem a abertura de um precedente em que poderiam ser os próximos alvos. Mas nenhum deles teme pela imagem dos votos que deram porque essa postura estabelece ainda mais conexão com os seus eleitores já capturados pelo processo de imbecilização pelo qual passamos.
    2. Ao contrário do que se poderia imaginar, posturas como colocar uma peruca para discursar, fazer sinais de supremacia branca ou ler em inglês um texto de agradecimento a um bilionário fascista que pretende dar golpes em estados nacionais por seus interesses econômicos, tudo isso dentro do Parlamento, essas ações, por mais estapafúrdias que sejam, tendem a fortalecer esses arremedos de parlamentares com suas bases eleitorais.
    3. No processo planejado de naturalização do absurdo, o Roda Viva colocou a extrema-direita para falar trazendo nada menos que um dos bolsonaros. Essas ações serão cada vez mais repetidas.
    4. Em algum momento o Jair será preso. O problema é o tempo. Há um tempo necessário para que não haja lacunas para contestações, mas quanto mais tempo passa mais articulações para criar uma vitimização e o caráter de perseguição serão feitas.
    5. Há não tanto tempo assim, ter um bom desempenho na área econômica era suficiente para ganhar uma reeleição ou fazer o sucessor. Hoje isso não basta. A realidade é manipulada de forma a convencer até mesmo aqueles que estão sendo beneficiados pelas ações e programas de políticas públicas pela distorção dos fatos.
    Portanto, os desafios de comunicação são tão gigantescos como fundamentais. A comunicação da direita trabalha em cima do senso comum e nos pontos cruciais, apelando para a religiosidade e a família e, claro, pela fabricação em escala industrial de notícias falsas (as fake news).
    6. É neste ponto em que a regulação das mídias digitais seria um fator de uma mínima equalização da política de comunicação. Entretanto, estamos vendo a dificuldade de pautar a matéria. O Arthur Lira já engavetou o PL apresentado pelo deputado Orlando Silva que, a bem da verdade, já era uma PL mais ou menos conciliatória, dentro da razoabilidade do possível.
    Há outros pontos para discutir. Por enquanto, tentei trazer aqui um pequeno diagnóstico do momento em que estamos e dos gigantescos desafios que temos.
    Finalizo, tentando abrir um pouco da porta que trás uma fresta de luz para dizer que não é hora da parte da esquerda que cobra ações mais firmes e ideologizadas de Lula, sonhar com o cenário de um mundo ideal. Não agora, com o contexto histórico em que estamos. Responsabilidade política é, sobretudo, o entendimento do contexto histórico em que se está. E ele é muito complicado.

  13. Lula nao acordara, Nassif. Nao desperdicie a sua fé. Lula não enfrenta nada, ele acha que tudo é dialogar. Mas é mentira, dialogar é apenas ceder. Outro dia vi o Rovai dizendo que Lula pensa em apoiar o Marcos Pereira do PRB pra presidência da Camara. Olha o tiro no pé do projeto da UBER.

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