Lula precisa acordar enquanto é tempo, por Luís Nassif

Se seu governo continuar no ritmo atual, em breve Lula não conseguirá lotar sequer dois quarteirões da Paulista.

Duas coisas parecem claras no cenário político atual:

1. A única liderança capaz de barrar a volta do bolsonarismo é Lula.

1. Se seu governo continuar no ritmo atual, em breve Lula não conseguirá lotar sequer dois quarteirões da Paulista.

Falta rumo ao governo, um discurso unificador, um modelo de gestão minimamente eficaz.

Não se sabe o que ocorreu com Lula. Mas há, claramente, um receio enorme de dar qualquer passo, uma falta de fé na própria intuição. Vá se saber o que 12 anos de abusos, de conspiração – envolvendo todos os poderes -, os anos de prisão, os traumas sofridos fizeram com a psique de Lula.

Em 2008 começou o jogo da conspiração com o mensalão. Ao mesmo tempo, o país estava prestes a quebrar, devido à manutenção da política cambial. De repente, surgiu uma crise que resolveu o câmbio, removeu as reações de mercado, permitindo a Lula valer-se de sua intuição para um período mágico, que o projetou como o maior estadista do momento e passou ao país a sensação de que poderia ser um grande país.

Parecia que sua intuição permitiria superar todos os obstáculos. De repente, não mais que de repente, a conspiração foi ganhando corpo, juntando mídia, PSDB, Supremo Tribunal Federal, Ministério Público Federal, Congresso, até resultar no impeachment de Dilma, na prisão de Lula, no desmonte da economia brasileira. E Lula viu-se frente ao imprevisível, ao maremoto conspiratório que foi levando tudo de roldão.

E agora, José?

As oportunidades

Há uma série enorme de oportunidades abertas para o país, na transição energética e, especialmente, para a criação de um espaço de esperança para o país. Há uma enorme demanda reprimida por esperança, o momento e. as circunstâncias adequadas para um novo período de ouro. Há um presidente que sabe falar com o povo, que conhece a linguagem e os sonhos do povo. Mas não há uma ação concatenada, nem um presidente com vontade política.

Em outros momentos históricos, Getúlio Vargas e Juscelino Kubitscheck organizaram conselhos especialmente para montar as estratégias de desenvolvimento. 

Estratégias não significam meramente aproveitar uma ou outra oportunidade. É um jogo complexo, que passa pela amarração de diversas pontas, pelos diversos ministérios e organizações públicas e privadas, pela junção de medidas fiscais, monetárias, pela ação conjunta de estruturas nacionais das federações empresariais, dos bancos públicos, do sistema cooperativo, das associações comerciais, da agricultura familiar.

A relação de medidas é ampla.

Para implantar a indústria automobilística, por exemplo, JK montou Grupos Executivos que permitiram que o governo federal coordenasse os esforços do setor público e privado para alcançar os objetivos do plano, as metas propostas.

Para cada meta havia um grupo executivo:

– GEIA: Grupo Executivo da Indústria Automobilística (criado em 1956)

– GEICON: Grupo Executivo da Indústria de Construção Naval (criado em 1956)

– GEIMAPE: Grupo Executivo da Indústria de Máquinas Pesadas (criado em 1956)

– GEMA: Grupo Executivo da Indústria da Máquina Agrícola (criado em 1958)

– GEA: Grupo Executivo da Alimentação (criado em 1958)

– GEHA: Grupo Executivo da Habitação Popular (criado em 1958)

– GEUC: Grupo Executivo da Usina de Cubatão (criado em 1958)

– GEP: Grupo Executivo da Petrobrás (criado em 1953)

– CEDAE: Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (criada em 1956)

O Lula 2

O estilo Lula 2 era imbatível. Fazia reuniões ministeriais, provocava os ministros para apresentarem boas propostas. Quando percebia o potencial de uma delas, reunia-se a sós com a pessoa e fazia três perguntas: o que esse projeto é bom para o país? o que é bom para o povo? o que é bom para meu governo? Convencido, na reunião ministerial seguinte envolvia mais ministérios na proposta.

Não é isso o que acontece agora. O Ministério da Indústria e do Comércio trabalha desconectado da Fazenda, do Planejamento, da Agricultura. E não se considere como conexão a troca ocasional de telefonemas e a dependência da boa vontade do parceiro. NEm se culpe o Ministro Geraldo Alckmin. O responsável direto pela falta de articulação é o próprio Lula.

Um plano de ação exige um conselho superior – integrado pelos ministros de todos os ministérios envolvidos – definindo as ações, a integração entre as diversas áreas, tendo a garantia de que todos os passos serão dados. E respondendo diretamente ao Presidente da República.

Hoje em dia, há um conjunto de ações soltas em cada Ministério, todas chegando a Lula através dos filtros da Casa Civil, com um Ministro, Ruy Costa, totalmente jejuno em gestão de projetos, ainda mais com a complexidade dos grandes projetos nacionais. E levando as informações para um Lula apático.

Ficou claro no anúncio da Neoindustrialização. Lula foi informado só na véspera e coube a ele constatar que não havia metas.

Se Lula acredita que poderá ganhar popularidade com grandes inaugurações do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), pode tirar o cavalinho da chuva. Primeiro, porque não haverá recursos para financiar muitas obras. Segundo, porque não serão obras que ajudam a recriar o sonho, a esperança.

Lula precisa acordar e se dar conta de sua enorme responsabilidade, de ser o último bastião contra a nova invasão bárbara do bolsonarismo.

Leia também:

Luis Nassif

28 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Quando vejo os ministros que Lula teve que nomear pra poder presidir, fico me perguntando se é isso mesmo que querem os ministros nomeados: Não trabalhar pro governo e sim pra interesses próprios.

  2. Sinceramente, Nassif, não se tratam de emoções ou humores.

    Nesse aspectos, muito já foi dito:

    Lula é um cara que acredita ser capaz de dizer ao tigre (as elites) que ele deve virar vegetariano, para poder conviver com as galinhas (nós).

    Não, amigo, isso não é possível.

    Em todos os países que o capitalismo foi mais ou menos, digamos, “domesticado”, isso se deu através de intensa luta e mobilização populares, e claro, houve outros contingentes históricos.

    Sejam nos EUA, na Europa ou até mesmo em capitalismos tardios, como na Oceania, o que faz as elites se acomodarem em desigualdades sociais e econômicas menores, menos obscenas, é o medo da explosão social

    Nos EUA, é verdade, esse processo não impediu tais taxas de desigualdades pornográficas, mas mesmo lá, alguma inclusão foi feita.

    Há, por lá, a custa de muito sangue e mortes, uma classe média negra, por exemplo.

    Não que isso resolva a questão, no entanto, mostra o quanto atrasados e dependentes somos.

    Lula está politicamente morto Nassif.

    Não lhe resta tempo, nem espaço para (te)alimentar esse mito da conciliação.

    Um dos efeitos mais interessantes provocados pelos verdugos da ultra direita, chamados sempre que o capitalismo enfrenta dramáticas transições internas, ou como acredito ser o caso, teme-se que seja uma transição definitiva(superação), é incutir um medo nos setores antagonistas (anticapitalistas ou mesmo nacional desenvolvimentista e progressistas) que os imobiliza, e pior, os faz sentirem-se culpados pelo tensionamento social presente.

    Cada vez que dão desafiados a uma resposta corajosa, os reformistas conciliadores da cepa de Lula respondem com mais recuo, com mais conciliação.

    É bom lembrar: em nome de uma suposta pacificação e respeito a lei (em um processo ilegal) Lula se entregou.

    Vou citar de novo a Bolívia e Evo Morales: não nos consta que aquele país tenha se desintegrado.

    Os direitistas foram cirúrgicos, e estavam a serviço do Departamento de Estado do Tio Sam.

    Identificaram os núcleos que julgavam mais perigosos no governo Lula, já em 2003.

    Zé Dirceu, como articulador e organizador das forças progressistas e o mais perigoso:

    Genoíno, que avançava junto as FFAA, ganhando mentes e corações, revitalizando, ou melhor, criando a ideia de defesa nacional, a partir da plataforma de modernização física e teórica das forças.

    Quando chegaram Dilma e o pré sal, o submarino nuclear e o avanço da Odebrecht nesse setor de defesa, foi fácil para os EUA derrubarem nosso castelo de cartas.

    E vamos lembrar, com Obama no poder que começou nosso golpe recente.

    É disso que se trata, amigo.

    Lula é fruto dessa engenharia geopolítica continental, desde 1979, quando o SNI enxergou nele uma possibilidade de barrar o movimento de “restauração” pelos setores nacional desenvolvimentista (trabalhismo), leia-se, Brizola e Darcy, dentre outros.

    Dirceu e Genoíno eram perigosamente mais modernos e capazes que o trabalhismo derrotado em 64.

    Lula é a personificação constante da classe média (baixa, da qual ele fazia parte) do medo dos militares.

    É aquele cara que prosperou no “milagre”, e mesmo sem dizer, é grato aos militares.

    Lula é a Lei de Anistia, caro amigo.

    Nada mais o simboliza que isso.

    Olha, não pense que é fácil para mim escrever essas palavras

    Faço olhando uma foto minha abraçado com Lula, capturada em 1998, em jantar no Hotel Palace, Campos dos Goytacazes

    Não me faltam memórias afetivas de 3 campanhas até 2002.

    Mas isso não me impede de ver, hoje, o quanto erramos em apostar todas as fichas em um líder carismático.

    E o pior, um líder carismático gestado na ditadura, sob o símbolo da covardia e omissão.

      1. Minha filha, eu nunca votei em outro partido senão o PT.

        Eu nunca votei em outro presidente senão Lula.

        Mas acredite, é também por gente como você, lulobolsonaristas, é que comecei a questionar a mim mesmo e minhas escolhas.

        Claro, ler Marx Darcy, Ellen Meiskins Wood, Carlos Montaño, Robert Kürz, e recentemente, Lênin, ajudaram também.

        Ah, um pouco de Slavoj Zizeck… árido, mas interessante.

        Porém, sem dúvidas, o que mais me afasta de Lula é esse tipo de religiosidade que o segue, personificada em seu ataque despropositado, desproporcional e ad hominem.

        Lula e Bolsonaro, com certeza, não inspiram coragem ou reflexão.

        Só inspiram uma vassalagem inculta e apaixonada.

        Pobres almas.

        Passar bem, Mara.

        1. Hehehe.

          Um dos truques do capitalismo colonizador é criar comendas e homenagens aos seus colaboradores mais obedientes.

          Aos recalcitrantes, como Che, eles matam e depois se apropriam da imagem, e a vendem como fotos em camisetas.

          Ou seja, quando o seu colonizador te homenageia, algo está errado.

          Não é Obama?

          Ele era o cara, e depois, golpe.

          Arf.

    1. Boa noite. Você é porreta mesmo. Belas, sinceras e boas análises. Concordo, infelizmente, muito com você. Paulo Neme. Bragança Paulista.

  3. Parabéns. Colocou o que muita gente já vem observando. Claro que não como um Estadão coloca, E quanto ao fato de ser o Lula o único ente a enfrentar o bolsonarismo e/ou direita, então estamos realmente mal. Não conseguiu-se formar uma nova liderança em todos esses anos ?

  4. Muito lúcida suas análises. Além disso Lula precisa ter cuidado com a “verborragia”. Exemplo, chamar o agro de fascista. Por mais que conceda agora ( maiores recurso para Plano Safra e outras ) fica difícil conquistar o setor pelo menos pra diminuir o ímpeto das críticas.
    Passou da hora de voltar a ser o “Lulinha Paz e Amor” e assumir o papel que lhe cabe de ser o grande conciliador nacional e liderar um projeto de reconstrução da Nação !!!

  5. Passos dados em conjunto de forma articulada podem produzir resultados mais rapidamente. Está exatamente no envolvimento das partes interessadas obter sucesso nessa jornada. O que está colocado não é o interesse do presidente Lula ou seu governo, mas qual futuro almeja o País construir. Tem existido uma resistência por parte dos detentores de capital, desde o primeiro governo Lula, de acreditar no potencial de desenvolvimento do Brasil. Houve uma certo evento, onde Lula chamou os representantes do setor sucroalcoleiro a realizar os investimentos para ter não uma, mas duas indústrias ao invés de hora ser produtores de açúcar, hora produtores de etanol. Foi, por sua insuperável origem, ridicularizado como quem não sabia o que dizia. Posteriormente o setor foi dominado por grupos estrangeiros. Está faltando levar o País a sério. Não apenas ao setor privado, mas também ao governo. Não se criam metas apenas para mostrar que existem objetivos, mas também formas e caminhos para efetiva-las. Sem preconceitos.

  6. Talvez esta eterna véspera de fim de mundo seja o problema , agora ou nunca , ou fulano ou o caos.

    Seria bom um pouco de tédio.

    Lula toca um governo possível digo em minha mui modesta oponião.

  7. Jamais vamos mudar algo contando com as instituições que aí estão. Só o povo mobilizado fará algo de eficaz, porém, precisamos de um líder que guie este caminho e, este líder, não é mais o Lula faz tempo !

  8. Enquanto Lula dorme e sonha…
    O que são, para a direita, sonhos e esperança?
    Nada. A direita não sonha, nem espera. Age. Nas sombras, preferencialmente. A direita trabalha no território da natureza real do homem, utilizando-se de subterfúgios enraizados no que há de mais profundo nessa natureza: a ambição, não o sonho, o ganho palpável e imediato, não a esperança. A Direita mostra ao homem comum como é o mundo dela, e sugere, da forma mais calhorda possível, que qualquer um pode ser parte desse mundo; tanto basta para seduzir corações e mentes da massa. No fundo, ela diz: seja igual, não diferente. O igual desfruta, o diferente sonha. Ou assim parece, aos iludidos, que assim são mantidos como massa de manobra e mão de obra barata. Belchior: “Era como aquela gente honesta, boa, e comovida, que caminha para a morte pensando em vencer na vida.” A esquerda – ou o que assim denominamos, aqui por essas paragens – trabalha no território da natureza ideal do homem, no terreno da solidariedade, da esperança. Coisas sem valor de mercado. No meio disso tudo, o próprio Mercado, as corporações. Gente para quem a população são números, estatísticas, e não gente de carne e osso. Consumidores, em uma palavra. O Mercado, os bancos, as corporações, são gente para quem o único sonho que vale é apenas aquele que se exibe nas telas, telonas, e telinhas, exatamente aquelas que mantém a massa de manobra e a mão de obra barata. No dia em que a esquerda – ou o que assim denominamos, aqui por essas paragens – largar de mão essa linguagem tola, e que, afirmo (pois moro em bairros populares há mais de 30 anos), não alcança a população da mesma forma que as mensagens mais toscas e reais do outro lado, talvez ela recupere algo do terreno perdido, intermitentemente, todos esses anos. A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte. Mas quando esse primeiro item não chega, ou se torna escasso, deixamos todos de pensar nos outros dois. Os do outro lado, a direita, impede e/ou dificulta o pensar – corta o mal pela raiz. Sua mensagem é óbvia, direta, crua e clara, sem sonhos ou mensagens de esperança; e o resultado prático disso todos sabemos: bolsonaros, mileis, etc. Sonhos e esperanças são coisas boas, Nassif, mas somente quando suas fundações são reais e concretas, e não retóricas. Lula sempre soube que só podia movimentar-se no exíguo espaço cedido pela mídia, militares, mercado, etc., e o fez com desenvoltura em sua versão I e II, beneficiando-se, dentre outras coisas, de uma conjuntura externa favorável. Lula III está no vácuo. Alquebrado, ou apenas desiludido, não se sabe. Tornou-se um herói com quem todos querem ser fotografados (vide Macron), mas um herói com poderes reduzidos. Estamos na Era da Mediocridade, e até mesmo Lula está cercado por ela. Não haverá mais gigantes andando sobre a terra, salvo os que Hollywood insiste em nos impingir. O gigante Lula foi providencialmente abortado pela reação. Não sei se terá forças para reverter esse quadro. Melhor um gigante sentado numa mesa de negociação, recolhendo migalhas, do que nos braços do povo. Se é que somos um povo, e não apenas massa de manobra, e mão de obra barata. Triste Lula, quão dessemelhante estás…

    1. Caro Armando.

      Se Lula sempre soube que seus movimentos eram restritos a uma área exigua, e mesmo assim nada fez para, como ensina a dialética, alterar seu espaço (e ser alterado por ele), então, é tudo mais grave.

      Temos um cínico, que sabia que tudo ia dar em nada.

      Me perdoe, mas essa desculpa da fatalidade histórica e dos “limites da realidade” é um erro surrado.

      É um cacoete filosófico ruim, chamado de vício teleológico, pois repetimos que conhecemos as causas, que sendo sempre iguais (pois são
      passadas) trariam resultados invariavelmente iguais, uma vez que já aconteceram.

      Não, caro Armando, tudo poderia ser diferente, sempre poderia…

      1. Apesar de não saber quem diabo é Armando, posso lhe afirmar que eu, Antonio, não sou filósofo e muito menos adepto de cacoetes filosóficos. Quando digo que não vejo jeito de que as coisas tenham desenvolvimento diferente do que tem sido até hoje na história desse país triste, não é por conhecimento obtuso das causas e descrédito das possibilidades ainda não alcançadas, ou seja, não é por vício teleológico, mas por não ver, por exemplo, em Lula – a quem admiro e tenho votado sempre, desde a morte de Leonel Brizola – a coragem de enfrentar os reais inimigos do povo. Ele, como Brizola, sabe quem são esses inimigos, mas não os enfrenta, e tenta conciliar interesses opostos e contraditórios.

        1. Perdoe-me Antonio, não Armando.

          Aqui, é disso que se trata seu cacoete filosófico, embora repelido:

          “Lula sempre soube que só podia movimentar-se no exíguo espaço cedido pela mídia, militares, mercado, etc., e o fez com desenvoltura em sua versão I e II, beneficiando-se, dentre outras coisas, de uma conjuntura externa favorável. Lula III está no vácuo. Alquebrado, ou apenas desiludido, não se sabe. Tornou-se um herói com quem todos querem ser fotografados (vide Macron), mas um herói com poderes reduzidos. ”

          Ora, Lula I e II é a razão de ser do III.

          A sua desculpa teleológica, afirmada aqui, é que ele o espaço exíguo dado a Lula, e que ele sabia dele, só o permitiu andar em terreno permitido, para depois, ter que manter-se como símbolo dessa caminhada, ainda que exígua, ao que se tornou aquilo que sempre foi: um oportunista covarde.

          Agora a pergunta: será Lula ruim ou seremos nós piores, por termos acreditado nele?

          O que dizer de nós (me incluo entre eles) que votamos naquele que sabemos que não tem coragem?

          1. Prezado, eu insisto que não há nenhum resquício de teleológica em meu pensamento, pois Lula soube se movimentar com desenvoltura mesmo sabendo que se movia em um espaço restrito. Soube se aproveitar desse pequeno espaço e fez, em dois mandatos, muito mais que a maioria de seus antecessores. Não posso concordar que ele seja um oportunista covarde. Apenas pensou que a história poderia repetir-se, o que sabemos que não acontece. De qualquer forma, agradeço sua atenção ao meu comentário e sua réplica. Esse debate esteve muito tempo ausente deste espaço, e espero que esteja de volta.

  9. Realmente o Lula precisa acordar. Ninguém mais se lembra da pandemia, das joias embolsadas, das barbaridades do psicopata, etc,etc. A alimentação, os combustíveis e remédios estão o olho da cara. Acorda Lula!!!

  10. “Um senhor caminhava com o filho a levar um burro para vender no mercado.
    – O que você tem na cabeça para levar um burro estrada afora sem nada no lombo enquanto
    você se cansa? – disse um homem ao passarem por ele.
    Ouvindo aquilo, o senhor pediu ao ao filho que montasse o burro, e os três continuaram a caminho do mercado.
    – Ô rapazinho preguiçoso, que vergonha deixar o seu pobre pai, um senhor a andar a pé enquanto o folgazão monta o burro! – disse outro homem com quem cruzaram.
    O senhor prontamente pediu ao filho que desmontasse e montou ele mesmo o burro. Então ao passarem por duas mulheres, uma comentou à outra:
    – Olhe só que senhor egoísta! Montado no burro enquanto o filho segue a pé, coitado…
    Ouvindo aquilo, o homem fez o rapagote montar à garupa do burro e seguiram ambos montados no animal.
    Assim que passaram pelo primeiro cidadão no caminho que restava até o mercada, o dito perguntou ao senhor que conduzia o burro:
    – Esse burro é seu? Respondeu que sim e o passante continuou:
    – Pois não parece, pelo jeito com que trata o animal. Você é que devia carregar o burro, ao invés de fazê-lo carregar dois marmanjos folgados e ficar extenuado.
    De pronto o senhor amarrou, duas a duas, as patas do burro e através de um pau, seguiram pai e filho, aos tropeços carregando o animal, no que restava do caminho até o mercado.
    Ali chegando, todos riram muito da impagável cena, a ponto de fazerem o senhor, puto da vida, jogar o burro ribanceira abaixo, que ladeava o mercado, e junto com o filho, dar meia volta e voltar pra casa, sem burro e sem dinheiro.”

    Entenderam a moral da estória?
    Pois é, mas se o senhor passasse por mim ‘nessa longa estrada da vida, onde vamos correndo e não podemos parar’, arriscaria indicar-lhe certo atalho em que evitasse essa gente e, melhor, cruzasse com, Genoíno, Franklin, Dirceu e Gilberto Carvalho.., de forma a chegarem, senhor, filho, burro e ‘nóis também’, são e salvos no ‘mercado dessa sonhada vida’.

  11. Tenha(m) paciência.
    Tudo pode acontecer. Inclusive, nada.
    Lula não precisa provar mais nada. Nada!
    E seu governo depende do que efetivamente quiserem dele.
    Se quiserem o Bozo de volta? Será a voz da maioria. Se quiserem o Bozo de fora? Será pela voz da maioria.
    Se quiserem que ele trabalhe pelo país… é só deixarem que ele trabalhem pelo país. Enquanto estivem com medo do “perigo vermelho de Lula” será o feijão com arroz. Só não esperem rompimentos institucionais para contornar resistências como em 1937.
    Lula não deveria ter voltado. A volta dele mostra a pobreza que é a política brasileira, que sempre exaure seus heróis. A alternativa é… ou “sempre precisará de ridículos tiranos”.

  12. Na minha modesta opinião, Nassif, falta é símbolo para o governo Lula III.
    No Lula I tinha um símbolo forte, que continuou no II, o combate à pobreza (fome). Isso, por incrível que possa parecer, manteve a classe média com seu cristianismo, satisfeita e em paz com sua consciência. Aí veio o Guiherme Estrella e o pré-sal no Lula II. Desapercebidamente, virou o grande símbolo daquela etapa. Então, a Dilma seguiu o Lula I: focou em programas sociais, nenhum símbolo de governo. Pelo menos foi essa a sensação que seu governo passou. Pensou em fazer o trem bala Rio- São Paulo e, sem perceber sua força simbólica, deixou-o morrer nas mãos de uma tática errada da EPE: devia ter começado por Brasília rumo a Goiânia e depois ir descendo. Mas ter feito. Tenho pra mim que ela não teria caído se o fizesse (assim, pois símbolo é símbolo, e é a classe média que mais dele necessita).
    E agora, José, né?
    P.S. – Ainda acredito no trem bala.

  13. Nassif, a oportunidade de se lançar um mega projeto de urbanização das grandes favelas está aí. Retomada da siderurgia tendo o Pará como epicentro idem. Indústria naval idem. E há uma lista de outros 200 mega projetos similares para virar o jogo.

    Só falta coragem para colocar o time em campo. Eu acho que o entrave hoje é o baixíssimo nível dos ministros, a começar por Tebet e Haddad. Fraquíssimos, sem ambições a não ser para suas próprias carreiras.

  14. Atacar o Lula publicamente ajuda em quê? Só gera mais ataques, como vemos aqui nos comentários. Francamente, Nassif.
    Horrível essa sua atitude, mesmo que você tenha razão. Isso é fogo amigo e só alimenta a extrema direita. Mande para ele críticas e belos conselhos, mas em privado. Tenho certeza de que você teria como ter feito isso.
    Essa coisa de “cão danado todos a ele” é revoltante.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador