Para quem ainda acredita no sonho americano: leiam Stiglitz, por Luís Nassif

Coloco trechos selecionados de Stiglitz porque vejo que meus colegas só se informam por jornais que só publicam as mesmas informações incompletas

Em O Globo, Sardenberg indaga se substituiremos a democracia americana pela ditadura chinesa. Na CNN, a âncora Raquel Landim e o comentarista Lourival Santanna ironizam a falta de conhecimento de Lula, ao atribuir ao neoliberalismo o aumento da pobreza e da desigualdade no mundo. Lourival sugere que Lula ouça economistas consistentes antes de formular suas análises.

Que tal Joseph Stiglitz, Nobel de Economia? Stiglitz faz parte de um grupo cada vez mais amplo de economistas lutando para salvar o capitalismo americano.

Trecho do seu último livro “Povo, poder e lucro: capitalismo progressista para uma era de descontentamento”. Coloco trechos selecionados porque vejo que meus colegas só se informam por jornais que só publicam as mesmas informações incompletas.

Destaque(azul) – Página 9 · Posição 103

Abordo essas questões como economista e, sem surpresa, vejo ao menos parte da resposta em nossos fracassos econômicos: o fracasso em lidar com a transição de economia manufatureira para economia de serviços, em domesticar o setor financeiro, em gerenciar adequadamente a globalização e suas consequências e, ainda mais importante, em responder à crescente desigualdade, uma vez que parecemos estar nos transformando em uma economia e uma democracia dos 1%, para os 1% e pelos 1%.

Destaque(azul) – Página 10 · Posição 112

Para responder a essas perguntas, preciso explicar qual é a verdadeira fonte da riqueza das nações, distinguindo entre criação e extração de riqueza. A última é qualquer processo pelo qual um indivíduo toma riqueza dos outros através de uma ou outra forma de exploração. A verdadeira fonte da “riqueza de uma nação” está na primeira, na criatividade e na produtividade de seus habitantes e em suas interações produtivas uns com os outros.

Destaque(azul) – Página 12 · Posição 136

A redução da carga tributária promovida por Reagan em 1981 deu início a uma era de enormes déficits fiscais, crescimento mais lento e maior desigualdade. Com a lei fiscal de 2017, Trump, ainda mais que Reagan, está nos dando uma dose de políticas fundamentadas não na ciência, mas em uma superstição egoísta.

Destaque(azul) – Página 12 · Posição 143

O fato de estar disposto a piorar a vida da classe média, removendo a assistência médica de 13 milhões de americanos em um país já abalado pelo declínio da expectativa de vida, mostra que sente por eles não respeito, mas desdém, e o mesmo se dá em relação à redução dos impostos para os ricos, acompanhada do aumento real da carga tributária para a maior parte da classe média. 4

Destaque(azul) – Página 15 · Posição 187

Os observadores políticos ficaram chocados com a magnitude da hipocrisia: quando a economia realmente precisou de estímulo, de um empurrão fiscal, após a crise de 2008, os republicanos disseram que o país não podia arcar com ele, pois levaria a déficits intoleráveis.

Destaque(azul) – Página 17 · Posição 208

Criamos a maior sociedade de classe média que o mundo já viu. Durante as eleições de 2016, em contraste, a desigualdade chegara a níveis inéditos desde a Era Dourada, no fim do século XIX.

Destaque(azul) – Página 18 · Posição 220

Assim, a única maneira de uma sociedade democrática voltada para a minoria—seja ela composta de grandes corporações tentando explorar os consumidores, bancos tentando explorar os correntistas ou pessoas atoladas no passado tentando recriar um mundo já extinto—manter sua dominância econômica e política é suprimir a democracia, de uma maneira ou de outra.

Destaque(azul) – Página 20 · Posição 246

Ela finge ser baseada no avanço de nosso entendimento do mercado, mas a verdade é exatamente o oposto: os avanços da economia nos últimos setenta anos identificaram os limites do livre mercado.

Destaque(azul) – Página 20 · Posição 247

Qualquer um que mantenha os olhos abertos consegue ver isso: desemprego episódico, às vezes maciço, como na Grande Depressão, e poluição tão grave que, em alguns locais, o ar se tornou irrespirável foram somente duas das mais óbvias “provas” de que os mercados, sozinhos, não necessariamente funcionam bem.

Destaque(azul) – Página 21 · Posição 271

Para chegar a uma economia e uma sociedade mais funcionais, com cidadãos que se sentem mais prósperos e seguros, os governos precisam investir—fornecendo garantias em caso de desemprego e financiando a pesquisa básica—e regulamentar—impedindo que as pessoas prejudiquem umas às outras.

Destaque(azul) – Página 22 · Posição 273

As economias capitalistas sempre envolveram uma mistura de mercados privados e governo; a questão não é um ou outro, mas como combinar os dois do modo mais vantajoso.

Destaque(azul) – Página 22 · Posição 276

Segundo: precisamos reconhecer que a riqueza de uma nação repousa sobre dois pilares. As nações se tornam mais ricas—alcançando padrões de vida mais elevados—ao se tornarem mais produtivas, e a fonte mais importante de aumento da produtividade é o aumento do conhecimento. Avanços tecnológicos repousam sobre fundações científicas fornecidas pela pesquisa básica financiada pelo governo.

Destaque(azul) – Página 22 · Posição 279

As nações se tornam mais ricas como resultado da organização geral da sociedade, que permite que as pessoas interajam, negociem e invistam com segurança.

Destaque(azul) – Página 23 · Posição 288

Os estrategistas políticos deveriam focar em qualquer mercado que apresente renda econômica excessiva, pois ela é sinal de que a economia poderia apresentar resultados mais eficientes:

Destaque(azul) – Página 23 · Posição 290

A exploração inerente à renda econômica excessiva enfraquece a economia.

Destaque(azul) – Página 23 · Posição 292

Quarto: uma sociedade menos dividida, com uma economia mais igualitária, apresenta desempenho melhor.

Destaque(azul) – Página 23 · Posição 297

Também precisamos abandonar a errônea fé na economia de gotejamento, a noção de que, se a economia cresce, todo mundo se beneficia. Essa noção escorou as políticas econômicas pelo lado

da oferta de todos os presidentes republicanos desde Ronald Reagan. Os registros deixam claro que os benefícios do crescimento simplesmente não gotejam.

Destaque(azul) – Página 24 · Posição 303

Os programas governamentais para promover a prosperidade partilhada precisam focar tanto na distribuição—que às vezes é chamada de pré-distribuição—quanto na redistribuição, a renda dos indivíduos após impostos e transferências.

Destaque(azul) – Página 24 · Posição 306

Assim, leis que permitem abusos de poder dos monopólios corporativos ou que os CEOs tomem para si grandes parcelas da renda corporativa levam a maior desigualdade e menor crescimento.

Destaque(azul) – Página 24 · Posição 311

Piorando os efeitos da desigualdade de oportunidades educacionais, os atuais impostos sobre a herança, excessivamente baixos, significam que os Estados Unidos estão criando uma plutocracia herdada.

Destaque(azul) – Página 24 · Posição 313

Como as regras do jogo e tantos outros aspectos de nossa economia e sociedade dependem do governo, o que o governo faz é vital; política e economia não podem ser separadas. Mas a desigualdade econômica inevitavelmente se traduz em poder político, e aqueles com poder político o usam para obter vantagens.

Destaque(azul) – Página 25 · Posição 318

O sistema econômico para o qual caminhamos desde o início da década de 1970—o capitalismo de estilo americano—está modelando nossas identidades individuais e nacionais de maneira desagradável. O que emerge está em conflito com nossos valores

mais elevados; a ganância, o egoísmo, a torpeza moral, a disposição de explorar os outros e a desonestidade que a Grande Recessão expôs no setor financeiro estão evidentes em outros lugares, e não somente nos Estados Unidos.

Destaque(azul) – Página 25 · Posição 328

Existe uma agenda econômica abrangente capaz de restaurar o crescimento e a prosperidade partilhada. Ela combina a remoção dos impedimentos ao crescimento e à igualdade apresentados pelas corporações com excessivo poder de mercado e a restauração do equilíbrio ao fornecer mais poder de barganha aos trabalhadores, por exemplo.

Destaque(azul) – Página 26 · Posição 331

Inclui também mais apoio à pesquisa básica e mais encorajamento para que o setor privado se engaje na criação de riquezas, e não no rent-seeking.

Destaque(azul) – Página 26 · Posição 335

Por fim, esta é uma época de grandes mudanças. O incrementalismo—pequenos ajustes no sistema político e econômico—é inadequado para as tarefas à frente. Precisamos de mudanças drásticas como as apresentadas aqui. Mas

Parte I | Perdendo o rumo

Destaque(azul) – 1. Introdução > Página 29 · Posição 362

Os banqueiros foram socorridos, mas não suas vítimas. Embora as políticas econômicas tenham conseguido evitar outra Grande Depressão, não surpreende que esse resgate desequilibrado tenha tido consequências políticas.

Destaque(azul) – 1. Introdução > Página 31 · Posição 386

A divisão econômica levou a uma divisão política, e a divisão política reforçou a divisão econômica. Aqueles que têm dinheiro usam seu poder para escrever as regras do jogo econômico e político de maneiras que aumentem suas vantagens.

Destaque(azul) – 1. Introdução > Página 31 · Posição 390

40% dos americanos não podem arcar com uma calamidade de 400 dólares, seja uma criança doente ou um carro quebrado.

Destaque(azul) – 1. Introdução > Página 32 · Posição 407

A imensa maioria dos americanos votou em senadores democratas, 13 mas, como estados com poucas pessoas, como Wyoming, contam com os mesmos dois senadores que nossos estados mais populosos, Nova York e Califórnia, os republicanos mantiveram o controle do Senado, de grande importância por causa do papel que desempenha na aprovação dos juízes da Suprema

Destaque(azul) – 1. Introdução > Página 32 · Posição 410

Lamentavelmente, a Suprema Corte deixou de ser um árbitro justo e um intérprete da constituição e se tornou apenas outro campo de batalha político. Nossas salvaguardas constitucionais já não funcionam para a maioria, uma vez que a minoria passou a dominar.

Destaque(azul) – 1. Introdução > Página 33 · Posição 425

O crescimento desacelerou e a renda de grandes parcelas da população estagnou ou mesmo entrou em declínio. Surgiu um grande abismo entre o topo e os demais.

Destaque(azul) – 1. Introdução > Página 34 · Posição 444

A verdadeira riqueza de uma nação é mensurada por sua capacidade de garantir, de modo sustentável, padrões de vida elevados para todos os cidadãos. Essa garantia está relacionada a aumentos constantes da produtividade, baseados parcialmente no investimento em instalações, equipamentos e, ainda mais importante, conhecimento e na manutenção da economia em níveis de pleno emprego, assegurando que os recursos de que dispomos não sejam desperdiçados ou permaneçam ociosos.

Destaque(azul) – 1. Introdução > Página 42 · Posição 556

O historiador Robert O. Paxton estabeleceu paralelos entre os favores de Trump para os ricos e as estratégias por trás da ascensão nazista na Alemanha.

Destaque(azul) – 1. Introdução > Página 42 · Posição 559

O sucesso de Trump teve por base a formação de uma coalizão com a comunidade empresarial, do mesmo modo que naquela época: os fascistas só chegaram ao poder por causa do apoio de uma ampla aliança conservadora que incluía a comunidade empresarial.

Destaque(azul) – 1. Introdução > Página 43 · Posição 569

Entre 1995 e 2005, por exemplo, imigrantes fundaram 52% de todas as empresas do Vale do Silício. 31 Imigrantes também fundaram mais de 40% das empresas na lista das quinhentas maiores da Fortune em 2017.32

Destaque(azul) – 1. Introdução > Página 46 · Posição 623

Um dos insights da economia moderna é o fato de que países com grande desigualdade (especialmente quando a desigualdade é tão intensa quanto nos Estados Unidos, e tão engendrada como ocorre aqui) apresentam desempenhos piores.

Destaque(azul) – 1. Introdução > Página 47 · Posição 633

Os irmãos Koch, as companhias de petróleo e carvão e outros interesses conseguiram persuadir muitos americanos a se tornarem céticos climáticos, assim como, há cinquenta anos, os primeiros fabricantes de cigarro persuadiram muitos americanos a se tornarem céticos em relação aos malefícios do fumo. As companhias de carvão não gostam de evidências relacionadas ao papel dos gases de efeito estufa nas mudanças climáticas, assim como os fabricantes de cigarro não gostavam das evidências de que fumar causa câncer, além de doenças respiratórias e coronárias. 38 No caso dos cigarros, centenas de milhares de pessoas morreram precocemente como resultado.

Destaque(azul) – 1. Introdução > Página 48 · Posição 643

A melhor explicação para isso é a fornecida no parágrafo anterior: aqueles que ganham dinheiro de maneiras questionadas pela ciência—produzindo cigarros, produtos químicos ou carvão—têm motivos para lançar dúvidas sobre qualquer empreitada científica.

Destaque(azul) – 1. Introdução > Página 50 · Posição 677

Como a globalização deixou muitos para trás e as reformas de Reagan levaram mais pessoas à pobreza e à estagnação de renda, o truque foi deixar de reunir dados sobre a pobreza e parar de falar sobre a desigualdade.

Destaque(azul) – 1. Introdução > Página 51 · Posição 691

Os Estados Unidos gastam mais com saúde per capita que qualquer outro país do mundo e, mesmo assim, a expectativa de vida, já mais baixa que em outros países desenvolvidos, está declinando; nossa economia é marcada simultaneamente por casas vazias e pessoas sem ter onde morar.

Destaque(azul) – 1. Introdução > Página 52 · Posição 706

Para que os mercados funcionem bem, várias condições precisam ser satisfeitas: há necessidade de robusta competição, a informação precisa ser perfeita e as ações de um indivíduo ou empresa não podem impor dano a outros (não pode, por exemplo, haver poluição).

Destaque(azul) – 1. Introdução > Página 52 · Posição 711

De modo ainda mais importante para uma dinâmica economia de inovação, o setor privado, por iniciativa própria, gasta muito pouco em pesquisa básica. O mesmo é verdade para outras áreas de investimento que geram amplos benefícios públicos (infraestrutura e educação, por exemplo).

Destaque(azul) – 1. Introdução > Página 52 · Posição 713

Os benefícios gerados pelo investimento governamental nesses objetivos excedem em muito os custos. Esse investimento precisa ser financiado e isso, é claro, exige impostos. 42 (Como não é de surpreender, o setor privado apregoa aos quatro ventos aquilo que faz: suas pesquisas aplicadas são importantes, mas repousam sobre fundações de pesquisa básica financiada pelo governo.)

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Luis Nassif

12 Comentários

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  1. Nassif , para mim um pobre mortal , vejo tudo isso que o Nobel vê , pelo resumo da ópera , ou seja o sub – produto ou rejeitos , extraídos do neo-liberalismo .
    – Cracolândias nas Metrópoles .
    – Overdoses em donas de casa .
    – Overdoses em adolescentes e récem nascidos.
    – Idosos ao relento .
    – Crianças famélicas e abandonadas .
    – Suicídios em profusão .
    Vivem em outro mundo , por isso não conseguem e não querem enxergar .

  2. A democracia dos caras funcionou bem bem , mas as coisas ficaram complexas demais para dois partidos, partidos ainda, sendo os “burrinhos” em conflito com a esquerda do partido e os “elefantes” sequestrados pelo Tea Part e o Trump.

    São um país paralizado em termos legislativos.

    Fora que o Colégio Eleitoral parece fazer água.

    Mas quem tem MIT, Caltec e outros sempre vai ter inovação.

    Artigo interessante !!

  3. Como diz o ditado: “Tá tudo dominado”. Esses papagaios não enxergam um palmo além dos seus ‘depromas’, aliás, ‘certificates’… eu diria de babadores inveterados. Buscam serem mais reais que o rei (os patrões). E o pior: iguais a Besta do apocalipse, bestas que são, seduzem muitos. ‘G-zuis da Goiabêra!’

  4. Quando vomitam bobagens na imprensa adulando o “sonho americano”, os jornóialistas da imprensa não tem em mente aquele “sonho americano” que foi desconstruído por Joseph Stiglitz e sim outro. Aliás, o “sonho americano” a que eles se referem nem mesmo surgiu nos EUA mas no Brasil após o golpe de 2016. Explico.
    Recentemente fui contratado por um operário aposentado mutilado que em 2016 foi seduzido a investir tudo que recebeu ao sair da última empresa em que trabalhava (aproximadamente 80 mil reais) numa pequena empresa financeira familiar. A ele os donos do negócio prometeram o resgate futuro do total investido + rendimentos acima do proporcionado pela Caderneta de Poupança. Após o investimento inicial, o referido operário continuou a ser instigado a investir através daquela empresa parte da aposentadoria que recebe do INSS. A empresa parecia sólida, enviava relatórios financeiros da situação do investidor e até pagou 30 mil ao operário quando ele precisou fazer um resgate parcial.
    Em outubro de 2020 meu cliente recebeu um e-mail da empresa dizendo que ela estava tendo problemas econômicos e não conseguiria honrar os compromissos assumidos com os clientes. Um caso típido de Esquema Ponzi colapsado que acarretou o encerramento da empresa e uma corrida ao Judiciário de centenas de pequenos investidores prejudicados. O sócio diretor da empresa está respondendo um Inquérito na Polícia Federal. A irmã dele fugiu para os EUA. Sempre que é processada, ela diz que não fazia parte da sociedade e não tem responsabilidade nenhuma pelos danos que a mesma causou aos clientes.
    “Dar um golpe no Brasil e esconder a grana para os Estados Unidos”. Esse foi o principal negócio da família Bolsonaro e dos oficiais militares que se associaram ao capitão genocida ladrão. Ao que parecece, essa é também a versão brasileira do “sonho americano” que enriqueceu os autores do golpe que vitimou meu cliente. Esse sonho obviamente não tem nada a ver com o “sonho americano” criticado analisado por Joseph Stiglitz.

  5. A mídia do 1% jamais irá se sensibilizar por argumentos. O que precisamos é da imediata democratização do poder privado, que, pelos mesmos motivos da tripartição dos poderes estatais, igualmente precisa ser limitado. Instituir mediante PEC, nas empresas gigantes e oligopolistas – como bancos, mídia, teles, planos de saúde, mineradoras, etc. -, que superem um certo tamanho, as chamadas “golden shares”, que deem aos poderes eleitos o direito a veto nos conselhos de administração. Ou seja, ou um grupo econômico diversifica sua atuação, sem pretender dominar qualquer segmento específico, preservando-se a concorrência, ou fica sujeito a controles democráticos, um poder do NÃO nas mãos do governo.

  6. Os mesmos sinais são evidentes na Europa. Andando pelas ruas de Lisboa – e também de outras capitais – vejo a cada dia mais pessoas vivendo nas ruas, dormindo em qualquer canto um pouco mais quente e seco; histórias de professores trabalhando a 400 km de casa, tendo que dormir em seus carros e utilizar as instalações das escolas para manter a higiene básica; uma crise habitacional gravíssima, com casais de renda média incapazes de arcar com aluguel, ao mesmo tempo em que milhares de imóveis tomados pelos bancos estão fechados e outros tantos explorados comercialmente por megaespeculadores do turismo, via airbnb e demais aplicativos.

    Salários reduzidos, serviços públicos em crise, explosão de preços… O berço do walfare state vai se esfacelando pelos bordas da UE.

    As pessoas, atordoadas por comerciais de ‘ final feliz’, por uma guerra produzida e explorada de forma sensacionalista por todos os meios, além de outros aditivos, ainda muito lentamente vão se dando conta do desastre adiante.

    Para mim, o crash europeu está encomendado. Revoltas e tumultos adiante. Tomara que para o bem da população. Aguardemos.

  7. LULA nada tem mais a ganhar – e a provar – que a própria consciência de que combateu (combaterá) o bom combate. No mais? Manda esses b… às favas. SABEDORIA é para poucos; quase nenhum.
    Ouvi Maquiavel, o gênio! E a memória acásica; que todo o sofrido como ele preserva oculta em seu DNA.

  8. Entre o sentimento de “‘nêga’ traída” da “esquerda cabeça”, devota de Gramsci, Marx, e até do “patinho feio”, Mao Tsé-Tung, esquerda primeiro-mundista, enfim; e do populacho apedrejador de sempre… jamais Lula vai ter algum valor. Faça o que fizer. Enquanto o Departamento de Estado americano e o mainstream londrino não mandar que Oslo o inclua naquela lista que qualquer rebeldezinho russo rebelde sempre entra, num Nobel da Paz, sequer silêncio obsequioso farão: LULA SERÁ SEMPRE apenas O ESPERTALHÃO, cheio de SORTE, que sequestrou; tomou o mundinho medíocre que eles construíram, a redoma, e produziu “essa bagunça” que aí está. Não vão cair na real. Não espere racionalidade plena, em quem, repleto de ódio, não enxerga um centímetro além do umbigo.
    Tenho o costume de guardar certos prints das batalhas travadas nas redes sociais, ao longo da imensa campanha deprimente para acabar com “o operário” (como se falava – ainda fala? – na redação de Veja). Revendo agora um aqui de uma alta autoridade intelectual da República… meu Deus! Ressentimento e ódio esguichando por todos os poros.

  9. Mandou bem, Nassif. Recado bem dado e direto na veia dos incautos sabichões de plantão. Para ser honesto, mesmo não sendo da área, te digo que quanto mais lia a detalhada e brilhante avaliação de Joseph Stiglitz, mais se desenhava na mente a repetição da perigosa sequência de imprudências e negligências, que culminaram na tragédia Grande Depressão de 1929. Pelo que eu tomei conhecimento, a crise de 1929 significou o colapso do capitalismo e também do liberalismo econômico, tal como parece se repetir, em nova versão, quase um século depois.

  10. O besteirol sobre o tema foi bem mais avassalador, além de Sardemberg, ‘ours concours’, associado a vagonete do ‘terrir desinformativo’ diário, da estação tupiniquim da CNN, pilotada pela Landim e pelo ‘impagável’ Lourival Santanna, tivemos ainda, ao final da noite do domingo (24/09), a engomada locomotiva do WW, carro chefe do ramal CNN, ‘terrindo nos trilhos’, com três convidados passageiros a bordo (Magnotta e Kalout, do Cebri, e Ghunter Rudzit, da ESPN), a falarem sobre, ‘A ordem internacional que Lula quer’, de tal ‘forma & graça’ que não restou a menor chance de Sardemberg, Landim e Lourival, brilharem em destaque neste permanente festival que assola o país.

  11. Exposição clara e cristalina. Não dá para saber se estes tais “comentaristas de economia” são simplesmente estúpidos ou se gostam desse panorama de alta concentração de renda. Se for o segundo caso, o que ganham com isso?

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