Eleição para Presidência da Câmara é antecipada para terça

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – O Colégio de Líderes decidiu antecipar a a eleição para presidência da Câmara dos Deputados para esta terça-feira (12). Até o momento, o deputado Fausto Pinato (PP-SP) e Carlos Henrique Gaguim (PTN-TO) já se registraram para disputar o cargo.
 
A decisão vai contra a primeira tomada no Plenário, que convocou o ato para a próxima quinta-feira (14), às 16 horas. Entretanto, o Colégio de Líderes decidiu antecipar a eleição, que começará às 13h59 de terça, e as inscrições de candidaturas podem ser feitas até as 12h da data marcada.
 
O deputado que presidiu a reunião de líderes, o líder do PTB, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), contestou a afirmação de a mudança beneficiaria Eduardo Cunha, para emplacar o seu sucessor.
 
A eleição será secreta e ocorre por meio de sistema eletrônico. Para ser realizada, a maioria simples dos deputados deve estar presente à sessão, ou seja, 257 dos 513 parlamentares. Para eleger o novo presidente é necessária maioria absoluta, ou seja, a metade dos presentes mais um voto.
 
Se nenhum dos candidatos atingir esse número, haverá segundo turno entre os mais votados e bastará a maioria simples para determinar o novo ocupante da cadeira. 
 
Cassação contra Cunha adiada
 
No mesmo dia, às 14h30, ocorrerá a reunião ordinária para análise do relatório do recurso de Cunha contra a decisão do Conselho de Ética, que encaminha ao Plenário a sua cassação.
 
A reunião estava marcada para a segunda-feira (11), mas em “razão da renúncia do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)”, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) cancelou a reunião e adiou. O ato foi em sequência ao pedido do aliado de Cunha, Carlos Marun (PMDB-MS), para que a CCJ reconheça o gesto de “coragem” e “grandeza” da renúncia de Cunha.
 
A mudança gerou reação nos líderes da Rede, PSB, PSDB e DEM, que deixaram a reunião contra o adiamento da sessão que avalia o recurso do peemedebista contra a sua cassação.
 
Segundo o líder da Rede, deputado Alexandre Molon (RJ), há informações de aditamento na CCJ, como uma manobra para adiar a decisão da Câmara sobre o processo de cassação do deputado.
 
Os líderes das siglas também acreditam que é melhor priorizar a sessão sobre a perda de mandato de Cunha do que a eleição para a presidência da Câmara. 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

4 Comentários

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  1. Vai haver um racha na base do

    Vai haver um racha na base do interino, entre o grupo dos pequenos partidos (Centrão) e o grupo da antiga oposição (PSDB, DEM, PPS). O PMDB também está dividido entre esses dois grupos.

    Se os partidos de esquerda se organizarem, podem tirar proveito deste racha. Talvez, lançando candidato na última hora, quando o racha já estiver consumado.

    Aliança com um do blocos, nem pensar. Não sei qual deles é o pior.

  2. Cunha ainda vai se safar

    Não acredito nem um pouco na mídia quando jura que a renúncia não reverteu a “tendência” de cassação do Cunha. Tudo que se vê são os movimentos dos seus aliados, comandando tudo, desde a sessão que irá eleger seu sucessor até o processo de cassação. Cunha ainda vai escapar, pra escárnio geral da Nação .

    E enquanto isso, os Revoltados Online, Movimento Brasil Livre, Kim Kataguiris e outros líderes dos “manifestantes” continuam caladinhos, como se nunca tivessem existido…

  3. Congresso estranho

    Os maiores partidos, em ideologia e em disputa presidencial: PT e PSDB, são agora mínimos e minoritários perante a enorme quantidade de deputados que surgiram do baixo clero.

    O eleitor tem um comando cerebral para decidir sobre o destinho do país, com o seu voto a Presidente, e um outro votinho para estragar a primeira decisão.

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