Intervenção aprovada no Congresso traz falsa imagem de base recuperada por Temer

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Foto: Marcos Corrêa/PR
 
Jornal GGN – De forma imediata e sem rodeios, a Câmara e o Senado aprovaram a intervenção federal decretada pelo presidente Michel Temer na Segurança Pública do Rio de Janeiro. No Senado, o apoio obteve uma maioria avassaladora dos parlamentares, com 55 votos a favor contra 13 e uma abstenção. O resultado foi comemorado pelo Palácio do Planalto. 
 
Ao contrário de outras medidas que somaram repercussões negativas, inclusive por parlamentares que apoiavam as determinações, mas por se tratarem de pautas polêmicas e sobretudo sem adesão popular barravam em receios, a atual decisão de Temer atende a interesses de boa parte da população, que vê na medida radical conforto para os graves problemas de violência e a incompetência de gestões estaduais.
 
Dessa forma, a pauta foi uma das poucas do governo Temer que passou pelo Congresso com poucos ruídos. O confronto à medida partiu somente da clássica e pequena oposição na Câmara e no Senado, representados pelos partidos PT, PSOL e PCdoB.
 
Da mesma forma como ocorreu na Câmara, aqueles que promoveram a aprovação da intervenção federal no Senado não integram somente o que resta de base aliada de Michel Temer, mas sobretudo de siglas que, tirando os conflitos partidários, são historicamente bancadas conservadoras, religiosas ou da chamada “bancada da bala”.
 
O PSDB, DEM foram unânimes, levando todos os seus parlamentares a favor do decreto. O MDB de Temer também foi maioria, com exceção de Roberto Requião (PR), que se absteve e do presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), que não vota pelo cargo. 
 
Ainda fizeram parte do bloco a favor da medida com todos os seus senadores os partidos: PP, PR, PSD, PSC, PRTB, PRB, PTB, PDT, Podemos e PROS. Rede, PT e PCdoB foram os que aderiram com o total de seus senadores contra a aprovação da intervenção. O PSB esteve dividido, assim como o PTB.
 
Acompanhe a lista completa dos votos dos senadores na noite de ontem:
 

A FAVOR (55)

Acir Gurgacz (PDT-RO)
Aécio Neves (PSDB-MG)
Airton Sandoval (PMDB-SP)
Ana Amélia (PP-RS)
Ângela Portela (PDT-RR)
Antonio Anastasia (PSDB-MG)
Armando Monteiro (PTB-PE)
Ataídes Oliveira (PSDB-TO)
Benedito de Lira (PP-AL)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Cidinho Santos (PR-MT)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Dalirio Beber (PSDB-SC)
Dário Berger (PMDB-SC)
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Eduardo Amorim (PSDB-SE)
Eduardo Braga (PMDB-AM)
Eduardo Lopes (PRB-RJ)
Elber Batalha (PSB-SE)
Elmano Férrer (PMDB-PI)
Fernando Bezerra Coelho (PMDB-PE)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN)
Hélio José (PROS-DF)
Ivo Cassol (PP-RO)
João Alberto Souza (PMDB-MA)
José Maranhão (PMDB-PB)
José Medeiros (Pode-MT)
José Serra (PSDB-SP)
Kátia Abreu (Sem partido-TO)
Lasier Martins (PSD-RS)
Lúcia Vânia (PSB-GO)
Magno Malta (PR-ES)
Marta Suplicy (PMDB-SP)
Omar Aziz (PSD-AM)
Otto Alencar (PSD-BA)
Pastor Bel (PRTB-MA)
Paulo Bauer (PSDB-SC)
Pedro Chaves (PSC-MS)
Raimundo Lira (PMDB-PB)
Reguffe (Sem partido-DF)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Roberto Muniz (PP-BA)
Romário (Pode-RJ)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Rose de Freitas (PMDB-ES)
Sérgio de Castro (PDT-ES)
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Simone Tebet (PMDB-MS)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Vicentinho Alves (PR-TO)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Wellington Fagundes (PR-MT)

CONTRA (13)

Fátima Bezerra (PT-RN)
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Humberto Costa (PT-PE)
João Capiberibe (PSB-AP)
Jorge Viana (PT-AC)
José Pimentel (PT-CE)
Lídice da Mata (PSB-BA)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Paulo Rocha (PT-PA)
Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Regina Sousa (PT-PI)
Telmário Mota (PTB-RR)
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) – NÃO

ABSTENÇÃO (1)

Roberto Requião (PMDB-PR)

NÃO VOTA (1)

Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente do Senado

 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. José Serra, Aécio Neves, Cassio Cunha Lima, Romero Juca…

    Estranha essa abstenção de Roberto Requião. Ha explicação, à parte que ele faz parte do (P) MDB ? Eh so olhar quem vota a favor e quem vota contra para se saber exatamente para onde essa historia de intervenção vai nos levar. 

  2. Nesta foto de Temer e Moro confraternizando com aliados tá

    faltando o propineiro Jucá .

    Vejam o que captaram no celular dele no momento em que era votado a intervenção no RJ :

    No WhatsApp, Romero Jucá fala sobre “recurso no bolso” e termoelétrica 

    Flagrante do Metrópoles foi feito durante votação de decreto da intervenção no Rio. Senador articula recursos para produção de energia em RR

    Durante a votação no Senado que aprovou a intervenção federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro, na noite dessa terça-feira (20/2), o senador Romero Jucá (MDB-RR) foi flagrado pelo Metrópoles em conversa sugestiva no WhatsApp. 

    Na tela do celular do parlamentar, é possível ler a mensagem enviada a ele: “Reunião acontecendo agora com Paulo Linhares. Ele tá dizendo que o recurso da termoelétrica vai pro teu bolso…”. O contato do remetente é Marcelo Guimarães. Em outro trecho da conversa, também é citado um Rodrigo

     

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