O comunicado da Petrobras sobre esclarecimentos dados por Graça Foster

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Da Assessoria de Comunicação da Petrobras

Presidente da Petrobras esclarece compra da refinaria de Pasadena

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, esclareceu ontem (15/4), em audiência pública conjunta da Comissão de Assuntos Econômicos e da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado Federal, detalhes sobre a aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Sobre os valores envolvidos no negócio, foram desembolsados US$ 554 milhões com a compra de 100% das ações da PRSI-Refinaria e US$ 341 milhões por 100% das quotas da companhia de trading (comercializadora de petróleo e derivados), totalizando US$ 895 milhões.
Adicionalmente, houve o gasto de US$ 354 milhões com juros, empréstimos e garantias, despesas legais e complemento do acordo com a Astra. Desta forma, o total desembolsado com o negócio Pasadena foi de US$ 1.249 milhões.

Graça Foster explicou ainda que a Comissão de Apuração Interna instaurada em março pela Companhia para apurar os processos de compra da refinaria, apurou, até o momento, que a Astra não desembolsou apenas US$ 42,5 milhões pela refinaria, como tem sido noticiado, mas sim um valor estimado em US$ 360 milhões, sendo US$ 248 milhões pela refinaria e estoques, mais US$ 112 milhões de investimentos realizados antes da venda à Petrobras.
 
Cronologia
 
A presidente apresentou uma cronologia das negociações. Graça Foster explicou que o Conselho de Administração da Petrobras aprovou em 2006 a compra de 50% de participação em Pasadena, pelo valor de US$ 359 milhões, e que a análise dos dados na época demonstrava que tratava-se de um bom negócio, alinhado ao planejamento estratégico vigente. Graça Foster acrescentou que as margens de refino naquele momento eram altas e que processar petróleo pesado do campo de Marlim e transformá-lo em derivados (produtos de maior valor agregado) permitiria à companhia capturar melhores margens, estratégia respaldada por duas consultorias de renome. “Pasadena é uma refinaria de 100 mil barris por dia, está localizada num dos principais hubs de petróleo e derivados nos Estados Unidos, um dos maiores mercados mundiais de derivados, está num local onde varias refinarias têm um conjunto de operações, favorecendo essa movimentação de carga e a parceria entre refinadores”, ressaltou.

Graça confirmou que o resumo executivo apresentado ao Conselho de Administração naquela ocasião não citava as cláusulas de “Put Option” e “Marlim”. “Não havia menção às duas cláusulas, extremamente importantes neste negócio. Não houve citação, nem intenção manifestada, da compra dos 50% remanescentes da refinaria de Pasadena”, esclareceu.

A partir de 2007, houve desentendimentos entre os sócios em relação à gestão da refinaria e, em dezembro daquele ano, a Petrobras firmou com a Astra uma carta de intenções para a compra dos outros 50%. Em março de 2008, a diretoria da Petrobras submeteu a proposta de compra ao Conselho de Administração, que não a autorizou. A Astra exerceu sua opção de venda (put option) e a Petrobras assumiu o controle da integralidade da refinaria ainda em 2008. Em 2012, houve uma negociação final entre as partes, classificada pela presidente como “completa e definitiva”.

Desde 2006, ressalvou a presidente, houve diversas alterações no cenário econômico e do mercado de petróleo, tanto brasileiro quanto mundial, como a crise econômica de 2008, que reduziu as margens de refino e o consumo de derivados, e a descoberta do pré-sal, levando a companhia a rever suas prioridades. Assim, o negócio originalmente concebido transformou-se em um empreendimento de baixo retorno sobre o capital investido, que totalizou US$ 1.249 milhões.

Controle interno e externo
 
A presidente informou que a companhia é fiscalizada e colabora com os órgãos de controle como o TCU, a CGU e o Ministério Público. Desde novembro de 2012, foram 16 solicitações do TCU e 5 da CGU, todas respondidas. Sobre a Comissão Interna de Apuração criada em 24 de março, a presidente Graça Foster informou que suas conclusões deverão ser apresentadas nos próximos 30 dias.

Crescimento em reservas, produção e capacidade de refino

A presidente apresentou números que demonstram que a Petrobras está bem posicionada no mercado de energia quando comparada com outras grandes companhias do setor. “Pelo 22º ano consecutivo, nós temos descoberto mais do que produzido. Isso é muito significativo em termos de segurança energética e rentabilidade para o Brasil e para a companhia”, ressaltou.
 
A projeção para o futuro é de crescimento na produção. “Nossa produção é crescente, nós vamos atingir os 4,2 milhões de barris de petróleo por dia em 2020″, informou a presidente, acrescentando que em 2014 a produção subirá 7,5%. “Concluímos nove unidades de produção em 2013. Não conheço nenhuma empresa de petróleo que tenha feito isso no mundo”, comparou a presidente.

O crescimento da produção de petróleo, a entrada em operação das novas refinarias e a convergência dos preços no Brasil com as referências internacionais, conforme a política de preços de diesel e gasolina, permitirão que a companhia tenha fluxo de caixa livre a partir de 2015, iniciando a trajetória de redução do seu endividamento.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

20 Comentários

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    1. E que disse que era,

      E que disse que era, Calvário, digo, digo Calvino. Opa, Calvin. O depoimento foi claro, não é? Por que, então, antes só se falava nos 42 milhões de dólares sabichão?

      Cadê o elogio para a transparência e coragem de assumir erros. Enquanto isso os escândalos do “outro lado”……Nada.

      1. Quis dizer que se Foster

        Quis dizer que se Foster tivesse falado em “Dilmês”, precisaria de tradução.

        A coragem que está faltando é de pegar o boné depois de tanta lambança, isso sim.

  1. “Quantas horas? …Xiiii,é

    “Quantas horas? …Xiiii,é tarde de mais. A esta altura Inês já era! ” – Atrasado da Silva

  2. como se sepulta uma carreira!

    Graça. não é permitida inocência num convenio de safados. O teu lugar está reservado para presidente do Brasil, sai joaquim entra você.

    O Maia por exemplo sempre será associado à descompostura recebida da Dila.

  3. Outra péssima nota

    Para quem aformou com todas as letras: “foi um mal negócio”, declaração idiota que nenhum empresário faria a respeiro de qualquer negócio, já que o ambiente de grandes negócios é sempre sujeito a mil riscos e fatores ambientais incontroláveis, a notinha não acrescenta nada. É tão ruim como o original. Eu apontaria aqui, com facilidade até, mal, péssimo negócio feito por qualquer grande empresa. A vale, por exemplo, fechou uns vinte empreendimentos que quando fez achou que eram bons. Comrprou navios de muito grande porte que a china não aceita nos seus portos, por exemplo.

    Melhor pedir demissão. Sai logo. Quem não conhece os inimigos declarados e se mostra tão ingenua não merece presidir a Petrobrás.

    Se este governo é bom, eu tenho certeza, nunca será devido a sua área de comunicação, que é pessima.

    Outro exemplo: a aneel colocou lá escondidinha ( alguem vai saber?) no seu site (alguem conhece?), que aliás é péssimo, e especilista em esconder realizaçãoes do governo, uma notinha de resposta a grande grosseria do governo de minas usando a cemig. Fraca e humilde. Só faltou pedir desculpa. Responder na tv em minas? Que seria sua obrigação mínima, nunca; estão com vergonha. Que coisa!

    Aproveito para informar que se você que saber algo sobre o pac não consulte o site do pac, é péssimo. Também especialista em esconder realizações.

  4. Além de tudo

    Além de tudo, da grande burrice que esta presidente da petrobrás fez, me assutou a péssima qualidade dos quadros projetados. Parecia coisa feita por estagiario no começo do período. Fiquei envergonhado.

  5. Caro Nassif e demais 
    Alo alo

    Caro Nassif e demais 

    Alo alo Petrobras, de quem veio a ordem de não responder, na medidas em que as baixaras iam crescendo?! Isso era para ser respondido, desde o começo.

    Pisaram na bola e feio, só não ficou pior, por causa de um grupo de militantes, que procuravam informações, que vocês tinham e não disponibilizaram.

    Alguns blogues, como do Cafezinho, entre muitos outros, se esmeravam, para produzir respostas. Muitos não fugiram da luta.

    A falta de reposta de resposta de alguns, causou um prejuízo fantástico.

    Saudações

     

  6. Agora, depois que o mau

    Agora, depois que o mau negócio já está espalhado aos quatro cantos do país, está nota, numa mídia que ninguém lê, é absolutamente inócua.

    Por qual motivo a excelentíssima Graça Foster não convocou uma coletiva de imprensa e informou o conteúdo desta nota na primeira vez que este caso veio à tona? Acabaria com todo essa agitação no nascedouro. Mas agora, que a CPI já está posta, que a mídia já cristalizou a incompetência e corrupção na Petrobrás, é tarde, muito tarde.

    As vezes eu me pergunto, como alguém aparentemente tão estúpido consegue chegar tão longe?

     

  7. Fico p. da vida como o

    Fico p. da vida como o governo facilita a vida dessa oposição inoperante e sem programa.

    Essa CPI vai tirar vários votos da Dilma, principalmente entre os maus informados.

    Agora, Agripinos, Alvaros, e afins, vão posar de bons moços.

    É duro ver a cara de pau desses safados.

  8. Só uma rede nacional poderia

    Só uma rede nacional poderia reverter o caso. Mas Dilma vai ficar sossegada até que as pesquisas internas no PT indiquem que ela não ganha no primeiro turno em 2014.

    O resto é resto!

  9. Eu tive um patrão que uma vez

    Eu tive um patrão que uma vez me perguntou como estavam as vendas, e eu respondi, quase que de modo desleixado,  mais ou menos. Lembro que ele subiu nas tamancas e por pouco não me demitiu na hora! Mas, a partir daí, ele nunca mais me fez tal pergunta, só ficou observando os meus números de vendas que, graças a Deus foram subindo, mas quando chegaram tempos mais dificeis, foram ficando meses mais e meses menos, EU FUI PRÁ RUA sem mais nem menos………………………………………………………………………………………….

     

  10. Esse problema de Pasadena é

    Esse problema de Pasadena é requentado, isso foi dito várias vezes aqui no blog com as provas.

    Desde lá que as explicações vem sendo dadas neste mesmo sentido da nota ou do depoimento de graça Foster.

    Gabrielli vem dando explicação há anos.

    No mais tropda véspera de eleições surge o “problema” Petrobras.

    Para lembrar:

    CPI – Petrobras – 2009 – CPIPETRO

    Tipo: Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal

    Finalidade:

    Comissão Parlamentar de Inquérito, criada nos termos do Requerimento nº 569, de 2009, de autoria do Senador Alvaro Dias e outros Senhores Senadores, composta por onze titulares e sete suplentes, destinada a apurar, no prazo de cento e oitenta dias, irregularidades envolvendo a empresa Petróleo Brasileiro S/A (PETROBRAS) e a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP), relacionadas com: a) indícios de fraudes nas licitações para reforma de plataformas de exploração de petróleo, apontadas pela operação “Águas Profundas” da Polícia Federal; b) graves irregularidades nos contratos de construção de plataformas, apontadas pelo Tribunal de Contas da União; c) indícios de superfaturamento na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, apontados por relatório do Tribunal de Contas da União; d) denúncias de desvios de dinheiro dos “royalties” do petróleo, apontados pela operação “Royalties”, da Polícia Federal; e) denúncias do Ministério Público Federal sobre fraudes envolvendo pagamentos, acordos e indenizações feitos pela ANP a usineiros; f) denúncias de uso de artifícios contábeis que resultaram em redução do recolhimento de impostos e contribuições no valor de 4,3 bilhões de reais; g) denúncias de irregularidades no uso de verbas de patrocínio da estatal.

    Requerimento de criação:

    RQS 569 de 15/05/2009

     

    http://www.senado.gov.br/atividade/comissoes/comissao.asp?origem=&com=1461

     

  11. Para não se entrar na “gaiva’ do efeito bovino

    O que disse Gabrielli, pelo menos desde o meado do ano passado sobre Pasadena. Na Folha, em 06 de agosto de 2013:

    O ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli defendeu nesta terça-feira a compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (Estados Unidos), ao afirmar que foi uma operação “absolutamente normal”. Durante quase três horas em audiência no Senado, Gabrielli, no entanto, citou números que não correspondem ao valor pelo qual o negócio foi fechado.

    A investigação sobre Pasadena começou no Congresso após reportagem do Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, revelar, em julho de 2012, que a estatal gastou na compra da refinaria dez vezes mais que o valor de mercado da unidade. O negócio é investigado pelo Ministério Público Federal no Rio (MPF-RJ) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A refinaria custou US$ 1,18 bilhão à Petrobras.

    Durante a audiência, ele afirmou que a compra da refinaria, em 2005, foi feita conforme o plano de negócios da companhia, que era de expandir a capacidade de refino no exterior e melhorar a qualidade dos derivados de petróleo brasileiros. O negócio, de acordo com Gabrielli, foi feito segundo a realidade do mercado da época. “Não há nenhum equívoco, nenhum problema”, afirmou.

    Conforme o presidente da Petrobras, a empresa pagou US$ 360 milhões por 50% de Pasadena em 2006 – US$ 190 milhões pela refinaria e US$ 170 milhões pelos estoques de petróleo e derivados da comercializadora. O custo da refinaria, afirmou, teria sido de US$ 3,8 mil por barril de capacidade de processamento, enquanto a média no mercado era de US$ 9,7 mil. Mas um ano antes, a Transcor/Astra, sócia da Petrobras no negócio, havia comprado todo o negócio de Pasadena por apenas US$ 42,5 milhões.

    Em 2008, a Petrobras entrou em litígio com a sócia. Segundo Gabrielli, um tribunal de arbitragem nos EUA definiu em 2010 que a Petrobras teria de pagar US$ 296 milhões pelo restante da refinaria, US$ 170 milhões por estoques e US$ 173 milhões por garantias comerciais dadas pelos bancos para as operações. Ao todo, US$ 639 milhões.

    Nas contas do presidente da estatal, o negócio todo custaria US$ 999 milhões à Petrobras – US$ 486 milhões apenas pela refinaria. Mas, em 2012, para encerrar o litígio judicial, a empresa desembolsou US$ 820,5 milhões pela segunda fatia da refinaria. Ao todo, o negócio saiu por 1,18 bilhão. O ex-presidente da estatal não soube explicar a diferença de valores entre o que foi acertado no tribunal de arbitragem – US$ 639 milhões – e o valor que encerrou o litígio – US$ 820,5 milhões. Gabrielli disse que não era mais presidente da empresa quando o acordo foi fechado.

    “Estou falando de uma decisão judicial de 2010. Os termos do acordo são de junho de 2012. Eu saí da Petrobras em fevereiro de 2012”, disse. “Pode ter sido juros, honorários advocatícios, acordos em razão de outras cláusulas que apareceram. Eu não sei.” Na análise do ex-presidente da Petrobras, o valor pago pela refinaria se justificava na época em que foi feita. “O mundo mudou em 2008. Isso estreitou as margens das refinarias”, disse. Gabrielli declarou ainda que a descoberta do pré-sal no Brasil, em 2007, também fez com que os planos da companhia mudassem. “Na realidade do mundo pré-2008, foi um negócio adequado. Hoje, a situação é completamente diferente”, garantiu, citando que o crescimento do mercado interno fez com que houvesse necessidade de mais refinarias no País.

    Gabrielli prosseguiu afirmando concordar com a opinião da presidente da Petrobras, Graça Foster. Em maio, Graça esteve no Legislativo e reconheceu que, caso a Petrobras tivesse todas as informações que possui atualmente, a aquisição de Pasadena não teria sido feita. “Eu concordo com a avaliação da presidente Graça porque ela diz que, se as informações fossem as de hoje, eu estaria fazendo comentários de um jogo de domingo na segunda-feira. Mas fui um técnico que teve de tomar decisões no sábado.”

    Em maio deste ano, o Broadcast revelou que uma auditoria interna da Petrobras contestou contrato da petroleira com o Grupo Odebrecht de cerca de US$ 840 milhões para serviços em dez países, incluindo trabalhos de manutenção na refinaria de Pasadena. Após análise do órgão interno, o contrato foi reduzido para US$ 480 milhões.

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1607200913.htm

  12. Existem duas lutas.

    Uma para melar as eleições, outra para enfraquecer a Petrobras com o objetivo que todos já conhecem. Leiam:

    Não surpreende a aliança de sangue entre Aécio Neves e Eduardo Campos pela CPI da Petrobras.

    Quem leu a história do diálogo entre José Serra e Patrícia Pradal, diretora da Chevron, às vésperas da eleição de 2010, onde o tucano pedia paciência porque, no Governo, desfaria a regra dos contratos de partilha e devolveria o pré-sal ao regime de concessão entreguista de Fernando Henrique Cardoso deveria saber que, a cada eleição presidencial, coloca-se em jogo o grande “cofre público” que representam as megajazidas de petróleo encontradas no litoral brasileiro.

    Sempre é bom repetir: as maiores descobertas no século 21, ao ponto de fazerem a Agência Internacional de Energia prever que virá mais petróleo “novo” do Brasil do que do Oriente médio nos próximos 10 anos, e tanto quanto do xisto norte americano, a nova grande fronteira energética mundial.

    Em 2010, a jóia da coroa que o candidato a Rei procurava usar como penhor de sua ascensão ao poder chamava-se Libra, com seus 10 bilhões de barris em reservas.

    Em 2014, chama-se Franco (se seu complexo de campos semi-contíguos, Florim e o Entorno de Iara) com mais de 12 bilhões de barris.

    Em 2010, também travou-se uma batalha prévia, igualmente com uma CPI da Petrobras (alguém consegue lembrar o pretexto desta CPI?) que visava inviabilizar politicamente a adoção do modelo de partilha, que custou duras penas ao Governo Lula ver aprovado no Congresso.

    Agora, a batalha política é para inviabilizar, com o enfraquecimento da Petrobras, a decisão que terá de ser tomada, até setembro, de estender – ou não – a entrega da exploração desta nova mega-reserva de petróleo à Petrobras, que dela só tem assegurados 5 bilhões de barris, concedidos à empresa como cessão onerosa no processo de capitalização feito àquela época.

    Estender a cessão onerosa de toda a área à Petrobras seria o natural, mas como fazê-lo se a empresa é pintada como fraca, semi-falida e, pior, desacreditada por escândalos fabricados?

    Param por aí as semelhanças e começam as dessemelhanças, que colocam em risco esta imensa riqueza, que os cochichos oposicionistas, como ocorreu com Serra, desfilam aos olhos famintos dos interesses internacionais.

    É que em 2010 esta batalha se desenvolvia diante dos olhos do povo brasileiro, embora só com os telegramas do Wikileaks tenhamos sabido dos detalhes dos encontros com os representantes das “potências estrangeiras”.

    Agora, a pretexto de prudência, procura-se manter um segredo de polichinelo sobre o tamanho desta riqueza, com a vã ilusão de que, assim, haverá condições administrativas melhores para transferi-las integralmente à Petrobras.

    Segredo é apenas para o povo brasileiro, porque todo o “mercado” já sabe daquelas potencialidade e da intenção de que fique com a nossa petroleira.

    Como, porém, o Brasil e a Petrobras têm administrações que se preocupam em ser “essencialmente técnicas”, esperam, antes de falar disso, equacionar todas as condições de viabilidade da exploração daquele tesouro.

    Não compreendem que esta viabilidade é, essencialmente, política, embora vá expressar-se em dinheiro, sondas, navios, dutos e outros equipamentos.

    O petróleo está lá, tudo isso é necessário para tirá-lo (e às vezes é preciso pedir ajuda, como este blog não hesitou em defender quando do leilão de Libra), mas o essencial, para tê-lo, é saber que é nosso e que é preciso retirá-lo de forma a que seus frutos venham para o povo brasileiro.

    No seu terceiro ano de governo, Fernando Henrique teve força para desfazer um dogma histórico fundado pelas ruas com a campanha do Petróleo é Nosso e parido pela mão de Getúlio Vargas.

    Como é que outro Governo não teria força para revogar um simples regime de partilha e abrir este megacampo (e tudo o que ainda está por ser descoberto) ao capital estrangeiro?

    Lula travou a batalha do pré-sal diante dos olhos dos brasileiros.

    Por melhor que seja como gerentes e por mais comprometidas que sejam com a defesa da Petrobras, Dilma Roussef e Graça Foster, a presidente da empresa, devem entender que a fonte da energia da Petrobras é o desejo de progresso e soberania do povo brasileiro.

    Se as razões profundas das sucessivas “ondas” contra a Petrobras nãos forem mostradas ao Brasil, não há peito forte o suficiente para arrostá-las.

    A virtude de um líder não é fazer sozinho, substituindo-se ao povo.

    É ser a chama que acende a vontade profunda deste povo e confiar na sabedoria coletiva que, quando sabe o que se passa, não erra ao decidir.

    http://tijolaco.com.br/blog/?p=15908

  13. Graça Foster só faltou

    Graça Foster só faltou convidar os oposicionistas para ver a contavilidade da empresa.

    Foi honesta e limpida.

  14. Para a oposição, Pasadena é que devia ter comprado a Petrobrás.

    QUAIS SÃO OS VERDADEIROS OBJETIVOS DA OPOSIÇÃO NEOLIBERAL?

     

    1- Pasadena representa um acréscimo no patrimônio da Petrobrás, no coração do mercado mundial de petróleo e refino. Adquirir patrimônio ao invés de vendê-lo na bacia das almas, este é o problema da oposição em relação à Petrobrás de Lula e Dilma.

    2- Pasadena foi um bom negócio na época e em função das mudanças no setor petrolífero e de refino nos EUA, do Crash de 2008 e da posterior descoberta do pré-sal, tornou-se um negócio com baixa rentabilidade.

    3- Pasadena está em plena operação, refinando 100.000 barris diários de petróleo. É um ativo da Petrobrás como qualquer outra refinaria de propriedade da empresa.

    4- Desastre de fato e de direito foi a alienação de patrimônio público (CSN, VALE, etc) feita pelos neoliberais no Brasil. Adquirir patrimônio não é um desastre, muito antes pelo contrário.

    5- A Petrobrás vale hoje 98 bilhões de dólares, valia em 2002 apenas 15 bilhões de dólares.

    6- A Petrobrás fez a maior capitalização da história do capitalismo mundial em 2010 (70 bilhões de dólares) e lucrou aproximadamente 150 bilhões de reais nos últimos 06 anos.

    7- A disputa de fundo em torno da Petrobrás é a questão do petróleo do pré-sal. A oposição fracassada não admite e jamais admitirá que a empresa tenha construído o regime de partilha para a exploração do pré-sal. Queriam manter a concessão tucana e entregar tudo de mão beijada para as multinacionais.

    8- O regime de partilha do Lula, empreendido por Dilma, garante participação mínima da Petrobrás em TODOS os poços de petróleo do pré-sal, através da PPSA (empresa 100% estatal). A PPSA é a OPERADORA ÚNICA de todos os poços de petróleo do pré-sal, além de ter poder de veto e voto de minerva em TODAS as decisões relativas à exploração e à comercialização dos barris do pré-sal. A oposição quer destruir o regime de partilha.

    9- Há uma enorme pressão por parte dos acionistas privados da Petrobrás, que lutam por mais lucros e dividendos. Para tanto, forçam o discurso falso e fictício do “endividamento” da empresa, bem como clamam todo o santo dia por um reajuste, de preferência brutal, no preço dos combustíveis.

    10- A batalha crucial que estamos assistindo nada tem a ver com Pasadena, mas sim com o futuro da Petrobrás enquanto alavanca do desenvolvimento nacional. Ou será que o PSDB e a mídia venal, que apoiaram entusiásticamente a quebra do monopólio estatal da empresa, de uma hora para outra estão preocupados com a mesma? Mais fácil acreditar em duendes e fadas…

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