Humberto Costa lembra interesses políticos em torno da vacina

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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“Concretamente, não se colocou um centavo no desenvolvimento da Coronavac por razões políticas”, disse o senador do PT

Senador Humberto Costa (PT-PE). Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Jornal GGN – O senador Humberto Costa (PT-PE) lembrou a influência da política nas decisões do governo de Jair Bolsonaro, e criticou o posicionamento do ex-secretário do Ministério da Saúde, Elcio Franco, em torno da proteção do presidente.

“Sobre as vacinas: primeiro, se o Butantan já dominava aquela tecnologia que a Coronavac tinha idêntica, não era mais lógico se dar prioridade à compra do Butantan do que investir na Astrazeneca, que nós não tínhamos esse domínio?”, questionou Costa no Senado Federal.

“A fala de vossa senhoria é muito clara, mas o senhor disse ‘não vamos comprar vacina de São Paulo’. Tudo bem. ‘não vamos comprar vacina do governador de São Paulo’ e, no final, o senhor disse ‘nós não vamos comprar a vacina chinesa’. Será possível que é outra vacina, não é a do Butantan?”, disse Costa. “Na verdade, é porque vossa senhoria, o ministro (Eduardo) Pazuello, vieram aqui fazer a mesma coisa: proteger o responsável por isso, que é o presidente da República. Os senhores não fizeram nada além de cumprir as ordens e os desejos dele”.,

Costa também falou sobre a questão dos investimentos federais nas vacinas: “vossa senhoria falou ‘nós não compramos porque a terceira fase, muitas vezes, é o cemitério das vacinas’. Deviam ter se se preocupado com os cemitérios superlotados hoje no nosso país de gente que morreu”, afirmou o senador. “O H1N1, o Brasil comprou 1 ano antes da vacinação começar, vacinamos 80 milhões de pessoas em 100 dias. Essa questão de você fazer a compra é um risco, é verdade, mas nós estamos em uma gestão pública pra que?”

Segundo o senador, o país poderia ter um processo de vacinação muito mais avançado. “Se se tratava de um investimento seguro, como eu disse, era muito mais seguro investir, era tão seguro porque tinha que investir na Fiocruz, mas era tão seguro investir na Fiocruz como investir no Butantan. Porque não aconteceu? Resposta: política. Política de Bolsonaro. Ele não estava preocupado em vacinar o povo brasileiro, ele não estava querendo é que o governador de São Paulo capitalizasse porque fez o que ele não fez”, disse o senador, lembrando que 75% da população brasileira até agora foi vacinada com a coronavac, e ressaltou que não se colocou um centavo no desenvolvimento da coronavac por razões políticas.

Em resposta a Costa, Elcio afirmou que a Fiocruz já distribuiu mais doses do que o Butantan e que, com relação à vacina, disse que “nós não tínhamos interesse na vacina chinesa, tínhamos interesse na vacina a ser produzida pelo Instituto Butantan. E com relação a h1n1, o que o senhor citou provavelmente quando ela foi comprada, provavelmente para aderir à legislação brasileira ela já tinha registro, diferente dessas vacinas que estavam sendo desenvolvidas”.

Humberto Costa ressaltou que o Butantan queria uma garantia, e não que o governo federal pagasse. “Lógico que se pudesse haver apoio para o desenvolvimento, nada mais justo (…) Na verdade, se não fossem os governos que vieram depois de 2016, o Brasil hoje estava produzindo vacina e nem fazendo transferência de tecnologia e nem comprando vacina lá de fora. Destruíram o sistema de ciência e tecnologia do Brasil, especialmente na área da saúde. Se vossa senhoria tivesse apostado na vacina do Butantan, nós teríamos começado a vacinar no Brasil a partir do mês de dezembro, quantas vidas teriam sido poupadas se isso tivesse sido feito?”.

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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