A mídia e a economia dos bem pensantes, por André Araújo

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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A mídia e a economia dos bem pensantes

por André Araújo

Um famoso comentarista de rádio no seu programa da Jovem Pan do Último dia 6 repetiu o bordão dos comentaristas econômicos bem pensantes que predominam em toda a mídia tradicional. Repetiu o discurso falado à exaustão pelos Sardenbergs da grande imprensa como ventríloquos da equipe econômica Meirelles and Friends: só há uma política econômica e esta, depois de implantada, fará os “investidores” correrem para aplicar no Brasil e aqui criarem milhões de empregos.

Repetiu também uma segunda tolice, “ah se vocês não aceitam o corte de gastos, então vocês querem a política da Dilma?” São pensamentos pedestres, destes que se jogam fora numa mesa de bar no happy hour, rasos, de elaboração e de atualização no pensamento econômico moderno.

1.       O ajuste fiscal do qual a PEC do corte de gastos é uma parte por si só não trará investimentos de volta. Aliás, de quais investimentos se fala? O que interessa ao Brasil é o investimento produtivo para gerar novos empregos, oportunidades e negócios e não o investimento puramente financeiro tipo “carry trade” onde o investidor toma dólar a 1%  ao ano em Nova York e aplica a juros real de 7% ao ano em títulos da dívida pública. Isso requer análise da capacidade de pagamento do Tesouro emissor dos títulos da dívida. A operação é uma aposta de que o aplicador possa sair com seu lucro de diferença de taxas de juros, correndo o risco cambial e de solvência do Estado brasileiro. Esse é o premiado da política de ajuste e austeridade.

Já a análise das empresas produtivas tem outras bases, depende da capacidade de compra de seus bens e serviços pelo consumidor, o que não tem ligação direta com as finanças públicas e pode conviver com altos e baixos da situação fiscal.

Os dois maiores ciclos de novas multinacionais produtivas no Brasil foram os Governos JK e Geisel, quando havia déficit fiscal e inflação alta. O Brasil sequer tinha reservas cambiais importantes como tem hoje.

Então, o argumento do investimento estrangeiro ser atraído porque as finanças públicas estão ajustadas é falho. O investimento vem por outras razões, especialmente em busca de mercados em crescimento.

Nenhuma grande multinacional produtora de bens e serviços investe em um Pais só porque este fez ajuste fiscal. O que puxa o investimento é a existência de procura para os bens e serviços que a empresa produz e este não tem vinculação direta com ajuste fiscal. Aliás, da forma como se pretende fazer no Brasil, o ajuste fiscal vai produzir mais recessão, menos renda e menos mercado em crescimento.

Multinacionais importantes chegaram ao Brasil, mesmo em tempos de crise cambial, quando havia dificuldade de remessa de lucros. Mas elas toleram essas restrições porque sua visão é de longo prazo.

Ao contrário do investidor financeiro, que é o grupo que Meirelles e Goldfajn quer agradar, uma visão absolutamente míope do conjunto da economia.

 

2.       Não há, em economia, essa dicotomia. Ou é gastança ou é recessão. Entre as duas situações há um imenso campo de políticas inteligentes, onde se procura racionalizar os gastos públicos e há muito a racionalizar em terrenos que ninguém toca por medo de encontrar resistência, como os super-salários, as mordomias de todos os poderes, as triplas ou quadruplas aposentadorias, o absurdo seguro saúde do Congresso que permite gastos ilimitados para deputados e seus parentes, os jatinhos da FAB para Ministros voltarem para casa, quando deveriam ter a obrigação de morar em Brasília, deslocamentos familiares por sua conta.

A “austeridade do exemplo”, a primeira coisa que se faz nos países ricos, no Brasil nem se pensa. Sem falar nisso a PEC de corte de gastos é ficção, vai ser o corte do esparadrapo no ambulatório.

Pode-se racionalizar os gastos MAS, também, diminuir a taxa básica, controlar os juros dos bancos na ponta do tomador, porque temos um sistema bancário oligopolizado, não há concorrência. Pode-se combater a recessão na ponta do emprego, com grandes investimentos públicos em setores que ocupam muita mão de obra, como moradia e saneamento. Não há dinheiro? Claro que há, corte pela metade a Selic e ai tem R$300 bilhões de despesas de juros a menos para jogar na economia.

Existem fórmulas de COMBINAÇÕES de medidas econômicas que não se resumem a gastança da Dilma e à austeridade crua de Meirelles. A mídia econômica tradicional, TODA ELA, não faz esse debate, todos falam igualzinho, cópias carbono do Sardenberg, onde só há uma fórmula e nenhuma mais. Se assim fosse, Keynes não teria existido. Quando Lady Astor admoestou Keynes “Mas o senhor sempre defendeu a santidade da moeda e hoje prega imprimir dinheiro para empregar milhões nem que seja para carregar pedras de um lado para outro da estrada, como o senhor renega o que pregava, o senhor mudou muito”” e Keynes respondeu “Minha senhora, eu não mudo, o que mudam são as circunstâncias”.

Economista que tem sempre a mesma receita é medíocre ou burro. A política econômica deve ser aquela que produz o menor sofrimento e custa menos à sociedade, não há virtude em ser austero porque só o sofrimento purga. Numa recessão não interessa o combate à inflação, ao contrário, a inflação é uma das formas de sair da recessão.

O mesmo cronista no programa de sexta-feira, dia 7, falou outro equívoco: Hitler não foi eleito porque “a inflação estava nos cornos da lua”. A hiperinflação alemã, de 1923, foi completamente revertida em 1924 pelo Plano Schacht, do qual nosso Plano Real é cópia. Hitler foi eleito pela deflação, depressão e desemprego gestado na crise mundial de 1929 e aprofundada na Alemanha a partir de 1930 pelas políticas recessionistas do Chanceler Heinrich Bruning, um economista ortodoxo, politicas essas que levaram o desemprego a 40%, foi isso que deu votos ao Partido Nazista, nada a ver com a inflação de 1923.

Portanto o mesmo comentarista, que costuma se informar bem quando fala de legislação e Direito, errou na sua pregação econômica. A fórmula de combater a recessão com mais recessão serve apenas para a turminha do Globonews. Se quiser saber o que pensam hoje os melhores economistas do mundo sobre política econômica pós crise de 2008 sugiro o excelente site do Instituto para o Novo Pensamento Econômico de Nova York, celeiro de Prêmios Nobel e de economistas top do planeta. Nesse Instituto Goldfajn e Meirelles não passam da porta, lá eles combatem exatamente essas receitas-padrão que pretendem punir pela recessão povos vistos pelo mercado como pouco virtuosos.

A doença da recessão se combate com estímulos e não com dieta da fome. Essa fórmula já era velha ao tempo de Keynes, hoje é como tratar pneumonia com sanguessuga, é o cumulo da estupidez.

O que cura a recessão é ocupar a capacidade ociosa na economia. Hoje, em alguns setores no Brasil, como cimento, há 65% de ociosidade e o Plano Meirelles-Goldfajn pretende aumentar a ociosidade para combater a inflação que já está baixa.

Inflação zero é a morte da economia na paz dos cemitérios!

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

30 Comentários

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  1. “Repetiu o discurso falado à

    “Repetiu o discurso falado à exaustão pelos Sardenbergs da grande imprensa como ventríloquos da equipe econômica Meirelles and Friends: só há uma política econômica e esta, depois de implantada, fará os “investidores” correrem para aplicar no Brasil e aqui criarem milhões de empregos.”

    Eu sou um investidor e eu não investiria em um país com segurança jurídica inexistente e à beira de uma guerra civil. Mas o que acontece com os seus economistas é o que acontece com os mentirosos costumazes, eles mentem tanto e com tanta naturalidade que com o passar do tempo eles passam a acreditar nas próprias mentiras.

  2. concordo com voce.

    AA 

    Continue fustigando esse pessoal da globo news e copias do mesmo!

    Voce não vai mudar o pensamento do Meireles e Bacen porém diminuirá o numero daqueles que acreditam em historias da caroxinha!

    Já não é pouca coisa!

  3. Podem soltar Lula: com PEC 241 eleição vira concurso de Miss

    >>Podem soltar Lula: com PEC 241 eleição vira concurso de Miss, por Ciro d’Araújo, Marcos Villas-Bôas & Romulus<<

     

     ROMULUS
     SEG, 10/10/2016 – 22:31
     ATUALIZADO EM 11/10/2016 – 06:46

    Podem deixar Lula solto: com PEC 241 eleição presidencial vira apenas concurso de Miss
    Por Ciro d’Araújo, Marcos Villas-Bôas & Romulus

    >> NÃO IMPORTA QUEM VAI SER ELEITO EM 2018. Lula vai estar inelegível ou preso, mas mesmo se não estiver, se ele for eleito o programa que vai governar não será o dele. Pode ser a Dilma, pode ser o Ciro Gomes, pode ser a Luciana Genro. Simplesmente NÃO IMPORTA. Teremos eleições, eleições irrelevantes. A única minimamente relevante será a legislativa, e apenas na construção da SUPERMAIORIA <<

    >> Ciro d’Araújo:
    Amigos, eu estava tranquilo da vida (na medida do possível), até que resolvi LER a PEC 241.

    O Romulus sabe que eu sou favorável ao ajuste fiscal. Acho inevitável que seja feito. Sabe também que eu acredito numa consolidação fiscal de longo prazo, aos poucos. Um ajuste estilo “Levy”, intenso e rápido, eu sei que nunca daria resultados.

    Porém nada pode justificar essa excrecência que é a PEC 241.

    Primeiramente, a PEC 241 é literalmente o novo pacto constitucional seguido da ruptura institucional. Muita gente dizia que não haveria (haverá) eleições em 2018. Eu agora tenho certeza que haverá, e essa eleição será absolutamente irrelevante. O programa que tomará posse já está definido aqui.

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     (i) PEC 241: “eu quero é que pobre se exploda!”; (ii) acima da Constituição só as Tábuas da Lei, não é mesmo, Dallagnol? 

     

  4. Parabéns, André, mais uma

    Parabéns, André, mais uma aula para nós (não à toa vc era o interlocutor chamado de sábio recluso pelo Nassif, acredito eu). Gostaria só que se possível vc comentasse, a receita dada por Keynes também se aplica a países endividados? Outra, vc cita que poderíamos economizar R$ 300 blilhões se cortarmos a taxa selic à metade. Eu pergunto, por que não cortar a taxa selic logo em uns 80%, não sobraria mais ainda? Dadas as necessidades do estado brasileiro, não seria nada mau.

  5. Austeridade para quem ?

    Bem citado pelo autor. Austeridade para quem?

    Quando voce tira a pizza de uma noite da classe média, ou tira um Aston por uma ferrari do rico, voce tira o pão do pobre e o condena a morte. Austeridade para quem ???

  6. Baixar juros…!
    Mas ai a

    Baixar juros…!

    Mas ai a turma de sempre repete: os juros só baixam se a dívida e o risco baixarem. Risco ai que está intimamente ligado ao déficit público.

    Dilma tentou em 2012 , e depois subiram novamente, pois os juros de longo prazo não cederam. Afinal, quem está certo?

    A melhor fase pra baixar os juros foi no governo Lula, onde os riscos de crédito e o dólar estavam no chão. Não se aproveitou.

    1. Essa é a tese vendida pelo

      Essa é a tese vendida pelo mercado financeiro e é furada. O que a Dilma fez não tinha conexão com nada, não era uma politica, apenas voluntarismo, era uma não-politica, uma sucessão de qubra galhos, não foi a baixa de juros que não deu certo, foi o conjunto das improvisações, a falta de estrategia, a imensa burocracia, a falta de um projeto de desenvolvimento.

      Os titulos da divida publica aqui e no mundo inteiro não são APLICAÇÃO VONTARIA, são quasi-moeda, encaixe necessario unico de bancos, seguradoras, fundos de pensão, fundos de investimento, NÃO HÁ OUTRO INSTRUMENTO DE LIQUIDEZ IMEDIATA  NA ECONOMIA. Quando a Dilma baixou os juros NÃO HOUVE VENDA DE TITULOS.

      O Itau tem R$1 trilhão de liquidez, onde ele vai deixar? Ou no compulsorio onde o BC (erradamente) paga parte da Selic ou em LFT, que rende muito mais ou em caixa, rendendo zero. Se baixar a SELIC de 14,25% pata 8,25% o que o Itau faz com R$1 trilhão ? Pode se quiser emprestar uma parte para seus clientes, SE BAIXAR OS JUROS.

      O aplicador voluntario “”Tesouro Direto”é varejnho, nem coça a Divida Publica, o grosso é APLICAÇÃO NECESSARIA, aqui, na Italia, no Japão, nos EUA, onde um terço da divida americana está no FED no fundo das gavetas.

       

  7. Excelente análise

    Sr. André Araújo,

    Sugiro ao Nassif ae o Sr. comvidarem os ministros e os ‘jornalistas econômicos’ citados no artigo para um debate franco. Será que eles topam? E o Sr. seria tão incisivo com eles como na exposição que fez aqui?

  8. Parabéns, André, mais uma

    Parabéns, André, mais uma aula para nós (não à toa vc era o interlocutor chamado de sábio recluso pelo Nassif, acredito eu). Gostaria só que se possível vc comentasse, a receita dada por Keynes também se aplica a países endividados? Outra, vc cita que poderíamos economizar R$ 300 blilhões se cortarmos a taxa selic à metade. Eu pergunto, por que não cortar a taxa selic logo em uns 80%, não sobraria mais ainda? Dadas as necessidades do estado brasileiro, não seria nada mau.

  9. André, não escuto Jovem Pan,

    André, não escuto Jovem Pan, pois pra mim é o veículo de midia rádio mais retrógrado que existe – coisa materializada por gente como Reinaldo Azevedo e Marco Antonio Villa ( e despediu por desacordo com a linha adotada um dos mais antigos funcionários da casa e maior entender de F1 no Brasil, Claudio Carsuggi) . Portanto, se você puder e quiser, claro, dizer o nome do repetidor de bordões, eu ficaria grato. É R.A ? Se for, é a cara dele = pros inimigos ele olha tudo com lupa e sempre acho pelo até em ovo; pros que ele apoia, deve tirar os óculos e fazer vistas groasss. Ele é uma proeza = em 10 anos de blog na veja, não criticou Alkimin de forma contundente nem uma vez. Daí se pode tirar duas conclusões = ou Alkimin é um Roosevelt incompreendido por mim (rs) ou a visão dele é totalmente parcial em relação a Alkimin. Cada um escolha a opçaõ que quiser (rs) 

    Sobre a mídia principal falar a mesma língua e não querer que ninguém deixe o expectador com pulgas atrás da orelha, nem original é. Tinha 11 anos quando veio o cruzado. E a gente em casa só via JN. E todo dia era uma maravilha. O Cruzado era a maior criação econômica do século XX. Funaro o nosso Keynes (rss). Todos os comentaristas só viam coisas boas – sendo que um plano que começa com congelamento de preços já começa fadado a dar errado, bê a bá de qualquer lição econômica (vide o congelamento de combustível que foi o que quebrou a Petróbras, e não a roubalheira ). Claro que quando a bomba explodiu e a vaca foi pro brejo e o boi ficou no pasto (rs) nenhum comentarista fez mea culpa, contando com a amnésia do povo e com a sorte de na época não haver internet.

    Na rádio bandeirantes, é hilário você ouvir os 3 economistas com participação fixa ( Delfim, Rosemberg e Gesner) falarem exatamente a mesma coisa favorável a essa PEC.  

    Se essa plano Meirelles for aplicado a ferro e fogo, não ficaria surpreso que um governador de Estado, quebrado e sem ter ajuda do governo federal pra socorrer da quebra, apelasse pra se separar do país como única soluçaõ pra não ter que mandar a polícia tentar controlar o caos social que irromperia. O Rio gRande do Sul é um bom candidato a isso. Talvez a data de hoje, 11 de outubro, vá se revelar no futuro como a data em que se começou a se destruir o país. O que a monarquia conseguiu – evitar do Brasil se fragmentar após a independência- um economista de terceira linha aliada a um  um político de meia tigela,, Temer, vá conseguir. Seria um final melancólico. 

     

     

     

  10. Um dos melhores artigos que

    Um dos melhores artigos que AA escreveu. Excelente. Como dizia Schumpeter, conhecimento de teoria econômica sem saber histórico conduz a profundos equívocos (não estou dizendo, é claro, que os Sadenberg da vida conheçam teoria econômica).

    Sugiro, também, a leitura de dois artigos:

    o do João Sicsú “A pec 241 não é para equilibrar as contas públicas”., que desmonta totalmente o discurso do deficit estrutural do setor público;

    e o do Marcelo Zero, assessor da liderança do PT no senado, “A pec 241 e suas falácias”, que apresenta dados e gráficos muito claros para entender a situação fiscal e econômica.

  11. Sei lá viu, mas acho que tem

    Sei lá viu, mas acho que tem trouxa pra tudo. Desde os que acreditam na Jovem Pan até os que piamente acreditam que essa PEC 241 vai resolver os problemas econômicos do país. Na verdade vai resolver os problemas sim, dos bancos… Já da população eu duvido e faço pouco.

  12. Boa, caro André!

    “Atrair investimentos” é eufemismo para a expressão “vender o Brasil a estrangeiros”. Ou usando uma outra figura de linguagem, para “entregar o ouro ao bandido”. Se se dissesse que não há competição entre os países, aí não haveria “bandidos e mocinhos”. Mas os há. Porque ficarmos com as migalhas apenas e não o prato pleno, generoso? Será que não acreditamos merecê-lo ou alguma outra neurose?

    Não há dúvida de que há países que concentram maiores e menores quantidades de pessoas qualificadas. Mas desistir da “luta” antes mesmo de começá-la? Aceitar a imposição de que somos tão mais legais quanto menos lutadores formos? Quem é que está preocupado com o imagem que fazemos junto aos nossos adversários? Ainda mais quando essa imagem é a criada pelos próprios adversários? Temos que ser o que estrangeiros dizem que somos?

    – “Ah, mas eles têm provas de sermos o que eles dizem que somos.”

    Têm provas de acordo com que ponto de vista? E que importância tem a sentença de um juiz parcial e partidário?

  13. Novo discurso

     

     “Minha senhora, eu não mudo, o que mudam são as circunstâncias”.

     

    Pois é… As circunstacias favoráveis para as ideologias socializantes, defendidas pelas esquerdas no mundo, mudaram.

     

     A turminha do Globonews, é a turminha dona do Capital. Aquela pressão favorável ao discurso socializante desde a segunda guerra mundial, que forçou politicamente os donos do Capital, aceitarem a implantação de leis que permitiram regalias aos excluídos do banquete da sociedade de consumo, que favoreceu e possibilitou aos dirigentes das agremiações patrocinadores destas leis que ascendessem ao poder, aquela pressão social favorável deixou de existir. Mudaram as circunstancias. Hoje os donos do Capital não se intimidam ou aceitam mudanças, através de pressão.

     

    Eles ganham dinheiro, hoje pelo mercado financeiro, nem precisam mais esperar o resultado da economia real, aquela que produz bens materiais. Sem risco nem pressão alguma.

     

    Não adianta querer comparar o Brasil com as economias estáveis de primeiro mundo, aqui as coisas acontecem muito singularmente e com circunstancias propias.

     

    Barão algum vai se submeter novamente as pressões de antigamente. O discurso hoje tem que ser novo, porque novo é o mundo.

    1. O mundo é um caos, nada é uma

      O mundo é um caos, nada é uma tendencia unica, uniforme, os ciclos vão e voltam, em setembro de 1929 o economista Irving Fischer, fundador da Primeira Escola Monetarista disse que o “boom” da Bolsa não tinha o menor risco de acabar,

      um mês depois tudo desabou, em 2008 a economia americana estava borbulhante, veio a crise, quebrou o Lehman Bros.,

      o Tesouro teve que despejar 750 bilhões para não quebrarem quatro dos maiores bancos de Nova York mais a maior seguradora americana, a AIG e mais a General Motors.

      Nunca há uma única curva no mundo indicando um unico caminho, na Europa as medidas de austeridade estão fora de moda e nos EUA os DOIS candidatos propõe gigantescos investimentos publicos para reanimar a economia.

      Estamos no limiar de uma revolta da antiga classe media empobrecida em muitas paises, como nos EUA, Trump é um sinal, na Europa o populismo de direita é um sinal, no Brasil essa PEC vai jogar a clsse media tradicional no fundo do poço

      e isso tem sim repercussões politicas complexas, a revolta das classes medias representadas pelos tenetes foi a causa subjacente da Revolução de 1930.

  14. No item dois, eu diria que

    No item dois, eu diria que por um TETO que vai prejudicar os mais pobres (e que se for cumprido à risca fará do Brasil uma Bangladesh do lado ocidental)  qualquer governante de meia tigela como o Temer faz. Agora, cortar as TETAS daqueles que ganham por mês valores pornogáficos quando se junta salário, auxilios e direitios adquiridos desde cabral (rs) , aí, Andre, tem que ter estadista do nível de Roosevelt e Churchill, porque aí vai achar resistência, apoio da mídia e juízes loucos pra dar um chega pra lá nesse doido. Mas, a política brasileira é uma terra devastada de figuras dessa envergadura. Num temos nem mesmo uma figura como Elizabeth segunda, respeitadíssima porque durante a segunda guerra ela, assim como a família real inglesa, por decisão de George V, o rei, ficou em Londres, sofrendo junto dos londrinos os bombardeios da força aérea alemã – além de ela aprender a dirigir ambulância pra socorrer os feridos. Aqui, no primeiro tiro de festim, num fica um em brasília, fora que o ambiente ficará empeasteado pelo cheiro do borrar desses homens borrados…quero dizer, honrados [rs] 

  15. Agora e aqueles que já
    Agora e aqueles que já investiram, quando havia demanda para seus bens e serviços, e os grandes conglomerados que investiram muito e detém poder grande em fazer lob ficam como numa recessão grave como essa?

  16. Fico agoniado André,pq o
    Fico agoniado André,pq o caminho correto para avançar é bem
    esclarecido por vc e os GOLPISTAS sabem tb,só q se saem com
    essa desculpa de inflação,minha vontade AA é sair com um
    MEGAFONE NAS PRAÇAS DENUNCIANDO A SAFADEZA,mas cadê
    a CORAGEM,vontade eu tenho,sou um bundão, por isso q Temer deu esse golpe!(só fui a manifestações GRITAR fora Temer)

  17. Questões

    Podem falar de Henrique Meireles com ou sem razão, mas não deveriam deixar de citar o papel desempenhado por este ex-banqueiro na política monetária do governo Lula. Meireles foi combatido pelo partidários lulistas e mesmo assim foi chefe do banco central durante 8 anos.O sucesso da política econômica poderia ter sido melhor naqueles anos de ouro? O atual ministro da fazenda mudou para pior?

  18. “O investimento vem por

    “O investimento vem por outras razões, especialmente em busca de mercados em crescimento.

    Nenhuma grande multinacional produtora de bens e serviços investe em um Pais só porque este fez ajuste fiscal. O que puxa o investimento é a existência de procura para os bens e serviços que a empresa produz e este não tem vinculação direta com ajuste fiscal. Aliás, da forma como se pretende fazer no Brasil, o ajuste fiscal vai produzir mais recessão, menos renda e menos mercado em crescimento.” AA

    “A economia do Lula foi legal, mas ela foi uma economia baseada no consumo. É preciso fazer uma economia baseada na indústria.

    Eu quero ver qual é o sábio que vai fazer a economia crescer na base da indústria se não tiver consumo. Porque tem duas formas. Ou tem consumo externo para você exportar. E exportar é sempre uma guerra porque tem milhares querendo vender. Ou você acredita no seu mercado interno de 204 milhões de pessoas que estão ávidas para ter muitas coisas.” Lula aos 5:45 min.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=l-7CtK4u9Ow%5D

    1. A economica em recessão

      A economica em recessão precisa de um motor para sair dela e esse motor só pode ser o investimento publico.

      Essa é a experiencia historica, depois que engatar crescimento o investimento publico perde relevancia.

  19. A intenção é essa mesma

    Apesar de todos os alertas Macri está reduzindo a pó a economia da Argentina com um único objetivo: baixar consumo, salário e renda real. Já havia dito, em campanha, que na visão dele, os salários, no patamar que atingiram, eram um custo muito alto. Prometeu e está entregando. Uma exigência do Deus Mercado…

    Desemprego gera salário de fome. Fome gera desespero. E é o que se deseja: Mão-de -Obra barata e matéria prima de graça. Receita do FMI e do neoliberalismo. Aqui no Brasil, a politica será a mesma, destruir o parque industrial, acabar com emprego (principalmente o bem remunerado), reduzir salários e como cosequência, receita. Seremos novamente um Pais de 60 milhões de consumidores (a maioria pendurados vitaliciamente na maquina pública)

    Quem vai querer investir em produção, em fábricas, com um mercado interno que não consome? Pra quem irão vender? Por citar um ex. a Hyundai, a Renault, a Suzukl abrirão fabricas com uma queda nas vendas anual acima de 22%? Mercado externo? Com Serra chanceler destruindo o Mercosul,  esqueçam

    Investimento só dos abutres dos juros, da ciranda financeira internacional, os de Wall Street…

  20. Queria entender uma coisinha,

    Queria entender uma coisinha, desculpe minha ignorância. Como é que num momento de ‘tamanha crise’, o Banco Central prometeu empréstimo de 10 ou 11 bilhões ao FMI? É ou não é piada de salão? Parece até coisa do Trump de SP que diz que um dia todos, incluindo os pobres, vestirão Ralph Lauren…

  21. A mídia e a economia dos bens pensantes, por André Araújo

    Eu ouvi o ex-ministro Mailson da Nóbrega dizer que acreditava que com a diminuição dos investimentos estatais na infraestura, tais como, ferrovia, aeroportos, estradas o setor privado tomaria de conta e isto seria muito bom para o Brasil em termos de investimentos produtivos. Até quando isto tem algum fundo de verdade?

  22. O Novo Nobel de Economia

    O Novo Nobel de Economia efetuou estudos sobre as situações às quais  uma empresa deve ser administrada pelo Estado ou pela iniciativa privada. Será ele petista?

  23. Social democracia

    É muito claro que a política econômica neoliberal é dedicada a sugar todas as riquezas de quem trabalha e produz na sociedade e transferi-la ao setor financeiro. Qualquer avaliação diferente dessa é ingênua e tarouca.

    Me parece que o AA tem uma visão claramente social-democrata sobre a responsabilidade do Estado.

    Ao longo de minha adolescência e início da juventude, fui um social-democrata convicto e, não conseguia compreender porque não conseguíamos fazer algo semelhante ao norte da Europa aqui no Brasil.

    Foi necessário muito tempo para eu perceber que a social-democracia não se antagoniza ao (neo)liberalismo com o qual padecemos aqui. A social-democracia se antagoniza única e exclusivamente ao socialismo. Quando o socialismo não esta no horizonte como franca possibilidade, a social-democracia se esvazia como um balão furado.

    Nutrir estas expectativas sobre uma mudança na perspectiva do Estado brasileiro é demasiado inocente.

    Será sempre assim, toda a economia a serviço do sistema financeiro.

    Até o dia em que os trabalhadores detenham os meios de produção.

     

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