Diferente de 2002, Lula tem inúmeras batalhas nesse governo, por José Antônio Martins

Lula está escolhendo quais são os fronts principais e tentar, conforme os apoios políticos, enfrentá-los.

Ricardo Stuckert

Diferente de 2002, Lula tem inúmeras batalhas nesse governo

por José Antônio Martins

Comentário ao post Xadrez de 29 de novembro: o golpe está próximo da vitória, por Luis Nassif

Nassif, me permita divergir de alguns pontos.

Estou me baseando naquilo que recebo de informação da mídia, logo tudo muito enviesado, como você nos alerta sempre.

Assim como o acordo com Lira não é rendição, na hipótese da nomeação de Múcio o mesmo. Lula está desde a sua saída da prisão tentando urdir uma trama de apoios para poder minimamente governar, construindo um tecido político de apoios. Isso revela uma visão política realista das forças em ação nesse jogo pesado. Ir para o enfrentamento e perder foi o que Dilma fez. Se Lula não consegue impor um nome seu para a Defesa é sinal de que não conseguiu, ainda, articular uma rede para enredar (me perdoe a redundância) os adversários, e não necessariamente é sinal de capitulação.

Minha discordância de suas ponderações está no fato de que Lula pode capitular e o golpe vencer. Interpreto que, no atual contexto de forças políticas, não seria possível enfrentar essa questão como gostaríamos. Lula tem inúmeras batalhas nesse governo, que não tinha em 2002. Guerrear em várias frentes é derrota na certa, como demonstra todas as teorias da guerra. Lula está escolhendo quais são os fronts principais e tentar, conforme os apoios políticos, enfrentá-los.

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Enfim, tudo isso são hipóteses, mas se um nome próximo ao Alto Comando for indicado, significa mais uma leitura política de Lula, que não tem força para enquadrá-los, do que uma possível adesão. E Lula sabe melhor do que nós que os militares estão a espreita tramando golpes. Não vai dormir sossegado nunca.

Seja como for, como você notou a partir do artigo de Nunes e Traumann, essa será uma luta longa e dura, que estamos só começando. Ainda bem que é o Lula que está a frente para construir essa rede política para nos dar um mínimo de segurança. Contudo, conforme nos mostra o futebol, depender de um craque não é o bastante.

Espero ter contribuído.

O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN. Concorda ou tem ponto de vista diferente? Mande seu artigo para [email protected].

Redação

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