Teich sai sem dar respostas: “A vida é feita de escolhas e hoje eu escolhi sair”

Ex-ministro não demonstrou que as divergências com Jair Bolsonaro motivaram a sua saída. Ao contrário, agradeceu ao mandatário pela "oportunidade"

REUTERS / Adriano Machado

Jornal GGN – “A vida é feita de escolhas e hoje eu escolhi sair”, assim iniciou Nelson Teich, ao se despedir do Ministério da Saúde sem ter completado um mês de gestão e sem dar explicações sobre o que motivou abandonar o posto em meio à pandemia do coronavírus.

Em uma fala que durou menos de 7 minutos, Teich agradeceu à equipe do Ministério da Saúde que esteve ao seu lado durante este tempo. “Dei o melhor de mim, neste período. Agradeço ao meu time que sempre esteve ao meu lado, é o trabalho de muita gente. Sempre estiveram ao meu lado, sempre me apoiaram.”

O agora ex-ministro tampouco demonstrou que as divergências com o presidente Jair Bolsonaro motivaram a sua saída. Ao contrário, agradeceu ao mandatário pela “oportunidade”. “Eu agradeço ao presidente Jair Bolsonaro a oportunidade que me deu, de ter feito parte do Ministério da Saúde, porque isso era uma coisa muito importante para mim”, disse.

Mas, ao contrário do posicionamento defendido por Bolsonaro de iniciar um embate a nível regional por medidas de enfrentamento do coronavírus, Teich nunciou que entre as preocupações tomadas pela Saúde neste momento de pandemia do coronavírus são a comunicação com os secretários de Saúde de estados e municípios.

“A missão da saúde é tripartite, Ministério da Saúde, do CONASS [Conselho Nacional de Secretários de Saúde], Conasems [Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde] e secretários estaduais. O Ministério da Saúde vê [esse diálogo regional] como algo verdadeiro e essencial, tanto na parte estratégica, quanto de execução”, afirmou, em postura que se difere do centralismo forçado por Bolsonaro na gestão do coronavírus.

Ainda sobre esse trabalho conjunto com os estados e municípios, Teich afirmou que deixou “um plano de trabalho pronto, para auxiliar secretários estaduais, prefeitos e governadores” para o enfrentamento do Covid-19 e para “definir os próximos passos”.

Concluiu a coletiva de imprensa destacando o que considera ser “o mais importante de tudo”: “eu não aceitei o convite pelo cargo, eu aceitei porque eu achava que podia ajudar o Brasil e ajudar as pessoas”, encerrou, sem trazer mais detalhes.

 

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Redação

6 Comentários

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  1. Mostrou que tem vergonha na cara….

    Quem.nao tem vergonha na cara são esses jornalistas que berram contra o rodízio por que querem andar com seu carrinho na rua….a reclamação da escumalha de que o transporte está cheio é ridícula, o transporte público sempre foi cheio, tentem pegar o.metro as seis da tarde ……trem nem se fale….que os jornalixos tentem pegar o ônibus da linha teotônio vilela até o correio as 4 da manhã……lotadissimo……pra dizer a verdade, com.menos carro na rua, uma viagem de 2 /3 horas dura até.menos….bando de canalhas…..

  2. Mais adiante a sua versão chegará. Se o ministro anterior saiu cantando e dançando no meio de uma crise, como que agradecendo aos céus por ter livrado-se da barca furada onde estava, o Teich que logo de cara foi visitar Manaus, viu que ia ser difícil sair coisa que preste no governo insano e irresponsável, brigado com prefeitos e governadores, interessado na cloroquina e no genocídio nas cidades, aldeias, favelas e vilas. Provável que depois de participar de reunião ministerial e ver que o ambiente de hospício é grande, tomou rápida e facilmente a decisão.

  3. A cloroquina derrubou um ministro. Mas será que ela conseguirá derrubar o corona e levantar os infectados?

    Nos EUA, a cloroquina trumpista não impediu que mais de 80 mil pessoas fossem a óbito. Quem sabe, no Brasil a cloroquina consiga

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