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Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta) e a Vitória nas Eleições
por Jorge Alberto Benitz
Como sou incorrigível, contrariei minha promessa de não mais incomodar o Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta) no seu, digamos, descanso lá no outro lado. Fui na central telefônica –Putz! Entreguei minha idade – que liga os dois mundos para tentar de novo um contato via psicografia com ele. Tenho medo que me xingue por estar sendo importuno e tratante porque prometi, mais de uma vez, nunca mais incomoda- lo. https://jornalggn.com.br/cronica/a-fina-flor-de-stanislaw-ponte-preta-por-jorge-alberto-benitz/
É que os tempos exigem saber da douta opinião dele sobre o que passamos este tempo todo com Bolsonaro e de como conseguimos vence-lo nas eleições, a despeito do uso e abuso de todos os meios, especialmente, os não- republicanos. Por isso, me pus a ligar, digo, a estabelecer contato via psicografia com ele. Longo tempo na busca de contato e nada de alguma viv’alma dar retorno. Acho que desta vez não vou conseguir, pensei. De repente, ouço:
– Ei! É você de novo? Não dissestes, na última vez, que nunca mais me incomodaria?
– Desculpas. É que a zorra em que estamos metidos parece que saiu direto do teu Festival de Besteiras que Assola o País. Tudo que passamos rivaliza e até supera nos quesitos palhaçada, burrice, grossura, a realidade do seu tempo que tu tão bem criticou e gozou. Daí me senti obrigado e te consultar mais uma vez. Prometo ser este contato o último mesmo– Antes que ele dissesse algo me acusando de tratante, sai na frente e arrematei – Sei, sou ruim em promessas.
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– Companheiro! – respondeu ele, surpreendentemente, de modo amigável e cortês, Estava preparado para receber uma chinelada – você poderia me dispensar desta. Tem gente boa por aí que está “mandando ver”, denunciando e apontando todo este Festival de Besteiras que está em curso. Eximo-me de apontar nomes porque corro o risco de omitir muita gente boa que está fazendo um bom trabalho na minha área – falou, sem demonstrar irritação, ao contrário, espichou a conversa, comentando:
– Aproveito para dizer que encontrei uma turma por aqui para comemorar a vitória da democracia. Eu, o Barão do Itararé, o Bussunda, o Lamartine Babo, o Vinicius de Moraes, o Tom Jobim, o Cartola, a Beth Carvalho, promovemos até um carnavalzinho. O Arnaldo Jabor aderiu, mas o Merval…..Opa! Este ainda está por aí. Quero dizer, o Paulo Francis ficou fazendo caretas e beicinho assumindo aquele esnobe ar de nojo e não entrou na folia. Aliás, não sei como ele está aqui. Suponho que Deus anistiou- o pelo seu passado – rolou um silêncio. Pensei que ele tinha se escafedido como da outra vez. Até que ele se manifestou de novo:
– Nem sei se devia estar contando estas coisas daqui, mas…..enfim – achei que agora tinha acabado o nosso contato, mas não. Sua fala, digo, sua mensagem psicográfica continuava dizendo:
– Fiz até uma marchinha em forma de quadrinha:
“Nunca cante vitória
Nunca conte com o ovo
Antes de sair da galinha
Antes de consultar o povo”
Assim me despeço. Viva a democracia!”, Tchau!
Desnecessário dizer algo, depois desta linda manifestação que muitos podem achar insolente, zombeteira e mesmo imprópria. Acreditem, minha intenção é apenas agradecer e homenagear nossos ilustres antecessores na luta contra a grossura, a ignorância, a violência. Ilustres antecessores que, mesmo correndo mais riscos que nossa geração, muito fizeram para nossa atual vitória contra a barbárie. Por isso, me vi levado a fazer esta “ligação” com nosso passado recente.
O presente, para quem ainda não se deu conta, tem ligação direta com o passado. O futuro também.
Jorge Alberto Benitz é engenheiro e escritor.
O texto não representa necessariamente a opinião do Jornal GGN. Concorda ou tem ponto de vista diferente? Mande seu artigo para [email protected].
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Por falar em coisas do além, finalmente descobriram, graças a um enfarto, que o Guilherme de Pádua, tinha coração.