Wilson Ferreira
Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.
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Curta da Semana: “The Horribly Slow Murderer With The Extremely Inefficient Weapon”

Por Wilson Ferreira

A colher e a Gota Chinesa

Com  a sessão “Curta da Semana” o Cinegnose vai celebrar a presença do Surreal, do Gnóstico, do Estranho e do Enigmático no universo das produções em curta metragem. Esse gênero de filme vem se tornando verdadeira incubadora de novos diretores e roteiristas, em um tipo de produção que permite liberdade em experimentar novos temas, estéticas, linguagens e efeitos especiais. E como primeiro “Curta da Semana” selecionamos um que tornou-se um fenômeno viral. Uma simples colher pode se transformar em uma arma cruel? Teria o diretor desse curta se inspirado na célebre técnica de tortura da Gota Chinesa? Por que esse curta é um sopro de criatividade numa indústria cinematográfica cujo lobby da indústria de armas quer sempre mostrar novos modelos de revolveres e metralhadoras nos filmes? “The Horribly Slow Murderer With The Extremely Inefficient Weapon” (2008) é o curta da semana sugerido pelo nosso leitor Felipe Resende.

Cansado de assistir filmes como muitas armas, facas, serras elétricas e raios? Mas mesmo assim gosta de filmes de terror ou ação? Pois a solução para esse tédio mortal (desculpem o trocadilho) é conferir o inacreditável curta The Horribly Slow Murderer With The Extremely Inefficient Weapon (“O Assassino Horrivelmente Lento com a Arma Extremamente Ineficiente”) – veja o vídeo abaixo.

O curta é um trailer fake de 10 minutos para um filme que teria supostamente nove horas de duração. É a história de um homem (Jack, um patologista forense interpretado por Paul Clemens) que se encontra com o assassino mais implacável dos últimos tempos, uma estranha entidade do Mal (um “Ginosaji” performado por Brian Rohan) que o persegue golpeando-o seguidamente com uma… colher.

Dessa maneira, com incansáveis colheradas por todas as partes do corpo, o Ginosaji tortura Jack por anos, seguindo-o por todos os cantos do mundo. Nada o detém, tornando uma simples colher, um objeto aparentemente inofensivo, numa arma que lentamente leva Jack ao terror, desespero e loucura.

O curta rodou diversos festivais, mas quando parou no YouTube tornou-se um fenômeno viral, superando 28 milhões de visualizações com um séquito de fãs. Alguns mais ardorosos tatuam em suas peles o Spoonkiller – o Ginosaji da colher assassina.

Agora, o diretor Richard Gale pensa em torna-lo em longa metragem, transformando o curta em um trailer verdadeiro.

A colher e a Gota Chinesa

No curta Jack identifica um ideograma com características orientais no braço do Ginosaji. Voa para a China em busca de respostas e ouve de uma espécie de vidente que aquela entidade continuará perseguindo-o até a morte. E tome mais golpes de colher… “again, again and again”.

Com essa referencia oriental é impossível deixar de associar o Spoonkiller com o método de tortura chamado Gota Chinesa.

As dinastias chinesas da Antiguidade estão entre as mais cruéis da História, em particular o regime totalitário da Dinastia Ch’in há quase 3 mil anos. Entre as diversas táticas de espalhar o terror, suspeitas e antagonismo entre os súditos, a tortura da Gota Chinesa teria sido a mais notória.

 

Wilson Ferreira

Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.

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