Eu Quero é Rosetar – Marchinha censurada que causou até morte
Jorge Veiga – EU QUERO É ROSETAR – Haroldo Lobo e Milton de Oliveira.
Gravação de 1946 – Carnaval de 1947.
Sobre a musica “Eu Quero é Rosetar” gravada por Jorge Veiga:
” Ontem, pela quarta vez desde que foi lançado o samba “Eu quero é Rosetar”, provocou um crime. Na Leiteria Aviz, na rua do Riachuelo, 360 um grupo de rapazes insistiam em cantar a musica imoral, e o gerente da casa, Othoniel de Carvalho, cansou de pedir para que eles parassem em respeito as famílias presentes. Não atendido, ele pegou um furador de gelo e feriu mortalmente um dos jovens, Waldemar José Filho. O Globo 9 janeiro 1947. (Osmar Frazão – via Facebook).
Teve ainda a história de um caminhoneiro de cidade pequena do interior mineiro que desafiou o prefeito que proibira que ele entrasse na cidade com a frase “Eu Quero é Rosetar” pintada no pára choque do seu caminhão. O burgomestre posicionou a polícia na entrada da cidade e o povo se aglomerava aguardando o enfrentamento. Não demorou muito e o caminhão apontou na estrada com uma frase no pára choque. Ao chegar mais perto, no auge da tensão, deu pra ler: “Continuo Querendo”. (Ney Murce – via Facebook).
Marchinha gravada na Continental em 12 de setembro de 1946, com lançamento ainda em dezembro, disco 15751-A, matriz 1601. Rosetar, na acepção campeira, é “usar a roseta”, ou seja, a rodinha dentada da espora para fazer andar a montaria. Só que tem um outro sentido, bem fácil de se adivinhar… Por isso, a censura vetou a marchinha e o disco foi recolhido das lojas. Ainda assim, apesar da pouca divulgação, o rádio tornou a marchinha uma das mais cantadas nessa folia em todo o Brasil. Este registro chegou ao CD graças à Revivendo, que achou um exemplar na coleção do discófilo Roberto Gambardella, de São Paulo, e a relançou no vigésimo volume de sua série carnavalesca, em 2001. No cinema, foi interpretada por Oscarito de forma hilária, no filme “Este mundo é um pandeiro”, da Atlântida (infelizmente perdido em um incêndio), segundo informações do pesquisador Osmar Frazão. Quem acompanha Jorge Veiga é a orquestra Soldados Musicais, de Napoleão Tavares. (Samuel Machado Filho).
EU QUERO É ROSETAR
Por um carinho seu minha cabrocha
Eu vou a pé ao irajá (bis)
Que me importa que a mula manque
Eu quero é rosetar
Faço qualquer negócio
Com você cabrocha
Tanto faz ser lá no rocha
Ou jacarepaguá
Pode até a mula mancar que eu vou a pé pra lá.
Que me importa que a mula manque
Eu quero é rosetar.
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Bem, imagine só que, hoje em
Bem, imagine só que, hoje em dia, canções e seus intérpretes são muito mais apelativos textual e visualmente!
Como protetora de animais, eu vetaria essa marchinha, sim! “(…)Que me importa que a mula manque/Eu quero é rosetar!”
E Fico só imaginando quantos óbitos aconteceriam com o teor das músicas do tal Michel Teló…
Mas quando foi mesmo que “perdemos” o puritanismo?
Regina!
O coitado foi pra casa a pé e tu ainda queres censurar a música… Deixa dilso, que é ilso?
Abração do luciano
Mula manca
Não perdemos…
uso mt essa frase qdo estou
uso mt essa frase qdo estou discutindo com fãs do federer q ultimamente vivem torcendo p qqer um q impeça nadal de alcançar a marca do suiço. hj, por exempo, ao vibrarem com a vitória de wawrinka na final do austrália open, eles comemoram cantando essa canção: O q importa q a mula manque o que eu quero é rosetar.
Caro Pereira!
Essa expressão é usadíssima aqui no Ceará, porém sempre no sentido de divertir-se, esbaldar-se, etc.
Muito obrigado por comentar.
Abraço do luciano
Prezado Nassif
Vejacomo uma
Prezado Nassif
Vejacomo uma manifestação cultural “uma música” carrega tantas informações sociológicas e históricas !, especialmente aquelas de cunho raciais ….
Vejamos :
1-
Faço qualquer negócio
Com você “cabrocha”
2- E você sabe que e expressão “mula”, significa “pela retagurada” das cabrochas (dog style!) .
3-O problema é que devido as baixas condições higiênicas das “cabrochas” do RIO DE JANEIRO (…. Eu vou a pé ao irajá (bis)…..”)-;à época , e observando que sem os preservativos ,”vaza” e muitos cariocas da gema (Athos?)foram concebidos desta maneira inesperada!.(…Tome que o filho é seu!, Tome que Deus lhe deu ….)
Muito obrigado!
Caro lclbotelho!
Interessante seu comentário. Fico muito alegre quando há uma interação entre os blogueiros.
Abraço do luciano
Cair na folia
Rosetar é divertir-se com o sexo oposto.
No entanto, a origem da expressão vem do interior, onde os adolescentes, sem oportunidades de aventuras sexuais, faziam sexo com animais (com éguas e mulas, principalmente).
De tanto rosetar com os meninos, a mula chamada Dalva, já estava até manca (Recordações da Minha Infância).
Daí, veio a origem da frase ‘que me importa que a mula manque, o que eu quero é rosetar’, explica Rubião Pedrosa, no seu elogiado livro.
Atente bem, Senador Luciano Mão Santa: ”quando um burro fala, o outro abaixa a cabeça’.
Fui!
Continuo querendo…
expressões cavalares
‘do tempo do onça’
‘Quando um burro fala, o outro murcha as orelhas’
‘a cavalo dado não se olham os dentes’
para finalizar e ir
‘tirando o cavalinho da chuva’
Como eram mais sutis as picardias de antigamente…
Exigiam a imaginaçao, nao expunham as coisas cruamente. Muito mais interessante, até no sentido da sensualidade envolvida.
Abraço, amiga Analu!
Seus comentários são sempre lúcidos, como Lúcida é quem os escreve!
Abraço do luciano
Obrigada, Luciano, vc é que é sempre tao gentil.
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Ruy Barbosa ?
“Pouco se me dá que claudique a azêmola, o que me apraz é acicutá-la”
Aqui em Fortaleza-ce, eu e
Aqui em Fortaleza-ce, eu e minha prima Selma criamos um Bloco de carnaval , em janeiro de 2011 com título homônimo à referida música de Haroldo Lobo. Felizmente, a aceitação tem sido unânime, contrariando Nélson Rodrigues…(“toda unanimidade é burra”). Fundamos o bloco em homenagem a um já existence aqui nas terras alencarinas, o “Prova de Fogo, primeiro bloco as ser fundado em nossa cidade, pelo meu avô, escritor Otacílio Anselmo e Silva, autor do livro “Padre Cícero, Mito & Realidade”. Nossa intenção maior é a de preservar e difundir a cultura e os velhos carnavais , homenageando autores e intérpretes de antigas marchinhas e frevos.
Eu Quero é Rosetar
Aqui em Fortaleza-Ce , mais precisamente em janeiro de 2011, eu e minha prima Selma Vieira criamos um bloco homônimo à música de Haroldo Lobo. A aceitação foi unânime, contrariando Nélson Rodrigues(“toda unanimidade é burra”). Fundamos o bloco em homenagem ao meu avô , escritor Otacílio Anselmo e Silva, autor do livro “Padre Cícero, Mito & Realidade” e fundador do primeiro bloco de carnaval de nossa referida cidade, o bloco “Prova de Fogo”. Nossa intenção maior é de difundir e preservar os antigos carnavais, homenageando os autores e intérpretes das marchinhas e frevos dos velhos carnavais.
Geração Cristal
É o que eu sempre digo, o mundo está muito chato porque as informações se espalham feito rastilho de pólvora, mas ao fim e ao cabo, nada mudou… Matar alguém por causa de uma marchinha de carnaval é o fim da picada…
“Não quero nem saber se a mula manca , eu quero rosetar” na minha cidade significa : hoje vou sair e não me importo ou importa se a mulher/homem é feio ou bangelo ou careca ou velho(a) eu vou pegar todos(a)