Novo livro faz revelações sobre facada de 2018 e explica a ascensão do bolsonarismo

Victor Farinelli
Victor Farinelli é jornalista residente no Chile, corinthiano e pai de um adolescente, já escreveu para meios como Opera Mundi, Carta Capital, Brasil de Fato e Revista Fórum, além do Jornal GGN
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Em “O Ovo da Serpente”, jornalista Consuelo Dieguez analisa como a extrema direita começou a ganhar espaço a partir de junho de 2013

Foto: Reprodução

Como o bolsonarismo passou a ser a corrente hegemônica dentro da direita brasileira? A jornalista Consuelo Dieguez acaba de lançar um novo livro, chamado “O Ovo da Serpente – Nova Direita e Bolsonarismo: Seus Bastidores, Personagens e a Chegada ao Poder”, que promete responde essa pergunta e trazer também revelações importantes sobre esse processo.

Segundo Dieguez, o livro é fruto de um trabalho de observação de como os setores de direita no Brasil foram se transformando a partir de junho de 2013, em um processo que se consolidou com a eleição de Bolsonaro, cinco anos depois.

“Fiquei impressionada como ele (Jair Bolsonaro) arrebatava uma multidão apaixonada, que fazia questão de se dizer de direita. Que dizia ter orgulho de ser de direita. O que não ouvíamos no país desde o fim da ditadura (…) ficou claro para mim que era um movimento caudaloso e que vinha para ficar”.

“O Ovo da Serpente também conta como o bolsonarismo conseguiu reunir uma base de apoio que inclui militares, lideranças evangélicas, ruralistas e uma parte importante do empresariado.

A jornalista também afirma que “o livro se propõe não a atacar essa nova direita, mas a entendê-la. Quanto mais entendermos, mais fácil será lidar com esses grupos e, de alguma forma, conter o fanatismo”.

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Facada

O livro de Dieguez também traz novos detalhes sobre o ocorrido no dia 7 de setembro de 2018 em Juiz de Fora (MG), quando o então candidato presidencial Jair Bolsonaro sofreu uma facada proferida por Adélio Bispo de Oliveira.

Segundo a obra, logo após a facada, o autor do crime teria sido levado a prédio comercial da cidade mineira, onde foi espancado durante vários minutos por um grupo de policiais federais. A jornalista também conta que Adélio não chorou nem gritou enquanto sofria as agressões.

Também segundo o livro, o tenente-coronel Marco Antônio Rodrigues de Oliveira, então comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar de Minas Gerais, foi quem interrompeu a surra a Adélio, para logo interrogá-lo – nesse primeiro depoimento, o comandante fez o primeiro relato oficial apontando que o criminoso tinha problemas mentais.

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