Luciano Hortencio
Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.
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Formiga que quer se perder cria asas, já dizia Ary Cordovil

Ary Cordovil, nome artístico de Nicanor de Paulo Ribeiro Filho, é um dos nossos excelentes artistas, hoje esquecido pela poeira do tempo e descaso dos responsáveis pela divulgação de nossa música no rádio e televisão.

Como sempre faço, a fim de dar uma visão geral da arte produzida pelo enfocado no Post, anexo verbete do Dicionário Cravo Albin Música Popular Brasileira. Trago ainda imagens e vídeos com interpretações de Ary cordovil, para que possamos relembrá-lo, como ele bem o merece.

Ary Cordovil, dados artísticos

Começou a carreira artística apresentando-se em circos e gafieiras. Teve a primeira composição gravada em 1944, o samba “Olha ela aí, Valdemar”, parceria com Gil Lima, lançado por Aracy de Almeida pela Odeon. Por essa época, começou a se apresentar em programas de calouros na Rádio Transmissora. Em 1946, gravou na Continental os sambas “O Chico da cuíca”, de Elpídio Viana e Arnô Canegal, e “O requebrado da cabrocha”, de Elpídio Viana e Valdemar Fernandes, com acompanhamento de Benedito Lacerda e seu conjunto regional. No mesmo ano, gravou em dueto com Jorge Veiga o samba “Fui um louco”, de Haroldo Lobo e Mílton de Oliveira, que fez bastante sucesso e a marcha “O expresso não parou”, de sua parceria com Isidoro de Freitas, pela Continental, também com acompanhamento de Benedito Lacerda e seu conjunto regional. 


Em 1949, começou a trabalhar na Rádio Mayrink Veiga, onde permaneceu por dois anos. Em 1950, passou a integrar o Conjunto Pereira Filho no qual permaneceu por oito anos. Em 1951, gravou no pequeno selo Carnaval o samba “Eu quero é sambar”, de Marino Pinto e Humberto de Carvalho, e o “Baião da rosa”, de sua autoria e Gerêncio Cardoso. Em 1953, compôs com Buci Moreira o samba “Porque é que você chora?”, gravado por Aracy de Almeida na Continental. Em 1954, fez uma excursão à Argentina e teve seu samba “Vergonha”, parceria com Fernando Lobo gravado por Linda Batista. No mesmo ano, Alcides Gerardi gravou o samba “Ninguém tem dó, parceria com Arnô Canegal e Ivo Santos na Odeon. Em 1955, seu samba “Calo na mão , com Fernando Lobo e Arnô Canegal foi gravado por Linda Batista na RCA Victor. No mesmo ano, Dircinha Batista lançou na mesma gravadora o samba “Grande amor”, com os mesmos parceiros. 

Em 1956, compôs com Haroldo Lobo o samba “Velho Estácio”, gravado na Continental por Gilberto Milfont. No mesmo ano, gravou na Todamérica os sambas “Formiga”, de Raimundo Olavo e Sebastião Nunes, e “Tava gostoso”, de Alberto Jesus e Sebastião Nunes. No ano seguinte passou a se apresentar em programas televisivos e e gravou as marchas “Casadinho mora junto”, de Antônio Almeida e Sebastião Nunes e “Quem perdeu foi ela”, de Otolindo Lopes, Arnô Provenzano e Fausto Guimarães. No mesmo ano, gravou o samba “Palavras malditas”, de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito. Em 1958, gravou os sambas “Chega”, de Osvaldo dos Santos e Salvador Miceli e “Giro pelo norte”, de Monsueto Menezes. Em 1959, gravou dois discos pela Sinter com os sambas “Cabeça é pra pensar”, de Raimundo Olavo e Átila Nunes, “Blusa roxa”, de Haroldo Lobo e Rubens Machado, “Piston de gafieira”, de Billy Blanco, e “Alegria de pobre”, de Armando Peçanha e Miguel Alves. No mesmo ano, também pela Sinter, gravou o LP “Ari Cordovil no baile da gafieira”.

Em 1960, gravou os sambas “É melhor refletir”, de Valdemar Gomes e “Quem viu Maria?”, de Antônio Domingues. No mesmo ano, foi para a Philips e gravou os sambas “Pois sim”, de sua parceria com Sidney Más, “Saudade intrusa”, de Vadico, e “Terminemos aqui”, de Benil Santos e Raul Sampaio. No ano seguinte, gravou “É malvada”, samba de sua autoria com Haroldo Lobo e Henrique de Almeida. Em 1962, transferiu-se para a Continental e lançou os sambas “O que ela me fez”, de Jota Júnior e Oldemar magalhães e “Seu Gregório”, de Alberto Ribeiro. Em 1963, na CBS, gravou “Zé da Conceição”, de João Roberto Kelly e “Balança, balança”, de Roberto Martins e Arlindo Veloso. No mesmo ano, gravou do iniciante compositor Bezerra da Silva o samba “Conselho do papai”. Lançou também seu grande sucesso: a marchinha de carnaval “Pistoleira”, parceria com Haroldo Lobo e Mílton de Oliveira, pela CBS.

Em 1966, lançou o samba “Tristeza”, de Haroldo Lobo e Niltinho: “Tristeza/ Por favor vai embora/ minha alma que chora/ está vendo o meu fim…” pela CBS, música por sinal que obteve repercussão no mundo inteiro. No ano seguinte gravou “Maria Bonita”, música composta por Volta Seca, do grupo de Lampião, também pela CBS. Ainda em 1967 lançou o LP “Ari Cordovil em ritmo contagiante” pela CBS, lançado nos EUA, por iniciativa de um diretor americano da gravadora, com o título “The sound of Ari Cordovil”. Gravou mais de 20 discos entre as gravadoras Continental, Todamérica, Sinter, Philips, Carnaval, Albatrz e CBS em 78 rpm e alguns LPs. Em 2000, a Inter Records lançou o CD “O samba é assim com Ari Cordovil”, com, entre outras, “Indiferença”, de Gil Lima e Miguel Lima, “Giro pelo norte”, de Monsueto Menezes, “Engano”, de Zé do violão e Plínio Gesta e “Dança alucinante”, de Hélio Nascimento e Gil Lima.

 

Luciano Hortencio

Música e literatura fazem parte do meu dia a dia.

3 Comentários

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  1. Ary Cordovil

    Luis Nassif,

     

    Meu nome é Rosângela de Paula Ribeiro Terreri , sou filha do cantor e compositor Ary Cordovil. Moro no Rio de Janeiro.

    Gostaria de agradecer a homenagem que você fez ao meu pai. Admirava muito ele como compositor e cantor. Meu pai se estivesse vivo no dia 5 de maio, completaria 91 anos. Tenho certeza que ele também ficaria feliz pela sua homenagem.

    Agradeço de coração sua homenagem .

     

    abs, 

     

    Rosangela Terreri

  2. Ary Cordovil

    Luis Nassif,

     

    Meu nome é Rosângela de Paula Ribeiro Terreri , sou filha do cantor e compositor Ary Cordovil. Moro no Rio de Janeiro.

    Gostaria de agradecer a homenagem que você fez ao meu pai. Admirava muito ele como compositor e cantor. Meu pai se estivesse vivo no dia 5 de maio, completaria 91 anos. Tenho certeza que ele também ficaria feliz pela sua homenagem.

    Agradeço de coração sua homenagem .

     

    abs, 

     

    Rosangela Terreri

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