Wilson Ferreira
Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.
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Por que celebramos a velocidade?, por Wilson Ferreira

“Quicklube”, “Quick Cash”, “American Express”, “Federal Express”, “Mach 3”, “Slimfast”, “Speedo”, “Speed Dial”, “Crédito Rápido”. “Entregamos em 20 minutos ou você não precisa pagar por ele”. “Você precisa agir AGORA!”. “Corra! Restam alguns dias. Acabarão muito em breve!” Ser veloz é moralmente bom, como diariamente nos dizem as mensagens publicitárias. Se a velocidade tornou-se uma força psicológica que afeta nossas relações com o mundo, como uma sociedade pode pretender humanizar o trânsito e a vida urbana se ela mesma promove a celebração da velocidade e da aceleração? Através dessa celebração da velocidade e da glamorização da lei do menor esforço, a obsessão pelo “maior é melhor” é substituída pela compulsão do “mais rápido é melhor“. Situações velozes se tornam significantes naturais do desejo, superioridade e eficiência, enquanto a lentidão é sinônimo de frustração e impotência. 

Onde Guy Debord via a “sociedade do espetáculo”, Paul Virilio (urbanista e pensador francês) via uma “sociedade da velocidade”. Nesta abordagem, velocidade é um meio ambiente e uma força sócio-psicológica que transformam o que fazemos, como o fazemos, como nós pensamos e sentimos e, assim, como nos tornamos.

Os estados velozes se tornam o significante do desejo, capacidade, superioridade, eficiência, energia libidinal, performance e inteligência. Ao contrário, lentidão torna-se o significante da frustração, falta, inferioridade, deficiência, impotência, fraqueza, ou ainda – pensando em termos infantis – retardamento mental.

Velocidade se torna um novo imperativo cultural, disciplina, forma de dependência e submissão. Virilio também vê a velocidade como uma força psicológica e social ou uma pressão que altera a visão de mundo, desorienta-nos, deixa-nos num estado de concussão mental e promove uma profunda crise que afeta nossas relações com o mundo, sociedade e democracia. Para ele, a natureza não é apenas destruída por uma poluição química ou térmica mas também por uma poluição dromosférica – uma invisível poluição através da velocidade (veja VIRILIO, Paul. “Velocidade e Política”).

Velocidade cria um “gueto temporal”

Glamorização e erotização
transformam a velocidade
num imperativo psicológico

Para o geógrafo britânico David Harvey, o efeito primário dessa aceleração geral é notado na nova ênfase nos valores e virtudes da instantaneidade (instantâneos e fast-foods, refeições e outras satisfações) e da descartabilidade (sociedade do desperdício). Isso significa muito mais do que jogar fora bens produzidos (criando um monumental problema da coleta de lixo), mas também significa a criação de valores descartáveis, estilos de vida, relações estáveis e associações com coisas, construções, lugares, pessoas e maneiras aceitas de fazer e ser. Indivíduos são forçados a lidar com descartabilidade, novidade e possibilidades com obsolescência instantânea … isso implica em profundas mudanças na psicologia humana.

Com o incremento da velocidade de locomoção, temos cada vez menos espaço para mover-nos; com a aceleração da velocidade da informação e telepresença, temos menos distância mental-emocional – menos tempo para refletir, menos atraso entre interpelação, interpretação, seleção e consumo. Assim como telefones substituem cartas e contatos face-a-face, telas de computadores substituem livros, imagem suplanta a linguagem e notícias substituem a História.

Como um anúncio comercial da TV Fox News clamava há algum tempo atrás: “Se às 10 horas é notícia, às 11 horas foi História” (com uma entonação estressada na palavra “História”).

Sob o regime da velocidade, o “Grande Confinamento” ao qual Foulcault se referia não mais tem a ver com práticas coercitivas de controle e constrangimento individual  por trás de muros de tijolos das instituições totais. Particularmente, a velocidade acelerada da vida cotidiana termina por nos confinar naquilo que Rifkin chamava de “gueto temporal” – um espaço físico, social e mental que se torna progressivamente estreito nos termos de seus limites espaciais, imediatista em termos de suas necessidades temporais e exaustivo em termos da energia emocional e mental que exige. (veja RFKIN, J. Time wars: The primary conflict in human history. New York: Henry and Holt, 1987).

Sob estas condições de aceleração, a grande recusa, o grande NÃO, foi derrotada pelo grande AGORA! Cada desejo e urgência devem ser preenchidos imediatamente pelo tempo real e limitações espaciais se tornam cada vez mais tomadas como experiências sem sentido e intoleráveis. Como um slogan comercial produzido por uma empresa de telecomunicações norte-americana chamada Sprint (o nome da companhia já é significativo) coloca: “Esteja lá agora! – mas é especialmente difícil de distinguir se este slogan é uma promessa ou uma ordem.

Mais rápido é melhor

Anúncios de Cereais: 
a velocidade como o
significante da saúde e energia

A constante exposição e celebração da velocidade na mídia de massa, a constante associação da velocidade com a variedade de mercadorias promove o desejo por estas mercadorias enquanto, ao mesmo tempo, celebra e normatiza a velocidade.

Por exemplo, cereais matinais não têm nenhuma ligação com velocidade, mas quando comerciais repetidamente justapõem imagens de cereais com imagens de crianças alegremente correndo em volta da cozinha, uma conexão é criada entre esses significantes: cereais, alegria e velocidade. Tal relação, simultaneamente, salienta e normaliza a inter-relação e desejo.

Quando contabilizamos o número de comerciais que desenvolvem a mesma estratégia e relacionam velocidade com uma infinita ordem de mercadorias (de laxantes a lipoaspirações), o desejo por velocidade se torna crível, evidente por si mesmo, reestruturando nosso senso comum. Simultaneamente, essas mercadorias e práticas derivadas tornam-se veículos de certos significados sobre a velocidade, certas expectativas e certos critérios através dos quais avaliamos a nós mesmos e aos outros. Através de penetrantes imagens de diversão, aventura, lazer, performance e prazer a velocidade se insinua como necessária para a vida cotidiana.

Em um grande número de comerciais parece que a obsessão fálica pelo “maior é melhor” é progressivamente substituída pela compulsão do “mais rápido é melhor”. No mundo dos comerciais televisivos, muito mais do que tamanho, velocidade é agora representada como a fonte essencial de prazer e a vida cotidiana passa a ser orquestrada pela lógica da velocidade como algo inerentemente satisfatória, poderosa e irresistível – no sentido de ser sedutora e ao mesmo tempo de ser impossível opor qualquer resistência contra ela.

Nesta terra de fantasias prazerosas, nunca há filas nos caixas de supermercados, carros disparam ao longo de auto-estradas vazias produzindo instantes de liberdade, olhares ansiosos de uma mãe transformam vegetais crus em deliciosas refeições, cabelos crescem e avolumam-se sob olhares atentos, uma mancha de ketchup numa camisa favorita se decompõe imediatamente com uma gota de detergente, limo nos azulejos do banheiro se liquefazem e desaparecem com apenas um spray, pastas de dentes embranquecem o amarelado dos dentes num contato, todo medicamento cura instantaneamente, um novo eu totalmente novo está a uma distância de uma simples ligação telefônica.

Velocidade e Acidente

“Não há ganho sem correspondente perda. Inventar a substância é inventar o acidente”, declarava profeticamente Paul Virilio em relação ao progresso tecnológico. Sob o pretexto da lei do menor esforço (princípio da conservação da energia do corpo humano dado como natural e sem nenhum questionamento) a motorização e aceleração dos transportes e a correspondente revolução urbana (highways e avenidas organizadas em marginais e perimetrais) criam a velocidade e a aceleração como um imperativo psicológico e cultural. Mas também, produzem o acidente: atropelamentos, acidentes automobilísticos, deterioração urbana e poluição visual e atmosférica.

Cada avanço tecnológico cria 
o seu próprio acidente

Assim como o acidente (poluição radiotiva e destruição em larga escala) inviabilizou a aplicação militar da bomba atômica e os cientistas combateram essa verdade através de exercícios imaginários de jogos de guerra de “somatória zero”, da mesma forma por meio da mobilização midiático-publicitária os acidentes do imperativo da velocidade e da aceleração são mitigados através dos seguintes exercícios imaginários:

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Wilson Ferreira

Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.

12 Comentários

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  1. Prezado Nassif
    O grande

    Prezado Nassif

    O grande leviatã da Economia Moderna e Americana  de consumo em massa  😮 tempo dos trabalhadores assalariados é muito dinheiro para os investidores . O importante é trabalhar e consumir sem nenhum equilíbrio  com a felicidade pessoal .Lavagem cerebral que vem desde o esforço de guerra dos USA , que passaram a utilizar (Escravizar ?) em massa a mão de obra “Ociosa” das Dona de Casa Americanas !. Agora escravas até das food vending machines ou fast food !. Mas o tempo  para cuidar da família ……E todos sabemos  da vocação natural das American  House Wifes, mesmo com Colleges degrees  , para o trabalho em tempo parcial durante o período em que os filhos são crianças  e the “Raising correctly  the Family towards to full citzenships  (not future obssesive consumers!) ” , mas do que as Mulheres  dos ex- regimes comunistas.

     

  2. Pergunta lenta, parada, lerda e sem rapidez de retorno.

    O texto, ao que me parece, tem uma forte influência no escritor J G Ballard (Crash?). Isso procede de certa forma ou é apenas suposição minha?

     

    “Cada avanço tecnológico cria 
    o seu próprio acidente”

    Essa frase do filósofo Paul Virilio me fez lembrar e muito as ideias referentes ao escritor Ballard.

    1. Gil,

      Desculpe, mas a segunda foto é retirada do filme “Contra o Tempo”. As várias auto-estradas com tráfico parado, foi feita em computador.

  3. Elogio da lentidão

    Elogio da lentidão

    Milton Santos

    O mundo de hoje parece existir sob o signo da velocidade. O triunfo da técnica, a onipresença da competitividade, o deslumbramento da instantaneidade na transmissão e recepção de palavras, sons e imagens e a própria esperança de atingir outros mundos contribuem, juntos, para que a idéia de velocidade esteja presente em todos os espíritos e a sua utilização constitua uma espécie de tentação permanente. Ser atual ou eficaz, dentro dos parâmetros reinantes, conduz a considerar a velocidade como uma necessidade e a pressa como uma virtude. Quanto aos demais não incluídos, é como se apenas fossem arrastados a participar incompletamente da produção da história. 
    Sem dúvida, a maioria das pessoas, das empresas e das instituições não se utiliza das velocidades exponenciais tecnicamente possíveis e muitos continuam a sobreviver na lentidão, mas isso não impede que o ideário dominante, em todos os arcanos da vida social, sugira uma existência com ritmos cada vez mais acelerados. Paralelamente, aquela questão do “fixo tecnológico”, fulcro de tantas discussões teóricas nos anos 60 e 70, retoma atualidade. 
    Dizia-se que a entrada de um país na linhagem das nações desenvolvidas dependia da aceitação de condições tecnológicas então consideradas modernas, sem as quais a presença atuante no plano internacional seria impossível. Mas havia, também, os que discutiam e recusavam essa premissa, afirmando que tecnologias intermediárias seriam capazes de dar conta, satisfatoriamente, do processo de crescimento de um determinado país. Era um tempo diferente do atual e no qual o debate civilizatório impedia o triunfo do pensamento único. 

    Fuga para a frente Hoje, graças às novas realidades da presente globalização, aquela tese do “technological fix” se robusteceu e se impõe com muito mais força, já que a batalha encarniçada entre os agentes dominantes da economia os leva à busca desesperada de tecnologias “up-to-date”, por sua vez necessitadas de adaptação urgente -técnica ou organizacional- cada vez que uma nova conquista científica é obtida.
    A necessidade, sempre presente, de competir por um mercado que é uma permanente fuga para a frente conduz a essa espécie de endeusamento da técnica, autorizando os agentes vitoriosos a manter sua posição de superioridade sobre os demais. Na medida em que as grandes empresas transnacionais ganharam dimensões planetárias, a tecnologia se tornou um credo generalizado, assim como a velocidade. Ambas passam a fazer parte do catecismo da nova fé.
    Todos acabam aceitando como verdade essa premissa. Ser ultramoderno impõe-se como uma ilusão generalizada, e o tempo desejado é o tempo da nova técnica. Seu ideário se alimenta de uma construção ideologia elaborada de forma sistêmica, mas que é apenas diretamente funcional para um pequeno número de atores privilegiados. De fato, somente algumas pessoas, firmas e instituições são altamente velozes. O resto da humanidade, em todos os países, vive e produz de uma outra maneira.
    Essa velocidade exacerbada, própria a uma minoria, não tem e nem busca sentido. Serve à competitividade desabrida, coisa que ninguém sabe para o que realmente serve, de um ponto de vista moral ou social. Fruto das necessidades empresariais de apenas um punhado de firmas, tal velocidade põe-se a serviço da política de tais empresas. E estas arrastam a política dos Estados e das instituições supranacionais. E aí se situa a matriz de um grave equívoco. Porque, vista historicamente, a técnica não é um absoluto.
    Aliás, em seu estado absoluto, a técnica jamais foi realizada. Todas as vezes em que deixa de ser um capítulo da ciência para transformar-se em história, ela se relativiza. Por isso, a velocidade hegemônica atual, do mesmo modo que aquelas que a precederam -e tudo o que vem com ela e que dela decorre- é apreciável, mas não imprescindível. Não é certo que haja um imperativo técnico, o imperativo é político. A velocidade utilizada é um dado da política, e não da técnica.
    Daí a emergência possível de uma pergunta de ordem prática: será mesmo impossível limitar a velocidade dos mais velozes, isto é, dos mais fortes? Ou, em todo caso, poderíamos limitar essa força dos mais fortes?
    No passado, a ordem mundial pôde, em diversos momentos da história, construir-se mediante a não-obediência aos ditames da técnica mais moderna.
    Os cem anos que se confundem com o século do imperialismo abrigaram grandes conjuntos políticos territoriais vivendo e convivendo segundo “idades” técnicas diversas, ou melhor, segundo combinações desiguais dos avanços técnicos possíveis. O Império Britânico estava à frente quanto à posse e ao uso das tecnologias então mais modernas, e os outros impérios vinham na rabeira, depois e depois. Mas isso não os impedia de conviver. O exercício da política permitia enfrentar os conflitos internos e sugerir, cada vez, novas formas de equilíbrio.
    Aliás, de um ponto de vista internacional, o que se passa dentro de cada império parece se espelhar em relação ao que se verificava externamente. A política comercial aplicada no interior desses grandes conjuntos territoriais, fragmentados e espalhados em diversos continentes, é que acabava permitindo a possibilidade de sua harmonização, malgrado suas diferenças de poder, dentro do conjunto do mundo ocidental (1). O notável é que o balanço desses cem anos que precedem a atual fase de globalização permite, apesar das guerras que os marcaram, reconhecer, junto aos inegáveis progressos técnicos e ganhos econômicos, a manifestação também de progressos políticos e éticos, com a ampliação da idéia de humanidade solidária e de sociedade nacional solidária, mediante a conquista e a busca de aperfeiçoamento de um estatuto político eficaz na construção de uma vida social civilizada, nos planos nacional e internacional. 

    Casa coletiva O progresso técnico não constituía obstáculo ao progresso moral, quando havia, paralelamente, progressos políticos. Assim, o problema fundamental é o de retomar o curso dessa história, recolocando o homem em seu lugar central no planeta. Uma das condições para alcançá-lo parece ser o reconhecimento da realidade dos territórios tal como sempre foram utilizados pela população como um todo.
    São usos múltiplos marcados por diferentes velocidades e pela utilização de técnicas as mais diversas, maneira de deixar que o território nacional constitua uma verdadeira casa coletiva, um abrigo para todos, empresas, instituições e homens. Somente dessa forma, soluções de convivência plenas ou sequiosas de humanidade são possíveis.
    Não se trata de pregar o desconhecimento da modernidade -ou uma forma de regresso ao passado-, mas de encontrar as combinações que, segundo as circunstâncias próprias a cada povo, a cada região, a cada lugar, permitam a construção do bem-estar coletivo. É possível dispor da maior velocidade tecnicamente possível no momento e não utilizá-la. É possível fruir da modernidade nova, atual, sem ser obrigatoriamente o mais veloz.
    Numa situação em que se combinam técnicas e tempos e velocidades diferentes, sem que um deles obrigatoriamente arraste os demais, se impõem forçosamente soluções políticas que não passem obrigatoriamente pela economia e suas conhecidas paixões inferiores.
    A velocidade não apenas se define a partir do tempo utilizado para superar as distâncias. A questão é a de encontrar, para a palavra velocidade, equivalentes na prática social e política.
    Acreditamos que a noção de cidadania se possa prestar à discussão aqui proposta, desde que a consideremos em sua tríplice significação: cidadania social, econômica e política. Quanto mais se afirmam essas diversas vertentes da cidadania, maior é a garantia de que a “velocidade” pode ser limitada, ao mesmo tempo em que os benefícios da modernidade encontram a possibilidade de uma difusão democrática. Será dessa forma que, num primeiro momento, serão reforçadas as individualidades fortes, provocando a necessidade de uma informação veraz, criando limites à propaganda invasora e enganosa, tudo isso se dando paralelamente a uma renovação do papel do Estado nacional.
    Será, também, por meio desse processo que o mercado interno será revigorado e os mercados comuns entre países serão horizontalizados, abrindo caminho para que o dinheiro regresse à sua condição histórica de equivalente universal e abandone a sua função atual de regedor exclusivo e despótico das relações econômicas. Pelas mesmas razões, aquilo a que chamamos de “informalidade da economia” melhor cumprirá suas funções econômica, social e política sem a necessidade de formalizações alienantes e fortalecendo o papel da cultura localmente constituída como um cimento social indispensável a que cada comunidade imponha sua própria identidade e faça valer, a um ritmo próprio, o seu sentido mais profundo.
    Será um mundo no qual os que desejarem ter pressa poderão fazê-lo livremente e no qual os que não são apressados serão fortalecidos, de modo a poder pensar na reconstrução da paz mundial e na luta por uma convivência social digna e humana dentro de cada país.

    Nota
    1. Milton Santos, “A Natureza do Espaço” (ed. Hucitec), págs. 36, 37 e 152, 153.

  4. Excelente, Nassif,
    A pressa é

    Excelente, Nassif,

    A pressa é basicamente a causa de quase todos os problemas atuais. Pela pressa, produzimos lixo em uma escala maior do que a natureza consegue reciclar. Podemos até aumentar a nossa velocidade, mas a da Natureza permanece a mesma que sempre foi, desde bilhões de anos atrás. Neste descompasso entre a nossa velocidade de destruição, e a velocidade de recuperação da natureza, a cada dia temos menos florestas, mais espécies extintas, masi CO² no ar a cada dia que passa. Mais lixo nos mares e em terra, com lixões sem espaço. É o “progresso”, como dizem os adeptos do crescimento a qualquer custo, e sem o menor planejamento.

    Pela pressa, não refletimos nos relacionamentos entre os da nossa própria espécie. Não é a toa que os Grandes Mestres do passado iam para o deserto meditar e buscar as respostas no silêncio e na tranquilidade.

    A pressa nos dá uma falsa ilusão de poder, Mas a verdade é que a pressa é a maior inimiga da perfeição.

  5. comentário rápido rasteiro ligeiro sem tempo de se perder…

    muito instigante o apanhado rápido rasteiro ligeiro sobre velocidade comportamento id estilo de vida

    porquê o quê desta vida besta no modo velocidade deve ser investigado no way of life by américa

    “o ser americano vencedor” é análise combinátoria algo/rítmica da religião capitalismo frio vastidão

    cientista epistemológico educador jean piaget, nas conferências americanas, já se preparava para

    viés pertinente, inevitável indefectível inexorável, essencial/seminal: a grande pergunta americana:

    – como faço para acelerar e avançar mais rápido o crescimento desenvolvimento dos meus filhos?

     

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