A Confederação internacional de ONGs, Oxfam, alertou que os ataques indiscriminados de Israel na Faixa de Gaza, em decorrência da guerra contra o Hamas, “sobrecarregou o sistema humanitário internacional”, informou o The Guardian, nesta quinta-feira (7).
Segundo a entidade, os bombardeios no sul de Gaza está causando sofrimento civil “numa escala que torna impossível qualquer resposta humanitária em todo o enclave” palestino.
Hoje, um levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU) apontou 1,87 milhões de pessoas – mais de 80% da população de Gaza – foram expulsas das suas casas desde o início do conflito, em 7 de outubro. A maioria dessas estão amontoadas no sul do território, seguindo as próprias orientações de Israel dadas no início da guerra.
A situação no sul se tornou ainda mais catastrófica após cessar-fogo do conflito de uma semana, intermediado pelo Catar, quando as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) intensificaram seus ataques aéreos e terrestres na região.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, ao menos 350 palestinos foram mortos e 1.900 feridos só nas últimas 24 horas. O total acumulado é de 17.177 mortes e 46 mil feridos em dois meses.
A Oxfam alertou que a ajuda humanitária que Israel permite que chegue em Gaza é insuficiente e os suprimentos não podem ser distribuídos com segurança aos civis palestinos, que além de lutar contra o fogo, sofrem com a falta de água potável, alimentos e energia.
Segundo a entidade, neste limbo, a única ajuda viável e que realmente importa é um cessar-fogo definitivo. Leia a íntegra da declaração:
“Os nossos líderes políticos não estão conseguindo – devido a uma fraqueza abjeta – acordar um cessar-fogo, que é a única ação humanitária possível e realmente importa agora.
O caos sistêmico e militarizado sobrecarregou o sistema humanitário internacional. Agora, os nossos governos não têm sequer a cortina de fumaça do humanitarismo para se esconderem, enquanto Israel leva a cabo a sua campanha de punição coletiva.
As chamadas zonas seguras de Israel dentro de Gaza são uma miragem: desprotegidas, não acordadas ou confiáveis, não supervisionadas inacessíveis. Tememos que massas de pessoas aterrorizadas sejam forçadas a sair de Gaza sob o pretexto de “segurança”. Isto forçaria o sistema humanitário a uma escolha impossível entre ajudar os civis ou ser cúmplice na deportação forçada.
A terrível ironia é que esta destruição militarizada de Gaza está também destruindo qualquer possibilidade de segurança real tanto para os palestinianos como para os israelenses. Gaza precisa de um cessar-fogo e as agências humanitárias precisam da garantia de acesso seguro para ajudar a população e salvar vidas.”
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