Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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As ‘marvadas’ commodities, por Rui Daher

As ‘marvadas’ commodities, por Rui Daher

Cirurgia num dos zóios me fez ficar longe de telas e teclados em recente cotidiano. Algumas folhas, que ainda recebo por necessidade profissional, se acumularam e, finalmente, com algum atraso, hoje as li. Resultado: tantas estultices lidas me fizeram estropiar o outro zóio, e olha (opa!), desta vez o direito. Em 10 de maio, voltarei ao doutor para mais uns dias em estado “Assum Preto”

De passagem e antes de escrever mais um parvo texto, tive o prazer de responder aos comentários dos amigos sobre “Chamando FHC às falas”, mais recente postagem no BRD. Estão lá, entre galhofas e indignações.

Dentre as barbaridades, poucas valeriam a pena se aprofundar, mas apenas citá-las, para que todos possamos atentar ao ponto de mediocridade a que chegou a Federação de Corporações.

Já que usei o verbo atentar, que tal o que Moro determina que se faça com Lula em seu cativeiro, entre disparos, porradas e duas ‘senhôras’ com vasto assento no Supremo?

Tem mais, muito mais: O deputado Luiz Nishimori (PR-PR), que nunca deve ter plantado batatas ou tomates, nobre atividade da colônia nipônica, a que deveria se ater, “com amplo apoio do setor de agronegócios”, divulgou o PL 3.200/2015, que “pretende tornar mais ágil o registro de defensivos agrícolas no país”.

Vale dizer, sem usar eufemismos, agrotóxicos, venenos, agroquímicos, desconsiderando leis e normas de saúde da ANVISA e outros órgãos de controle que tanto atrapalham os oligopólios multinacionais que dominam a fabricação desses produtos.

Enquanto isso, insumos de origem natural, orgânica e biológica continuam indefinidos. Claro, são mais baratos, eficazes tanto quanto, mas fabricados por empresas pequenas e médias nacionais. Ambientalistas chamam o PL de “Pacote do Veneno” e lutam contra sua aprovação. A bancada ruralista afia as garras.

Em 26 de abril, para o Valor, sucursal paulista de “O Globo”, o chefe de mercados emergentes do Morgan Stanley, o indiano Rushir Sharma afirma que “o Brasil precisa depender menos de commodities”. Como? Ele: “Reduzindo a fatia dos gastos do governo na economia e se abrindo mais ao comércio exterior”. Já se sabe em quais rabos arderão seus conselhos.

Não explicou de quê, se nada temos a não ser uma indústria a caminho da falência, nem a quem deixaríamos o mercado de commodities. EUA, China, Índia? Ô parceiros José dos Santos, de Mossoró (RN), e Dona Severina Silva, de Itabuna (BA), estariam dispostos a ampliar suas aberturas para a entrada do Rushir?

Mais surpreendente, no entanto, foi o pendular professor Antônio Delfim Netto, para a mesma dupla Valor-Globo, dizendo “estarmos perdidos no passado”.

Concordo. Referia-se ao estado de exceção? Não. Lamentava com sua inegável inteligência: “O que é o Brasil hoje? Vamos falar a verdade, sem rebusco, sem complicação, o Brasil é uma colônia da China”.

Uai, professor, posso até concordar com a dependência, embora no comércio muita água há de rolar sob as pontes exteriores, mas de quem não o fomos, desde os portugueses, imbricados com os ingleses, até os norte-americanos? Por acaso, o senhor reclamou?

Quero ouvir a Maria Portuguesa.

https://www.bing.com/videos/search?q=assum+preto&view=detail&mid=206340C6FEB86E6FA4DB206340C6FEB86E6FA4DB&FORM=VIRE

 

      

 

Rui Daher

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4 Comentários

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  1. As

    Caro sr., 40 anos redemocratas? Constituição Cidadã? Os Progressistas que fizerm mais de 25.000 leis para o engessamento ambiental rotulado de Proteção Ambiental (para sair bonito na foto com Madonna ou Sting) , e depois o tal Código Florestal não poderaim ter imposto ou viabilizado, através destas Leis, a prática de uso de Defensivos mais Naturais e Nacionais? Isto interessava ao Ambientalismo e Ong’s Internacionais? Ou Nacionais, regadas a muito interesse e dinheiro estrangeiro? Interessava para o restante do Mundo, investimentos em Emater’s, Embrapa’s, Esalq’s da vida? Falando nisto como Mariana (o maior crime ambiental do século) produzido por Australianos saiu da mídia tão rapidamente? Assim como Anglo Americana ou Hydro, da tal Primeira Ministra da Noruega, que gosta de dar lição de moral no Governo dos outros. Revelador, não acha? Porque estas Ong’s nascidas e com Departamento Financeiro nas Pátrias destas MultiNacionais, que fazem estes tais Agrotóxicos e Venenos, não condenam as Empresas de seus Países? Bonito é condenar a Agropecuária dos outros? É muita hipocrisia, condenar quem usa os VENENOS que não são permitidos a fabricação e uso na sua própria terra. É muita cara de pau !!! Quanto a Delfim Netto, um dos maiores Intelectuais deste País. Intelectual, não de Academicismos e Ilusões. Nem de Livros que nunca foram lidos e mesmo assim devem ser queimados. Nem de argumentos que devem ser esquecidos de tão imbecis, não é mesmo FHC?  Delfim, do Regime Militar aos Governos Dilma e Lula, deve saber o que fala. Tivemos um período próspero, justamente quando a mesa do Presidente era ligada diretamente ao telefone do professor. Será coincidência? Governo de Esquerda. Passou da hora de se lutar menos por Ideologia e mais pelo Brasil. abs. (P.S. Boa recuperação no seu remenda-remenda. Brincadeira !! Saudações Soberanas) 

    1. Obrigado, Zé Sérgio

      Curioso é eu trabalhar no setor há 43 anos e não saber como agem as multinacionais do veneno. Não estou nem aí com as aços das ONGs internacionais interesseiras, equivocadas e esquerdopatas. O que sei foi andando e visitando o campo. Mais não falo, ou nomino, pois não desejo prejudicar pessoas que precisam trabalhar para os oligopólios. Agora, delas, vou continuar criticando, principalmente, os preços que cobram dos agricultores, os males à saúde humana e animal, as doses exageradas que intoxicam os vegetais, as quantidades de fosfatos desperdiçados indisponíveis no solo. Posso?

      Quanto a Delfim achar que vamos virar colônia da China, antes nós do que os outros. Quantos anos fomos dominados pelas economias ocidentais. Aí podia, né?

      Abraços

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