O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu por unanimidade cortar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, para 12,25% ao ano.
Segundo a nota divulgada pelo colegiado após o encontro, a decisão “é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e o de 2025”.
O documento ressalta que o corte dos juros “também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, sem que a estabilidade de preços seja comprometida.
O colegiado também avaliou o cenário econômico internacional, o qual considera adverso por conta “da elevação das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos, da resiliência dos núcleos de inflação em níveis ainda elevados em diversos países e de novas tensões geopolíticas”.
“Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário exige atenção e cautela por parte de países emergentes”, diz o Copom.
Quanto ao cenário doméstico, o Copom diz que o conjunto dos indicadores de atividade econômica “segue consistente com o cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres antecipado pelo Copom”.
“A inflação cheia ao consumidor manteve trajetória de desinflação, mas segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta de inflação, enquanto as medidas mais recentes de inflação subjacente ainda se situam acima da meta para a inflação”, pontua o comitê.
Caso o cenário traçado pelo Copom se confirme, os integrantes acreditam que a taxa Selic continuará caindo em 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões, um ritmo que consideram “apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”.
Texto sem surpresas
Para a economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta, o comunicado do Copom “não trouxe absolutamente surpresa nenhuma frente ao que era esperado”.
“Na esfera internacional, a instituição menciona uma piora nas condições globais, e isso se deve muito por conta dos eventos que aconteceram recentemente nos últimos 45 dias, especialmente dos eventos geopolíticos”, diz a economista.
Apesar da “nebulosidade” gerada, Carla Argenta diz que essas questões “não mudam em absoluto a forma como o Banco Central conduz sua política monetária”.
No cenário doméstico, a economista diz que foram feitas “pouquíssimas mudanças” no comunicado, ressaltando que o trecho onde o BC trata da execução da política fiscal e da seriedade com que isso deve ser tratado “não teve uma letra sequer alterada”.
“Quem esperava que o Banco Central fizesse uma sinalização mais clara, enviasse uma mensagem mais dura para o Poder Executivo por conta dos eventos que aconteceram na semana passada envolvendo o Presidente da República, foi surpreendido porque isso não aconteceu”, disse Carla Argenta.
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